O que é Tadalafila, o remédio que está
fazendo sucesso entre homens
O medicamento
Tadalafita, para além do sucesso entre homens, virou meme e ganhou muita
atenção da imprensa e das redes sociais a partir do último dia 10 de janeiro
quando o MC Bin Laden afirmou, em pleno BBB 24, que toma o remédio antes de ir
treinar na academia. De lá pra cá, o “tadala”, como ficou conhecido, virou tema
de canções funk e sertaneja, e produziu o seu próprio influenciador digital na
Bahia.
O “tadala” já foi tema
de músicas para Os Barões da Pisadinha, Piseiro do Barão, e O Maggo. Só a dos
Barões da Pisadinha tem mais de 10 milhões de escutas no Spotify. As outras
duas somam quase 2 milhões.
Mas o caso mais
representativo é o de Valmar Cruz, de 42 anos, que trabalha como divulgador de
promoções em farmácias no interior da Bahia. Com seu microfone e amplificador,
ele anunciava as promoções do Tadalafila com uma música bastante criativa.
“O citrato é passado,
na farmácia formou fila, todo mundo quer comprar, o tal da Tadalafila”, diz uma
letra de Valmar que viralizou nas redes sociais.
Não demorou para que o
compositor também viralizasse. Ele começou a divulgar os seus vídeos sobre o
medicamento durante a pandemia e logo foi chamado pela própria empresa que o
produz para ser garoto propaganda. Ele hoje tem quase 50 mil seguidores no Instagram
e 25 mil no Tik Tok, antes eram poucos conhecidos.
No mercado a quase 20
anos, o Tadalafila é um remédio para disfunção erétil. Classificado como
inibidor reversível, potente e seletivo da enzima fosfodiesterase 5 (PDE5), só
deve ser utilizado sob prescrição médica. Segundo as recomendações oficiais,
pode ser receitado para dificuldade de ereção e aumento da próstata, que é
percebido pelo aumento da frequência urinária ou esforço para urinar. Ao ser
ingerido por via oral, a substância é metabolizada pelo fígado e excretada
pelas fezes e urina.
O medicamento funciona
como um inibidor da enzima PDE5, promovendo o relaxamento muscular no local das
genitálias e facilitando o processo de ereção. Os efeitos costumam durar até 30
minutos.
O problema é que dado
o sucesso de audiência da Tadalafila, muitos jovens começaram a usar o
medicamento sem prescrição médica, para fazer sexo ou ir à academia, como é o
caso do MC Bin Laden. Mas o uso prolongado e não supervisionado do medicamento
pode causar dores de cabeça, de estômago, tontura e dependência psicológica.
Neste último sintoma, o paciente não conseguir mais ter uma ereção sem a ajuda
do medicamento.
Ao Uol, Valmar explica
que nas suas divulgações ele sempre aponta os efeitos colaterais e os perigos
do uso prolongado e sem supervisão médica. “Faço vídeos e mando mensagens
alertando o público para ter cuidado com o uso indevido e seus riscos. Inclusive,
no final da música que gravei, deixo um alerta”, explica o “Rei do Tadala”.
Mas não é apenas a
falta de conhecimento sobre os perigos do medicamento que contribui com o
consumo da substância pelos jovens. A depender do local, uma cartela com 30
comprimidos genéricos da substância pode ser encontrada a módicos R$ 15,90
enquanto a caixa do Cialis, o comprimido considerado referência, com apenas
duas unidades, pode custar mais que R$ 120.
O fácil acesso, somado
ao apelo dos artistas e uma cultura de automedicação que os médicos brasileiros
tanto criticam, colocaram o Tadalafila, a partir de 2022, no grupo de remédios
que vendeu mais de R$ 1 bilhão anuais. Em 2023 foram apenas cinco os que
entraram no grupo. O Tadalafila ficou em segundo, perdendo o primeiro posto
para o Ozempic. Foram mais de 43 milhões de caixas vendidas em 2023 no Brasil.
