Especialistas da ONU: tempo está se esgotando para evitar genocídio e
catástrofe humanitária em Gaza
Integrantes do mecanismo de Procedimentos Especiais
do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU)
divulgaram na rede social X (antigo Twitter), nesta quinta-feira (2) que o povo
palestino corre grave risco de genocídio.
Os especialistas da ONU afirmaram que o tempo está
se esgotando para "evitar um genocídio e uma catástrofe humanitária"
em Gaza. Também criticaram Israel por se recusar a "interromper planos de
dizimar" o enclave palestino, bombardeado incesantemente há dias.
O Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou que
os recentes ataques israelenses ao campo de refugiados de Jabalia - o maior de
Gaza - constituem "uma flagrante violação do direito internacional e um
crime de guerra".
Cerca de 2 milhões de habitantes de Gaza estão com
escassez de água potável. Já são mais de 9 mil mortos, desde o início do
conflito na região iniciado em 7 de outubro, de acordo com as autoridades
palestinas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que a
situação da Faixa de Gaza é alarmante e beira o colapso. Em declaração oficial
nas redes sociais, nesta manhã, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom
Ghebreyesus, afirmou que, de 36 hospitais da Faixa de Gaza, 14 não estão
funcionando, além de dois centros especializados de saúde que também estão
inoperantes.
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Forças de Israel fecham o cerco contra a cidade de
Gaza
Segundo porta-voz das forças militares israelenses,
Daniel Hagari, o país também não considera um cessar-fogo, que outrora foi
sugerido pelos EUA para negociação de soltura de reféns.
O porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI),
Daniel Hagari, em declaração, afirmou que o cerco à Gaza, plano de operação
militar israelense em curso há alguns dias, foi concluído com êxito nesta
quinta-feira (2). Além disso, o oficial pontuou que o objetivo segue sendo
"desmantelar o Hamas".
"Estamos atacando postos avançados, quartéis-generais,
posições de lançamento de mísseis e infraestruturas do Hamas, e eliminando
terroristas em combates terrestres", acrescentou o oficial.
Chamando a cidade de Gaza de "centro de
atividades do Hamas", as ações contrariam o desejo recente dos EUA de um
cessar-fogo temporário para liberação de prisioneiros.
O porta-voz israelense afirmou que o Exército do
país está pronto para enfrentamentos "em qualquer tipo de local".
Desde o início do conflito, mais de 9 mil palestinos foram mortos, sendo 70%
deles crianças, mulheres e idosos — segundo dados do Ministério da Saúde da
Palestina.
Ø OMS diz que 14 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza estão inoperantes
devido aos ataques de Israel
Com o número de mortos ultrapassando a casa dos 9
mil desde o início do conflito, Organização Mundial da Saúde (OMS) confirma que
estado da Faixa de Gaza é alarmante e beira o colapso.
Em declaração oficial nas redes sociais, o
diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom
Ghebreyesus, afirmou que, de 36 hospitais da Faixa de Gaza, 14 não estão
funcionando, além de dois centros especializados de saúde que também estão
inoperantes.
"Na Faixa de Gaza, 14 dos 36 hospitais e dois
centros especializados não estão operando devido à escassez de combustível, por
conta da destruição, dos ataques e da falta de segurança. Os hospitais que
permanecem abertos estão sobrecarregados, atendendo 40% acima de suas
capacidades", afirmou o oficial.
Em apelo, Tedros ainda disse que a OMS solicita,
com urgência, "o acesso estável à ajuda humanitária para os habitantes da
Faixa de Gaza".
Segundo o diretor, a situação atual na região é
"indescritível", com mais de 1,4 milhão de cidadãos deslocados.
"Hospitais e necrotérios estão superlotados,
os médicos são obrigados a realizar cirurgias sem anestesia", enfatizou
Ghebreyesus.
A postagem ainda diz que escolas, que servem de
abrigo para múltiplas famílias, necessitam de alimentos e água e também estão
lotadas, e isso aumenta o risco de surtos de infecções devido a falta de normas
sanitárias adequadas.
Desde o início da guerra, segundo o Ministério da
Saúde da Palestina, mais de 9 mil pessoas foram mortas na Faixa de Gaza. O
número de feridos bate a casa de 32 mil pessoas até o momento.
Ø EUA têm 'sangue nas mãos' por causa do bombardeio de Gaza por Israel,
diz ativista pela paz
A Casa Branca e o Congresso prometeram apoio total
à mais recente campanha militar de Israel na Faixa de Gaza. A fundadora do
CODEPINK, Medea Benjamin, alertou que isso não tornaria os norte-americanos ou
os israelenses mais seguros.
Ativistas antiguerra interromperam o depoimento do
secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, ao Comitê de Dotações do Senado
na terça-feira (31) sobre o pedido do presidente Joe Biden ao Congresso de US$
14 bilhões (cerca de R$ 69,3 bilhões) em ajuda militar a Israel — e outros US$
60 bilhões (aproximadamente R$ 297,2 bilhões) para a Ucrânia.
Os manifestantes ergueram as mãos pintadas de
vermelho para simbolizar o sangue dos civis palestinos mortos durante semanas
de bombardeios israelenses.
A fundadora da organização internacional de
mulheres pela paz CODEPINK, Medea Benjamin, que foi removida à força da reunião
depois de se levantar para exigir um cessar-fogo em Gaza, disse à Sputnik que
foi presa e acusada de "incomodar" a audiência — mas foi libertada
algumas horas depois.
"Incomodar um genocídio é como eu chamo
isso", disse Benjamim. "Nós nos levantamos um por um e então um grupo
inteiro de pessoas se levantou, e a maioria de nós tinha tinta vermelha nas
mãos para mostrar o sangue em suas mãos. E dissemos para parar de dar nosso
dinheiro a Israel."
A ativista veterana destacou que nenhum dos cem
senadores dos EUA apelou ainda a um cessar-fogo.
"Acho isso atroz, dado o que a ONU está
pedindo, dada a votação na ONU que foi tão esmagadoramente a favor de um
cessar-fogo, dado ao fato de que a maioria dos norte-americanos nas últimas
sondagens quer um cessar-fogo", disse Benjamin. "E, claro, dado que
todos os civis são mortos todos os dias."
Na audiência, Blinken, o secretário de Defesa Lloyd
Austin e os senadores enquadraram a questão de armar Israel contra a já sitiada
Faixa de Gaza e a Ucrânia em seu conflito por procuração contra a Rússia em
termos de "segurança nacional", alegando que tanto a Rússia como o
Hamas eram ameaças aos EUA — ao mesmo tempo que afirma cinicamente que criaria
empregos no país.
"As pessoas têm de compreender que isto é
diretamente o oposto da segurança nacional, que não só os israelenses serão
odiados em todo o mundo — e eu odiaria viajar com um passaporte israelense hoje
em dia — mas os norte-americanos também o serão, porque somos vistos
globalmente como facilitadores de Israel", enfatizou Benjamin.
"As pessoas reconhecem que o sangue também
está nas nossas mãos. Qualquer pessoa que tente fingir que é do nosso interesse
de segurança apoiar o genocídio ou uma guerra por procuração com a Rússia
precisa de ter a cabeça examinada."
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Provocações mostram decadência, despreparo e
estupidez da administração Biden, diz ex-oficial
O Exército dos EUA está em declínio e a liderança
militar do país não sabe o que está fazendo, afirmou Karen Kwiatkowski,
ex-tenente-coronel da Força Aérea dos EUA, em entrevista ao Judging Freedom.
Segundo a ex-oficial, toda a administração Biden é
formada por pessoas sem experiência militar e sem conhecimento da história, que
usa as forças americanas como um "brinquedo", sem pensar nas
consequências de suas provocações.
Para ela, as forças americanas deixaram há tempos
de serem capacitadas e passaram a ser um brinquedo para Washington brincar de
guerra, e não para proteger o país.
"Eles não foram usados para proteger o país,
mas simplesmente vistos como algo que poderia ser movido em um tabuleiro de
xadrez. E se eles cometerem um erro, não significa nada, é apenas uma desculpa
para investir mais dinheiro", destacou.
