PT discute fortalecimento de
pré-candidaturas a prefeito e vereador do Oeste da Bahia
Região estratégica
para o PT Bahia, a Bacia do Rio Grande, um dos territórios do Oeste baiano,
sediou no último sábado, 27, o Encontro Territorial da legenda em Barreiras com
a presença de 14 dos 15 municípios. O objetivo foi alinhar estratégias, como a
criação do Grupo de Trabalho Eleitoral (GTE) do Território, para fortalecer as
pré-candidaturas de prefeitos e prefeitas, vereadores e vereadoras dessas
cidades nas eleições de 2024. A reunião também foi importante para organizar
ainda mais os Diretórios e intensificar as discussões com os movimentos
sociais, sindicatos, a população LBTQIA+ e a juventude, dentre outros, e
compreender quais as principais demandas para garantir a melhoria da qualidade
de vida dos moradores e o desenvolvimento regional.
Estavam presentes na
reunião deste sábado membros da Executiva do PT Bahia – o vice-presidente
Gutierres Barbosa, os secretários Liliane Oliveira e Silvio Lacerda -,
representantes dos Diretórios Municipais, como a presidente do PT de Barreiras,
professora Nilza Martins, o pré-candidato do PT no município, o ex-deputado
federal Tito, os deputados estaduais Neusa Cadore e Robinson Almeida, o
secretário de Estado Afonso Florence, o suplente de senador, Terence Lessa, o
chefe de gabinete do senador Jaques Wagner, Lucas Reis, e Jonas Paulo,
ex-presidente do PT estadual e membro do PT nacional.
O encontro foi
necessário, ainda, para aprofundar o debate sobre a conjuntura local e fazer um
diagnóstico geral da região, acrescentou a presidente do PT de Barreiras,
professora Nilza. Na reunião, os diretórios municipais informaram a quantidade
de candidaturas próprias que possuem, o número de candidatos a vereador ou
vereadora, quais as forças com as quais o partido dialoga em cada cidade e o
cenário da Federação PT, PCdoB e PV. “Vamos fazer, pelo menos, um vereador ou
vereadora em cada município, mas acredito que vamos ultrapassar isso pelo
processo de organização pelo qual estamos passando”, disse a professora durante
a mobilização.
Segundo a secretária
de Mulheres do PT Bahia, Liliane Oliveira, a grande presença de representantes
dos municípios é resultado do processo de mobilização de 2023, quando foram
promovidos os Encontros Territoriais do PT Bahia. “Então, por estímulo deles mesmo,
por auto-organização do Território construímos esse encontro. É um dos
territórios mais importantes, pelo que representa, pela quantidade
populacional, mas também uma retomada da nossa organização, das lutas sociais,
populares que tem aqui nesse Território, que é tão rico, tão diverso. Para a
gente, é uma arena de disputa muito importante e que estamos vindo agora com
muita força nesse processo eleitoral”, afirmou Liliane, que ressaltou a força
de candidaturas femininas na região.
Para o pré-candidato a
prefeito de Barreiras, que também é novo filiado do PT, o encontro na Bacia do
Rio Grande é uma excelente oportunidade para dialogar e estabelecer as
estratégias eleitorais para o ano de 2024. “Além disso, é uma chance de
construir políticas públicas de forma coletiva, visando estabelecer metas para
frentes de trabalho que transformem a vida das pessoas. Estamos dedicados e
unidos para combater a desinformação e o ódio, promovendo o bem-estar social de
nossa comunidade”, disse Tito.
Secretário LBGT do PT
Bahia, Silvio Lacerda, por sua vez, destacou a força do Encontro com a
participação dos movimentos sociais e sindicais e de representantes da
população LGBTQIA+, das mulheres, da população negra, dentre outros, no
processo de organização. “Foi uma tarefa de não só de reorganizar e organizar
os Diretórios Municipais do Partido dos Trabalhadores, mas também da gente
fazer um debate com os movimentos, os sindicatos, as pastorais, com a população
LGBTQIA+ da Bacia do Rio Grande, a juventude, o povo preto porque estamos em um
momento de reconstrução e vamos precisar de todos esses segmentos e comunidades
para que a gente consiga ter a vitória nas eleições de 2024, e por isso o
contato e o debate com essas pessoas é tão importante”.
