sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Incidência de câncer de próstata na Bahia é a 2ª maior do país

Com estimativa de 89 casos para cada 100 mil homens, a Bahia é o segundo estado do país em incidência do câncer de próstata. O Rio de Janeiro lidera essa estatística com 93,84 casos para cada 100 mil homens, de acordo com a estimativa de taxas brutas do INCA; A conscientização da população masculina para a necessidade dos exames de rastreamento é a maior aliada da prevenção

Segundo tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata deve acometer 71.730 brasileiros em 2023, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer - Inca. Na Bahia, a estimativa é de 6.510 novos casos, sendo 1.200 em Salvador. No século 21, o preconceito e a desinformação ainda são os principais desafios para o combate a esse tipo de câncer, responsável por 28% das mortes da população masculina, que é acometida por alguma neoplasia maligna.

Conscientizar a população masculina sobre a importância das consultas e exames de rotina para prevenção de problemas de saúde, em especial o câncer, ainda é um objetivo a ser alcançado . “Os exames preventivos para o câncer de próstata são a melhor forma de diagnosticar a doença em fase inicial. O tumor tem cerca de 90% de chances de cura ao ser diagnosticado precocemente”, afirma o oncologista Rafael Batista, diretor médico do NOB Oncoclínicas.

A recomendação é que homens a partir dos 50 anos façam o exame clínico (toque retal) e o teste de antígeno prostático específico (PSA) anualmente para rastreamento da doença. Nos casos em que há histórico familiar, os exames devem ser feitos a partir dos 45 anos.     

Além da idade, o histórico familiar, fatores genéticos hereditários, obesidade e exposição ocupacional a agentes químicos também são fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer, que acomete, principalmente, homens com mais de 65 anos.

•        Sintomas

Em seu estágio inicial, o tumor de próstata evolui de forma assintomática e silenciosa, e, geralmente, só apresenta sinais quando já está em fase mais avançada.  Os principais sintomas da doença podem ser semelhantes ao crescimento benigno da glândula, tendo como características dificuldade para urinar seguida de dor e/ou ardor, gotejamento prolongado no final, frequência urinária aumentada durante o dia ou à noite. Em fase mais avançada, pode ocorrer a presença de sangue no sêmen, impotência sexual, além de outros desconfortos decorrentes de metástase em outros órgãos.

•        Tratamentos

O tratamento depende do estágio e da agressividade em que o tumor se encontra. “O tratamento adotado deve ser individualizado e o paciente deve ser esclarecido sobre os seus riscos e benefícios”, esclarece o oncologista Rafael Batista.

Em casos iniciais e com características de baixa agressividade, o acompanhamento vigilante com consultas e exames periódicos deve ser discutido com o paciente, uma vez que é possível poupá-lo de algumas toxicidades que o tratamento pode causar. Nos outros casos de doença localizada, a cirurgia, a radioterapia associada ou não ao bloqueio hormonal e a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) pode ser realizada com boas taxas de resposta.

•        Câncer é doença urológica mais temida por homens, mostra pesquisa

Uma pesquisa de percepção do homem sobre sua saúde apontou que o câncer é uma doença urológica mais temida pelos homens. O levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia indicou que 58% dos homens temem e têm medo da enfermidade. O percentual impacta os homens que procuraram atendimentos apenas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nos homens com mais de 40 anos, 32% consideraram que se preocupam com a própria saúde e 46% afirmaram que só vão ao hospital quando sentem alguma coisa diferente. Entre os procedimentos mais temidos está o exame de toque retal que ainda desperta temor em um em cada sete homens, principalmente os com idade maior que 60 anos.

A pesquisa divulgada nesta quarta-feira (1º) pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), com o apoio do Laboratório Adium, mostrou ainda que 78% dos homens acima de 60 anos teriam um maior cuidado com a saúde ao realizarem exames a cada seis meses ou um ano.

O medo ou ansiedade quando se comenta sobre saúde foi o que impactou os números, segundo a SBU.

 “Sentir alguma coisa é algo que não passou com remédio caseiro. Ele foi à farmácia procurar algum paliativo que pudesse ajudar aquele sintoma e a coisa não melhorou. Essa atitude do homem faz com que ele tenha uma expectativa de vida, sete ou oito anos menor que a das mulheres”, afirmou o presidente da SBU, Alfredo Canalini, em publicação a Agência Brasil.

Em termos de saber sobre o câncer, 75% dos homens ouvidos afirmaram que tem ciência da doença. Já a hiperplasia benigna (HPB) e a prostatite 59% contaram que sabem da existência dessas enfermidades. Somente 43% t?m informações sobre a enfermidades.

A falta de conhecimento da HPB é grande em adultos, de 40 a 44 anos, onde apenas 39% sabem a respeito. Já a estimativa é de que cerca de 50% dos homens com mais de 50 anos devem ter algum grau da HPB. 

A maioria dos homens ouvidos disse saber sobre o câncer (75%) e a prostatite (59%), mas a hiperplasia benigna (HPB), apesar de mais prevalente, é menos conhecida. Apenas 43% têm informações sobre ela. O desconhecimento da HPB é maior entre os mais jovens, de 40 a 44 anos, somente 39% sabem o que é. A estimativa é de que cerca de 50% dos homens acima de 50 anos podem apresentar algum grau de HPB.

