sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Especialistas da ONU: tempo está se esgotando para evitar genocídio e catástrofe humanitária em Gaza

Integrantes do mecanismo de Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgaram na rede social X (antigo Twitter), nesta quinta-feira (2) que o povo palestino corre grave risco de genocídio.

Os especialistas da ONU afirmaram que o tempo está se esgotando para "evitar um genocídio e uma catástrofe humanitária" em Gaza. Também criticaram Israel por se recusar a "interromper planos de dizimar" o enclave palestino, bombardeado incesantemente há dias.

O Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou que os recentes ataques israelenses ao campo de refugiados de Jabalia - o maior de Gaza - constituem "uma flagrante violação do direito internacional e um crime de guerra".

Cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza estão com escassez de água potável. Já são mais de 9 mil mortos, desde o início do conflito na região iniciado em 7 de outubro, de acordo com as autoridades palestinas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que a situação da Faixa de Gaza é alarmante e beira o colapso. Em declaração oficial nas redes sociais, nesta manhã, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, de 36 hospitais da Faixa de Gaza, 14 não estão funcionando, além de dois centros especializados de saúde que também estão inoperantes.

·         Forças de Israel fecham o cerco contra a cidade de Gaza

Segundo porta-voz das forças militares israelenses, Daniel Hagari, o país também não considera um cessar-fogo, que outrora foi sugerido pelos EUA para negociação de soltura de reféns.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, em declaração, afirmou que o cerco à Gaza, plano de operação militar israelense em curso há alguns dias, foi concluído com êxito nesta quinta-feira (2). Além disso, o oficial pontuou que o objetivo segue sendo "desmantelar o Hamas".

"Estamos atacando postos avançados, quartéis-generais, posições de lançamento de mísseis e infraestruturas do Hamas, e eliminando terroristas em combates terrestres", acrescentou o oficial.

Chamando a cidade de Gaza de "centro de atividades do Hamas", as ações contrariam o desejo recente dos EUA de um cessar-fogo temporário para liberação de prisioneiros.

O porta-voz israelense afirmou que o Exército do país está pronto para enfrentamentos "em qualquer tipo de local". Desde o início do conflito, mais de 9 mil palestinos foram mortos, sendo 70% deles crianças, mulheres e idosos — segundo dados do Ministério da Saúde da Palestina.

 

Ø  OMS diz que 14 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza estão inoperantes devido aos ataques de Israel

 

Com o número de mortos ultrapassando a casa dos 9 mil desde o início do conflito, Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que estado da Faixa de Gaza é alarmante e beira o colapso.

Em declaração oficial nas redes sociais, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, de 36 hospitais da Faixa de Gaza, 14 não estão funcionando, além de dois centros especializados de saúde que também estão inoperantes.

"Na Faixa de Gaza, 14 dos 36 hospitais e dois centros especializados não estão operando devido à escassez de combustível, por conta da destruição, dos ataques e da falta de segurança. Os hospitais que permanecem abertos estão sobrecarregados, atendendo 40% acima de suas capacidades", afirmou o oficial.

Em apelo, Tedros ainda disse que a OMS solicita, com urgência, "o acesso estável à ajuda humanitária para os habitantes da Faixa de Gaza".

Segundo o diretor, a situação atual na região é "indescritível", com mais de 1,4 milhão de cidadãos deslocados.

"Hospitais e necrotérios estão superlotados, os médicos são obrigados a realizar cirurgias sem anestesia", enfatizou Ghebreyesus.

A postagem ainda diz que escolas, que servem de abrigo para múltiplas famílias, necessitam de alimentos e água e também estão lotadas, e isso aumenta o risco de surtos de infecções devido a falta de normas sanitárias adequadas.

Desde o início da guerra, segundo o Ministério da Saúde da Palestina, mais de 9 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza. O número de feridos bate a casa de 32 mil pessoas até o momento.

