quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Cármen Lúcia destrava processo que pode implodir candidatura de Pablo Marçal em São Paulo

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, desbloqueou uma ação que pode desencadear um “efeito dominó” no PRTB e comprometer a candidatura de Pablo Marçal à prefeitura de São Paulo, diz a jornalista Malu Gaspar em sua coluna no jornal O Globo. O processo estava parado há 20 dias no gabinete da ministra.

A ação foi movida por Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, e assinada por três ex-ministros do TSE: Sérgio Banhos, Carlos Eduardo Caputo Bastos e Carlos Horbach. Levy Fidelix, falecido em 2021, foi um político conhecido por suas duas candidaturas à presidência da República e pela defesa do projeto do aerotrem, além de declarações polêmicas de cunho homofóbico.

Aldineia alega que Leonardo Avalanche, atual presidente nacional do PRTB, violou um acordo firmado em fevereiro deste ano que visava pacificar o partido, concedendo a Aldineia a vice-presidência nacional, seis cargos na comissão executiva nacional, 20 cargos no diretório nacional e o comando político dos diretórios de  São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Roraima e Rio Grande do Norte.

Devido à intensa disputa interna no PRTB, com trocas de acusações e disputas de poder, o então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, nomeou um interventor para o partido. O interventor foi responsável por convocar novas eleições para definir a presidência, o diretório nacional, a comissão executiva e os delegados do partido. Luciano Fuck, ex-secretário-geral do TSE e próximo do ministro do STF Gilmar Mendes, foi designado para organizar o processo.

Embora não mencionado diretamente na ação, Pablo Marçal será afetado caso Aldineia vença o processo. A candidatura de Marçal foi aprovada por uma comissão provisória do PRTB em São Paulo, alinhada a Avalanche, em agosto deste ano. Aldineia argumenta que, segundo o acordo, ela deveria ter comandado o diretório do partido em São Paulo durante esse período.

A suposta violação deste acordo por Avalanche levou ao pedido de anulação das decisões que validaram a candidatura de Marçal. A candidatura de Marçal já enfrenta outros desafios, incluindo impugnações que alegam não cumprimento do estatuto partidário, além de ações por abuso de poder econômico.

 

•        Ação de viúva de Levy Fidelix sobre golpe no PRTB pode implodir candidatura de Pablo Marçal

Uma ação movida pela administradora de empresas Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, que está parada há 20 dias na mesa de Cármen Lucia, presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), pode implodir a candidatura Pablo Marçal, do PRTB, na capital paulista.

Herdeira do partido do "homem do aerotrem" - que disputou duas vezes a Presidência da República -, Aldineia denuncia que a candidatura do ex-coach foi viabilizada por meio de um golpe interno no PRTB, comandado pelo atual presidente da sigla, Leonardo Leonardo Alves de Araújo, o Avalanche, que já confidenciou ter ligação com

Segundo a viúva de Fidelix, Avalanche quebrou um acordo para que ela assumisse o comando do diretório da sigla em São Paulo.

Para impor a candidatura de Marçal, Avalanche teria colocando em marcha um golpe para controlar 20 cargos do diretório nacional do PRTB e seis na Executiva Nacional, além de colocar aliados no comando do partido em cinco estados, incluindo São Paulo.

“Não bastasse, o Sr. Leonardo Alves de Araújo não só está descumprindo o acordo como também tem deliberado sobre o processo eleitoral de 2024 como se fosse ‘dono’ do partido, fazendo acordos e indicando candidatos ao arrepio das normas estatutárias”, afirma Aldineia, segundo a coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo.

Na ação, ela pede a anulação de todos os atos de Avalanche no comando do PRTB, o que incluiria a oficialização da candidatura de Marçal à prefeitura de São Paulo, oficializada no dia 5 de agosto, no limite do prazo estipulado pela Justiça Eleitoral.

A crise interna no PRTB começou em fevereiro. Dois meses depois, em 5 de abril - último dia da janela partidária -, Marçal se filiou à sigla.

Em 24 de maio, quando o presidente que diz ter ligação com o PCC já dominava o partido, Marçal anunciou que entraria na disputa na capital paulista.

<><> Avalanche, PCC e cocaína

Presidente do PRTB, Leonardo Avalanche foi gravado em uma conversa com um correligionário onde afirma que tem contato com integrantes da facção criminosa PCC.

A gravação foi realizada em fevereiro deste ano durante conversa com Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do partido. A conversa entre os dois tem como pano de fundo a disputa pelo comando do PRTB.

Na conversa, Leonardo Avalanche tenta mostrar que possui influência sobre autoridades da República para conquistar apoio de Brunelo, que não tinha consciência de que estava sendo gravado.

"Não tem o Piauí, de [inaudível]? Não tem o chefe do PCC que está solto? Ele é a voz abaixo", disse Avalanche, referindo-se ao seu motorista. "Ele nunca mexeu com política. Hoje ligaram para o menino, né, lá de dentro da cadeia e falaram: 'Estou trabalhando pro Avalanche de motorista'."

O Piauí citado pelo presidente do PRTB é o ex-chefe do PCC na favela de Paraisópolis (SP) Francisco Antônio Cesário da Silva.

Em outro momento, Avalanche, presidente nacional da sigla de Pablo Marçal, que disputa a prefeitura de São Paulo, diz que foi o responsável pela soltura de outro chefe do PCC.

"Eu sou o cara que soltou o André [do Rap]. A turma não sei se vai te contar isso. Esse é o meu trabalho, entendeu? A próxima, agora, a gente vai botar um lugar acima dele. Esse é o meu dia a dia [...] Eu faço um trabalho bem discreto", disse Avalanche.

Posteriormente, Avalanche fala sobre a candidatura de Pablo Marçal. O dirigente afirma que Marçal não tem chances de vencer, mas a sigla teria poder de barganha caso ele fosse ao segundo turno.

"Nós temos chance de ganhar? Não. Mas é quando ele for para o segundo turno, entendeu? Eu sei que não ganha, mas é o que a turma falou: põe ele e depois a gente senta e conversa", disparou Avalanche.

Além disso, uma investigação da Polícia Civil de São Paulo revelou que dois assessores do partido próximos a Avalanche teriam trocado carros de luxo por pacotes de cocaína com o PCC.

Tarcísio Escobar de Almeida, que chegou a ser nomeado presidente estadual do PRTB em São Paulo, mas que teve que deixar a função três dias depois porque sequer tinha título de eleitor, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, eram os homens mais próximos de Leonardo Avalanche na sigla.

Conforme a apuração das autoridades policiais, Escobar e Gordão têm relação direta com o PCC e teriam realizado a função de financiar o tráfico de drogas para a poderosa quadrilha brasileira que atua em pelo menos 24 países.

Os agentes estavam monitorando na Zona Leste da capital paulista um homem chamado Francisco Chagas de Sousa, conhecido no mundo do crime como Coringa, que seria dono de um estabelecimento de venda de bebidas alcoólicas. Numa operação na adega, os policiais encontraram drogas, uma pistola e um pen drive que trazia uma complexa listagem e contabilidade de pessoas que seriam integrantes do PCC, assim como os negócios que mantinham com a quadrilha.

A Justiça autorizou o aprofundamento das investigações e uma escuta telefônica revelou que Coringa, que seria responsável pelo tráfico interestadual do PCC nos estados de São Paulo e Paraíba, falava com Gordão, uma das lideranças do PRTB. Dias depois, foi o nome de Escobar que apareceu nas investigações.

De acordo com a Polícia Civil de São Paulo, Escobar teria orientado Gordão a tratar com Coringa a troca de um automóvel BMW X5, avaliado em mais de R$ 700 mil, por cocaína.

Ainda segundo os investigadores, a droga em si não passava pelas mãos dos dois investigados ligados ao PRTB, mas era de conhecimento tácito por parte deles que os valores, fossem em dinheiro ou por meio de carros luxuosos, era destinado à aquisição de cocaína em grande quantidade, que após ser vendida, por valores altíssimos, tinha o lucro dividido entre os três, Coringa, Escobar e Gordão.

A reportagem afirma ainda que diálogos dos envolvidos obtidos pelos investigadores mostram conversas abertas sobre a administração de questões relacionadas ao PCC, como a advertência de integrantes, um controle minucioso do contingente da quadrilha (espécie de censo) e outras atividades da organização.

 

•        Nunes parte para o ataque contra Marçal: 'envolvido até o nariz com o PCC'

O prefeito de São Paulo e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), aumentou o tom contra o ex-coach e empresário de extrema direita Pablo Marçal (PRTB) nesta segunda-feira (26). Marçal, que ameaça a liderança de Nunes e Guilherme Boulos (Psol) nas pesquisas de intenção de voto, foi acusado pelo prefeito de estar envolvido "até o nariz" com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Não existe ataque. O que existe é você colocar as situações. Quando alguém demonstra lá, mostra que o partido dele está envolvido até o pescoço, ou melhor, até o nariz, superou tudo, com o PCC, não é ataque. A imprensa que está relatando”, disse Nunes após participar de um evento do Sindicato da Habitação (Secovi), de acordo com o Metrópoles.

A declaração de Nunes faz referência a uma série de reportagens que revelam conexões de Leonardo Avalanche, presidente do PRTB, além de articuladores do partido, com o PCC. Durante o lançamento da candidatura de Marçal, no início do mês, ele estava acompanhado de Maiquel de Assis, 45 anos, condenado por sequestro.

