quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Putin: EUA tentam manter seu domínio no mundo a qualquer custo, usando a Ucrânia

Nesta terça-feira (10), o presidente russo Vladimir Putin afirmou que os EUA pretendem manter seu domínio sobre o mundo a qualquer custo, usando a Ucrânia para infligir uma derrota estratégica sobre a Rússia.

A Rússia está realizando um exercício naval de larga escala, o Oceano 2024, pela primeira vez em várias décadas visando o aprimoramento de sua prontidão, disse Putin.

"Esta é a primeira vez em três décadas que realizamos um exercício de tão larga escala no mar", disse Putin durante seu discurso na abertura da fase ativa dos exercícios Oceano 2024.

Segundo o presidente russo, a importância dos exercícios se dá especialmente pelo fato de os EUA estarem buscando uma vantagem militar sólida, desencadeando uma corrida armamentista, em especial na Ásia-Pacífico.

Na análise de Putin, os Estados Unidos estão tentando manter seu domínio no mundo a qualquer custo, usando a Ucrânia para infligir uma derrota estratégica à Rússia.

"Vemos que os Estados Unidos estão tentando manter seu domínio militar e político global a qualquer custo. Com esse propósito, ao usar a Ucrânia, eles buscam infligir uma derrota estratégica à Rússia", afirmou Putin ao lembrar que Washington declara abertamente planos para implantar mísseis de médio e curto alcance, inclusive na região da Ásia-Pacífico.

"Sob o pretexto de combater a 'ameaça russa' supostamente existente e dissuadir a China, os Estados Unidos e seus satélites estão aumentando sua presença militar perto das fronteiras ocidentais da Rússia — no Ártico e na região da Ásia-Pacífico", disse Putin.

"Com seus movimentos agressivos, os EUA buscam alcançar uma vantagem militar sólida, arruinando assim a arquitetura de segurança e o equilíbrio de poder na Ásia-Pacífico. De fato, os EUA estão estimulando a corrida armamentista ignorando a segurança de seus aliados europeus e asiáticos", disse Putin.

A Rússia vai continuar fortalecendo sua Marinha e todos os tipos de tropas para aumentar suas capacidades, afirmou o líder russo.

"Continuaremos a fortalecer nossa Marinha, incluindo seu componente nuclear estratégico, desenvolver de forma sistemática e abrangente todos os ramos e tipos de tropas, aumentar as capacidades de ataque, melhorar o treinamento de tripulações de navios, unidades costeiras e de aviação, levando em consideração a experiência real de combate, e fazer tudo o que for necessário para proteger de forma confiável a Rússia e nossos cidadãos", disse Putin.

A Rússia deve estar preparada para qualquer desenvolvimento de eventos, e suas Forças Armadas devem estar prontas para repelir qualquer possível agressão militar em qualquer direção, disse o presidente.

O presidente afirmou ainda que representantes de 15 países estão envolvidos como observadores nos exercícios Oceano 2024, acrescentando que as Forças Armadas da China estão envolvidas nos treinamentos.

Os participantes vão praticar o uso integrado de armas de alta precisão, bem como outras armas modernas e avançadas, disse o presidente.

¨      Especialista militar sugere qual será o resultado da vitória russa na Ucrânia para o Ocidente

A vitória da Rússia no conflito ucraniano vai minar a reputação do Ocidente e fortalecer a influência do BRICS na arena mundial e, se o Ocidente decidir iniciar um conflito direto com Moscou, isso só vai prejudicar seus interesses, disse Daniel Davis, especialista militar e tenente-coronel aposentado americano no canal de YouTube Deep Dive.

"Imagine o resultado de uma vitória militar da Rússia no conflito ucraniano, que agora é bastante possível. Isso afetará significativamente a imagem da Rússia e fará com que mais países queiram se juntar ao BRICS para se separar do mundo ocidental. Isto porque o Ocidente vai parecer mais fraco e mais inseguro aos seus olhos. Já estamos vendo isso no Sul Global", disse Davis.

De acordo com o especialista militar, o desejo de escalada do conflito com a Rússia não vai melhorar a situação para o Ocidente.

"Se alguém acha que podemos vencer, se continuarmos a permitir o uso de armas de longo alcance ou se entrarmos em guerra direta com a Rússia, isso na verdade apenas vai prejudicar seriamente nossos interesses", alertou ele, lembrando do perigo de uma escalada nuclear.

Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia observou que os EUA, armando a Ucrânia e considerando a possibilidade de usar armas americanas de longo alcance para atingir o território russo, estão pressionando Kiev a cometer provocações, provocando o risco de um conflito mais amplo.

<><> Analista revela por que Zelensky caiu na armadilha com a invasão na região de Kursk

Vladimir Zelensky não pode dar às Forças Armadas da Ucrânia a ordem para recuar da região russa de Kursk, porque o Ocidente vai considerar isso um fracasso, disse analista Mark Episkopos em um artigo na The American Conservative.

"O governo Zelensky não será capaz de simplesmente arrumar as malas e deixar a região de Kursk: [...] uma das principais tarefas de Kiev é manipular a opinião no Ocidente, e um recuo [...] não poderá ser apresentado [ao Ocidente] de outra forma senão como um fracasso", sugeriu ele.