 

Ø  EUA têm 'sangue nas mãos' por causa do bombardeio de Gaza por Israel, diz ativista pela paz

 

A Casa Branca e o Congresso prometeram apoio total à mais recente campanha militar de Israel na Faixa de Gaza. A fundadora do CODEPINK, Medea Benjamin, alertou que isso não tornaria os norte-americanos ou os israelenses mais seguros.

Ativistas antiguerra interromperam o depoimento do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao Comitê de Dotações do Senado na terça-feira (31) sobre o pedido do presidente Joe Biden ao Congresso de US$ 14 bilhões (cerca de R$ 69,3 bilhões) em ajuda militar a Israel — e outros US$ 60 bilhões (aproximadamente R$ 297,2 bilhões) para a Ucrânia.

Os manifestantes ergueram as mãos pintadas de vermelho para simbolizar o sangue dos civis palestinos mortos durante semanas de bombardeios israelenses.

A fundadora da organização internacional de mulheres pela paz CODEPINK, Medea Benjamin, que foi removida à força da reunião depois de se levantar para exigir um cessar-fogo em Gaza, disse à Sputnik que foi presa e acusada de "incomodar" a audiência — mas foi libertada algumas horas depois.

"Incomodar um genocídio é como eu chamo isso", disse Benjamim. "Nós nos levantamos um por um e então um grupo inteiro de pessoas se levantou, e a maioria de nós tinha tinta vermelha nas mãos para mostrar o sangue em suas mãos. E dissemos para parar de dar nosso dinheiro a Israel."

A ativista veterana destacou que nenhum dos cem senadores dos EUA apelou ainda a um cessar-fogo.

"Acho isso atroz, dado o que a ONU está pedindo, dada a votação na ONU que foi tão esmagadoramente a favor de um cessar-fogo, dado ao fato de que a maioria dos norte-americanos nas últimas sondagens quer um cessar-fogo", disse Benjamin. "E, claro, dado que todos os civis são mortos todos os dias."

Na audiência, Blinken, o secretário de Defesa Lloyd Austin e os senadores enquadraram a questão de armar Israel contra a já sitiada Faixa de Gaza e a Ucrânia em seu conflito por procuração contra a Rússia em termos de "segurança nacional", alegando que tanto a Rússia como o Hamas eram ameaças aos EUA — ao mesmo tempo que afirma cinicamente que criaria empregos no país.

"As pessoas têm de compreender que isto é diretamente o oposto da segurança nacional, que não só os israelenses serão odiados em todo o mundo — e eu odiaria viajar com um passaporte israelense hoje em dia — mas os norte-americanos também o serão, porque somos vistos globalmente como facilitadores de Israel", enfatizou Benjamin.

"As pessoas reconhecem que o sangue também está nas nossas mãos. Qualquer pessoa que tente fingir que é do nosso interesse de segurança apoiar o genocídio ou uma guerra por procuração com a Rússia precisa de ter a cabeça examinada."

·         Provocações mostram decadência, despreparo e estupidez da administração Biden, diz ex-oficial

O Exército dos EUA está em declínio e a liderança militar do país não sabe o que está fazendo, afirmou Karen Kwiatkowski, ex-tenente-coronel da Força Aérea dos EUA, em entrevista ao Judging Freedom.

Segundo a ex-oficial, toda a administração Biden é formada por pessoas sem experiência militar e sem conhecimento da história, que usa as forças americanas como um "brinquedo", sem pensar nas consequências de suas provocações.

Para ela, as forças americanas deixaram há tempos de serem capacitadas e passaram a ser um brinquedo para Washington brincar de guerra, e não para proteger o país.

"Eles não foram usados para proteger o país, mas simplesmente vistos como algo que poderia ser movido em um tabuleiro de xadrez. E se eles cometerem um erro, não significa nada, é apenas uma desculpa para investir mais dinheiro", destacou.