"Sobre o PCC, isso é coisa de polícia, é uma atividade da polícia. Eu tenho orientado minha equipe: eu quero focar na cidade, discutir as coisas da cidade. Agora, logicamente, a gente não pode ter um prefeito que tem esse envolvimento com o PCC, que aparentemente, pelos os indícios, são muito fortes, porque o que a gente está fazendo é combater o PCC, não querer trazer o PCC para dentro do governo", destacou Nunes.

•        Pablo Marçal passa vergonha ao tentar lacrar com jornalista: “Respeito!

O candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, passou vergonha durante uma sabatina realizada nesta segunda-feira (26) na CNN Brasil. Em determinado momento da conversa, a jornalista Muriel Porfiro, que conduzia a entrevista, pediu respeito ao candidato.

"Só pra gente deixar claro aqui, candidato, eu acho que a gente pode continuar a conversa, mas eu peço um pouquinho de respeito pra gente conseguir terminar as perguntas e o senhor, claro, responder à vontade. A gente não tem um tempo que estipula o seu tempo de resposta", afirma a jornalista Muriel Porfiro, que é interrompida por Pablo Marçal.

"O que foi falta de respeito da minha parte?", questiona o candidato do PRTB. "O senhor bateu palmas enquanto a Clarissa falava", responde a jornalista. Irritado, Pablo Marçal pede novamente para a âncora apontar a falta de respeito.

<><> Pablo Marçal é expulso de feira em São Paulo sob gritos de "bandido" e "vagabundo"

O coach bolsonarista e candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal, foi expulso de uma feira na capital paulista, enquanto era alvo de gritos como "bandido", "vagabundo" e "fora". Marçal, que tentava circular pela feira junto a seus apoiadores, foi confrontado por uma multidão que rejeitou sua presença.

O vídeo do incidente foi compartilhado pela vereadora Luana Alves na rede social X. O vídeo rapidamente viralizou, evidenciando a crescente rejeição ao bolsonarismo em determinados setores da sociedade. Revela ainda a dificuldade do candidato em se conectar com uma parte significativa da população paulistana.

 

•        Boulos se encontra com evangélicos e chama Marçal e Nunes de falsos profetas

O candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL), participou na manhã desta segunda-feira (26) de um encontro com líderes evangélicos na Barra Funda, Zona Oeste da capital. Durante o evento, Boulos reforçou seu compromisso com temas como alfabetização, combate à fome e moradia, além de receber uma carta de apoio de representantes do grupo, que se declararam “abertos às parcerias legalmente possíveis com o governo em prol da Justiça”.

Com uma plateia que incluía líderes de igrejas como Avivamento, Universal e Assembleia de Deus, o candidato aproveitou a oportunidade para criticar os “falsos profetas” e pediu apoio no combate às fake news. “Há dois anos, essas pessoas que inventam mentiras sobre mim diziam que o Lula iria fechar igrejas”, afirmou Boulos, relembrando os ataques que sofreu durante sua candidatura à presidência. Ele destacou que tais episódios quase o fizeram desistir da vida política, mas o incentivaram a continuar na disputa.

Após o encontro, em coletiva de imprensa, Boulos explicou que, ao mencionar os “falsos profetas”, se referia a seus adversários, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), e não poupou críticas a ambos. “Me referi aos dois bolsonaristas que são candidatos a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal e Ricardo Nunes. Ambos espalham mentiras, ambos tentam acusar nossa candidatura de coisas que não são reais. [...] Não vou permitir nem que um incompetente como Ricardo Nunes continue na cadeira de prefeito, nem um bandido e mentiroso como Pablo Marçal chegue perto da prefeitura.”

O evento reflete a crescente importância do eleitorado evangélico nas campanhas políticas. Em 2022, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia dedicado um documento especial a esse grupo, que, devido às suas pautas conservadoras, se alinhou mais à campanha do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Neste ano, o conservadorismo parece favorecer Marçal, que lidera as intenções de voto entre evangélicos com 30%, seguido por Nunes, com 22%, e Boulos, com 12%, segundo dados do Datafolha.

O pastor Uilian Corcino, da Assembleia de Deus, também discursou no encontro, destacando a necessidade de quebrar a associação exclusiva entre evangélicos e a extrema-direita. “É preciso mostrar que os evangélicos não se resumem ao bolsonarismo”, afirmou Corcino, ecoando o esforço de Boulos em aproximar-se desse segmento do eleitorado.

Durante seu discurso, Boulos fez questão de elogiar a atuação de evangélicos em movimentos sociais, especialmente na luta por moradia, e criticou aqueles que, de forma hipócrita, “falam dos valores da família” sem se preocuparem com causas que garantem dignidade, como moradia e alimentação.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum

 

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