Ela também afirmou que o Exército do país é
"uma vergonha" e que não tem chance de disputar guerras,
principalmente em mais de uma frente.
"Nossos políticos vão travar uma guerra em
uma, duas, três frentes [...] dizendo que vão vencer, mas eles não vão. Não
vamos vencer, e isso me assusta", afirmou.
Karen também questionou a presença dos porta-aviões
americanos no Oriente Médio, e definiu a ação como uma provocação direta aos
países árabes e à China.
"Isso é definitivamente uma provocação. É uma
ameaça preventiva. Mas em que isso é baseado? Estou preocupada com nosso
presidente, que não tem muito conhecimento, e as pessoas que o cercam não têm
experiência militar, não conhecem a história e não entendem de
estratégia", ressaltou.
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Biden pode perder o importante estado de Michigan
nas próximas eleições se continuar apoiando Israel
Joe Biden venceu por pouco no estado de Michigan
nas eleições de 2020, em parte graças ao voto muçulmano. Mas os líderes locais
do seu Partido Democrata alertam que o seu apoio inabalável a Israel pode vir a
lhe custar caro no próximo ano.
O presidente dos EUA, Joe Biden, pode perder o
crucial estado indeciso do Michigan, com a sua considerável população
árabe-americana, devido ao apoio do presidente a Israel.
Mais de 310 mil dos dez milhões de residentes de
Michigan são descendentes do Oriente Médio ou do Norte da África.
Dois terços dos muçulmanos do estado votaram em
Biden nas eleições de 2020, ajudando-o a vencer por 154 mil votos sobre o atual
republicano Donald Trump, que derrotou a democrata Hillary Clinton por uma
margem semelhante em 2016.
Mas muitos ameaçam agora a se opor a campanha de
reeleição de Biden em 2024 se ele não se posicionar contra o cerco total e o
bombardeio de Israel à Faixa de Gaza palestina.
O líder do grupo democrata na câmara baixa da
legislatura do estado de Michigan, Abraham Aiyash, afirmou que ele e outros
transmitiram a mensagem dos eleitores à Casa Branca e ao Comitê Nacional
Democrata — mas não receberam nenhum reconhecimento.
"Deixamos claro que a humanidade deveria ser
importante, mas se esse não for um cálculo que você vai fazer neste momento,
então reconheça que haverá repercussões eleitorais", disse Aiyash.
"Certamente, nenhum de nós quer ver a presidência desastrosa de Trump
'parte dois'. Mas também não vamos dar passivamente a Joe Biden um segundo
mandato se as nossas preocupações não forem sequer dignas de uma
resposta."
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu
declarou guerra ao movimento Hamas, que governa Gaza, em retaliação pelos
ataques de 7 de outubro ao sul de Israel, que mataram cerca de 300 soldados e
policiais e 1.100 colonos. Biden voou ainda no mesmo mês para Israel para
prometer o seu total apoio, mesmo depois de as Forças de Defesa Israelenses
(FDI) bombardearem um hospital, matando 470 pessoas.
O Ministério da Saúde da Autoridade Palestina, com
sede em Ramallah, na Cisjordânia, anunciou na quarta-feira (1º) que 8.720
palestinos foram mortos e 22 mil feridos pelas forças israelenses desde o
início das hostilidades.
Biden suavizou sua posição em um discurso de
campanha em Minnesota — lar de muitos somali-americanos — na quarta-feira,
dizendo que deveria haver uma "pausa" humanitária no ataque de
Israel, mas apenas para "dar tempo para libertar os prisioneiros", em
referência a centenas de pessoas que foram feitas reféns pelo Hamas e por
cidadãos com dupla nacionalidade dos EUA e de outros países presos em Gaza pelo
bloqueio de Israel.
A primeira e única congressista palestina-americana
dos EUA, Rashida Tlaib, representa o 12º distrito eleitoral de Michigan para o
Partido Democrata de Biden. Ela escapou por pouco de uma moção de censura na
Câmara dos Representantes na quarta-feira, movida pela republicana Marjorie
Taylor Greene, uma das principais oponentes da guerra por procuração de Biden
com a Rússia na Ucrânia.
