É verdade que alguns santos católicos foram
adaptações do antigos deuses pagãos?
Sim. E, logicamente,
existem fatores comerciais, sociológicos, políticos e, sem dúvidas, endossados
pelo poder dos imperadores, essencialmente, o imperador da vez. Não menos
importante, pela tradição cultural coadunada pelo interesse explícito na
expansão do império romano de outrora.
Feito essa pequena
introdução sem graça, vamos começar por Nero.
Nero (37 - 68 d.EC) -
como imperador romano, começou a ganhar terreno em Roma com um culto até então
restrito aos escravos e libertos de ascendência Síria. O culto era para a deusa
Síria Artagatis. Nero foi devoto dessa famosa deusa. Após a dinastia Júlio-Cláudia,
os cultos orientais estavam em forte crescimento pelo império com tolerância
oficial. Pois os Flávios, imperadores provinciais que não pertenciam ao
tradicionalismo que, era composta pela aristocracia senatorial, sentiram-se à
vontade para externar sua devoção aos deuses orientais, já que não eram
obrigados a adorarem divindades do panteão romano.
Vespasiano (9 - 79
d.EC) - proclamado imperador pelo exército do Oriente, recebeu do deus
helenístico-egípcio Serápis - uma forma de consagração mística antes de ser
confirmado no cargo pelo Senado.
Dominiciano (51 - 96
d.EC) - foi coroado pela deusa Ísis em Roma.
Adriano (76 - 138
d.EC) - favorecia abertamente os cultos orientais e foi um ardente devoto de
Ísis e Serápis.
Trajano (98- 117 d.EC)
- foi exceção. Ele era um tradicionalista romano que cultuava os deuses da
religião greco-romana.
Antonino Pio (86 - 161
d.EC) - foi sensível adorador do culto a Baal de Heliópolis e a deusa Cibele.
Marco Aurélio (121 -
180 d.EC) - de tendência bastante supersticiosa, recorria a qualquer divindade
romana ou oriental que pudesse
ajudá-lo.
Cômodo ( 161 - 192
d.EC) - adorava Ísis, Cibele e Mitra.
Séptimio Severo (145 -
211 d.EC) - levou uma adoração efusiva dos deuses orientais ao império e, seus
sucessos mantiveram essa premissa, dentre os quais, Heliogábalo se torna um
sacerdote do deus Baal de Emesa.
Então, respondendo
novamente a pergunta; sim. E, conforme pudemos observar nas características
acima, as liturgias e os cultos aos variados deuses eram práticas ecumênicas
(dependendo do imperador e da época, obviamente) e, além desse sincretismo,
podemos observar também que, a relação dos imperadores (em períodos distintos)
com os seus deuses preferidos seguiam uma determinação temporal e sociológica,
numa espécie de "populismo".
Assim sendo, os santos
são exemplificações sincréticas aprendidas de outras culturas, sobretudo e,
quando necessário, adequados aos moldes romanos e, por vezes, tanto os deuses
como os santos passaram por processos "quiméricos".
Desse modo, cada
momento temporal do império romano solicitou uma aceitação de um deus ou
deuses/deusas daquela época, isto é, o universo comercial, político, cultural,
antropológico e sociológico definiria qual deus estava em voga e, dessa forma,
ajudaria o imperador nas diversas questões administrativas com a população e,
especialmente na saúde expansionista de Roma.
Por conseguinte, o que
temos atualmente do lado ocidental é uma herança romana do sincretismo
"necessário" para a sobrevivência do império ,e, para a manutenção de
sua política. Portanto, para não parecer distraído, convém observar que, essa
foi uma das bases que fundamentou e desenvolveu o catolicismo romano.
Obs. É um assunto
rico, extenso e cheio de nuances. Então acima foi apenas um pequeno resumo.
Os anjos caídos estão entre nós
disfarçados de humanos comuns ou foram todos habitar o inferno?
Quais anjos?
Ao que parece, tais
figuras não passam de personagens mitológicos, inseridos na mesma categoria de
todos os outros Seres Fantásticos.
Qual Inferno?
Está se referindo ao
atributo dado a este lugar que, teria sido latinizado e foi baseado na palavra
Sheoul?
Os significados
corretos e originais dessa palavra:
Túmulo, Sepulcro,
Tumba, Cova, Local de Descanso Eterno.
Portanto, a palavra
Inferno, não passa de pura invencionice Romana, no que diz respeito aos gritos,
sofrimentos, rangeres de dentes, fogo e demais alegorias para despertar o medo.
Um velho e bom truque,
amplamente utilizado pela crendice Cristã.
Quem foi o santo mais perverso da
história?
Bem, eu nunca chamaria
uma santa de má, mas julgando por suas ações, eu nomearia: Santa Olga de Kyiv.
Depois que seu marido
Igor foi morto pelos Drevlians, ela se vingou de forma sangrenta. Ela foi
elogiada para se casar com o assassino de seu marido e agiu como se fosse
fazê-lo feliz. No entanto, quando a delegação diplomática chegou, seus homens
enterraram os embaixadores vivos. Então, ele pediu aos drevlianos que enviassem
seus homens mais influentes de suas terras, e eles, sem saber o destino dos
diplomatas, se dirigiram para lá. Ela pediu que eles tomassem banho antes de
conhecê-la e aproveitou para queimá-los vivos.
Mais tarde, no túmulo
de seu marido, ela matou 5.000 Drevlians que ela havia intoxicado
anteriormente. Então, ele atacou seus outros inimigos e sitiou a cidade de
Iskorosten. Porém, vendo que o cerco não avançava, pediu aos sitiados que se
rendessem, ao que eles responderam que sim, mas que temiam sua vingança. Olga
assegurou-lhes que havia cumprido sua vingança e que tudo o que queria eram
três pombos e três pardais de cada uma das casas. Os drevlianos fizeram o que
lhes foi dito, mas Olga não saciou sua sede de vingança e colocou um pedaço de
pano embebido em enxofre em cada um dos pássaros. Ele pediu a seus homens que
ateassem fogo ao pano e soltou os pássaros no ar, que voaram de volta para seus
ninhos. A cidade foi reduzida a cinzas.
Os santos são tão
pecadores quanto o resto de nós. A moralidade moderna não pode ser aplicada a
pessoas medievais. Claro que as ações de Olga foram muito más, mas no final ela
se converteu ao cristianismo, se arrependeu de seus pecados e se tornou a primeira
santa russa.
História de lilith? Qual á verdadeira
história de lilith
Lilith é originária da
mitologia mesopotâmica, sendo a primeira menção a sua existência escritos
sumérios datados de por volta de 3000 a.c. Originalmente, Lilith não era o nome
de um ser específico, Lilith (que significa "espírito" ou "noite"
em acádio) era o nome de uma categoria de seres sobrenaturais tais como
"anjo", "demônio", "fada" e "ninfa". No
caso, as "lilitus" (elas tinham equivalentes masculinos chamados de
"lilus") eram espíritos malignos associados com os ventos,
tempestades e tormentas.
O mito das lilitus se
espalhou pela Mesopotâmia e posteriormente foi absorvido por outras culturas
(como os judeus) devido à influência que as civilizações mesopotâmicas tiveram
na antiguidade. Porém, com o tempo, a palavra Lilith passou a ser entendida como
um único ser e não mais como uma classe de seres. Nas outras terras, Lilith
começou a ser associada com outras coisas além dos ventos como a noite, a Lua,
a fertilidade, o mar, as doenças e até a morte.
Entre os judeus (que
foram dominados por mesopotâmicos), Lilith era considerada um demônio, que até
era algo normal, era de se esperar que eles vissem as divindades das nações
estrangeiras - especialmente as inimigas como os seus conquistadores - como seres
malignos (assim como aconteceu com Baal e Astarte por exemplo), ainda mais se
tratando de uma nação monoteísta. É interessante notar que parece que entre os
judeus antigos o nome Lilith também pode ter sido usado para se referir a
certos animais noturnos (não está bem claro quais), que por vezes eram
equiparados a espíritos.
Para exemplificar, a
única vez em que o nome Lilith é mencionado na Bíblia é no livro do profeta
Isaías, capítulo 34, versículo 14. Mas lembrando que depende muito de qual é a
tradução da sua Bíblia porque é uma passagem de difícil interpretação para nós
que vivemos na idade contemporânea e não na antiguidade e portanto cada
tradutor entendeu o versículo de um jeito diferente. Por exemplo, na Bíblia
Para Todos - Edição Católica, o versículo de Isaías 34:14 aparece escrito assim:
"Os gatos
selvagens encontrarão-se lá com as hienas e os bodes fazem de Edom o lugar de
encontro. O FANTASMA LILIT vai instalar-se lá e encontrar o lugar do seu
repouso."
