Incidência de câncer de próstata na Bahia é a 2ª maior do país
Com estimativa de 89 casos para cada 100 mil
homens, a Bahia é o segundo estado do país em incidência do câncer de próstata.
O Rio de Janeiro lidera essa estatística com 93,84 casos para cada 100 mil
homens, de acordo com a estimativa de taxas brutas do INCA; A conscientização
da população masculina para a necessidade dos exames de rastreamento é a maior
aliada da prevenção
Segundo tipo de câncer mais comum entre os homens
no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata
deve acometer 71.730 brasileiros em 2023, de acordo com estimativa do Instituto
Nacional do Câncer - Inca. Na Bahia, a estimativa é de 6.510 novos casos, sendo
1.200 em Salvador. No século 21, o preconceito e a desinformação ainda são os
principais desafios para o combate a esse tipo de câncer, responsável por 28%
das mortes da população masculina, que é acometida por alguma neoplasia
maligna.
Conscientizar a população masculina sobre a
importância das consultas e exames de rotina para prevenção de problemas de
saúde, em especial o câncer, ainda é um objetivo a ser alcançado . “Os exames
preventivos para o câncer de próstata são a melhor forma de diagnosticar a
doença em fase inicial. O tumor tem cerca de 90% de chances de cura ao ser
diagnosticado precocemente”, afirma o oncologista Rafael Batista, diretor
médico do NOB Oncoclínicas.
A recomendação é que homens a partir dos 50 anos
façam o exame clínico (toque retal) e o teste de antígeno prostático específico
(PSA) anualmente para rastreamento da doença. Nos casos em que há histórico
familiar, os exames devem ser feitos a partir dos 45 anos.
Além da idade, o histórico familiar, fatores
genéticos hereditários, obesidade e exposição ocupacional a agentes químicos
também são fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, que
acomete, principalmente, homens com mais de 65 anos.
• Sintomas
Em seu estágio inicial, o tumor de próstata evolui
de forma assintomática e silenciosa, e, geralmente, só apresenta sinais quando
já está em fase mais avançada. Os
principais sintomas da doença podem ser semelhantes ao crescimento benigno da
glândula, tendo como características dificuldade para urinar seguida de dor
e/ou ardor, gotejamento prolongado no final, frequência urinária aumentada
durante o dia ou à noite. Em fase mais avançada, pode ocorrer a presença de
sangue no sêmen, impotência sexual, além de outros desconfortos decorrentes de
metástase em outros órgãos.
• Tratamentos
O tratamento depende do estágio e da agressividade
em que o tumor se encontra. “O tratamento adotado deve ser individualizado e o
paciente deve ser esclarecido sobre os seus riscos e benefícios”, esclarece o
oncologista Rafael Batista.
Em casos iniciais e com características de baixa
agressividade, o acompanhamento vigilante com consultas e exames periódicos
deve ser discutido com o paciente, uma vez que é possível poupá-lo de algumas
toxicidades que o tratamento pode causar. Nos outros casos de doença
localizada, a cirurgia, a radioterapia associada ou não ao bloqueio hormonal e
a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) pode ser realizada
com boas taxas de resposta.
• Câncer
é doença urológica mais temida por homens, mostra pesquisa
Uma pesquisa de percepção do homem sobre sua saúde
apontou que o câncer é uma doença urológica mais temida pelos homens. O
levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia indicou que 58% dos homens
temem e têm medo da enfermidade. O percentual impacta os homens que procuraram
atendimentos apenas no Sistema Único de Saúde (SUS).
Nos homens com mais de 40 anos, 32% consideraram
que se preocupam com a própria saúde e 46% afirmaram que só vão ao hospital
quando sentem alguma coisa diferente. Entre os procedimentos mais temidos está
o exame de toque retal que ainda desperta temor em um em cada sete homens,
principalmente os com idade maior que 60 anos.
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira (1º) pela
Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com o apoio do Laboratório Adium,
mostrou ainda que 78% dos homens acima de 60 anos teriam um maior cuidado com a
saúde ao realizarem exames a cada seis meses ou um ano.
O medo ou ansiedade quando se comenta sobre saúde
foi o que impactou os números, segundo a SBU.
“Sentir
alguma coisa é algo que não passou com remédio caseiro. Ele foi à farmácia
procurar algum paliativo que pudesse ajudar aquele sintoma e a coisa não
melhorou. Essa atitude do homem faz com que ele tenha uma expectativa de vida,
sete ou oito anos menor que a das mulheres”, afirmou o presidente da SBU,
Alfredo Canalini, em publicação a Agência Brasil.
Em termos de saber sobre o câncer, 75% dos homens
ouvidos afirmaram que tem ciência da doença. Já a hiperplasia benigna (HPB) e a
prostatite 59% contaram que sabem da existência dessas enfermidades. Somente
43% t?m informações sobre a enfermidades.
A falta de conhecimento da HPB é grande em adultos,
de 40 a 44 anos, onde apenas 39% sabem a respeito. Já a estimativa é de que
cerca de 50% dos homens com mais de 50 anos devem ter algum grau da HPB.
A maioria dos homens ouvidos disse saber sobre o
câncer (75%) e a prostatite (59%), mas a hiperplasia benigna (HPB), apesar de
mais prevalente, é menos conhecida. Apenas 43% têm informações sobre ela. O
desconhecimento da HPB é maior entre os mais jovens, de 40 a 44 anos, somente
39% sabem o que é. A estimativa é de que cerca de 50% dos homens acima de 50
anos podem apresentar algum grau de HPB.