De acordo com publicação da Agência Brasil, os entrevistados relataram ainda o sedentarismo (26%), a pressão alta (24%), e a obesidade (12%). No total, 35% responderam que não têm nenhum problema de saúde. O menor índice de escolha do sedentarismo ficou entre os homens 60+ (18%). Nessa faixa etária o problema mais comum é a pressão alta (40%).

 

       Bahia registra aumento de 131,2% em casos confirmados de Covid-19 durante outubro

 

A Bahia registrou um aumento de 131,2% de casos ativos de Covid-19, entre o dia 22 de outubro até o último dia 28 do mesmo mês. Somente neste período foram confirmados 645 casos ativos da doença. Os dados são da Semana Epidemiológica 43/2023, disponibilizados em um alerta epidemiológico que a reportagem do Bahia Notícias obteve acesso.

O número representa um aumento comparado à semana epidemiológica do período anterior, quando foram registrados 279 casos.

O estado obteve ainda uma média de 25 casos por dia, entre o período de 30 de julho a 02 de setembro. Já entre 24 de setembro até o último dia 28 de outubro foi confirmado uma média de 45 casos por dia da enfermidade. A variação média de casos novos durante os últimos quinze dias foi de 335,8% no último dia 27.

Ainda no mês de outubro foram óbitos cinco óbitos por Covid-19 e outros 10 que aconteceram em períodos anteriores também foram notificados. No número total, a Bahia obteve 1.808.176 casos ativos e 31.738 óbitos por Covid-19, entre 2020 até o dia 27 de outubro de 2023.

Os municípios com mais casos notificados foram Salvador (340.117 casos), Feira de Santana (85.445); Vitória da Conquista (52.481), Itabuna (45.701), Camaçari (35.796), Lauro de Freitas (34.065), Juazeiro (29.771), Teixeira de Freitas (28.081), Ilhéus( 27.353)  e Barreiras (27.013).

Já na lista de cidades com mais óbitos aparecem Salvador (13224),  Vitória da Conquista (1610); Feira de Santana (1610); Ilhéus (1316); Itabuna (1130); Barreiras (912); Lauro de Freitas (870); Jequié (710); Juazeiro (705) e Teixeira de Freitas (527).

 

       Hospital de Feira de Santana realiza neurocirurgia com paciente acordada para retirada de tumor cerebral

 

Uma intervenção cirúrgica de alta complexidade foi realizada pela primeira vez no Hospital Clériston Andrade, em Feira de Santana. Uma paciente de 24 anos, moradora enfrentou um desafio de saúde específico, com um tumor cerebral de 8 centímetros de diâmetro. Este tumor ocupava uma área importante do cérebro, responsável pela motricidade, ou seja, sem a cirurgia a paciente poderia ter o comprometimento de seus movimentos.

O coordenador da neurocirurgia do Hospital Clériston Andrade, Márcio Brandão, enfatizou a complexidade desse caso, observando que " essa localização do tumor, se fosse operada pelas técnicas normais, poderia causar danos e/ou um déficit significativo, inclusive com sequelas. Ela poderia ficar com o lado do corpo paralisado , com dificuldades para falar."

A solução inovadora escolhida foi realizar uma cirurgia em que a paciente permanece acordada. O neurocirurgião explicou: "Optamos por fazer uma técnica que aqui no Clériston foi a primeira vez, que ainda está sendo uma novidade na Bahia. Que é acordar o paciente durante uma cirurgia e retirar o tumor com ele acordado. Com isso, a gente consegue interagir com o paciente enquanto é feita a dissecção (extração) do tumor."

A abordagem cirúrgica realizada nesta jovem permitiu que uma equipe médica monitorasse continuamente a paciente, garantindo que a área vital do cérebro não fosse prejudicada. “Durante o procedimento, conversamos com a paciente e ela respondia as perguntas, fazia contas simples e interagia com a equipe médica. A anestesia utilizada foi projetada de forma que o paciente não sentisse dor e pudesse colaborar com a equipe. À medida que o tumor era retirado, ela lia, conversava e até mesmo olhava imagens em um tablete”, afirmou o médico.

Trata-se de uma cirurgia que envolve um grande número de profissionais. No total, cerca de 12 pessoas, incluindo médicos, enfermeiros e neurofisiologistas, trabalharam em conjunto. “O sucesso da cirurgia também dependeu do apoio da administração do hospital e da colaboração de toda a equipe multiprofissional do centro cirúrgico. O procedimento, que começou às seis e meia da manhã e terminou às 17h, foi uma demonstração impressionante de trabalho em equipe e tecnologia médica avançada. Foram utilizados equipamentos específicos para esse tipo de cirurgia, como aspirador ultrassônico e neuronavegador, que auxiliaram na extração do tumor. Graças ao comprometimento de todos os envolvidos, a paciente saiu da cirurgia sem sequelas e já teve alta para casa”. disse Dr. Márcio.

O coordenador da neurocirurgia expressou sua satisfação com o resultado: "Eu fico feliz pelo resultado, fico feliz pela paciente e esse foi um procedimento iniciado aqui no Clériston que nós agora, depois da primeira vez, teremos mais facilidade para poder executar outros do mesmo tipo. Esta cirurgia não apenas salvou uma vida, mas também distribuiu um novo padrão de atendimento médico no Hospital Clériston Andrade, abrindo caminho para futuras intervenções bem-sucedidas”

 

Fonte: Tribuna da Bahia/BN

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário