Cármen Lúcia destrava processo que pode
implodir candidatura de Pablo Marçal em São Paulo
A presidente do
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, desbloqueou uma ação
que pode desencadear um “efeito dominó” no PRTB e comprometer a candidatura de
Pablo Marçal à prefeitura de São Paulo, diz a jornalista Malu Gaspar em sua
coluna no jornal O Globo. O processo estava parado há 20 dias no gabinete da
ministra.
A ação foi movida por
Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, e assinada por três ex-ministros do
TSE: Sérgio Banhos, Carlos Eduardo Caputo Bastos e Carlos Horbach. Levy
Fidelix, falecido em 2021, foi um político conhecido por suas duas candidaturas
à presidência da República e pela defesa do projeto do aerotrem, além de
declarações polêmicas de cunho homofóbico.
Aldineia alega que
Leonardo Avalanche, atual presidente nacional do PRTB, violou um acordo firmado
em fevereiro deste ano que visava pacificar o partido, concedendo a Aldineia a
vice-presidência nacional, seis cargos na comissão executiva nacional, 20 cargos
no diretório nacional e o comando político dos diretórios de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Roraima e Rio Grande do Norte.
Devido à intensa
disputa interna no PRTB, com trocas de acusações e disputas de poder, o então
presidente do TSE, Alexandre de Moraes, nomeou um interventor para o partido. O
interventor foi responsável por convocar novas eleições para definir a presidência,
o diretório nacional, a comissão executiva e os delegados do partido. Luciano
Fuck, ex-secretário-geral do TSE e próximo do ministro do STF Gilmar Mendes,
foi designado para organizar o processo.
Embora não mencionado
diretamente na ação, Pablo Marçal será afetado caso Aldineia vença o processo.
A candidatura de Marçal foi aprovada por uma comissão provisória do PRTB em São
Paulo, alinhada a Avalanche, em agosto deste ano. Aldineia argumenta que,
segundo o acordo, ela deveria ter comandado o diretório do partido em São Paulo
durante esse período.
A suposta violação
deste acordo por Avalanche levou ao pedido de anulação das decisões que
validaram a candidatura de Marçal. A candidatura de Marçal já enfrenta outros
desafios, incluindo impugnações que alegam não cumprimento do estatuto
partidário, além de ações por abuso de poder econômico.
• Ação de viúva de Levy Fidelix sobre
golpe no PRTB pode implodir candidatura de Pablo Marçal
Uma ação movida pela
administradora de empresas Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, que está
parada há 20 dias na mesa de Cármen Lucia, presidenta do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), pode implodir a candidatura Pablo Marçal, do PRTB, na capital
paulista.
Herdeira do partido do
"homem do aerotrem" - que disputou duas vezes a Presidência da
República -, Aldineia denuncia que a candidatura do ex-coach foi viabilizada
por meio de um golpe interno no PRTB, comandado pelo atual presidente da sigla,
Leonardo Leonardo Alves de Araújo, o Avalanche, que já confidenciou ter ligação
com
Segundo a viúva de
Fidelix, Avalanche quebrou um acordo para que ela assumisse o comando do
diretório da sigla em São Paulo.
Para impor a
candidatura de Marçal, Avalanche teria colocando em marcha um golpe para
controlar 20 cargos do diretório nacional do PRTB e seis na Executiva Nacional,
além de colocar aliados no comando do partido em cinco estados, incluindo São
Paulo.
“Não bastasse, o Sr.
Leonardo Alves de Araújo não só está descumprindo o acordo como também tem
deliberado sobre o processo eleitoral de 2024 como se fosse ‘dono’ do partido,
fazendo acordos e indicando candidatos ao arrepio das normas estatutárias”, afirma
Aldineia, segundo a coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.
Na ação, ela pede a
anulação de todos os atos de Avalanche no comando do PRTB, o que incluiria a
oficialização da candidatura de Marçal à prefeitura de São Paulo, oficializada
no dia 5 de agosto, no limite do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral.
A crise interna no
PRTB começou em fevereiro. Dois meses depois, em 5 de abril - último dia da
janela partidária -, Marçal se filiou à sigla.
Em 24 de maio, quando
o presidente que diz ter ligação com o PCC já dominava o partido, Marçal
anunciou que entraria na disputa na capital paulista.
<><>
Avalanche, PCC e cocaína
Presidente do PRTB,
Leonardo Avalanche foi gravado em uma conversa com um correligionário onde
afirma que tem contato com integrantes da facção criminosa PCC.
A gravação foi
realizada em fevereiro deste ano durante conversa com Thiago Brunelo, filho de
um dos fundadores do partido. A conversa entre os dois tem como pano de fundo a
disputa pelo comando do PRTB.
Na conversa, Leonardo
Avalanche tenta mostrar que possui influência sobre autoridades da República
para conquistar apoio de Brunelo, que não tinha consciência de que estava sendo
gravado.