Ela também afirmou que o Exército do país é "uma vergonha" e que não tem chance de disputar guerras, principalmente em mais de uma frente.

"Nossos políticos vão travar uma guerra em uma, duas, três frentes [...] dizendo que vão vencer, mas eles não vão. Não vamos vencer, e isso me assusta", afirmou.

Karen também questionou a presença dos porta-aviões americanos no Oriente Médio, e definiu a ação como uma provocação direta aos países árabes e à China.

"Isso é definitivamente uma provocação. É uma ameaça preventiva. Mas em que isso é baseado? Estou preocupada com nosso presidente, que não tem muito conhecimento, e as pessoas que o cercam não têm experiência militar, não conhecem a história e não entendem de estratégia", ressaltou.

·         Biden pode perder o importante estado de Michigan nas próximas eleições se continuar apoiando Israel

Joe Biden venceu por pouco no estado de Michigan nas eleições de 2020, em parte graças ao voto muçulmano. Mas os líderes locais do seu Partido Democrata alertam que o seu apoio inabalável a Israel pode vir a lhe custar caro no próximo ano.

O presidente dos EUA, Joe Biden, pode perder o crucial estado indeciso do Michigan, com a sua considerável população árabe-americana, devido ao apoio do presidente a Israel.

Mais de 310 mil dos dez milhões de residentes de Michigan são descendentes do Oriente Médio ou do Norte da África.

Dois terços dos muçulmanos do estado votaram em Biden nas eleições de 2020, ajudando-o a vencer por 154 mil votos sobre o atual republicano Donald Trump, que derrotou a democrata Hillary Clinton por uma margem semelhante em 2016.

Mas muitos ameaçam agora a se opor a campanha de reeleição de Biden em 2024 se ele não se posicionar contra o cerco total e o bombardeio de Israel à Faixa de Gaza palestina.

O líder do grupo democrata na câmara baixa da legislatura do estado de Michigan, Abraham Aiyash, afirmou que ele e outros transmitiram a mensagem dos eleitores à Casa Branca e ao Comitê Nacional Democrata — mas não receberam nenhum reconhecimento.

"Deixamos claro que a humanidade deveria ser importante, mas se esse não for um cálculo que você vai fazer neste momento, então reconheça que haverá repercussões eleitorais", disse Aiyash. "Certamente, nenhum de nós quer ver a presidência desastrosa de Trump 'parte dois'. Mas também não vamos dar passivamente a Joe Biden um segundo mandato se as nossas preocupações não forem sequer dignas de uma resposta."

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou guerra ao movimento Hamas, que governa Gaza, em retaliação pelos ataques de 7 de outubro ao sul de Israel, que mataram cerca de 300 soldados e policiais e 1.100 colonos. Biden voou ainda no mesmo mês para Israel para prometer o seu total apoio, mesmo depois de as Forças de Defesa Israelenses (FDI) bombardearem um hospital, matando 470 pessoas.

O Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, com sede em Ramallah, na Cisjordânia, anunciou na quarta-feira (1º) que 8.720 palestinos foram mortos e 22 mil feridos pelas forças israelenses desde o início das hostilidades.

Biden suavizou sua posição em um discurso de campanha em Minnesota — lar de muitos somali-americanos — na quarta-feira, dizendo que deveria haver uma "pausa" humanitária no ataque de Israel, mas apenas para "dar tempo para libertar os prisioneiros", em referência a centenas de pessoas que foram feitas reféns pelo Hamas e por cidadãos com dupla nacionalidade dos EUA e de outros países presos em Gaza pelo bloqueio de Israel.

A primeira e única congressista palestina-americana dos EUA, Rashida Tlaib, representa o 12º distrito eleitoral de Michigan para o Partido Democrata de Biden. Ela escapou por pouco de uma moção de censura na Câmara dos Representantes na quarta-feira, movida pela republicana Marjorie Taylor Greene, uma das principais oponentes da guerra por procuração de Biden com a Rússia na Ucrânia.