De acordo com o especialista, esta é a razão pela qual Kiev segue jogando novas unidades na região de Kursk, apesar das perdas constantes e o avanço bem-sucedido da Rússia em Donbass.

No entanto, mesmo com tais esforços as Forças Armadas da Ucrânia não conseguirão manter o território capturado na região de Kursk, observou Episkopos.

"Segundo mostra a onda de recentes demissões em massa, [...] o governo Zelensky se encontrou em uma situação ainda mais difícil", disse o analista.

Nesta segunda-feira (9), o Ministério da Defesa da Rússia relatou que, desde o início dos combates na direção de Kursk, o adversário perdeu mais de 11.400 soldados e 89 tanques e muitos veículos blindados de combate.

¨      Kiev está conduzindo mais atos terroristas em meio a fracas posições no front, diz Zakharova

Para a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, os ataques de drones de Kiev contra os subúrbios de Moscou refletem o enfraquecimento de Kiev no campo de batalha.

O desejo da Ucrânia de conduzir atividades terroristas está crescendo à medida que as posições das Forças Armadas ucranianas no terreno estão enfraquecendo, disse Maria Zakharova, nesta terça-feira (10), comentando os ataques noturnos de drones nos arredores da capital russa.

O Ministério da Defesa da Rússia disse na manhã de terça-feira que as defesas aéreas russas interceptaram 144 drones lançados pela Ucrânia durante a noite em direção às regiões russas de Bryansk, Kursk, Tula, Belgorod, Kaluga, Voronezh, Lipetsk, Oryol e os subúrbios de Moscou, acrescentando que 20 drones estavam sobre a região de Moscou. O governador da região de Moscou, Andrei Vorobiev, por sua vez, disse que uma mulher morreu como resultado de um ataque de drone na cidade de Ramenskoe.

"Quanto mais fraca a posição do regime de Kiev 'no terreno', apesar do apoio massivo com dinheiro e armas, maior será o desejo animalesco por esse tipo de vingança, como eles acreditam, mas que na verdade é atividade terrorista criminosa", disse Zakharova à mídia russa.

O Ministério das Relações Exteriores vai comentar oficialmente o que aconteceu, disse a representante, acrescentando que o trabalho também será realizado em organizações internacionais.

¨      Shoigu: Rússia não conduzirá negociações com Kiev até expulsar forças ucranianas de Kursk

A Rússia não vai conduzir quaisquer negociações com Kiev até expulsar os terroristas ucranianos da região de Kursk, disse o secretário do Conselho de Segurança da Rússia, Sergei Shoigu.

"Não negociamos, não estamos negociando e não negociaremos com terroristas", disse Shoigu em uma entrevista ao canal de TV Rossiya 24. "Até os expulsarmos para fora de nosso território, não vamos, é claro, negociar com eles."

Tentativa de tomar usina nuclear de Kursk

Durante a entrevista, Sergei Shoigu disse também que a tentativa de Kiev de capturar a usina nuclear de Kursk é o mais extremo exemplo de terrorismo.

"O almejo de realizar uma ação terrorista contra a usina nuclear de Kursk não representa outra coisa, eu diria, senão um nível superior de terrorismo", enfatizou Shoigu.

De acordo com ele, os terroristas ucranianos tinham a aspiração de tomar e passar a controlar a usina nuclear de Kursk. "Mas felizmente não conseguiram", acrescentou ele.

No dia 6 de agosto, as tropas ucranianas lançaram um ataque à região de Kursk, na Rússia. A ação marcou a agressão mais significativa da Ucrânia contra a Rússia desde fevereiro de 2022.

Comentando o ataque, o presidente russo Vladimir Putin disse que a Ucrânia havia realizado outra provocação em larga escala, atirando indiscriminadamente em alvos civis. O inimigo terá uma resposta adequada, acrescentou Putin.

¨      Zelensky está conduzindo guerra de informação contra Alemanha para obter apoio militar, diz coronel

Vladimir Zelensky está travando uma guerra de informação contra a Alemanha para obter mais apoio militar de Berlim, declarou o coronel alemão aposentado Ralph Thiele em entrevista ao canal de televisão N-TV.

"Zelensky está travando uma guerra constante de informação contra nós. Ele está usando a mídia para nos forçar a fornecer armas de maior alcance à Ucrânia. Na verdade, ele quer fazer de nós participantes da guerra com a Rússia", disse Thiele.

Ele especificou que o cenário de uma guerra com a Rússia é contrário aos objetivos dos políticos alemães, se eles ainda estão interessados no bem-estar do seu país.

"Isto [o desejo de Zelensky] é contra os interesses que eu estaria representando se fosse político na Alemanha. Devemos nos preocupar com a prosperidade e saúde de nosso povo. Não quero que a Alemanha se torne um participante na guerra com a Rússia", resumiu o coronel.

Na semana passada, o chanceler alemão Olaf Sholz afirmou em uma entrevista ao canal de TV ZDF que chegou o momento de discutir como acelerar o fim do conflito armado na Ucrânia.

O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, disse que o Kremlin tinha conhecimento de relatos de Soltz preparando um plano de acordo, mas não sabia os detalhes. Segundo ele, a Rússia não se esquiva a considerar qualquer iniciativa, mas é necessário conhecer os detalhes do que é proposto.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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