Ø
PT fica sem nomes de peso e pode repetir
fiasco nas eleições municipais para prefeituras de capital
O PT aposta no peso do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da máquina federal para reverter o
fiasco da eleição de 2020, quando não conseguiu eleger prefeitos para nenhuma
das 26 capitais brasileiras. O cenário, porém, é desafiador novamente: embora
tenha nomes competitivos em algumas cidades, nenhum deles lidera as pesquisas
eleitorais ou é favorito no momento, o que reforça a dificuldade que o partido
encontra de formar novas lideranças.
Ao mesmo tempo,
pré-candidatos apoiados pela sigla, Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Eduardo Paes
(PSD-RJ), estão na frente em São Paulo e Rio de Janeiro, os dois maiores
colégios eleitorais, mesmo caso de João Campos (PSB-PE) no Recife.
O partido caminha para
apoiar Luciano Ducci (PSB-PR) em Curitiba (PR) e Marcus Alexandre (MDB-AC) em
Rio Branco (AC) — este último deixou o PT sob o argumento de trabalhar na
Justiça Eleitoral, mas meses depois se filiou ao MDB para disputar a eleição. Ambos
também lideram nas respectivas cidades, de acordo com dados do agregador de
pesquisas produzido pelo Ipespe e divulgado pela CNN Brasil no final do ano
passado.
O PT já definiu
candidaturas próprias em 11 capitais, número que pode subir para 14 nos
próximos meses: ainda não há definições em Florianópolis (SC), Manaus (AM) e
Cuiabá (MT). A tendência é que nas demais cidades o apoio seja a candidatos de
partidos da base do governo Lula.
A disputa mais
acirrada é em Goiânia (GO), onde a deputada federal Adriana Accorsi (PT) teria
15% das intenções de votos contra 23% do senador Vanderlan Cardoso (PSD),
conforme o agregador. Ex-delegada-geral da Polícia Civil de Goiás, ela é filha
do ex-prefeito Davi Accorsi, que governou a capital goiana nos anos 90.
O cenário eleitoral
pode ficar ainda mais favorável à petista, pois ela negocia para Cardoso
desistir de se candidatar e o PSD apoiá-la. A exemplo de petistas em outras
capitais, Accorsi quer formar uma frente ampla de partidos. “De fato iniciamos
um diálogo sobre o processo eleitoral em Goiânia, mas ainda muito inicial.
Seguimos com as pré-candidaturas, mas acredito que devemos construir uma frente
ampla para cuidar da cidade”, disse ela sobre a possível aliança com o senador.
Coordenador do grupo
de trabalho eleitoral do PT, o senador Humberto Costa (PE) afirma que, embora o
partido deseje administrar várias capitais, há outros objetivos em jogo, como
projetar novos nomes e lideranças na sigla.
Para o cientista
político Rodrigo Prando, o PT sempre buscou uma hegemonia no campo da esquerda,
mas dessa vez há a leitura que é melhor apoiar outros partidos quando não
houver petistas competitivos para não perder espaço para a direita nas
prefeituras.
“O PT tem uma enorme
dependência de Lula, de seu carisma e força política e eleitoral e isso, de
certa forma, atrapalhou o surgimento de novas lideranças no partido. Quando
alguém desponta com capacidade de renovar e liderar o partido, há ‘fogo amigo’
de inúmeras alas do PT”, diz o professor do Mackenzie.
O PT prevê que Lula
será ativo e estará no palanque dos candidatos, sejam eles petistas ou aliados
de outras siglas. A exceção serão as capitais onde partidos da base do governo
tenham mais de um candidato. O presidente disse que nestes casos não pode ser
“acintoso” no apoio a um dos nomes.
