Bahia possui 4,5
milhões de pessoas inadimplentes
A
Bahia está despontando mais uma vez em um top cinco nacional, mas desta vez de
forma negativa. O estado possui 4,5 milhões de inadimplentes, ocupando o quarto
lugar no ranking, atrás dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas
Gerais.
De
acordo com o novo relatório divulgado pela Serasa Experian, o mês de fevereiro
voltou a registrar o crescimento da inadimplência no país. O Mapa da
Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa apontou que 70,5 milhões de
brasileiros estão com o nome negativado.
Ainda
de acordo com o relato, o cartões de crédito continua sendo o responsável por
34,48% das dívidas dos baianos, seguido por Utilities (19,81%), setor de Varejo
(17,32%) e Telefonia com (4,36%). As mulheres são responsáveis por 52,4% do
endividamento, enquanto o homem figura com 47,6%. Já no quesito idade, pessoas
entre 41 e 60 anos são responsáveis por 35% da dívida, seguida por baianos com
idade entre 26 e 40 responsáveis por outros 33,6%.
O
economista Chefe da Serasa Experian, Luiz Rabi, explicou que a inflação e os
altos juros são apenas alguns dos fatores que empurram a população para a
dívida. “A inflação e os juros altos são os principais fatores que explicam o
atual cenário, além da sazonalidade desfavorável de fevereiro, que vem
acompanhado de despesas típicas de início de ano, como IPVA, IPTU, reajuste das
mensalidades e outros”, declarou.
“As
pessoas ainda utilizam o cartão de crédito, por exemplo, para fazer compras
básicas, como alimentação e remédios. Por isso, a relação com o parcelamento
também deve ser pautada com base na organização financeira, para que não se
torne mais uma dívida”, completou.
A
planejadora de finanças pessoais e economista Andrea Saragoça, compartilhou
algumas dicas que podem ajudar os baianos a quitarem suas dividas. “Eu sempre
indico, precisamos ter um orçamento, o que eu chamo de mapa orçamentário anual.
No qual a gente coloca no lado esquerdo todas as receitas e todas as despesas.
Se possível categorizar essas despesas”, aconselha.
Por
fim, a economista orienta que os endividados coloquem todas as contas na ponta do lápis para assim
conseguir reorganizar as finanças. “Porque assim eu vou saber o que eu tenho
gastado mais, achar uma solução. Por exemplo, se estou gastando muito com
moradia, posso buscar uma opção mais barata de imóvel. Se estou gastando mais
com transporte, posso ver uma casa mais próxima do trabalho. Com a lista
conseguimos dar um percentual para cada despesa”, completou.
Bahia tem menos produtores rurais
endividados no Nordeste
Um
levantamento realizado em todo o país pela Serasa Experian mostrou que 27%,04
dos produtores rurais brasileiros estavam com o nome no vermelho no país. A informação é do Indicador de Inadimplência
do Produtor Rural, da Serasa Experian, que revelou que esse novo dado mostra
que houve uma oscilação de 0,4 pontos percentuais em comparação com o último
levantamento, feito em novembro de 2022.
O
levantamento revelou que a região Norte teve a maior taxa de inadimplência do
país, marcando 38,7%. Em sequência estava o Nordeste, com 32,8% dos produtores
rurais negativados e o Centro-Oeste, com 31,5%. O levantamento demonstrou que
fatores como a idade e a renda mensal dos produtores rurais influenciam
diretamente no nível de inadimplência. De acordo com os dados, a negativação
diminui com a idade, principalmente a partir dos 51 anos.
No
cenário nacional, a Bahia ocupa a 8ª melhor colocação entre os estados com
endividamento. Já a nível Nordeste, a Bahia apresenta o menor índice de
endividamento. O estado do Ceará (CE) lidera o índice de inadimplência com
40,7%, seguido Rio Grande do Norte (36,0%), Pernambuco (35,7%), Sergipe
(35,2%), Piauí (31,7%), Alagoas (32,1%) e Bahia, com 28,2%.
