segunda-feira, 3 de abril de 2023

Aprendiz de Trump, Bolsonaro fez da mentira sua maior arma política

As fake news foram amplamente utilizadas na campanha eleitoral de Jair Bolsonaro em 2018 e 2022 para disseminar desinformação e influenciar a opinião pública a seu favor. Aprendiz de Donald Trump, Bolsonaro e seus apoiadores utilizaram as redes sociais e outros meios de comunicação para disseminar informações falsas e distorcidas sobre seus oponentes e sobre questões políticas importantes.

Algumas das principais formas como as fake news foram usadas por Bolsonaro em sua ascensão política incluem:

·         Disseminação de teorias conspiratórias: 

Bolsonaro e seus apoiadores usaram as redes sociais para espalhar teorias conspiratórias sobre seus oponentes, incluindo acusações de fraude eleitoral e de que seus adversários políticos estavam planejando transformar o Brasil em uma ditadura comunista.

·         Distorção dos fatos: 

Bolsonaro e seus aliados frequentemente distorceram os fatos ou usaram declarações vagas e imprecisas para enganar o público e avançar sua agenda.

·         Desacreditar a imprensa tradicional: 

Bolsonaro usou o termo "fake news" para desacreditar a imprensa tradicional e desviar a atenção das notícias negativas sobre seu governo.

·         Uso de bots e trolls: 

A campanha de Bolsonaro usou bots e trolls para ampliar o alcance de suas mensagens e desacreditar seus oponentes nas redes sociais.

·         Difamação de adversários políticos: 

Bolsonaro e seus apoiadores frequentemente usaram difamação e ataques pessoais contra seus adversários políticos, buscando minar sua credibilidade e desacreditar suas posições.

Essa estratégia levantou questões sobre a integridade das eleições e o papel da mídia na política moderna no Brasil não apenas em 2018, como também em 2022.

·         Deputados bolsonaristas veem ex-presidente “sem vigor” no retorno

Alguns deputados bolsonaristas consideram que Jair Bolsonaro ainda não se mostrou como uma liderança da oposição a Lula. Os parlamentares aliados ao ex-presidente esperavam “mais vigor” depois dos “meses de férias”, segundo um deles disse à coluna.

Desde que chegou ao Brasil, na última quinta-feira (29/3), Bolsonaro só encontrou sua base política uma vez, durante um evento do PL naquele mesmo dia. O ex-presidente não discursou e só conversou sobre amenidades com seus aliados.

O início do governo Lula completa quatro meses hoje (1º/4) e deputados de oposição esperavam que o Messias chegasse com a salvação e o direcionamento, o que não ocorreu. Com apreensão, alguns se perguntam quando o espírito de liderança virá.

 

Ø  Corrupção graúda e impunidade. Por Adilson Roberto Gonçalves

 

No tempo das agendas em papel, funcionários públicos que éramos, alertavam-nos que não poderíamos receber tal mimo de fornecedores como presente de Natal pela possibilidade de ser configurado suborno. Agora, conjuntos de joias foram “doados” ao ex-mandatário do país e, talvez, a sua esposa, por um governo fortemente interessado em nosso petróleo, que somente não foram de forma impune devido ao servidor cumpridor de suas obrigações. Mais um escândalo envolvendo a família do ex-presidente, resgatando a expressão dos anos 1970-1980: tudo joia! A questão não é elencar mais um ato criminoso dessa corja, mas, sim, tentar encontrar algum crime que não tenha sido praticado pelo ex-capitão fugidio e a sua “familícia”. Parece que puseram em prática todos os artigos do Código Penal.

 Há desde a corrupção miúda até as joias milionárias, uma radiografia perfeita do modus operandi da corrupção que assolou o governo federal nos últimos quatro anos. Por não saber a extensão das rachadinhas, faço a ressalva de que elas seriam miúdas, pois pode ter saído daí numerário suficiente para aquisições imobiliárias em dinheiro vivo, fartamente documentadas e denunciadas. De qualquer forma, fica o exemplo da importância da independência das carreiras públicas, pois foi por meio delas que saíram as denúncias das joias milionárias, em paralelo com aquelas ocorridas quanto a desvios de recursos para vacinas e outros insumos, em condução assassina na gestão da pandemia. O meme do mimo está causando mais estrago ao ex-capitão e seu entorno do que esses outros crimes, junto com o extermínio genocida dos yanomamis. Que assim seja! No entanto, tal comportamento não se restringe a esse grupo, uma vez que é seguido pelos adeptos do ex-presidente no trato da coisa pública ou mesmo pelos que conduzem instituições culturais de caráter privado, mas com forte aporte de incentivos estatais.

 Lembremos, portanto, que os crimes não podem ficar impunes, tais como deve haver punição a todos os envolvidos no crime de atentado aos Poderes constituídos e tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro. Os que ficaram à frente dos quartéis na minha cidade, por exemplo, são tão culpados quanto os que estiveram em Brasília, pois fomentaram os crimes da mesma forma. E continuam a propagar o discurso de ódio nas redes sociais a que ainda têm acesso, ocupando lugares de destaque na vida cultural, política e social local.

 

Ø  Bolsonaro retornou em momento altamente confuso

 

O retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil dá munição aos adversários do presidente Lula a poucos dias de o governo completar 100 dias, ainda à procura de um rumo na política e na economia. Não fosse a apresentação da nova âncora fiscal, que coincidiu com a chegada de Bolsonaro, Lula teria pouca coisa para mostrar até agora, além da bateção de cabeça entre ministros, do fogo amigo no PT, da reprise de programas sociais e da inauguração do letreiro do Ministério da Cultura.

No Palácio do Planalto, auxiliares do presidente afirmam que ele não deixará brecha para o protagonismo de Bolsonaro, ao contrário da mancada que acaba de fortalecer outro adversário, o senador Sérgio Moro. A estratégia é conquistar pedaços de partidos do Centrão que foram aliados de Bolsonaro – como o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL) – e continuam dispostos a continuar surfando na onda governista, mesmo porque já estiveram com o PT em um passado não muito distante.

Nos últimos dias, Lula marcou um gol contra ao dizer que Moro, ex-ministro de Bolsonaro e ex-juiz da Lava Jato, teria participado de uma “armação”. O comentário foi feito logo depois de ministros como o da Justiça, Flávio Dino, elogiarem a isenção da Polícia Federal, que descobriu um plano da facção criminosa PCC para sequestrar e matar Moro, além de outras autoridades.

A intenção do governo, agora, é isolar o ex-presidente, Moro e os radicais que apoiaram o vandalismo na Praça dos Três Poderes, mas, ao mesmo tempo, falar com a ala do bolsonarismo da qual Lula precisa se aproximar, como a do agronegócio e a dos evangélicos.

Mas isso foi combinado com os russos? Ao que tudo indica, não. Tanto que, nas redes sociais, petistas de alto escalão se apressaram em jogar os holofotes sobre Bolsonaro e manter acesa a chama da polarização.

Apesar de desconstruído, o ex-presidente, que perdeu capital político após a tentativa de golpe de 8 de janeiro e do escândalo das joias recebidas da Arábia Saudita, ainda atormenta Lula e o PT nessa volta dos Estados Unidos.

A Polícia Federal marcou para quarta-feira, 5, o depoimento de Bolsonaro no inquérito que investiga a entrada ilegal de joias cravejadas de diamantes no Brasil.

Trata-se de uma história muito mal contada, que levanta suspeitas de peculato. Afinal, por que o regime saudita teria tanto interesse em dar presentes de R$ 18,5 milhões a Bolsonaro?

Mesmo assim, longe de estar morto politicamente, o capitão reformado do Exército – que sempre se apresentou como um homem simples, admirador de tubaína – ainda pode chacoalhar a oposição, se o governo Lula permanecer refém do Centrão e não se aprumar. E, nesse caso, de nada vai adiantar a ironia de dirigentes do PT ao perguntar: “Tudo joia?”

 

Ø  Volta de Bolsonaro fortalece Braga Netto como articulador dentro do PL

 

Candidato a vice-presidente na chapa derrotada de Jair Bolsonaro, o general Braga Netto tem circulado gabinetes de parlamentares no Congresso Nacional e também o país já articulando candidaturas e coletando dados e informações para estratégias de campanhas, tanto para 2024 como para 2026.

Com o retorno de Bolsonaro, esse trabalho do general irá se intensificar e o militar atualiza o ex-presidente sobre o cenário para as eleições às prefeituras no ano que vem. Bolsonaro já disse que irá atuar para eleger o maior número possível de prefeitos de seu partido, o PL.

Braga Netto, no PL, é o Secretário Nacional de Relações Institucionais. Ele tem participado de encontros políticos fora de Brasília, como o que ocorreu em São Paulo, no último dia 24.

No convite que enviou aos políticos do estado o evento é batizado de “Encontro preparatório para eleições de 2024”. O corpo do texto informa que os debates envolvem lançamento de candidaturas próprias, organização de chapas, ações a serem adotadas e mapeamento para buscar “novos talentos para o pleito”.

O planejamento do PL para as eleições para uma o que chamam de comunicação efetiva, com aproveitamento de várias mídias e também de influenciadores bolsonaristas.

No partido, está sendo criado o Observatório Político do PL, sob comando de Braga Netto, que vai unificar essas informações dos cenários políticos-eleitorais do país e discutir programa. Outro propósito é difundir os pontos que consideram positivos do governo de Jair Bolsonaro.

 

Ø  Direita aposta em novo nome para 2026 e avalia Michelle Bolsonaro como candidata a vice

 

Mesmo com o retorno de Jair Bolsonaro ao Brasil, partidos de direita começaram a defender um nome novo para a disputa presidencial de 2026, no qual a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro entraria como opção ao posto de candidata a vice-presidente.

Com possibilidade de se tornar inelegível, devido a processos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro assumiria o papel de puxador de votos para algum nome da direita.

As eleições municipais no ano que vem serão usadas de teste para o capital político do ex-mandatário do Palácio do Planalto, após derrota para Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar da defesa de que a ex-primeira-dama pudesse encabeçar uma chapa presidencial, a avaliação de setores do PL e do PP é de que ela não conseguiria se viabilizar e que há outros nomes mais preparados na fila daqueles com pretensões ao Palácio do Planalto.

Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), são os principais cotados para a disputa de 2026.

Uma eventual chapa Tarcísio-Michelle ou Zema-Michelle é vista, por seus defensores, como “imbatível” com chances de conquistar o centro político e atrair o eleitor evangélico.

O ex-ministro da Casa Civil do governo Bolsonaro, Ciro Nogueira, esteve reunido nesta semana, em agendas separadas, com Zema e Tarcísio em torno de um projeto de reunificação da direita.

Zema tem conversado com o PL e o PP, partidos que desejam filiá-lo diante do enfraquecimento do Novo, que fez uma bancada parlamentar de apenas três deputados federais, o que restringiu acesso a fundo eleitoral e tempo de televisão.

·         Futuro

Com o retorno de Bolsonaro ao Brasil, na quinta-feira (31), o PL prepara uma agenda de viagens do ex-mandatário do Palácio do Planalto a partir do mês de maio.

A ideia é que o esforço ajude Bolsonaro a recuperar seu capital político, que sofreu desgaste com o período no exterior, e atue como cabo eleitoral para a legenda na disputa municipal de 2024.

Além disso, dirigentes do partido defendem que Bolsonaro faça um discurso, no dia 11 de abril, com críticas aos cem primeiros dias da gestão de Lula.

 

Ø  Michelle Bolsonaro comete gafe e diz amar 'cidade' Pernambuco

 

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro cometeu uma gafe em um vídeo gravado no qual chama de "cidade" o estado de Pernambuco. O vídeo foi feito durante um evento de recepção ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em seu retorno ao Brasil.

Bolsonaro voltou ao Brasil após passar três meses nos Estados Unidos na última quinta-feira, 30. No retorno, o ex-presidente foi saudado por centenas de apoiadores no aeroporto e na sede do PL, onde discursou elogiando a oposição no Congresso e se defendeu de investigações que estão em curso contra ele.

O vídeo foi gravado e publicado pelo deputado estadual Coronel Alberto Feitosa (PL-PE) em seu Instagram. 

"Beijo Pernambuco. Eu amo essa cidade", disse Michelle.

 

Ø  A descomemoração do golpe de 1964 não anula a necessidade de condená-lo para sempre. Por José Reinaldo Carvalho

 

É um fato auspicioso que o aniversário do golpe militar de 1964 não seja mais comemorado nos quartéis nem tema de laudatórias ordens do dia assinadas pelo Alto Comando. O golpe militar instaurou o pior regime político de toda a história brasileira, um regime fascista, dirigido por  generais facínoras, que não se detiveram na perpetração de crimes de lesa-humanidade e lesa-pátria, como instrumento subalterno e abjeto do imperialismo estadunidense no quadro da guerra fria . Quando julgou necessário, o regime recorreu a métodos fascistas de governo, entre estes uma feroz e degradante repressão policial-militar, cujo consagrado método foi a tortura e o assassínio de opositores.

O golpe militar de 1964 correspondeu à reação das classes dominantes reacionárias brasileiras à maré montante do movimento democrático, popular e trabalhista por reformas de fundo na carcomida estrutura social do país. Objetivamente, a sociedade brasileira não tinha outro caminho para avançar no sentido do desenvolvimento nacional e do progresso social que não fosse a ruptura com tais estruturas. 

Foi também a reação do imperialismo estadunidense à ascensão do movimento por independência nacional que se somava a outros processos de luta na região latino-americana e caribenha. Os Estados Unidos temiam que os países da região se transformassem em forças de peso na luta anti-imperialista e a superpotência do Norte visse ameaçado o seu domínio, o que tornaria mais difícil o enfrentamento à União Soviética. Por isso, os Estados Unidos intervieram diretamente no desenvolvimento da situação política brasileira e tornaram-se o fator decisivo do golpe, em conluio com as classes dominantes, políticos civis ambiciosos pelo poder e as Forças Armadas. É preciso ressaltar que a “ameaça comunista” do movimento popular brasileiro pelas reformas de base de João Goulart não passava de uma visão fantasiosa e conspirativa dos generais reacionários para ter um pretexto que justificasse sua ação antidemocrática. 

A descomemoração neste ano do golpe militar de 1964 - depois de quatro anos de exaltação promovida pelo governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro - é uma vitória democrática do povo brasileiro, fruto da eleição do presidente Lula. No âmbito dessa vitória, processa-se lentamente na cúpula das Forças Armadas uma mudança de atitude, transitando no sentido de uma ação legalista. O tempo dirá se esse legalismo permanecerá ou se se trata apenas de uma manobra para escapar à condenação de oficiais comprometidos com os crimes de Bolsonaro e sua gestão destruidora do país. 

Infelizmente, o Comando que promove o legalismo, não dá nenhum aceno no sentido de alteração do caráter antidemocrático das Forças e de desistência das estratégias e táticas políticas de intervencionismo na vida nacional. Muito menos no sentido de fazer na prática uma retificação profunda de todos os métodos empregados na repressão aos patriotas e democratas. Seria necessário proceder a uma condenação séria do golpe militar para as Forças se reconciliarem com a Nação. 

Por isso, é necessário que a cada 31 de março e 1º de abril, as forças democráticas, patrióticas e progressistas do país reavivem a memória dos brasileiros sobre o que foi o regime militar. De todos os regimes e formas de governo a que as classes dominantes recorreram no período republicano para assegurar o poder político, a ditadura dos generais foi o mais danoso à democracia, aos direitos humanos, aos direitos sociais e à soberania nacional. Sua essência foi o  caráter antipopular e antinacional. Foi um regime que causou irreversíveis danos ao país, abrindo feridas ainda hoje não cicatrizadas.

Com a aproximação do 60º aniversário do golpe militar, o povo brasileiro tem o direito de denunciar o regime que daí resultou e de condenar suas ações atrabiliárias e crimes. Não por revanchismo, mas para que não se repitam jamais.

 

Fonte: Brasil 247/Metrópoles/Agencia Estado

 

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