Depois de bajular
Lula por oito anos, agora bolsonarista, Ciro Nogueira procura desqualificá-lo
O
Correio Braziliense dedicou página inteira neste domingo (dia 2) a bolorentas
lorotas, sandices e deboches do senador Ciro Nogueira ao presidente Lula. O
parlamentar que domina o PP esmerou-se em rancor, ódio, ressentimento e má
vontade contra o governo Lula. Desqualificou o político, o cidadão e o gestor
Lula, a quem já serviu com denodo, durante oito anos seguidos.
Bolsonaro
seguramente ficou envaidecido com o devotado amor, dedicação e bajulação do seu
ex-ministro da Casa Civil.
Durante
a campanha presidencial, Ciro Nogueira botou banca de cientista político,
garantindo que Bolsonaro seria eleito no primeiro turno. Quebrou a cara.
Na
entrevista ao Correio, o boquirroto senador chama Bolsonaro de desprendido. Na
verdade, foi um patético desprendido que na chefia da nação fez pouco caso da
ciência. Não combateu a pandemia da covid como devia, causando a morte de
milhares de brasileiros.
Mostrou-se
inacreditavelmente desprendido, e seu esporte predileto era xingar, insultar e
ameaçar jornalistas e até ministros de tribunais superiores. Medonhamente
desprendido, durante a disputa eleitoral insinuou que as urnas eletrônicas não
eram confiáveis, depois de eleito sucessivas vezes por elas.
É
bom que Bolsonaro leve a sério que Valdemar Costa Neto realmente é o chefe
dele. O candidato derrotado ganhou dele o decorativo cargo de presidente de
honra do PL, com quase R$ 40 mil de salário, com advogados grátis e
mansão idem, com tudo pago, e mais RS 40 mil para a mulher.
Para
eles, isso não é nada, não é nada mesmo. E Bolsonaro retornou com a manjada
empáfia. Falando sandices pelos cotovelos. Não percebeu que o Brasil segue a
vida sem a ingerência dele. Não apita mais nada.
Costa
Neto, por sua vez, dono irremovível do PL, sabe que a sigla dentro do Centrão
tem imensas responsabilidades políticas com a governabilidade e com o
crescimento da nação. E Lula precisa cumprir as metas e promessas de
campanha, trabalhar para reconstruir o Brasil, sem dar cartaz nem palanque ao
ex-presidente. É melhor deixar que os ministros respondam, se for o caso, aos desaforos,
provocações e sopapos do adversário.
Alguns
repugnantes e desprezíveis integrantes da imprensa esportiva estrangeira que
desmerece a genialidade de Pelé.
Esses
analistas desqualificados, sem ter o que fazer, insistem em comparações idiotas
com craques como Maradona, Messi e Cristiano Ronaldo, que, juntos, não
engraxam as chuteiras de Pelé.
É
preciso respeitar o grande gênio do futebol.
Ø
"Lula
não se atualizou, não deveria ter voltado", diz Ciro Nogueira
Apesar
de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva ter pouco mais de três meses, para o
senador Ciro Nogueira (PP-PI) — ex-ministro-chefe da Casa Civil e fervoroso
defensor de Jair Bolsonaro — o atual presidente até agora não disse a que veio.
O parlamentar não enxerga um único projeto que indique que a terceira passagem
do petista pela Presidência será melhor que as anteriores — como prometeu na
cerimônia de posse. Segundo Ciro, Bolsonaro não conseguiu a reeleição por causa
de erros na campanha e episódios que serviram para desgastar a imagem do governo
— como a resistência de Roberto Jefferson à prisão, com tiros e bombas, contra
agentes federais, e a deputada Carla Zambelli correndo atrás de um homem negro,
com arma em punho, na capital paulista, em reação a um xingamento.
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A seguir, os principais trechos da entrevista ao Correio.
·
Que expectativas tem em relação ao arcabouço fiscal?
A
gente notou que ele (o arcabouço) tem mais problemas no PT que na oposição.
Temos, hoje, uma oposição muito responsável ao governo e não ao país. Temos
toda boa vontade com o que for para que o país retome a estabilidade, o
emprego, a renda, tenha condições de baixar os juros, e retome o crédito.
Jamais vamos atrapalhar o Brasil.
·
Seu partido teve o desempenho esperado nas eleições? O
PL conquistou mais do que o dobro de deputados.
Tínhamos
expectativa de eleger em torno de 50 parlamentares. Somos a quarta força na
Câmara, segundo maior partido em número de prefeitos e vereadores. Acho que
estamos muito bem. Temos uma força muito grande com a chegada do (deputado) Arthur
(Lira) à Presidência da Câmara. Lógico que queremos sempre mais. O PL elegeu
essa quantidade de deputados por conta do presidente Bolsonaro, é natural. O PT
elegeu muitos deputados por conta do Lula. Um projeto de Presidência acaba
puxando muitos deputados.
·
O
PT ganhou a Presidência, mas perdeu no Congresso. Concorda?
