Elinaldo Araújo:
"Vou fechar oito anos de mandato com chave de ouro" em Camaçari
Entre
o primeiro e o segundo mandato, o prefeito de Camaçari, Elinaldo Araújo (União
Brasil) teve que rever prioridades e reprogramar investimentos. A chegada da
pandemia, em pleno ano de reeleição, interrompeu obras estratégicas e obrigou a
gestão a aportar recursos na saúde e em programas sociais, a fim de minimizar
os impactos à população mais vulnerável.
Superado
o momento mais crítico, Elinaldo vem realizando a entrega de várias
intervenções e equipamentos na sede e nos distritos de Camaçari e pretende, até
o final dos seus oito anos de gestão, em 2024, ampliar o rol de realizações. A
cidade se prepara para um novo ‘boom’ imobiliário na orla de 42 km e aguarda a
instalação de novas empresas no polo industrial, como a fábrica de pás para
energia eólica, já garantida, e a BYD, indústria chinesa de carros elétricos
que negocia com o governo baiano a sua vinda para o município.
Com
tantas realizações e expectativas elevadas de crescimento na economia, os nomes
para a sucessão se multiplicam e o prefeito procura administrar a disputa,
mantendo o grupo unido para fechar “com chave de ouro” a sua gestão e, só
então, tentar eleger o sucessor.
LEIA
A ENTREVISTA:
• Prefeito, o Sr. atravessou um período de
grande turbulência com a pandemia e várias obras tiveram que aguardar a
conclusão além do prazo previsto. Passado o pior momento, o que o Sr. destaca
dos seis anos de gestão?
O
início, graças a Deus nós conseguimos organizar toda estrutura básica do
município. Pegamos uma cidade totalmente destruída, os postos de saúde, as
escolas, as praças, campos, quadras, várias avenidas, tivemos que requalificar
tudo isso. E, após seis anos, nós conseguimos melhorar esses equipamentos
públicos. Paralelo a isso teve o Covid,
nós tivemos que dar uma segurada nas obras estruturantes, fazendo investimento
maciço no social. Graças a Deus a gente avançou bastante.
• No segundo mandato, após as intervenções
de requalificação, o Sr. conseguiu avançar mais.
O
segundo mandato nós conseguimos entregar as obras estruturantes. A duplicação
do viaduto do trabalhador, o trevo da Cascalheira, o horto, o CIE (Centro de
Iniciação ao Esporte) lá em Arembepe. E,
agora, nós estamos com um programa maciço de infraestrutura na costa. Entre
Itacimirim, Guarajuba e Barra de Jacuípe, vamos fazer um investimento de cerca
de R$ 80 milhões. Então vai dar um ‘boom’ no turismo desses distritos. Já em
Vila de Abrantes estamos com a construção de uma creche, entregamos
recentemente a praça do papagaio em Jauá, a praça da matriz em Vila de Abrantes
e entregamos agora também o “Tudão” (praça de eventos e campo de futebol Nery
Nunes) em Vila de Abrantes. Temos também cinco creches que serão entregues
simultaneamente na sede e as praças do Parafuso, ‘Gleba E’ e Alto da Cruz. Acho
que conseguindo entregar isso à população eu vou fechar meus oito anos de
mandato com chave de ouro.
• Esse ‘boom’ da orla que o Sr. citou
também reforça o crescimento imobiliário que Camaçari vem experimentando? Como
está a atração de novos investimentos?
Nós
estamos fazendo agora a revisão do nosso PDDU (plano diretor de desenvolvimento
urbano), de acordo com a evolução da nossa costa, para mudar algumas regras, discutindo
com os ambientalistas, Ministério Público, Câmara de Vereadores e,
principalmente, com as pessoas que investem e empreendem nessa área. Nas regras atuais avançamos com muitos
investimentos, principalmente em Itacimirim e Guarajuba, mas com a nova revisão
do PDDU eu acho que vai ampliar o leque de investimentos na nossa costa. E vai
gerar emprego e renda, o município vai arrecadar mais IPTU, ISS, e vai
fortalecer em outras áreas.
• Com relação à saúde, o município
investiu na redução do tempo de espera para alguns procedimentos médicos que
tiveram a demanda reprimida pela pandemia.
Após
o covid nós tínhamos cerca de 100 mil procedimentos atrasados. Nós tínhamos um
programa (Sesau Fila Zero) que era para zerar a fila. Operamos mil pessoas em
seis meses, foram cerca de 100 mil procedimentos, entre especialidades, e
conseguimos acalmar, é claro que a saúde sempre que acaba uma fila faz outra,
mas muito menor do que a que ficou após o covid.
• E na educação, qual o destaque?
Na
educação fortalecemos a merenda, criamos aqui o desjejum, que é o café da
manhã, e hoje os alunos têm três refeições. De manhã, quando chega, a merenda e
quando sai. Antes de eu assumir, o município passou cinco anos, de 2012 a 2016,
sem dar a farda dos alunos, o tênis, a mochila, o kit escolar, e a gente todos
ao anos consecutivos garantimos todo o material de volta às aulas para as
crianças. Além de todo ano pagar o piso do magistério, estamos qualificando as
escolas, entregamos uma creche, tem cinco creches em andamento.
