Começa mais uma
edição do Comida di Buteco, em Salvador, com muitas histórias
Mesas,
cadeiras, um copo de cachaça, um boteco ou botequim, como originalmente são
conhecidos os pequenos estabelecimentos que ganham as ruas dos bairros e sempre
fazem a história de uma cidade. São pontos de encontro e cenário para todo tipo
de histórias.
“Boteco
é o diminutivo de botequim, que por sua vez se originou da palavra portuguesa
“botica”, uma espécie de armazém onde se vendia de tudo, de mantimentos a medicamentos.
Esse tipo de estabelecimento surgiu por volta da segunda metade do século XIX e
se popularizou no Rio de Janeiro. Nesses armazéns, passou-se a servir de
bebidas a petiscos de fácil produção e a preços acessíveis. Em pouco tempo,
tornaram-se populares e ponto de encontro para os boêmios e intelectuais da
época”, conta o chef Bruno Tupinambá, professor de gastronomia do Centro
Universitário Estácio da Bahia e embaixador da gastronomia brasileira.
Gargalhadas,
risos sutis, tristezas, pequenos ou grandes dramas, cenas que são fielmente
acompanhadas de uma bebidinha poderosa ou um tira-gosto espetacular. O boteco,
para muitos, faz as vezes de consultório psicológico (discorde quem nunca!), um
verdadeiro confessionário. Quando não é consultório, opera quase como um
quintal da própria casa. Por essas e outras, eles são inesquecíveis.
Que
o diga Siomara Souza, cozinheira e gerente do Reunião Bar e Pizzaria, localizado no Conjunto São Judas Tadeu, no
bairro de Pernambués. O local traduz fielmente o que se pensa sobre um boteco.
Para começar, é realmente a extensão da casa dela. Da janela do apartamento
onde mora, no mesmo conjunto habitacional, avista o Reunião. Bem no seu
‘quintal’, com vizinhos e familiares, e vez ou outra alguns forasteiros como
clientes, que desfrutam de um ambiente acolhedor.
“Ele
passa a ser a minha casa de quatro cômodos, sala, cozinha, banheiro e área
avarandada. A casa passa a ser o local onde você apenas descansa”, conta, rindo
muito. “O que separa - a casa do boteco - são apenas 15m, aproximadamente”,
diz.
Siomara
é uma das participantes, pelo segundo ano consecutivo, do Comida di Buteco,
evento que nasceu em Belo Horizonte - nacionalmente conhecida como a capital do
boteco - e se espalhou Brasil afora, buscando descobrir qual é a melhor comida
de boteco do país. Tarefa bem difícil,
cuja missão, segundo Max Rogers, coordenador regional do evento,
“transforma vidas através da cozinha raiz, revelando a cultura do brasileiro”,
afirma.
Para
ele, o boteco é realmente a extensão da
nossa casa, com sua simplicidade, o perfil espontâneo e familiar. “A gente
busca essas pessoas, que consequentemente participam do concurso e têm suas
vidas transformadas através dessa
oportunidade. Costumo dizer que a gente do Comida di Buteco é o garimpeiro de
histórias”, afirma.
E
histórias é o que não falta para esses ‘garimpeiros’! Dona de grande simpatia,
alegre e espontânea, além de guerreira, Siomara faz exatamente o perfil de
grandes histórias de boteco. E como não poderia deixar de ser, já passou por
algumas roubadas.
Certa
vez, um casal que passou a frequentar o boteco convidou a chef de cozinha para
conversar à mesa. Ocorre que depois de ter tomado muitas, o casal começou a
falar da experiência da traição, com direito a juras de amor e perdões. Horas
depois, começou a música ao vivo no estabelecimento. Inesperadamente, o músico
pergunta o nome do casal, àquela altura, muito achegado a Siomara.
-
E como é o nome do casal bonito da mesa?, pergunta o músico. Embalados pelo
fundo musical, o cantor solta essa:
-
Vou cantar esta para vocês agora! Vacilei, ela pegou meu celular/ E descobriu
que eu tinha uma amante/ Saiu de casa e disse que ia descontar/ Que era pra
preparar...
“Resumindo:
a música falava exatamente sobre a
experiência que o casal acabava de contar, sobre corno e traições. Eu não sabia
onde enfiar a cara”, revela Siomara, ótima contadora de histórias de bar, que
hoje até ri do episódio, mas é mais uma daquelas de boteco para colocar na
conta!
O
Comida di Buteco está em sua 16ª edição e este ano vem com o interessante tema:
‘Ervas e Especiarias’. “Esperamos movimentar as cozinhas dos botecos, atrair o
maior público possível - 35 mil botequeiros - e viver uma experiência única”,
diz Max.
A
cada ano, o Comida di Buteco vem
consolidando sua marca como agente transformador e realmente é um dos mais
importantes concursos gastronômicos do país. A competição será realizada entre
os dias 7 de abril e 7 de maio com a participação recorde de 46 bares, sendo 23
deles estreantes no evento.
E
para festejar, vamos saber de Siomara qual a comidinha que ela vai nos
presentear nesta edição, cujo nome muito apropriado e criativo é o Batalha
entre Gigantes!
• Batalha entre Gigantes
Ingredientes
para uma porção do petisco
25g
de camarão
25g
filé de lagosta
1/2
de dente de alho
10g
tomate
10g
cebola roxa
10g
azeitona picada
10g
palmito
Cheiro
verde a gosto
1/3
de pimenta-de-cheiro
1
banda de limão
50g
de creme de alho
Azeite
de oliva
Páprica
defumada, cominho, sal, alho triturado (a gosto)
Modo
de preparo
Depois
de refogar o alho, coloque os camarões e refogue rapidamente para não
emborrachar. Em seguida, é a vez da lagosta cortada em pequenos pedaços.
Refogue por cerca de mais um minuto. Apague o fogo e reserve. Em outro
recipiente, misture todos os temperos e legumes, previamente cortados em
pequenos cubos. Tempere a saladinha com
limão e sal a gosto.
Para
o creme
1
dente de alho
50g
de aipim
1
colher de sopa de queijo Catupiry
1
colher de sopa de creme de leite
1
colher de sopa de requeijão cremoso
1/2
colher de sopa de margarina
Bata
todos os ingredientes no liquidificador, exceto a margarina. Em seguida, leve a
margarina ao fogo e adicione o creme. Esquente rapidamente.
Para
montar o prato
Numa
casquinha ou recipiente de sua preferência, coloque o creme, em seguida o
camarão e a lagosta. Por cima, finalize com a saladinha. Sirva com torradas!
Bahia Vinho Show deve movimentar mais de
R$ 700 mil em negócios
Com
projeção de movimentar mais de R$ 700 mil em negócios, Salvador receberá a 8ª
edição do Bahia Vinho Show, evento considerado a maior feira de vinhos da
Bahia, entre os dias 04 e 06 de maio, no Hotel Vila Galé Salvador, em Ondina. O
consumidor de vinhos e profissionais do mercado já podem se preparar para
conhecer os mais de 400 rótulos que estarão em exposição, produzidos no Velho
Mundo e no Novo Mundo. “A nossa expectativa é de aumento do volume de negócios
da ordem de 20% nesta edição, em relação à do ano passado, realizada em
novembro”, afirma o idealizador do evento e diretor do Clube Gourmet Bahia,
Ivan Baldivieso. Os ingressos já estão à venda pelo Sympla.
O público terá acesso à degustação de diversos
rótulos e poderá comprar vinhos com preço de distribuidor. Haverá ainda mesas
de queijos e pães e música de qualidade para os participantes, que também
poderão aproveitar e adquirir rótulos com valores praticados pelos
distribuidores. Com mais de dez expositores já confirmados para esta edição,
cada acesso dá direito a um dia de evento e a uma taça de cristal para a
degustação dos rótulos disponibilizados pelos expositores.
O evento é uma realização do Clube Gourmet
Bahia, com apoio do Vila Galé Salvador.
A
classificação do evento é para maiores de 18 anos.
Fonte:
A Tarde/Tribuna da Bahia
Nenhum comentário:
Postar um comentário