De
acordo com a Serasa, em um ano de juros altos associado as altas dos custos de
produção, o produtor rural ficou descapitalizado e como em todos os setores da
economia, alguns não conseguiram quitar com seus compromissos. Para o head de
agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta, considerando o nível nacional
do estudo, o percentual de inadimplência indicado não deve ser visto como algo
alarmante para o setor. “Mesmo com os reflexos da instabilidade econômica, o
agronegócio continua se mostrando como um dos principais motores econômicos do
país”.
Pimenta
também reforça que “a inadimplência é um fator financeiro que acontece em todas
as áreas e, quando olhamos para a fatia do agro, podemos perceber sua baixa
representatividade. A maior parte dos produtores rurais brasileiros conseguem
evitar a negativação e continuam gerando empregos, cultivando e expandindo seus
ganhos e mitigando os riscos de suas negociações”, completou.
Para
o Indicador de Inadimplência do Produtor Rural da Serasa Experian, atualizado
em março de 2023, foram analisados cerca de 9 milhões de perfis de pessoas
físicas que constam no Cadastro Positivo e que sejam donos de propriedades
rurais e/ou que possuam empréstimos e financiamentos da modalidade rural e/ou
agroindustrial distribuídos em todas as 27 Unidades Federativas do país.
Salvador é a 2ª capital do NE em empregos
formais no setor imobiliário
Com
474 anos, Salvador já foi e é destaque em muitas áreas. Mas, em 2022, a capital
baiana também se sobressaiu no ranking de maior número de empregos formais no mercado
imobiliário. Entre as capitais nordestinas, a cidade dos soteropolitanos
figurou na segunda colocação entre as que mais geraram postos de trabalho no
setor. Foram cerca de 34 mil vagas com carteira assinada, segundo uma pesquisa
realizada pela Bain Inteligência Estratégica em parceria com a Associação de
Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA).
Na
Prima Empreendimentos, por exemplo, cerca de 1.300 novos profissionais foram
contratados no ano passado, a maior parte deles em obras da construção civil.
De acordo com o diretor de engenharia do grupo, Luciano Carneiro, a estimativa
é que, neste ano, mais de 2.200 postos de trabalho sejam gerados com o
lançamento de três novos empreendimentos na região de Baixios (Litoral Norte da
Bahia) e dois em Salvador. Deste total de contratações, 40% devem ser para a
capital.
“Historicamente
já mantemos esse patamar de 2023. A partir de agora, a expectativa é sustentar
esse canteiro. Salvador sempre foi uma das principais capitais do mercado imobiliário
em termos de lançamento e isso se confirma nos números sobre mercado de
trabalho”, afirma Carneiro.
Salvador
ficou atrás apenas de Fortaleza, capital do Ceará, que teve cerca de 37 mil
empregos com carteira assinada. Em contrapartida, figurou muito à frente da
terceira colocada, Recife, com aproximadamente 26 mil. O desempenho de Salvador
aconteceu apesar de um ano de retração no número de lançamentos e imóveis.
Segundo
a Ademi, o mercado imobiliário baiano teve um recuo de cerca de 16% no ano de
2022. Mas a lógica de empregos obedece uma máxima específica do setor: o
lançamento de hoje é o emprego do futuro. Por isso, mesmo com a queda no número
de empreendimentos lançados, o mercado de trabalho na capital teve uma
performance relevante por conta do desempenho positivo nos anos anteriores.
Para
2023, a expectativa, segundo Cláudio Cunha, presidente da Ademi, é de um
crescimento de 5% no mercado. O reflexo disso nas vagas de trabalho só deve
aparecer a médio prazo. “O ciclo imobiliário é longo. A fase de contratação de
mão de obra se dá, em média, de 6 a 12 meses após os lançamentos, quando se
iniciam as construções. Estamos, atualmente, colhendo os frutos do excelente
desempenho apresentado ao longo de 2021”, esclarece Cunha.
Edson
Cavalcante foi um dos profissionais contratados em 2022. Apesar de ter
experiência na área de vendas, até então, ele não fazia parte do mercado
imobiliário e, em novembro, passou a ocupar o cargo de gerente comercial na
MRV. Junto com Edson, a construtora contratou, em 2022, outros profissionais
para obra e setor administrativo, além de credenciar corretores autônomos.