Essa moção acusou Tlaib de "atividade antissemita, simpatizando com organizações terroristas e liderando uma insurreição no Complexo do Capitólio dos Estados Unidos" por pedir um cessar-fogo em Gaza e se juntar a centenas de manifestantes contra a guerra que ocuparam o edifício do Capitólio há duas semanas.

Muitos dos ávidos apoiadores do antigo presidente Donald Trump foram encarcerados ou continuam implicados em processos judiciais pelo seu envolvimento no protesto que tomou brevemente o controle da sede do Congresso em 6 de janeiro de 2021.

A moção foi derrotada por uma votação decisiva de 222 a 186, com a oposição vinda de 23 membros da maioria republicana na Câmara. Estes indivíduos, comprometidos com o princípio da liberdade de expressão, expressaram as suas preocupações contra a moção. Esse resultado indicou que pelo menos 13 democratas não votaram contra a censura.

 

Ø  Guerra em Gaza deve ser parada antes que se espalhe, diz chanceler do Irã a Erdogan

 

O ministro das Relações Exteriores do Irã conduziu uma reunião com o presidente da Turquia, com ambos concordando com a necessidade de ajudar as pessoas atacadas por Israel.

O ministro das Relações Exteriores do Irã alertou que a guerra na Faixa de Gaza deve parar imediatamente, caso contrário, ela poderá se expandir por toda a região, escreve nesta quinta-feira (2) a agência iraniana Tasnim.

Falando em uma reunião de quarta-feira (1º) em Ancara com Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, Hosein Amirabdollahian mencionou "crimes de guerra" israelenses contra "o povo indefeso de Gaza".

Segundo ele os EUA, como parte da guerra contra Gaza, não estão em posição de aconselhar os outros a se conterem enquanto apoiam diretamente Israel contra o território palestino.

Amirabdollahian acrescentou que "os movimentos de resistência palestinos nos disseram que não enfrentam escassez de munições e outros equipamentos militares, e que estão prontos para uma longa batalha, e são capazes de confrontar poderosamente o regime sionista [Israel]", mas precisam de mais apoio dos países muçulmanos, que poderia vir através de uma cúpula de seus chefes de Estado.

Erdogan, por sua vez, confirmou a vontade de Ancara de parar os ataques em Gaza através de um cessar-fogo e o envio de ajuda humanitária, e construir mecanismos para tal.

 

Ø  'Ocupação sionista': Hamas rejeita tentativas dos EUA de instalar nova realidade na Faixa de Gaza

 

As tentativas do Ocidente de enviar uma força multinacional para a Faixa de Gaza para impor uma nova realidade são completamente rejeitadas, de acordo com o movimento palestino Hamas.

"Deixamos claro que as tentativas dos Estados Unidos de intervir descaradamente para impor uma nova realidade na escala da ocupação sionista na Faixa de Gaza são completamente rejeitadas, e nosso povo palestino resistirá a elas com toda a força", afirmou o movimento em um comunicado.

Além disso, o Hamas considerou inaceitáveis as declarações dos EUA sobre a obtenção de um consenso regional "para governar Gaza após o fim da agressão".

Anteriormente, os senadores norte-americanos Christopher Van Hollen e Richard Blumenthal confirmaram os relatos de que os Estados Unidos estão considerando a possibilidade de enviar uma força multinacional para a Faixa de Gaza assim que o movimento palestino Hamas for derrotado.

Em 7 de outubro, Israel sofreu um ataque sem precedentes com foguetes, que matou 1,4 mil israelenses. As respostas vieram depois, com operações militares das Forças de Defesa de Israel, que já vitimaram mais de nove mil palestinos, incluindo milhares de crianças.

O conflito se estende desde que uma decisão da ONU, em 1947, determinou a criação de dois Estados — Israel e Palestina —, mas apenas o israelense foi criado.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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