Já na Ave Maria (a
tradução mais usada pelos católicos brasileiros), o mesmo versículo aparece
desse jeito:
"Nela se
encontrarão cães e gatos selvagens, e os sátiros chamarão uns pelos outros; O
ESPECTRO NOTURNO frequentará esses lugares e neles encontrará o seu
repouso."
Na João Ferreira de
Almeida - Edição Revista e Corrigida (a João Ferreira de Almeida é a tradução
mais usada pelos evangélicos brasileiros e também é a mais antiga versão em
português da Bíblia), que é a tradução da minha Bíblia por exemplo, aparece
escrito assim:
E os cães bravos se
encontrarão com os gatos bravos; e o sátiro clamará ao seu companheiro; e OS
ANIMAIS NOTURNOS ali pousarão e acharão lugar de repouso para si."
A título de
curiosidade, na Vulgata (a tradução em latim), o nome de Lilith não aparece, ao
invés disso aparece o nome de Lâmia, que é um ser da mitologia grega parecido
com Lilith: "Et occurrent dæmonia onocentauris et pilosus clamabit alter
ad alterum ibi cubavit LAMIA et invenit sibi requiem."
A história de que
Lilith teria sido a primeira mulher de Adão e que Deus a teria substituído por
Eva por ser rebelde e se recusar a ser submissa a Adão (assim fazendo de Lilith
"a primeira feminista da história") apareceu pela primeira vez já na
idade média - quando a Bíblia já estava escrita há muito tempo - como parte das
doutrinas de rabinos da Cabala (a versão esotérica e misticista do judaísmo) e
de gnósticos (equivalente cristão da Cabala) como o Zohar, o alfabeto de
Bin-Sira e o Conflito de Adão e Eva com Satanás, mas também existem doutrinas
cabalistas que dizem que Lilith não foi mulher de Adão e que na verdade se
originou ou das trevas ou do mar - nalgumas crenças mesopotâmicas, Lilith podia
usar as águas como um portal para o seu reino.
Na Cabala e no
gnosticismo, crê-se que após se separar de Adão, teria se casado com o demônio
Samael (que segundo eles seria a serpente que tentou Eva) e junto com ele
ajudado na tentação de Adão e Eva (nalgumas versões, ela mesma era a serpente),
Samael teria tentado Eva e Lilith o seu primeiro marido - segundo essa visão, a
tentação não teria sido a respeito do fruto do conhecimento do bem e do mal e
sim tentação de cunho sexual, adultério (eles dizem que Caim seria filho de
Samael e não de Adão). Apesar dela ter se separado de Adão por livre e
espontânea vontade, ela nunca teria se conformado com Adão ter tido outra
esposa e por isso Lilith se vingaria perseguindo os homens (os filhos de Adão
com Eva), em especial, as crianças e os homens adúlteros e recém-casados.
Por isso, entre as
mulheres (especialmente as camponesas) adeptas dessas crenças, havia a
superstição de usar amuletos nos quais estavam escritos os nomes dos 3 anjos
que teriam expulsado Lilith do Éden (Sanvi, Sansavi e Samangelaf) para proteger
seus bebês dela (uma proteção para meninos com até 8 dias de nascidos - 20 dias
para meninas), bem como impedir que ela seduzisse seus maridos.
Segundo os cabalistas,
Lilith daria à luz 100 filhos seus com Samael todos os dias, os chamados
"lilim". Os lilim são classificados em "íncubos" e
"súcubos". As súcubos são espíritos em forma feminina que possuiriam
os homens durante o sono provocando sonhos de natureza sexual e seriam a causa
da chamada polução noturna. Os íncubos seriam espíritos masculinos e fariam o
mesmo nas mulheres. Os lilim normalmente são vistos como seres vampíricos,
alimentando-se da energia liberada durante o ato sexual (a testosterona no caso
dos homens) e segundo algumas versões até de sangue humano mesmo - dificilmente
um homem sobreviveria após ser possuído por uma súcubo.
Os lilim são baseados
nos já mencionados lilus e lilitus acadianos e sumérios. Segundo algumas
crenças, Lilith também causa falta de ar nos homens durante o sono imprensando
o peito deles como vingança por ficar sempre por baixo de Adão (assim, em
posição de submissão) nas relações sexuais entre os dois - essa crença a
respeito de Lilith pode ter dado origem à lenda brasileira da
"Pisadeira", que faz a mesma coisa e é associada à paralisia do sono.
Fonte: Quora
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