O
mercado imobiliário oferece várias funções e especializações para quem deseja
uma carreira próspera e cheia de experiências.
Mas sem dúvida a grande oportunidade é para o corretor de imóveis. A
profissão é muito dinâmica e o que pudemos perceber nos últimos anos foi que
temos profissionais cada vez mais capacitados, houve aumento da escolaridade
entre os corretores, uso de novas tecnologias para prospecção dos clientes,
aumento da média salarial e aumento da participação de mulheres entre os
corretores.
Segundo
o diretor comercial do grupo no Nordeste, Alessandro Silva, neste ano, Salvador
será uma das capitais que mais receberá investimentos da companhia, com uma
expectativa de, ao menos, 1.500 novos profissionais contratados. Esse volume de
admissões será apenas para o Complexo Sete Sois Paralela, lançado recentemente.
O empreendimento contará com 12 condomínios e terá ainda um potencial de
geração de 4.500 empregos indiretos.
“O
mercado imobiliário oferece várias funções e especializações. Mas sem dúvida, a grande oportunidade é para
o corretor de imóveis. A profissão é muito dinâmica e o que pudemos perceber
nos últimos anos foi que temos profissionais cada vez mais capacitados”,
destaca Silva.
A
corretagem é, inclusive, o primeiro segmento a sentir o reflexo dos
lançamentos, segundo o presidente da Ademi. Dados do Conselho de Corretores
Imobiliários da Bahia (Creci-BA) mostram que, só em 2022, cerca de 2.200 novos
profissionais foram registrados. Mas, para Cunha, a segunda posição de Salvador
no ranking foi impulsionada mesmo pela construção civil e pelos serviços.
“O
setor imobiliário desempenha um papel importante na contração de mão de obra de
baixa qualificação. Não há barreiras ao emprego. Quando o setor está aquecido,
o emprego logo surge no canteiro de obra, que exerce uma dinâmica de formação e
educação profissional importante. Logo o ajudante torna-se pedreiro,
carpinteiro, eletricista e encanador. Novos profissionais ascendem ao cargo de
encarregado e mestre de obra. Esse ciclo se renova com o crescimento do setor”,
afirma.
• Novos lançamentos
Na
construtora e incorporadora Civil, a maior parte das novas contratações foram
para os canteiros de obras. No ano passado, 111 profissionais foram
contratados, isso significa um incremento de 18,9% no capital humano da
empresa. A construtora concluiu e entregou neste ano o empreendimento Nau, um
edifício de alto padrão no bairro da Barra, que foi lançado em 2019. Agora, se
prepara, segundo o presidente do grupo, Rafael Valente, para realizar até três
novos lançamentos.
Para
o presidente da Civil, a posição de Salvador no ranking de contratações de
profissionais em 2022 deveria ser o primeiro lugar, principalmente por conta da
fatia do mercado imobiliário que engloba a construção civil. “Temos uma
relevância e uma tradição muito forte nesse segmento. Nossos profissionais são
bons, tanto que eles circulam por todo o Brasil”, analisa Valente.
Presidente
do Sindicato da Indústria da Construção da Bahia (Sinduscon), Alexandre Landim
explica que, além das obras de edificação, a construção civil inclui também obras
de infraestrutura e serviços especializados. De acordo com ele, o setor baiano
teve um acumulado de 146 mil empregos no ano passado, isso representa cerca de
6% do total de postos de trabalho na construção civil brasileira. Desses, 55
mil foram só na capital e Região Metropolitana.
“Salvador
é a terceira capital do país em geração de emprego na construção civil. Perde
apenas para São Paulo e Rio de Janeiro. Em 2022, tivemos um PIB positivo, o que
quer dizer que geramos mais empregos do que demitimos. Foram 20 mil novos
empregos, 40% deles em Salvador”, detalha o presidente do Sinduscon.
Para
ele, o desempenho positivo do setor está atrelado não só ao aquecimento do
mercado imobiliário em 2021, mas também ao crescimento do número de obras
públicas, tanto a nível municipal quanto estadual, para construção de escolas,
hospitais, policlínicas e serviços de infraestrutura.
Fonte:
Tribuna da Bahia/A Tarde
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