Os
partidos de esquerda só elegeram 140 deputados, são minoritários. Hoje, a
maioria da população tem um perfil de centro e centro-direita. Perdemos essa
eleição de presidente mais por erros nossos e, também, pelo massacre da mídia,
de forma injusta, contra Bolsonaro, na reta final da campanha.
·
Que erros foram esses?
Uma
pessoa que era aliada nossa jogando bomba em cima de policial (Roberto
Jefferson) e uma deputada correndo atrás de um homem negro, com revólver na mão
(Carla Zambelli). Se não fossem esses dois fatos, tínhamos vencido. Mas não foi
só isso. Erramos em algumas frases na pandemia; frases erradas, de mudança de
salário mínimo durante a campanha. Perdemos para nós mesmos.
·
Na época vocês perceberam esses erros?
Como
você vai controlar um louco como o Roberto Jefferson? Difícil. Tem que condenar
uma deputada que sai correndo atrás de homem negro com uma revolver na mão,
dois dias antes da eleição. É inacreditável. São coisas do imponderável. Não é
culpa do presidente Jair Bolsonaro ou minha. Como se evita situações como
essas? O ministro da Fazenda (Paulo Guedes) falar de salário na véspera? Também
devo ter tido meus erros, todo mundo é humano. Acho que, agora, é aprendermos,
passarmos uma imagem de que vamos fazer uma oposição responsável, que não
atrapalhe o país. Temos uma preocupação muito grande para que não haja
retrocesso nas conquistas econômicas, do que fizemos no nosso governo. Se isso
acontecer, vamos voltar ao poder com muita facilidade daqui a três anos.
·
Não é cedo para criticar o governo Lula?
Tenho
até medo de, às vezes, ser processado por fake news, de dizer que esse governo
começou. Porque, até agora, não começou. Um governo ineficiente, que só veio
mudar nome de programa social de 20 anos atrás. Não há nada novo. A grande
inauguração que tivemos foi de um letreiro de ministério por duas ministras —
ainda há mais 36 ministérios. O grande anúncio de obras que vimos foi um
gasoduto na Argentina com recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). Qual foi a grande obra que Lula disse que vai fazer? Nada.
É um governo que ainda não começou. Espero que comece.
·
Lula foi preso, teve a imagem desgastada e, ainda
assim, venceu a eleição. Dá para ser oposição a um homem com esse histórico?
Sou
um admirador da história de vida do presidente, de tudo que representou, mas
não é um homem para esse momento do país. É como chamar o Ronaldinho para
disputar uma Copa do Mundo. Lula não tem o conhecimento dos dias de hoje, não
se atualizou. É um homem que não deveria ter voltado. Foi um grande presidente
na época dele, mas, agora, será um governo melancólico, que não vai conseguir
cumprir o que prometeu. Principalmente porque prometeu ser melhor que há 20
anos.
·
Por que Lula está defasado?
O
PT, como um todo, está defasado. O que falta ao Lula, hoje, é o que ele tinha
no passado. Um homem forte comandava o governo, como o José Dirceu, o (Antônio)
Palocci. Hoje, ele não tem ninguém que se sobressaia. Nesse governo, há uma
briga escancarada pela sucessão dele porque acham que não terá idade para
disputar a eleição. O PT, sempre que entra no poder, quer fazer um projeto de
20 anos, mas não cuida do hoje, do 2023.
·
Bolsonaro não queria o mesmo?
Nunca.
Bolsonaro pensava no dia a dia. Um homem desprendido, completamente. Não ficava
pensando em sucessor. Bolsonaro é muito diferente do PT, que só pensa em ocupar
cargos e se perpetuar. O PT coloca seus interesses acima dos do Brasil.
Bolsonaro sempre colocou os interesses do Brasil acima dos dele.
·
O que representa a volta de Bolsonaro?
É
o grande líder da oposição. É o único que tem capacidade, hoje, de movimentar
multidões nas cinco regiões. Temos um líder que, até no Nordeste, movimenta
pessoas apaixonadas. Nas próximas eleições, os candidatos apoiados pelo
presidente serão favorecidos. E quero que ele apoie muitos prefeitos do PP, que
vão ter uma vitória jamais vista na história deste país. Prevejo a vitória dos
partidos que estiverem no campo de Bolsonaro em 2024.
·
Mas Bolsonaro está sendo investigado pelo Judiciário...
Por
que o governo é tão apavorado de ter a CPMI (sobre o terrorismo de 8 de
janeiro) para esclarecer os fatos? Não querem saber por que as forças federais
não estavam protegendo os palácios? O (senador Rodrigo) Pacheco não vai poder
eternamente evitar a convocação do Congresso, que é quando ele vai ter que ler
o requerimento da CPMI e a comissão terá que ser instalada. Veja daqui a seis
meses se o governo federal vai ter resolvido essa crise que tem dezenas de anos.
