segunda-feira, 3 de abril de 2023

Começa mais uma edição do Comida di Buteco, em Salvador, com muitas histórias

Mesas, cadeiras, um copo de cachaça, um boteco ou botequim, como originalmente são conhecidos os pequenos estabelecimentos que ganham as ruas dos bairros e sempre fazem a história de uma cidade. São pontos de encontro e cenário para todo tipo de histórias.

“Boteco é o diminutivo de botequim, que por sua vez se originou da palavra portuguesa “botica”, uma espécie de armazém onde se vendia de tudo, de mantimentos a medicamentos. Esse tipo de estabelecimento surgiu por volta da segunda metade do século XIX e se popularizou no Rio de Janeiro. Nesses armazéns, passou-se a servir de bebidas a petiscos de fácil produção e a preços acessíveis. Em pouco tempo, tornaram-se populares e ponto de encontro para os boêmios e intelectuais da época”, conta o chef Bruno Tupinambá, professor de gastronomia do Centro Universitário Estácio da Bahia e embaixador da gastronomia brasileira.

Gargalhadas, risos sutis, tristezas, pequenos ou grandes dramas, cenas que são fielmente acompanhadas de uma bebidinha poderosa ou um tira-gosto espetacular. O boteco, para muitos, faz as vezes de consultório psicológico (discorde quem nunca!), um verdadeiro confessionário. Quando não é consultório, opera quase como um quintal da própria casa. Por essas e outras, eles são inesquecíveis.

Que o diga Siomara Souza, cozinheira e gerente do Reunião Bar e Pizzaria,  localizado no Conjunto São Judas Tadeu, no bairro de Pernambués. O local traduz fielmente o que se pensa sobre um boteco. Para começar, é realmente a extensão da casa dela. Da janela do apartamento onde mora, no mesmo conjunto habitacional, avista o Reunião. Bem no seu ‘quintal’, com vizinhos e familiares, e vez ou outra alguns forasteiros como clientes, que desfrutam de um ambiente acolhedor.

“Ele passa a ser a minha casa de quatro cômodos, sala, cozinha, banheiro e área avarandada. A casa passa a ser o local onde você apenas descansa”, conta, rindo muito. “O que separa - a casa do boteco - são apenas 15m, aproximadamente”, diz.

Siomara é uma das participantes, pelo segundo ano consecutivo, do Comida di Buteco, evento que nasceu em Belo Horizonte - nacionalmente conhecida como a capital do boteco - e se espalhou Brasil afora, buscando descobrir qual é a melhor comida de boteco do país. Tarefa bem difícil,  cuja missão, segundo Max Rogers, coordenador regional do evento, “transforma vidas através da cozinha raiz, revelando a cultura do brasileiro”, afirma.

Para ele, o boteco é realmente a  extensão da nossa casa, com sua simplicidade, o perfil espontâneo e familiar. “A gente busca essas pessoas, que consequentemente participam do concurso e têm suas vidas  transformadas através dessa oportunidade. Costumo dizer que a gente do Comida di Buteco é o garimpeiro de histórias”, afirma. 

E histórias é o que não falta para esses ‘garimpeiros’! Dona de grande simpatia, alegre e espontânea, além de guerreira, Siomara faz exatamente o perfil de grandes histórias de boteco. E como não poderia deixar de ser, já passou por algumas roubadas.

Certa vez, um casal que passou a frequentar o boteco convidou a chef de cozinha para conversar à mesa. Ocorre que depois de ter tomado muitas, o casal começou a falar da experiência da traição, com direito a juras de amor e perdões. Horas depois, começou a música ao vivo no estabelecimento. Inesperadamente, o músico pergunta o nome do casal, àquela altura, muito achegado a Siomara.

- E como é o nome do casal bonito da mesa?, pergunta o músico. Embalados pelo fundo musical, o cantor solta essa: 

- Vou cantar esta para vocês agora! Vacilei, ela pegou meu celular/ E descobriu que eu tinha uma amante/ Saiu de casa e disse que ia descontar/ Que era pra preparar...