“Eu não vou me jogar
para criar conflito. Eu tenho que saber que sou o presidente e que eu tenho que
fazer um jogo mais ou menos acertado para que não traga problema depois, quando
terminar as eleições, aqui no Congresso Nacional”, disse Lula em entrevista à
rádio Metrópole, de Salvador (BA), na terça-feira, 23.
A regra não se aplica
a São Paulo, onde o presidente apoia Boulos mesmo com as pré-candidaturas de
Tabata Amaral (PSB-SP) e do prefeito Ricardo Nunes (MDB-SP), cujos partidos
fazem parte do governo.
Em Belo Horizonte, a
candidatura do deputado federal Rogério Correia (PT) divide espaço com a do
prefeito Fuad Noman (PSD), que apoiou Lula contra Bolsonaro, e a da também
deputada Duda Salabert (PDT), além da federação PSOL-Rede, que também terá
candidato.
Segundo pesquisa
AtlasIntel realizada entre os dias 25 e 30 de dezembro, o bolsonarista Bruno
Engler (PL), atualmente deputado estadual, lidera a corrida na capital mineira
com 31,4%, seguido de Correia, com 21%. A margem de erro é de 3 pontos
percentuais.
“A expectativa é que a
gente tenha um apoio do presidente Lula, compreendendo isso que ele tem dito
(sobre os partidos da base)”, disse o candidato do PT belo-horizontino. “Quem
representa o governo Lula e o enfrentamento ao bolsonarismo é a minha candidatura”,
acrescentou.
A disputa contra o
bolsonarismo também é a tônica da eleição em Porto Alegre (RS) na visão de
Maria do Rosário (PT), deputada federal e pré-candidata do PT na cidade. Ela
diz que o prefeito Sebastião Melo (MDB) aderiu ao bolsonarismo, assim como o
vice-prefeito, Ricardo Gomes (PL) que se filiou ao partido do ex-presidente
Jair Bolsonaro.
“O presidente vai
ajudar, mas quem tem que mostrar competência para ganhar a eleição é quem é
candidato”, disse a petista. Ela aparece com 26%, contra 33% de Melo no
agregador do Ipespe. Como é tradição na capital gaúcha, a esquerda não está
unida, pois Juliana Brizola (PDT) também é candidata.
Diferente de 2023,
onde priorizou viagens ao exterior, Lula direcionará o foco para viagens
domésticas com o objetivo de divulgar ações de seu governo e tentar impulsionar
as candidaturas locais. No primeiro giro, ele focou no Nordeste, onde passou
por Bahia e Pernambuco, antes de chegar a Fortaleza (CE).
A capital cearense é
um dos poucos locais onde há disputa interna no PT. A deputada Luizianne Lins,
que governou a cidade por dois mandatos, disputa a indicação com o presidente
da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. Luizianne foi barrada
de subir ao palco no evento com Lula, enquanto Leitão esteve ao lado do
presidente.
Na pesquisa
AtlasIntel, o presidente da Alece está em terceiro lugar, com 14,2%, atrás do
prefeito José Sarto (PDT), com 25,6%, e Capitão Wagner (União), que tem 28,6%.
A margem é de 3 pontos percentuais. A pesquisa não testou o nome de Luizianne
Lins, mas a deputada aparece em segundo lugar no agregador do Ipespe, com 21%
contra 33% de Wagner.
“Caso eu não venha a
ser o escolhido, eu irei não só empunhar bandeira, mas pedir voto para aquele
que for escolhido dentro do meu partido, porque sou uma pessoa que acredito em
projeto, não acredito apenas em pessoas”, disse Leitão em entrevista ao jornal
O Povo na terça-feira, 23. O Estadão não conseguiu falar com Luizianne Lins em
mais de uma ocasião porque, segundo a assessoria, ela cumpria agendas no
interior do Ceará.
Fonte: Politica Livre
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