• E na área social, os investimentos
emergenciais criados durante a pandemia continuam?
A
gente tem feito um investimento mensal de cerca de R$ 3 milhões com cestas
eventuais, vale-cesta, vale-gás, o Bolsa-social, que é o Bolsa Família
municipal (benefício de até R$ 150 para uso em supermercados e farmácias), a
gente tem investido bastante para que a economia reaja e as pessoas tenham
oportunidade de trabalho.
• Falando em geração de emprego, o
município tem uma expectativa grande quanto à chegada de novos empreendimentos.
Recentemente
a Synoma (fabricante chinesa de pás eólicas) assumiu ali a área da Tecsis (na
Via Atlântica, conhecida como estrada da Cetrel), vai gerar cerca de 550
empregos diretos e 1,6 mil indiretos. O município facilitou o ISS, de 5% caiu
para 2%, e concedeu isenção do IPTU. E a BYD (fabricante chinesa de carros
elétricos) está finalizando as tratativas com o estado para a instalação ali
onde era a Ford.
• E o projeto do hidrogênio verde?
Isso
aí é Unigel. Tá bem avançado, é importante para o município. Eu acho que nós
vamos ter um ‘boom’ na nossa economia.
• Qual a avaliação da sua relação com o
governo Rui Costa e a expectativa para a gestão de Jerônimo?
Institucionalmente,
no respeito, cada um faz o seu papel, aquilo que pode fazer para ajudar a minha
cidade e a Bahia nós temos feito. Após a eleição o político desce do palanque.
Eu fui candidato à reeleição e fui reeleito, quando acaba a eleição tem que
sentar e administrar. Mesma coisa Jerônimo, apesar de nós sermos de partidos
diferentes, cada um tem o seu lado, mas eu acho que ele tem feito seu papel
como governador, tem respeitado os prefeitos e eu acho que isso é importante. O
debate e a guerra é no palanque. Após a eleição nós temos que pensar no melhor
para a nossa população. Tanto a nível de município quanto de estado. Mas a
relação é boa, tranquila, cada um cumprindo as suas obrigações, ele como
governador e eu como prefeito.
• E o prefeito já tem algum nome em mente
para a sucessão no ano que vem?
Aqui
nós temos que respeitar o grupo, tô dando chance para todo mundo caminhar. Nós
temos dois ex-prefeitos que vão ocupar um lugar de exposição no grupo, que é o
ex-prefeito Helder Almeida, que assumiu a superintendência de trânsito e
transporte, e meu vice-prefeito (José) Tude, que teve dois mandados de
vice-prefeito comigo e três mandatos de prefeito no passado. Foi deputado
federal, deputado estadual, foi presidente da Conder, da UPB, então temos esses
nomes à disposição, são dois ex-prefeitos.
E
também temos dois vereadores licenciados, o vereador (Elias) Natan que assumiu
a secretaria de saúde, vereador Jorge Curvello que assumiu a secretaria de
esporte, lazer e juventude, que colocaram seus nomes à disposição. E tem dois
vereadores, o ex-presidente da Câmara, Júnior Borges, e o presidente atual,
Flávio Matos, que também se colocaram à disposição. Mas é um grupo, só pode
sair um candidato. A gente tem que comparar os projetos. Os nossos adversários
governaram 12 anos o nosso município e nós estamos entrando no sétimo ano.
Eu
tenho certeza que, se fosse comparar, hoje, nós teríamos feito o dobro do que
fizeram nosso adversários. E nesses dois anos que falta ainda vai ter muita
entrega para a população. O que nós temos que fazer é comparar os nossos oito
anos com os 12 do nosso adversário e quem está preparado para dar continuidade
ao crescimento da nossa cidade.
• Essa semana o Sr. acompanhou a Marcha
dos Prefeitos em Brasília. Qual o principal ponto a desta dessa mobilização?
São
várias pautas que estão sendo discutidas. A redução da alíquota da previdência
que é de 22,5% a gente tá brigando pra baixar pra 11%, isso aí iria desafogar
mais, hoje tem vários municípios quebrados e a União abaixando pra 11% ela vai
arrecadar mais porque os municípios que estão inadimplentes vão conseguir
pagar. Outra questão é a tramitação da queda do coeficiente do FPM (Fundo de
Participação dos Municípios), mas a pauta mais importante é a PEC 14 que trata
da diminuição da cota da previdência. Só em Camaçari a gente teria uma economia
anual de R$ 50 milhões, daria para construir quatro viadutos.
• E este ano teremos Camaforró?
Vamos
ter sim. Estamos já organizando e discutindo. Ano passado não fizemos Camaforró
mas fizemos o São João nos bairros a fim de evitar aglomeração, por causa do
Covid. Deu certo, agora estamos discutindo se vai manter o modelo esse ano, mas
eu acho que vai ter Camaforró, que é o que a maioria quer.
Fonte:
A Tarde
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