Disfunções sexuais afetam homens e
mulheres: saiba quais são e como tratar
Uma das frases mais
comuns que muitas pessoas já ouviram (ou falaram) durante uma relação sexual é
“isso nunca me aconteceu antes”. Perder a ereção ocasionalmente é normal e pode
acontecer com a maioria dos homens.
No entanto, mesmo
sendo normal, uma pesquisa realizada em 2016 mostrou que perder a ereção está
entre os medos mais comuns dos brasileiros. O estudo também revelou que 32,4%
dos homens tinham dificuldade em ter e manter a ereção, o que é conhecido como
disfunção erétil.
As mulheres também são
afetadas por disfunções sexuais, sendo os três problemas mais relatados a falta
de libido, dificuldade em atingir o orgasmo e dor durante a relação sexual. As
causas das disfunções relatadas não são as mesmas e muitas vezes estão relacionadas
a fatores psicológicos, como ansiedade e estresse. Entenda.
• O que são as disfunções sexuais?
De acordo com o
urologista Leonardo Seligra, membro do departamento de andrologia, reprodução e
sexualidade da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), "as disfunções
estão ligadas a uma falta de conhecimento e educação sexual adequada. A pessoa
não se conhece, não sabe como funciona, o que ela acha bom", afirma.
"As disfunções
estão ligadas a uma falta de conhecimento e educação sexual adequada. A pessoa
não se conhece, não sabe como funciona, o que ela acha bom"
Uma disfunção sexual
pode ser considerada qualquer condição que dificulte a relação sexual, ocasione
desconforto ou impeça uma relação sexual saudável, segundo especialistas.
A condição
anteriormente conhecida como “impotência sexual” é agora chamada de disfunção
erétil. É caracterizada pela dificuldade em obter ou manter uma ereção
satisfatória para a penetração. Muitas vezes, pode estar relacionada a fatores
emocionais ou psicológicos.
É difícil determinar
exatamente quantos homens no Brasil sofrem de disfunção erétil. De acordo com
outro urologista do ramo, Luiz Otávio Torres, secretário-geral da Sociedade
Brasileira de Urologia (SBU) e ex-presidente da International Society for Sexual
Medicine (ISSM), a estimativa é que o número varie entre 7% e 20%, dependendo
da idade da pessoa.
• Medo de falhar no ato sexual
O medo de falhar na
hora H pode explicar a alta procura por medicamentos para tratar a disfunção
erétil. A plataforma Consulta Remédios (CR), diz que dois medicamentos para o
tratamento ficaram entre os três mais vendidos nos primeiros seis meses de 2023:
o citrato de sildenafila e o tadalafila. São os chamados, nessa,mesma ordem,
Viagra e Cialis.
No entanto, o fato de
que esses medicamentos foram os mais vendidos não significa necessariamente que
o número de brasileiros com disfunção erétil seja alto. Segundo Seligra, muitos
homens compram esses medicamentos devido à ansiedade de desempenho e ao medo de
falhar.
• Disfunções eréteis em homens
A disfunção erétil
pode ser dividida nos grupos orgânico e psicológico. O primeiro inclui
problemas físicos que afetam a vascularização ou enervação do pênis, como idade
e comorbidades de hipertensão e diabetes. A primeira atitude é tentar mudar o
estilo de vida, controlar a glicose e focar no exercício físico nesses casos.
Já o grupo psicológico
inclui circunstâncias pessoais que podem afetar a performance sexual e causar
falhas na ereção. Nesses casos, o indicado é procurar uma terapia sexual. Caso
a mudança no estilo de vida e a terapia não ajudem na disfunção erétil, existem
outros tipos de tratamentos disponíveis.
São os medicamentos
orais (como o citrato de sildenafila e o tadalafila), medicamentos injetáveis
(que induzem a ereção) e cirurgia de prótese peniana para casos graves (minoria
dos casos).
Outras disfunções
comuns entre os homens incluem a ejaculação precoce e a diminuição do desejo
sexual. É importante lembrar que essas condições precisam ser persistentes, não
ocasionais, e podem ser totalmente independentes uma da outra.
·
Ejaculação precoce
A ejaculação precoce
afeta cerca de 30% do público masculino. Não existe uma idade específica para
começar a aparecer. Ela ocorre quando o homem tem o orgasmo (e ejacula) em até
um minuto após a penetração. Para comparação, estudos mostram que o tempo médio
de latência (da penetração até o orgasmo/ejaculação) é de cerca de cinco a seis
minutos.
• Redução do desejo sexual
Os homens também podem
sofrer com a diminuição da libido e do desejo sexual, assim como as mulheres.
No caso dos homens, essa diminuição pode ser causada pela falta de
testosterona, um hormônio intimamente ligado à função sexual, incluindo o
alcance do orgasmo e o início da ereção.
Seligra alerta para o
tratamento deve ser orientado por um especialista e se não tratado pode gerar
problemas de saúde. "Existem algumas formas de repor a testosterona, mas
isso precisa ser bem indicado pelo médico. A ausência desse hormônio é ruim,
mas o excesso é ainda pior. Como ele mexe com o metabolismo, o excesso pode
aumentar o risco de doenças cardiovasculares, níveis de colesterol, hipertrofia
do coração".
• Disfunções eréteis em mulheres
A falta de desejo
sexual, a anorgasmia (incapacidade de ter orgasmo) e a dor durante a relação
sexual (dispareunia e vaginismo) são as disfunções sexuais mais recorrentes nas
mulheres. De acordo com a ginecologista Taís Calomeny, assim como como nos homens,
o incômodo precisa ser persistente, já que não existe uma única causa para
esses problemas.
A ginecologista afirma
que "é muito importante conversar com a mulher, para conseguir esclarecer
o que está acontecendo. Muitas pacientes não relacionam as disfunções a
determinados fatos e conforme vamos conversando, ela vai se abrindo e aí
descobrimos o foco do problema".
• Falta de desejo sexual
A falta de desejo
sexual é a disfunção mais prevalente entre as mulheres e pode ser causada por
fatores psicológicos, comportamentais e ambientais. É importante investigar
como estão os hormônios da mulher. Durante a transição menopausal e menopausa,
a mulher passa por uma série de mudanças devido à redução do estradiol, o que
pode levar à atrofia vaginal e atrapalhar a relação sexual, esclarece Calomeny.
Conforma a causa, o
tratamento para a falta de desejo sexual vai sendo direcionado, podendo incluir
medicamentos (hormonais e não hormonais) e terapias (psicológica e/ou sexual).
• Anorgasmia
"Às vezes a
mulher não conhece seu próprio corpo e tem dificuldade de chegar ao orgasmo,
ela não sabe como fazer isso", diz também a ginecologista.
O tratamento para a
anorgasmia, bem como para a falta de libido, é baseado na causa do problema. É
importante conversar com a paciente e fornecer orientações sobre como seu corpo
funciona, além de sugerir exercícios para explorar a fisioterapia pélvica e os órgãos genitais,
como a masturbação.
• Dor no ato sexual
A dispareunia e o
vaginismo são disfunções sexuais decorrentes da dor no ato sexual. A
dispareunia é caracterizada pela dor durante o ato sexual, enquanto o vaginismo
é a incapacidade de ter penetração sexual prazerosa para a mulher. Calomeny
acrescenta que “é preciso entender o histórico da paciente e descobrir se
existe algum fator psicossocial. Ela pode ter um vaginismo relacionado a algum
trauma, por exemplo".
Os tratamentos para
essas condições podem incluir treinamento muscular, massagem perineal,
fisioterapia do assoalho pélvico associada a técnicas de dessensibilização dos
músculos e medicamentos.
Fonte: Fórum
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