quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Presidente do IBGE aposta em pleno emprego no Brasil até 2026

O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, fez uma projeção otimista sobre o mercado de trabalho no Brasil em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), na noite de segunda-feira,1º.

Pochmann afirmou que, se a atividade econômica continuar mantendo seu dinamismo atual, o país poderá se aproximar do pleno emprego até 2026.

De acordo com o presidente do IBGE, a recuperação da economia brasileira após os desafios causados pela Covid-19 tem sido significativa, com um crescimento médio de 3,6% ao ano. Isso resultou em um aumento de 19,6% na ocupação entre 2021 e 2023, levando a uma redução de 35,4% no número total de desempregados. Caso esse dinamismo econômico seja mantido, o Brasil poderá alcançar um nível quase pleno de ocupação da força de trabalho até 2026.

No entanto, Pochmann destacou a importância de assegurar a qualidade dos empregos gerados no país, ressaltando que essa é uma preocupação fundamental.

O presidente do IBGE também observou que a taxa de desemprego no país caiu para 7,5% no trimestre encerrado em novembro, o menor resultado desde fevereiro de 2015, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).

No mesmo período, o Brasil registrou a criação de 853 mil vagas de emprego, elevando o número total de pessoas trabalhando para um recorde de 100,5 milhões.

O contingente de desempregados também diminuiu em 209 mil pessoas, totalizando 8,202 milhões de brasileiros em busca de trabalho, o menor nível desde abril de 2015.

A geração de empregos com carteira assinada no setor privado também apresentou um aumento significativo, com a criação de 515 mil vagas em apenas um trimestre, totalizando 37,727 milhões de pessoas trabalhando nessas condições, o segundo maior contingente desde o início da série histórica da pesquisa em 2012, ficando atrás apenas do desempenho de junho de 2014.

O número de trabalhadores informais também cresceu, alcançando um novo recorde de 39,4 milhões no trimestre até novembro. Pochmann destacou que nos últimos três anos, o emprego assalariado com carteira assinada no setor privado teve um aumento de 16,4%, enquanto a ocupação informal subiu acumuladamente 20,3% no mesmo período.

No entanto, o rendimento médio dos trabalhadores teve uma queda de 5,2% entre 2021 e 2023, sendo que em 2023, o rendimento médio mensal dos ocupados correspondeu a 33,4% do PIB mensal por ocupado, em comparação com 42,5% em 2020.

Apesar da trajetória de queda na taxa de desemprego, ainda existem 8,5 milhões de brasileiros em busca de uma colocação no mercado de trabalho.

O aumento na ocupação até julho foi impulsionado principalmente pelos setores de administração pública, defesa, seguridade social, educação e saúde humana, que geraram 593 mil novos empregos.

As áreas de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas também contribuíram com 296 mil novos empregos gerados. Quem procura uma vaga de emprego pode pesquisar as oportunidades disponíveis nas plataformas online.

•        Alckmin destaca cenário positivo da economia durante o ano de 2023

O vice-presidente e Ministro da Indústria e Comércio (MIDC), Geraldo Alckmin, ofereceu hoje uma avaliação positiva do desempenho econômico do Brasil em 2023. Em um encontro com a imprensa, Alckmin descreveu o ano como “bom e de muito trabalho”, destacando várias conquistas significativas no setor econômico.

Alckmin enfatizou a melhoria em três áreas principais: o câmbio, os juros e o risco Brasil. Segundo ele, houve uma queda notável no câmbio, além de uma redução nos juros e uma diminuição substancial no risco Brasil, de 254 para 137, um fenômeno que ele descreveu como “despencou”.

O vice-presidente também ressaltou avanços importantes no mercado de trabalho e na bolsa de valores. Ele observou que o desemprego diminuiu significativamente enquanto a bolsa experimentou uma ascensão.

Além disso, Alckmin apontou o sucesso do Brasil em bater recordes de exportação, mesmo em um contexto global desacelerado e com a queda nos preços das commodities.

Alckmin elogiou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por sua dedicação ao desenvolvimento inclusivo, exemplificado pela ampliação do programa Bolsa Família, ajustes no salário mínimo para garantir ganho real e manutenção da inflação dentro da meta estabelecida.

Essas medidas, segundo Alckmin, são indicativos do compromisso do governo com a melhoria contínua da economia e do bem-estar social.

 

       Projeções otimistas para a Selic em 2024 apontam para estabilização econômica

 

O panorama econômico de 2024 inicia com uma visão promissora para as taxas de juros no Brasil. De acordo com projeções recentes, espera-se que a taxa Selic alcance 9% ao final do ano, sinalizando um avanço significativo na estabilidade monetária do país.

Esta perspectiva otimista é resultado da abordagem cautelosa e conservadora do Banco Central (BC) no término de 2023, conforme reportado pelo jornal Valor Econômico.

Uma pesquisa detalhada conduzida pelo jornal, entre os dias 21 e 22 de dezembro, revelou uma redução na mediana das 120 projeções para a Selic em dezembro de 2024, passando de 9,25% para 9%.

Esta revisão surgiu após a divulgação do Relatório de Inflação (RI) do Banco Central. Além disso, a média das 112 estimativas para a taxa Selic em dezembro de 2025 foi projetada em 8,5%, demonstrando uma tendência de queda contínua nas taxas de juros.

No mercado de juros, a precificação atual gira em torno dos mesmos 9% para o final de 2024. Influenciando essas expectativas estão fatores como o processo de desinflação, a desaceleração da atividade econômica e a antecipação de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) a partir de março.

Contudo, André Carvalho, chefe de pesquisa do Bradesco BBI, apresenta uma visão ligeiramente diferente, prevendo que a Selic encerrará o ano em 8,75%.

Carvalho reconhece a possibilidade de um debate acerca de uma aceleração nos cortes de juros nos próximos meses, mas enfatiza a necessidade de cautela diante de incertezas como o pagamento dos precatórios e o aumento de tributos, que podem impactar a economia brasileira.

Ele também ressalta o ajuste fiscal bem-sucedido do país e projeta o IPCA em 4% para 2024, reforçando um cenário positivo para as taxas de juros à medida que as contas públicas se fortalecem.

 

       Luís Nassif: A política industrial marca o primeiro gol de 2024

 

2024 iniciou-se sob fortes auspícios, graças às medidas anunciadas por Geraldo Alckmin.

Luiz Carlos Mendonça de Barros é um grande operador de mercado. Ganhou muito dinheiro com a maxidesvalorização de 1982, confiando no seu feeling. E muito mais dinheiro no governo FHC, durante o qual ele foi insider de si mesmo: ajudava a definir a política monetária e cambial e operava em cima.

Alguns anos atrás decidiu investir no milagre chinês e tentou se cacifar como representante de uma marca de veículos. Não sei se conseguiu ou não.

Mas ontem, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) anunciou três medidas:

1. Tributar a importação de veículos elétricos.

2. Dar subsídios à produção interna de veículos elétricos.

3. Permitir depreciação acelerada para novos investimentos em bens de capital.

Mendonça de Barros ficou indignado e usou o bordão de que o governo estava apelando a políticas velhas, que tinham afundado o país. As mesmas políticas velhas, aliás, responsáveis pelo crescimento exponencial do Brasil até os anos 90 e pelo milagre chinês.

Vamos entender a lógica do raciocínio dele, e os efeitos dessas medidas para ele e para o Brasil.

Com o imposto de importação, o veículo importado ficará mais caro. Ou sairá da margem do importador, ou acaba a importação. Mendonça de Barros perde. E o Brasil?

Se há um imposto penalizando as importações e outro estimulando a produção interna, o que fará o fabricante chinês, ou alemão, ou americano? Passará a produzir no Brasil.

Nesse caso, irá gerar fornecedores brasileiros, empregos brasileiros, pagará impostos sobre os produtos, sobre os salários, ajudará a impulsionar o PIB.

É a mesma lógica da depreciação acelerada. A depreciação consiste em um percentual do investimento que pode ser abatido a cada ano do Imposto de Renda, dependendo do prazo de vida útil do equipamento. Com a depreciação acelerada, a dedução fica mais rápida e maior.

Os idiotas da objetividade dirão que, com a depreciação acelerada, o governo estará abrindo mão de arrecadação. Estaria, se fosse uma dedução para empresas já instaladas. Se a ideia é estimular novos investimentos, haverá aumento de arrecadação óbvio, quando a empresa estiver produzindo.

Falta, agora, escapar da armadilha das metas inflacionárias. Não há lógica nessa ideia de controlar a liquidez da economia através de títulos da dívida pública. Ou seja, se há qualquer sinal de aumento da inflação, mesmo que não seja de demanda, aumentam-se os juros – e o dinheiro que poderia ir para investimentos vai para o bolso do rentista. Aí, entram dólares no país para aproveitar a bonança, apreciando o câmbio. Nesse movimento, as exportações brasileiros ficam mais caras, as importações mais baratas, prejudicando a balança comercial.

Mais que isso, as variações no câmbio espantam o investimento externo produtivo. O capital produtivo, quando entra no país, tem que analisar a taxa de retorno – em reais e em dólares, já que os lucros são remetidos para fora. Com o câmbio sendo uma variável da política monetária, há um desestímulo à entrada de capital produtivo.

Nessa dança, só quem ganha é o capital financeiro do Mendonça de Barros ou os importadores.

O primeiro dogma foi derrubado. Faltam vários ainda.

 

Fonte: O Cafezinho

 

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