De acordo com publicação da Agência Brasil, os
entrevistados relataram ainda o sedentarismo (26%), a pressão alta (24%), e a
obesidade (12%). No total, 35% responderam que não têm nenhum problema de
saúde. O menor índice de escolha do sedentarismo ficou entre os homens 60+
(18%). Nessa faixa etária o problema mais comum é a pressão alta (40%).
Bahia
registra aumento de 131,2% em casos confirmados de Covid-19 durante outubro
A Bahia registrou um aumento de 131,2% de casos
ativos de Covid-19, entre o dia 22 de outubro até o último dia 28 do mesmo mês.
Somente neste período foram confirmados 645 casos ativos da doença. Os dados
são da Semana Epidemiológica 43/2023, disponibilizados em um alerta
epidemiológico que a reportagem do Bahia Notícias obteve acesso.
O número representa um aumento comparado à semana
epidemiológica do período anterior, quando foram registrados 279 casos.
O estado obteve ainda uma média de 25 casos por
dia, entre o período de 30 de julho a 02 de setembro. Já entre 24 de setembro
até o último dia 28 de outubro foi confirmado uma média de 45 casos por dia da
enfermidade. A variação média de casos novos durante os últimos quinze dias foi
de 335,8% no último dia 27.
Ainda no mês de outubro foram óbitos cinco óbitos
por Covid-19 e outros 10 que aconteceram em períodos anteriores também foram
notificados. No número total, a Bahia obteve 1.808.176 casos ativos e 31.738
óbitos por Covid-19, entre 2020 até o dia 27 de outubro de 2023.
Os municípios com mais casos notificados foram
Salvador (340.117 casos), Feira de Santana (85.445); Vitória da Conquista
(52.481), Itabuna (45.701), Camaçari (35.796), Lauro de Freitas (34.065),
Juazeiro (29.771), Teixeira de Freitas (28.081), Ilhéus( 27.353) e Barreiras (27.013).
Já na lista de cidades com mais óbitos aparecem
Salvador (13224), Vitória da Conquista
(1610); Feira de Santana (1610); Ilhéus (1316); Itabuna (1130); Barreiras
(912); Lauro de Freitas (870); Jequié (710); Juazeiro (705) e Teixeira de
Freitas (527).
Hospital
de Feira de Santana realiza neurocirurgia com paciente acordada para retirada
de tumor cerebral
Uma intervenção cirúrgica de alta complexidade foi
realizada pela primeira vez no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana.
Uma paciente de 24 anos, moradora enfrentou um desafio de saúde específico, com
um tumor cerebral de 8 centímetros de diâmetro. Este tumor ocupava uma área
importante do cérebro, responsável pela motricidade, ou seja, sem a cirurgia a
paciente poderia ter o comprometimento de seus movimentos.
O coordenador da neurocirurgia do Hospital
Clériston Andrade, Márcio Brandão, enfatizou a complexidade desse caso,
observando que " essa localização do tumor, se fosse operada pelas
técnicas normais, poderia causar danos e/ou um déficit significativo, inclusive
com sequelas. Ela poderia ficar com o lado do corpo paralisado , com
dificuldades para falar."
A solução inovadora escolhida foi realizar uma
cirurgia em que a paciente permanece acordada. O neurocirurgião explicou:
"Optamos por fazer uma técnica que aqui no Clériston foi a primeira vez,
que ainda está sendo uma novidade na Bahia. Que é acordar o paciente durante
uma cirurgia e retirar o tumor com ele acordado. Com isso, a gente consegue
interagir com o paciente enquanto é feita a dissecção (extração) do
tumor."
A abordagem cirúrgica realizada nesta jovem
permitiu que uma equipe médica monitorasse continuamente a paciente, garantindo
que a área vital do cérebro não fosse prejudicada. “Durante o procedimento,
conversamos com a paciente e ela respondia as perguntas, fazia contas simples e
interagia com a equipe médica. A anestesia utilizada foi projetada de forma que
o paciente não sentisse dor e pudesse colaborar com a equipe. À medida que o
tumor era retirado, ela lia, conversava e até mesmo olhava imagens em um
tablete”, afirmou o médico.
Trata-se de uma cirurgia que envolve um grande
número de profissionais. No total, cerca de 12 pessoas, incluindo médicos,
enfermeiros e neurofisiologistas, trabalharam em conjunto. “O sucesso da cirurgia
também dependeu do apoio da administração do hospital e da colaboração de toda
a equipe multiprofissional do centro cirúrgico. O procedimento, que começou às
seis e meia da manhã e terminou às 17h, foi uma demonstração impressionante de
trabalho em equipe e tecnologia médica avançada. Foram utilizados equipamentos
específicos para esse tipo de cirurgia, como aspirador ultrassônico e
neuronavegador, que auxiliaram na extração do tumor. Graças ao comprometimento
de todos os envolvidos, a paciente saiu da cirurgia sem sequelas e já teve alta
para casa”. disse Dr. Márcio.
O coordenador da neurocirurgia expressou sua
satisfação com o resultado: "Eu fico feliz pelo resultado, fico feliz pela
paciente e esse foi um procedimento iniciado aqui no Clériston que nós agora,
depois da primeira vez, teremos mais facilidade para poder executar outros do
mesmo tipo. Esta cirurgia não apenas salvou uma vida, mas também distribuiu um
novo padrão de atendimento médico no Hospital Clériston Andrade, abrindo
caminho para futuras intervenções bem-sucedidas”
Fonte: Tribuna da Bahia/BN
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