Não
tem como resolver essa situação dos ianomâmis, (que têm um) território maior
que Santa Catarina. Como cuidar das pessoas nômades, que você não sabe se são
venezuelanos ou não. Não tem uma solução. Então, se criou uma narrativa contra
Bolsonaro. Mas, daqui a seis meses, as pessoas vão ver que a situação continua.
E essa história de joias é uma brincadeira. Bolsonaro é um homem de bem,
simples, correto. Não cola com a população a imagem de ladrão, principalmente
de pessoa que desvia recursos públicos. A população vai ver isso e não vai
afetar (a popularidade) em nada. É apenas cortina de fumaça para esconder os
erros e a falta de compromisso desse governo. Daqui a pouco, vão procurar a
picanha que Lula prometeu e, até agora, não aconteceu nada.
·
O senhor, ao defender Bolsonaro, ataca Lula, os coloca
na mesma régua...
Ainda
hoje parece que Bolsoanro governa o país. É uma loucura. Nos meios de
comunicação, só se fala no Bolsonaro, em vez de falar do governo Lula. Quando
Bolsonaro assumiu, não falávamos no (Michel) Temer, na Dilma (Rousseff). Vamos
comparar os números, o que eles (Bolsonaro e Lula) prometeram. Vão ver que a
diferença é enorme entre o que prometemos e o que eles prometeram.
·
O governo, já na transição, deixou claro que o
orçamento não tinha espaço para despesas sociais e expôs erros do
ex-presidente. Atacar, então, é uma boa estratégia?
Tudo
que prometeu, Bolsonaro cumpriu. Esse governo não cumpre a palavra. Prometeram
um governo muito melhor do que fizeram no primeiro governo Lula, e essa é a grande
frustração do Lula. Ele é um presidente muito pior do que foi no passado e não
conseguiu cumprir as promessas. Essa é a grande diferença.
·
O senhor acha que Bolsonaro vai manter o capital
político?
A
desesperança com esse governo é tão grande que Bolsonaro vai aumentar o capital
político de uma forma jamais vista.
·
Quem vai liderar a oposição no Senado?
Todos
nós, cada um com seu perfil. Tereza (Cristina), Rogério (Marinho), eu,
(Hamilton) Mourão, (Carlos) Portinho... Cada senador tem sua importância. Temos
um bloco bem unido. Pessoas que se falam constantemente, dialogam, sem muito
conflito de vaidade. Temos esse papel de fazer oposição ao governo e não ao
país.
·
É possível ser oposição a um governo de pautas
prioritariamente sociais?
Não
estão criando as condições econômicas para isso. É um governo que só fala em
gastos, não fala em cortar despesas. Não vejo com muito otimismo a criação de
programas sociais.
·
Como
está a disposição para votar a reforma tributária?
Não
vejo o menor interesse do governo em aprová-la, porque sabe que o Congresso não
vai aprovar aumento de imposto. O que eles querem é aumentar a mordida no bolso
do cidadão.
·
O senhor não acha justo que quem tem mais, pague mais?
Acabei
de ver o aumento do imposto de combustível dado pelo PT. Meu estado elegeu Lula
e ganhou como recompensa o maior imposto de combustível do Brasil. Quem está
pagando imposto e aumento de carga tributária é a população mais pobre. O maior
imposto que eles estão cobrando é a falta de emprego e a falta de geração de renda.
O que eles querem é aumentar a carga tributária para aumentar os gastos. Desde
quando comecei a acompanhar a vida pública, percebo que todos — FHC, Lula,
Dilma, Temer, Bolsonaro — aumentaram despesa, principalmente devido à
Previdência. E aumentaram a arrecadação cortando gastos — exceto a Dilma e o
Lula, que aumentaram porque o mundo estava com um crescimento jamais visto.
Eles não sabem cortar na carne, não têm essa prioridade.
·
O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) desafiou o deputado
Arthur Lira (PP-AL) na disputa das comissões mistas. Quem tem razão?
Meu
pai dizia, e disse isso para todos os envolvidos, que não conheço uma disputa
em que uma pessoa esteja 100% certa e outra esteja 100% errada. Tem que haver
diálogo. Acho que as duas casas vão errar se continuarem essa briga. Quem vai
mais perder é o governo, por conta das medidas provisórias (MPs). Espero que
utilizemos esta Semana Santa para virar a página e voltar com tudo funcionando.
Lula fez certo ao confrontar o presidente do Banco Central, Roberto Campos
Neto?
É
cortina de fumaça. Hoje, por conta dessas declarações dele fora do contexto,
temos o dólar R$ 1 mais caro, e as pessoas estão pagando 20% a mais em tudo que
compram. É como se você tivesse o filho com febre e fosse atacar o termômetro.
·
O presidente critica o suposto descompromisso de Campos
Neto com o lado social...
É
um discurso vazio. O Campos Neto é um dos melhores economistas do mundo. Graças
a Deus ele está à frente do BC, porque, senão, o dólar estava a R$ 10.
Fonte:
Tribuna da Internet/Correio Braziliense
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