Essa moção acusou Tlaib de "atividade
antissemita, simpatizando com organizações terroristas e liderando uma
insurreição no Complexo do Capitólio dos Estados Unidos" por pedir um
cessar-fogo em Gaza e se juntar a centenas de manifestantes contra a guerra que
ocuparam o edifício do Capitólio há duas semanas.
Muitos dos ávidos apoiadores do antigo presidente
Donald Trump foram encarcerados ou continuam implicados em processos judiciais
pelo seu envolvimento no protesto que tomou brevemente o controle da sede do
Congresso em 6 de janeiro de 2021.
A moção foi derrotada por uma votação decisiva de
222 a 186, com a oposição vinda de 23 membros da maioria republicana na Câmara.
Estes indivíduos, comprometidos com o princípio da liberdade de expressão,
expressaram as suas preocupações contra a moção. Esse resultado indicou que
pelo menos 13 democratas não votaram contra a censura.
Ø Guerra em Gaza deve ser parada antes que se espalhe, diz chanceler do
Irã a Erdogan
O ministro das Relações Exteriores do Irã conduziu
uma reunião com o presidente da Turquia, com ambos concordando com a
necessidade de ajudar as pessoas atacadas por Israel.
O ministro das Relações Exteriores do Irã alertou
que a guerra na Faixa de Gaza deve parar imediatamente, caso contrário, ela
poderá se expandir por toda a região, escreve nesta quinta-feira (2) a agência
iraniana Tasnim.
Falando em uma reunião de quarta-feira (1º) em
Ancara com Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, Hosein Amirabdollahian
mencionou "crimes de guerra" israelenses contra "o povo indefeso
de Gaza".
Segundo ele os EUA, como parte da guerra contra
Gaza, não estão em posição de aconselhar os outros a se conterem enquanto
apoiam diretamente Israel contra o território palestino.
Amirabdollahian acrescentou que "os movimentos
de resistência palestinos nos disseram que não enfrentam escassez de munições e
outros equipamentos militares, e que estão prontos para uma longa batalha, e
são capazes de confrontar poderosamente o regime sionista [Israel]", mas
precisam de mais apoio dos países muçulmanos, que poderia vir através de uma
cúpula de seus chefes de Estado.
Erdogan, por sua vez, confirmou a vontade de Ancara
de parar os ataques em Gaza através de um cessar-fogo e o envio de ajuda
humanitária, e construir mecanismos para tal.
Ø 'Ocupação sionista': Hamas rejeita tentativas dos EUA de instalar nova
realidade na Faixa de Gaza
As tentativas do Ocidente de enviar uma força
multinacional para a Faixa de Gaza para impor uma nova realidade são
completamente rejeitadas, de acordo com o movimento palestino Hamas.
"Deixamos claro que as tentativas dos Estados
Unidos de intervir descaradamente para impor uma nova realidade na escala da
ocupação sionista na Faixa de Gaza são completamente rejeitadas, e nosso povo
palestino resistirá a elas com toda a força", afirmou o movimento em um
comunicado.
Além disso, o Hamas considerou inaceitáveis as
declarações dos EUA sobre a obtenção de um consenso regional "para
governar Gaza após o fim da agressão".
Anteriormente, os senadores norte-americanos
Christopher Van Hollen e Richard Blumenthal confirmaram os relatos de que os
Estados Unidos estão considerando a possibilidade de enviar uma força
multinacional para a Faixa de Gaza assim que o movimento palestino Hamas for
derrotado.
Em 7 de outubro, Israel sofreu um ataque sem
precedentes com foguetes, que matou 1,4 mil israelenses. As respostas vieram
depois, com operações militares das Forças de Defesa de Israel, que já
vitimaram mais de nove mil palestinos, incluindo milhares de crianças.
O conflito se estende desde que uma decisão da ONU,
em 1947, determinou a criação de dois Estados — Israel e Palestina —, mas
apenas o israelense foi criado.
Fonte: Sputnik Brasil
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