“Resumindo: a  música falava exatamente sobre a experiência que o casal acabava de contar, sobre corno e traições. Eu não sabia onde enfiar a cara”, revela Siomara, ótima contadora de histórias de bar, que hoje até ri do episódio, mas é mais uma daquelas de boteco para colocar na conta!

O Comida di Buteco está em sua 16ª edição e este ano vem com o interessante tema: ‘Ervas e Especiarias’. “Esperamos movimentar as cozinhas dos botecos, atrair o maior público possível - 35 mil botequeiros - e viver uma experiência única”, diz Max.

A cada ano,  o Comida di Buteco vem consolidando sua marca como agente transformador e realmente é um dos mais importantes concursos gastronômicos do país. A competição será realizada entre os dias 7 de abril e 7 de maio com a participação recorde de 46 bares, sendo 23 deles estreantes no evento.

E para festejar, vamos saber de Siomara qual a comidinha que ela vai nos presentear nesta edição, cujo nome muito apropriado e criativo é o Batalha entre Gigantes!

•        Batalha entre Gigantes

Ingredientes para uma porção do petisco

25g de camarão

25g filé de lagosta

1/2 de dente de alho

10g tomate

10g cebola roxa

10g azeitona picada

10g palmito

Cheiro verde a gosto

1/3 de pimenta-de-cheiro

1 banda de limão

50g de creme de alho

Azeite de oliva

Páprica defumada, cominho, sal, alho triturado (a gosto)

Modo de preparo

Depois de refogar o alho, coloque os camarões e refogue rapidamente para não emborrachar. Em seguida, é a vez da lagosta cortada em pequenos pedaços. Refogue por cerca de mais um minuto. Apague o fogo e reserve. Em outro recipiente, misture todos os temperos e legumes, previamente cortados em pequenos cubos. Tempere a  saladinha com limão e sal a gosto.

Para o creme

1 dente de alho

50g de aipim

1 colher de sopa de queijo Catupiry

1 colher de sopa de creme de leite

1 colher de sopa de requeijão cremoso

1/2 colher de sopa de margarina

Bata todos os ingredientes no liquidificador, exceto a margarina. Em seguida, leve a margarina ao fogo e adicione o creme. Esquente rapidamente.

Para montar o prato

Numa casquinha ou recipiente de sua preferência, coloque o creme, em seguida o camarão e a lagosta. Por cima, finalize com a saladinha. Sirva com torradas!

 

       Bahia Vinho Show deve movimentar mais de R$ 700 mil em negócios

 

Com projeção de movimentar mais de R$ 700 mil em negócios, Salvador receberá a 8ª edição do Bahia Vinho Show, evento considerado a maior feira de vinhos da Bahia, entre os dias 04 e 06 de maio, no Hotel Vila Galé Salvador, em Ondina. O consumidor de vinhos e profissionais do mercado já podem se preparar para conhecer os mais de 400 rótulos que estarão em exposição, produzidos no Velho Mundo e no Novo Mundo. “A nossa expectativa é de aumento do volume de negócios da ordem de 20% nesta edição, em relação à do ano passado, realizada em novembro”, afirma o idealizador do evento e diretor do Clube Gourmet Bahia, Ivan Baldivieso. Os ingressos já estão à venda pelo Sympla.

 O público terá acesso à degustação de diversos rótulos e poderá comprar vinhos com preço de distribuidor. Haverá ainda mesas de queijos e pães e música de qualidade para os participantes, que também poderão aproveitar e adquirir rótulos com valores praticados pelos distribuidores. Com mais de dez expositores já confirmados para esta edição, cada acesso dá direito a um dia de evento e a uma taça de cristal para a degustação dos rótulos disponibilizados pelos expositores.

 O evento é uma realização do Clube Gourmet Bahia, com apoio do Vila Galé Salvador.

A classificação do evento é para maiores de 18 anos.

 

Fonte: A Tarde/Tribuna da Bahia

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário