terça-feira, 30 de janeiro de 2024

É verdade que alguns santos católicos foram adaptações do antigos deuses pagãos?

Sim. E, logicamente, existem fatores comerciais, sociológicos, políticos e, sem dúvidas, endossados pelo poder dos imperadores, essencialmente, o imperador da vez. Não menos importante, pela tradição cultural coadunada pelo interesse explícito na expansão do império romano de outrora.

Feito essa pequena introdução sem graça, vamos começar por Nero.

Nero (37 - 68 d.EC) - como imperador romano, começou a ganhar terreno em Roma com um culto até então restrito aos escravos e libertos de ascendência Síria. O culto era para a deusa Síria Artagatis. Nero foi devoto dessa famosa deusa. Após a dinastia Júlio-Cláudia, os cultos orientais estavam em forte crescimento pelo império com tolerância oficial. Pois os Flávios, imperadores provinciais que não pertenciam ao tradicionalismo que, era composta pela aristocracia senatorial, sentiram-se à vontade para externar sua devoção aos deuses orientais, já que não eram obrigados a adorarem divindades do panteão romano.

Vespasiano (9 - 79 d.EC) - proclamado imperador pelo exército do Oriente, recebeu do deus helenístico-egípcio Serápis - uma forma de consagração mística antes de ser confirmado no cargo pelo Senado.

Dominiciano (51 - 96 d.EC) - foi coroado pela deusa Ísis em Roma.

Adriano (76 - 138 d.EC) - favorecia abertamente os cultos orientais e foi um ardente devoto de Ísis e Serápis.

Trajano (98- 117 d.EC) - foi exceção. Ele era um tradicionalista romano que cultuava os deuses da religião greco-romana.

Antonino Pio (86 - 161 d.EC) - foi sensível adorador do culto a Baal de Heliópolis e a deusa Cibele.

Marco Aurélio (121 - 180 d.EC) - de tendência bastante supersticiosa, recorria a qualquer divindade romana ou oriental que pudesse

ajudá-lo.

Cômodo ( 161 - 192 d.EC) - adorava Ísis, Cibele e Mitra.

Séptimio Severo (145 - 211 d.EC) - levou uma adoração efusiva dos deuses orientais ao império e, seus sucessos mantiveram essa premissa, dentre os quais, Heliogábalo se torna um sacerdote do deus Baal de Emesa.

Então, respondendo novamente a pergunta; sim. E, conforme pudemos observar nas características acima, as liturgias e os cultos aos variados deuses eram práticas ecumênicas (dependendo do imperador e da época, obviamente) e, além desse sincretismo, podemos observar também que, a relação dos imperadores (em períodos distintos) com os seus deuses preferidos seguiam uma determinação temporal e sociológica, numa espécie de "populismo".

Assim sendo, os santos são exemplificações sincréticas aprendidas de outras culturas, sobretudo e, quando necessário, adequados aos moldes romanos e, por vezes, tanto os deuses como os santos passaram por processos "quiméricos".

Desse modo, cada momento temporal do império romano solicitou uma aceitação de um deus ou deuses/deusas daquela época, isto é, o universo comercial, político, cultural, antropológico e sociológico definiria qual deus estava em voga e, dessa forma, ajudaria o imperador nas diversas questões administrativas com a população e, especialmente na saúde expansionista de Roma.

Por conseguinte, o que temos atualmente do lado ocidental é uma herança romana do sincretismo "necessário" para a sobrevivência do império ,e, para a manutenção de sua política. Portanto, para não parecer distraído, convém observar que, essa foi uma das bases que fundamentou e desenvolveu o catolicismo romano.

Obs. É um assunto rico, extenso e cheio de nuances. Então acima foi apenas um pequeno resumo.

 

       Os anjos caídos estão entre nós disfarçados de humanos comuns ou foram todos habitar o inferno?

 

Quais anjos?

Ao que parece, tais figuras não passam de personagens mitológicos, inseridos na mesma categoria de todos os outros Seres Fantásticos.

Qual Inferno?

Está se referindo ao atributo dado a este lugar que, teria sido latinizado e foi baseado na palavra Sheoul?

Os significados corretos e originais dessa palavra:

Túmulo, Sepulcro, Tumba, Cova, Local de Descanso Eterno.

Portanto, a palavra Inferno, não passa de pura invencionice Romana, no que diz respeito aos gritos, sofrimentos, rangeres de dentes, fogo e demais alegorias para despertar o medo.

Um velho e bom truque, amplamente utilizado pela crendice Cristã.

 

       Quem foi o santo mais perverso da história?

 

Bem, eu nunca chamaria uma santa de má, mas julgando por suas ações, eu nomearia: Santa Olga de Kyiv.

Depois que seu marido Igor foi morto pelos Drevlians, ela se vingou de forma sangrenta. Ela foi elogiada para se casar com o assassino de seu marido e agiu como se fosse fazê-lo feliz. No entanto, quando a delegação diplomática chegou, seus homens enterraram os embaixadores vivos. Então, ele pediu aos drevlianos que enviassem seus homens mais influentes de suas terras, e eles, sem saber o destino dos diplomatas, se dirigiram para lá. Ela pediu que eles tomassem banho antes de conhecê-la e aproveitou para queimá-los vivos.

Mais tarde, no túmulo de seu marido, ela matou 5.000 Drevlians que ela havia intoxicado anteriormente. Então, ele atacou seus outros inimigos e sitiou a cidade de Iskorosten. Porém, vendo que o cerco não avançava, pediu aos sitiados que se rendessem, ao que eles responderam que sim, mas que temiam sua vingança. Olga assegurou-lhes que havia cumprido sua vingança e que tudo o que queria eram três pombos e três pardais de cada uma das casas. Os drevlianos fizeram o que lhes foi dito, mas Olga não saciou sua sede de vingança e colocou um pedaço de pano embebido em enxofre em cada um dos pássaros. Ele pediu a seus homens que ateassem fogo ao pano e soltou os pássaros no ar, que voaram de volta para seus ninhos. A cidade foi reduzida a cinzas.

Os santos são tão pecadores quanto o resto de nós. A moralidade moderna não pode ser aplicada a pessoas medievais. Claro que as ações de Olga foram muito más, mas no final ela se converteu ao cristianismo, se arrependeu de seus pecados e se tornou a primeira santa russa.

 

       História de lilith? Qual á verdadeira história de lilith

 

Lilith é originária da mitologia mesopotâmica, sendo a primeira menção a sua existência escritos sumérios datados de por volta de 3000 a.c. Originalmente, Lilith não era o nome de um ser específico, Lilith (que significa "espírito" ou "noite" em acádio) era o nome de uma categoria de seres sobrenaturais tais como "anjo", "demônio", "fada" e "ninfa". No caso, as "lilitus" (elas tinham equivalentes masculinos chamados de "lilus") eram espíritos malignos associados com os ventos, tempestades e tormentas.

O mito das lilitus se espalhou pela Mesopotâmia e posteriormente foi absorvido por outras culturas (como os judeus) devido à influência que as civilizações mesopotâmicas tiveram na antiguidade. Porém, com o tempo, a palavra Lilith passou a ser entendida como um único ser e não mais como uma classe de seres. Nas outras terras, Lilith começou a ser associada com outras coisas além dos ventos como a noite, a Lua, a fertilidade, o mar, as doenças e até a morte.

Entre os judeus (que foram dominados por mesopotâmicos), Lilith era considerada um demônio, que até era algo normal, era de se esperar que eles vissem as divindades das nações estrangeiras - especialmente as inimigas como os seus conquistadores - como seres malignos (assim como aconteceu com Baal e Astarte por exemplo), ainda mais se tratando de uma nação monoteísta. É interessante notar que parece que entre os judeus antigos o nome Lilith também pode ter sido usado para se referir a certos animais noturnos (não está bem claro quais), que por vezes eram equiparados a espíritos.

Para exemplificar, a única vez em que o nome Lilith é mencionado na Bíblia é no livro do profeta Isaías, capítulo 34, versículo 14. Mas lembrando que depende muito de qual é a tradução da sua Bíblia porque é uma passagem de difícil interpretação para nós que vivemos na idade contemporânea e não na antiguidade e portanto cada tradutor entendeu o versículo de um jeito diferente. Por exemplo, na Bíblia Para Todos - Edição Católica, o versículo de Isaías 34:14 aparece escrito assim:

"Os gatos selvagens encontrarão-se lá com as hienas e os bodes fazem de Edom o lugar de encontro. O FANTASMA LILIT vai instalar-se lá e encontrar o lugar do seu repouso."

Já na Ave Maria (a tradução mais usada pelos católicos brasileiros), o mesmo versículo aparece desse jeito:

"Nela se encontrarão cães e gatos selvagens, e os sátiros chamarão uns pelos outros; O ESPECTRO NOTURNO frequentará esses lugares e neles encontrará o seu repouso."

Na João Ferreira de Almeida - Edição Revista e Corrigida (a João Ferreira de Almeida é a tradução mais usada pelos evangélicos brasileiros e também é a mais antiga versão em português da Bíblia), que é a tradução da minha Bíblia por exemplo, aparece escrito assim:

E os cães bravos se encontrarão com os gatos bravos; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e OS ANIMAIS NOTURNOS ali pousarão e acharão lugar de repouso para si."

A título de curiosidade, na Vulgata (a tradução em latim), o nome de Lilith não aparece, ao invés disso aparece o nome de Lâmia, que é um ser da mitologia grega parecido com Lilith: "Et occurrent dæmonia onocentauris et pilosus clamabit alter ad alterum ibi cubavit LAMIA et invenit sibi requiem."

A história de que Lilith teria sido a primeira mulher de Adão e que Deus a teria substituído por Eva por ser rebelde e se recusar a ser submissa a Adão (assim fazendo de Lilith "a primeira feminista da história") apareceu pela primeira vez já na idade média - quando a Bíblia já estava escrita há muito tempo - como parte das doutrinas de rabinos da Cabala (a versão esotérica e misticista do judaísmo) e de gnósticos (equivalente cristão da Cabala) como o Zohar, o alfabeto de Bin-Sira e o Conflito de Adão e Eva com Satanás, mas também existem doutrinas cabalistas que dizem que Lilith não foi mulher de Adão e que na verdade se originou ou das trevas ou do mar - nalgumas crenças mesopotâmicas, Lilith podia usar as águas como um portal para o seu reino.

Na Cabala e no gnosticismo, crê-se que após se separar de Adão, teria se casado com o demônio Samael (que segundo eles seria a serpente que tentou Eva) e junto com ele ajudado na tentação de Adão e Eva (nalgumas versões, ela mesma era a serpente), Samael teria tentado Eva e Lilith o seu primeiro marido - segundo essa visão, a tentação não teria sido a respeito do fruto do conhecimento do bem e do mal e sim tentação de cunho sexual, adultério (eles dizem que Caim seria filho de Samael e não de Adão). Apesar dela ter se separado de Adão por livre e espontânea vontade, ela nunca teria se conformado com Adão ter tido outra esposa e por isso Lilith se vingaria perseguindo os homens (os filhos de Adão com Eva), em especial, as crianças e os homens adúlteros e recém-casados.

Por isso, entre as mulheres (especialmente as camponesas) adeptas dessas crenças, havia a superstição de usar amuletos nos quais estavam escritos os nomes dos 3 anjos que teriam expulsado Lilith do Éden (Sanvi, Sansavi e Samangelaf) para proteger seus bebês dela (uma proteção para meninos com até 8 dias de nascidos - 20 dias para meninas), bem como impedir que ela seduzisse seus maridos.

Segundo os cabalistas, Lilith daria à luz 100 filhos seus com Samael todos os dias, os chamados "lilim". Os lilim são classificados em "íncubos" e "súcubos". As súcubos são espíritos em forma feminina que possuiriam os homens durante o sono provocando sonhos de natureza sexual e seriam a causa da chamada polução noturna. Os íncubos seriam espíritos masculinos e fariam o mesmo nas mulheres. Os lilim normalmente são vistos como seres vampíricos, alimentando-se da energia liberada durante o ato sexual (a testosterona no caso dos homens) e segundo algumas versões até de sangue humano mesmo - dificilmente um homem sobreviveria após ser possuído por uma súcubo.

Os lilim são baseados nos já mencionados lilus e lilitus acadianos e sumérios. Segundo algumas crenças, Lilith também causa falta de ar nos homens durante o sono imprensando o peito deles como vingança por ficar sempre por baixo de Adão (assim, em posição de submissão) nas relações sexuais entre os dois - essa crença a respeito de Lilith pode ter dado origem à lenda brasileira da "Pisadeira", que faz a mesma coisa e é associada à paralisia do sono.

 

Fonte: Quora

 

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