"Não tem o Piauí,
de [inaudível]? Não tem o chefe do PCC que está solto? Ele é a voz
abaixo", disse Avalanche, referindo-se ao seu motorista. "Ele nunca
mexeu com política. Hoje ligaram para o menino, né, lá de dentro da cadeia e
falaram: 'Estou trabalhando pro Avalanche de motorista'."
O Piauí citado pelo
presidente do PRTB é o ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis (SP) Francisco
Antônio Cesário da Silva.
Em outro momento,
Avalanche, presidente nacional da sigla de Pablo Marçal, que disputa a
prefeitura de São Paulo, diz que foi o responsável pela soltura de outro chefe
do PCC.
"Eu sou o cara
que soltou o André [do Rap]. A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o
meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima
dele. Esse é o meu dia a dia [...] Eu faço um trabalho bem discreto",
disse Avalanche.
Posteriormente,
Avalanche fala sobre a candidatura de Pablo Marçal. O dirigente afirma que
Marçal não tem chances de vencer, mas a sigla teria poder de barganha caso ele
fosse ao segundo turno.
"Nós temos chance
de ganhar? Não. Mas é quando ele for para o segundo turno, entendeu? Eu sei que
não ganha, mas é o que a turma falou: põe ele e depois a gente senta e
conversa", disparou Avalanche.
Além disso, uma
investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou que dois assessores do
partido próximos a Avalanche teriam trocado carros de luxo por pacotes de
cocaína com o PCC.
Tarcísio Escobar de
Almeida, que chegou a ser nomeado presidente estadual do PRTB em São Paulo, mas
que teve que deixar a função três dias depois porque sequer tinha título de
eleitor, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, eram os homens mais próximos
de Leonardo Avalanche na sigla.
Conforme a apuração
das autoridades policiais, Escobar e Gordão têm relação direta com o PCC e
teriam realizado a função de financiar o tráfico de drogas para a poderosa
quadrilha brasileira que atua em pelo menos 24 países.
Os agentes estavam
monitorando na Zona Leste da capital paulista um homem chamado Francisco Chagas
de Sousa, conhecido no mundo do crime como Coringa, que seria dono de um
estabelecimento de venda de bebidas alcoólicas. Numa operação na adega, os
policiais encontraram drogas, uma pistola e um pen drive que trazia uma
complexa listagem e contabilidade de pessoas que seriam integrantes do PCC,
assim como os negócios que mantinham com a quadrilha.
A Justiça autorizou o
aprofundamento das investigações e uma escuta telefônica revelou que Coringa,
que seria responsável pelo tráfico interestadual do PCC nos estados de São
Paulo e Paraíba, falava com Gordão, uma das lideranças do PRTB. Dias depois, foi
o nome de Escobar que apareceu nas investigações.
De acordo com a
Polícia Civil de São Paulo, Escobar teria orientado Gordão a tratar com Coringa
a troca de um automóvel BMW X5, avaliado em mais de R$ 700 mil, por cocaína.
Ainda segundo os
investigadores, a droga em si não passava pelas mãos dos dois investigados
ligados ao PRTB, mas era de conhecimento tácito por parte deles que os valores,
fossem em dinheiro ou por meio de carros luxuosos, era destinado à aquisição de
cocaína em grande quantidade, que após ser vendida, por valores altíssimos,
tinha o lucro dividido entre os três, Coringa, Escobar e Gordão.
A reportagem afirma
ainda que diálogos dos envolvidos obtidos pelos investigadores mostram
conversas abertas sobre a administração de questões relacionadas ao PCC, como a
advertência de integrantes, um controle minucioso do contingente da quadrilha
(espécie de censo) e outras atividades da organização.
• Nunes parte para o ataque contra Marçal:
'envolvido até o nariz com o PCC'
O prefeito de São
Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), aumentou o tom contra o
ex-coach e empresário de extrema direita Pablo Marçal (PRTB) nesta
segunda-feira (26). Marçal, que ameaça a liderança de Nunes e Guilherme Boulos
(Psol) nas pesquisas de intenção de voto, foi acusado pelo prefeito de estar
envolvido "até o nariz" com a facção criminosa Primeiro Comando da
Capital (PCC).
“Não existe ataque. O
que existe é você colocar as situações. Quando alguém demonstra lá, mostra que
o partido dele está envolvido até o pescoço, ou melhor, até o nariz, superou
tudo, com o PCC, não é ataque. A imprensa que está relatando”, disse Nunes após
participar de um evento do Sindicato da Habitação (Secovi), de acordo com o
Metrópoles.
A declaração de Nunes
faz referência a uma série de reportagens que revelam conexões de Leonardo
Avalanche, presidente do PRTB, além de articuladores do partido, com o PCC.
Durante o lançamento da candidatura de Marçal, no início do mês, ele estava
acompanhado de Maiquel de Assis, 45 anos, condenado por sequestro.
"Sobre o PCC,
isso é coisa de polícia, é uma atividade da polícia. Eu tenho orientado minha
equipe: eu quero focar na cidade, discutir as coisas da cidade. Agora,
logicamente, a gente não pode ter um prefeito que tem esse envolvimento com o
PCC, que aparentemente, pelos os indícios, são muito fortes, porque o que a
gente está fazendo é combater o PCC, não querer trazer o PCC para dentro do
governo", destacou Nunes.
• Pablo Marçal passa vergonha ao tentar
lacrar com jornalista: “Respeito!
O candidato do PRTB à
prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, passou vergonha durante uma sabatina
realizada nesta segunda-feira (26) na CNN Brasil. Em determinado momento da
conversa, a jornalista Muriel Porfiro, que conduzia a entrevista, pediu
respeito ao candidato.
"Só pra gente
deixar claro aqui, candidato, eu acho que a gente pode continuar a conversa,
mas eu peço um pouquinho de respeito pra gente conseguir terminar as perguntas
e o senhor, claro, responder à vontade. A gente não tem um tempo que estipula o
seu tempo de resposta", afirma a jornalista Muriel Porfiro, que é
interrompida por Pablo Marçal.
"O que foi falta
de respeito da minha parte?", questiona o candidato do PRTB. "O
senhor bateu palmas enquanto a Clarissa falava", responde a jornalista.
Irritado, Pablo Marçal pede novamente para a âncora apontar a falta de
respeito.
<><> Pablo
Marçal é expulso de feira em São Paulo sob gritos de "bandido" e
"vagabundo"
O coach bolsonarista e
candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, foi expulso de uma feira na
capital paulista, enquanto era alvo de gritos como "bandido",
"vagabundo" e "fora". Marçal, que tentava circular pela
feira junto a seus apoiadores, foi confrontado por uma multidão que rejeitou
sua presença.
O vídeo do incidente
foi compartilhado pela vereadora Luana Alves na rede social X. O vídeo
rapidamente viralizou, evidenciando a crescente rejeição ao bolsonarismo em
determinados setores da sociedade. Revela ainda a dificuldade do candidato em
se conectar com uma parte significativa da população paulistana.
• Boulos se encontra com evangélicos e
chama Marçal e Nunes de falsos profetas
O candidato à
Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), participou na manhã desta
segunda-feira (26) de um encontro com líderes evangélicos na Barra Funda, Zona
Oeste da capital. Durante o evento, Boulos reforçou seu compromisso com temas
como alfabetização, combate à fome e moradia, além de receber uma carta de
apoio de representantes do grupo, que se declararam “abertos às parcerias
legalmente possíveis com o governo em prol da Justiça”.
Com uma plateia que
incluía líderes de igrejas como Avivamento, Universal e Assembleia de Deus, o
candidato aproveitou a oportunidade para criticar os “falsos profetas” e pediu
apoio no combate às fake news. “Há dois anos, essas pessoas que inventam mentiras
sobre mim diziam que o Lula iria fechar igrejas”, afirmou Boulos, relembrando
os ataques que sofreu durante sua candidatura à presidência. Ele destacou que
tais episódios quase o fizeram desistir da vida política, mas o incentivaram a
continuar na disputa.
Após o encontro, em
coletiva de imprensa, Boulos explicou que, ao mencionar os “falsos profetas”,
se referia a seus adversários, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), e não
poupou críticas a ambos. “Me referi aos dois bolsonaristas que são candidatos a
prefeito de São Paulo, Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Ambos espalham mentiras,
ambos tentam acusar nossa candidatura de coisas que não são reais. [...] Não
vou permitir nem que um incompetente como Ricardo Nunes continue na cadeira de
prefeito, nem um bandido e mentiroso como Pablo Marçal chegue perto da
prefeitura.”
O evento reflete a
crescente importância do eleitorado evangélico nas campanhas políticas. Em
2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia dedicado um
documento especial a esse grupo, que, devido às suas pautas conservadoras, se
alinhou mais à campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Neste ano, o
conservadorismo parece favorecer Marçal, que lidera as intenções de voto entre
evangélicos com 30%, seguido por Nunes, com 22%, e Boulos, com 12%, segundo
dados do Datafolha.
O pastor Uilian
Corcino, da Assembleia de Deus, também discursou no encontro, destacando a
necessidade de quebrar a associação exclusiva entre evangélicos e a
extrema-direita. “É preciso mostrar que os evangélicos não se resumem ao
bolsonarismo”, afirmou Corcino, ecoando o esforço de Boulos em aproximar-se
desse segmento do eleitorado.
Durante seu discurso,
Boulos fez questão de elogiar a atuação de evangélicos em movimentos sociais,
especialmente na luta por moradia, e criticou aqueles que, de forma hipócrita,
“falam dos valores da família” sem se preocuparem com causas que garantem dignidade,
como moradia e alimentação.
Fonte: Brasil
247/Fórum
Nenhum comentário:
Postar um comentário