O poder revolucionário da IA nos cuidados
médicos
No atual cenário da
saúde brasileira, a discussão sobre a utilização de inteligência artificial se
dá, em sua maioria, no âmbito da análise de dados (sejam eles simples ou
complexos) para a realização de diagnósticos cada vez mais assertivos e
precoces. Entretanto, ainda existe um espaço de melhoria sem receber a atenção
devida: como a tecnologia pode aprimorar a relação entre pacientes e
instituições ou profissionais de saúde, e qual seria o impacto na prevenção de
doenças ou na eficiência da recuperação desse paciente?
A capacidade que a
inteligência artificial possui de processar grandes volumes de dados e fornecer
insights em tempo real permite uma personalização sem precedentes na jornada do
paciente. Isso significa que, pela primeira vez na história, o atendimento ao
paciente pode começar muito antes dele efetivamente chegar em um consultório ou
hospital.
A IA pode ser uma
grande aliada no registro de sintomas e exames médicos do paciente, usando
todos esses dados para prever problemas ou recomendar ações preventivas. Tudo
isso no âmbito online e sem um atendimento guiado por um humano. Esses dados de
monitoria são riquíssimos e trazem mais eficiência e precisão no momento de um
atendimento presencial, seja ele de emergência ou de rotina por um profissional
da saúde.
De acordo com o mais
recente estudo da Zendesk “O futuro do CX viabilizado por IA“, 93% dos líderes
de experiência do cliente (CX) no Brasil acreditam que, muito em breve, cada
interação com o paciente será instantaneamente personalizada, refletindo quem é
esse indivíduo e suas necessidades específicas.
Essa personalização é
crucial em um setor no qual o cuidado individualizado pode ser fator relevante
no sucesso do diagnóstico ou tratamento oferecido. A IA está sendo vista não
apenas como uma ferramenta tecnológica, mas também como uma solução estratégica
para a melhor recuperação do paciente e o suporte de qualidade 24/7.
• Desafios e soluções na implementação da
IA na saúde
Embora a perspectiva
seja promissora, a implementação da IA na saúde não está isenta de desafios.
Entre as principais preocupações dos líderes de CX estão a integração da IA sem
perder o toque humano no atendimento, a garantia da privacidade e segurança dos
dados dos pacientes e a incorporação de novas tecnologias nas plataformas
existentes de atendimento.
Entretanto, esses
mesmos líderes se mostram otimistas em relação ao futuro. Cerca de 91% dos
brasileiros acreditam que a IA será benéfica para os negócios, e 87% concordam
que o volume de interações no atendimento ao paciente aumentará
significativamente nos próximos anos, impulsionando soluções automatizadas e
inteligentes. Esses líderes estão comprometidos em fortalecer as bases da
experiência do paciente, investindo em novas tecnologias, expandindo o uso da
IA e da automação, e aprimorando as opções de autoatendimento.
Uma estratégia de
inovação baseada em IA é o primeiro passo para moldar essa transformação na
experiência do paciente. Ela deve incluir a infusão da IA em cada interação, a
personalização instantânea das experiências e a integração de novas
tecnologias, como IoT e realidade aumentada, para criar experiências mais ricas
e imersivas.
Além disso, a
transparência e a segurança devem ser sempre colocadas no centro da jornada do
paciente. Os gestores de CX acreditam que medidas de segurança, como
verificações biométricas, serão integradas de forma transparente nas interações
com os pacientes, garantindo uma proteção mais robusta enquanto mantêm a
facilidade de uso.
Um dos aspectos mais
interessantes da adoção da IA na saúde é sua capacidade de humanizar a
experiência do paciente. Ao contrário do temor de que a IA despersonalize o
atendimento, 63% dos líderes de CX na saúde acreditam que a IA generativa está
tornando as interações digitais mais eficientes e humanas. Chatbots evoluídos
estão se transformando em agentes digitais capazes de realizar tarefas
específicas de serviço, mantendo a personalidade da marca e criando conexões
emocionais mais fortes com os pacientes — o que também facilita a satisfação do
paciente no momento do atendimento presencial.
O impacto da IA na
saúde já é profundo, mas está apenas começando. À medida que hospitais e
instituições de tratamento continuam a explorar e implementar essas
tecnologias, a promessa de uma experiência do paciente mais personalizada,
segura e eficiente se torna cada vez mais real. A IA não apenas melhora a
eficiência operacional, mas também coloca o paciente no centro do cuidado,
garantindo que cada interação seja significativa e personalizada, estabelecendo
um novo padrão para a experiência do paciente em um momento tão importante para
a vida dele.
Fonte: Por Walter
Hildebrandi, em Futuro da Saúde
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