Governo baiano divulga programação do Novembro Negro 2023
O Novembro Negro 2023 será marcado por uma ampla
programação na Bahia, com o objetivo de fortalecer a luta contra o racismo e
pela garantia dos direitos da população negra. As ações incluem shows, debates,
atos públicos, inaugurações, festivais, feiras e caminhadas, realizadas ou
apoiadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) e demais
órgãos estaduais.
A apresentação do Bando de Teatro Olodum e os shows
de Ilê Aiyê – com participações de Dão e Ana Mametto –, Banda Didá, Cortejo
Afro e Yayá Muxima abrem as atividades, na terça-feira, 7 de novembro, às 18h,
na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Além das atrações artísticas, o
público poderá prestigiar a Feira de Empreendedorismo Negro montada na entrada
do espaço.
Na oportunidade, serão assinados o primeiro
contrato do CrediAFro, linha de crédito
exclusiva para negócios liderados por pessoas negras, e um dos termos de
fomento do Edital de Empreendedorismo Negro, que contou com um investimento
superior a R$ 4 milhões. O acesso ocorrerá mediante doação de 1kg de alimento
para o Programa Bahia Sem Fome.
“O evento
será o pontapé inicial para um conjunto de atividades transversais que buscam
dar visibilidade à produção criativa da população negra e promover a reflexão
sobre a necessidade de eliminar, definitivamente, o racismo e a intolerância da
sociedade brasileira. Celebraremos também os 16 anos de implementação das
políticas de promoção da igualdade racial na Bahia, com campanha educativa e
entregas em diversas áreas”, destaca a titular da Sepromi, Ângela Guimarães.
A primeira edição brasileira do festival
internacional Liberatum, por sua vez, chega a capital baiana entre os dias 3 e
5, com a presença de lideranças nacionais e internacionais do mundo das artes,
tecnologia e negócios. Entre as
iniciativas do Governo do Estado no evento, destaque para a feira de produtos
do empreendedorismo negro, da agricultura familiar, do artesanato e da economia
solidária, nos dois primeiros dias, das 9 às 18h, no Centro de Convenções.
Na segunda-feira, 6 de novembro, às 16h, a Sepromi
inaugura a loja Afrocolab, no Salvador
Shopping. O espaço é o primeiro de uma rede de pontos de comercialização
coletivos de produtos e serviços de afroempreendedores, que serão implantados
no Pelourinho, estações de metrô, aeroportos, rodoviárias e shoppings centers.
O Fundo de População da ONU (UNFPA), a Uneb e a
Sepromi organizam o “Seminário Sem Deixar Ninguém para Trás: uma perspectiva
antirracista em saúde”, nos dias 8 e 9 de novembro, no auditório do Centro de
Pesquisa em Educação e Desenvolvimento Regional, localizado no campus do
Cabula.
O Coletivo de Terreiros do Engenho Velho da
Federação realiza no dia 15, às 14h, a 19ª Caminhada pelo Fim da Violência e do
Ódio Religioso, com concentração no final de linha do bairro.
Nos dias 18 e 19, o Afropunk – maior festival de
cultura negra do mundo – reúne artistas como Carlinhos Brown, Djonga, Victoria
Monét, Alcione e BaianaSystem, em sua terceira edição brasileira, sediada no
Parque de Exposições de Salvador.
• 20 de
novembro
Ponto alto da programação, o Dia Nacional da
Consciência Negra concentra o maior número de ações. Às 7h, a União de Negras e
Negros Pela Igualdade (Unegro) promove a 15ª Lavagem da Estátua de Zumbi dos
Palmares, na Praça da Sé.
A 20ª Caminhada da Liberdade, inciativa do Fórum de
Entidades Negras, realiza concentração em frente à Senzala do Barro Preto, no
Curuzu, às 14h. A Coordenação de Entidades Negras (Conen) organiza a 42ª Marcha
Zumbi e Dandara dos Palmares, às 16h, saindo da Praça do Campo Grande.
Também no dia 20, ocorre a abertura do Festival
Afrofuturismo – Ano V, maior evento de Inovação e Diversidade da América
Latina, que acontece simultaneamente em dez espaços do Centro Histórico até 21
de novembro. Promovido pela organização social Vale do Dendê, o evento conta
com painéis temáticos, apresentações culturais e ações afroturísticas.
O Colóquio Internacional de Embaixadores Africanos
tem início no dia 21, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea, com apresentações
do Balé Folclórico da Bahia e de Lazzo Matumbi. O encontro segue até dia 22, no
Novotel, localizado no bairro do Rio Vermelho.
A programação do Novembro Negro 2023 inclui ainda o
Encontro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (23 a 25/11); a
Feira do Empreendedorismo Negro e de Artesanato da Bahia (29 e 30/11); e a V
Semana Moa do Katendê (29 e 30/11).
• Interior
do estado
A programação do Novembro Negro 2023 contempla
também municípios do interior baiano. Estão confirmadas ações nas cidades de
Taperoá, Souto Soares, Jequié, Ibitiara, Boninal, Araçás, Dias D’Ávila, Madre
de Deus, Campo Formoso, Santa Bárbara, Feira de Santana, Santo Antônio de
Jesus, Conceição do Almeida, Piripá, Riacho de Santana, Acajutiba, Iaçu e
Irará.
Governo
da Bahia já tem projeto para reforma do TCA e orçamento da Secult prevê gastos
de mais de R$ 240 milhões
Nove meses após o incêndio que culminou com o
comprometimento da cobertura da sala principal do Teatro Castro Alves (TCA), em
Salvador, o governo da Bahia já tem um projeto para a reforma do espaço. Com o
indicativo da obra realizado pela Conder, o valor total da requalificação do
complexo será de R$ 243.031.194,18, com dois cenários possíveis sendo
estudados.
O primeiro cenário indica a aplicação de verba ao
longo dos anos de 2024 e 2025 com vistas à execução do projeto de desembolso
2024 com valor estimado de R$ 163.370.482,92 e em 2025 o gasto seria de R$
79.660.711,26. Além disso, para a aquisição direta, ficaram a reforma da concha
acústica do palco e as poltronas do equipamento. Todo o orçamento será de R$
10.352.209, com cada poltrona comprada tendo valor de R$ 4,5 mil. As aquisições
diretas serão feitas através de convênios, sendo as poltronas pelo Ministério
da Cultura e a reforma do palco para orquestra pela OSC gestora da OSBA.
Já o segundo cenário aponta a divisão da execução
do escopo previsto em projeto para a 3ª Etapa do Novo TCA em duas licitações,
com a requalificação do foyer, Apoio Garcia e área externa na 1ª etapa e,
posteriormente, das obras de requalificação do Edifício Principal na 2ª etapa.
O projeto obtido pelo Bahia Notícias, detalha todo
plano de melhoria do espaço, com o cronograma e dotação orçamentária para o
cumprimento das intervenções. Informações obtidas pelo Bahia Notícias com
interlocutores do governo apontam que, o projeto, desenvolvido por empresa
especializada em arquitetura de edifícios teatrais contratada para realizar o
estudo, já foi entregue e aguarda as próximas movimentações da secretaria de
Cultura e da Casa Civil.
O imóvel do TCA é tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que indicou que ainda não
recebeu o projeto de reforma do imóvel pelo Governo da Bahia. Além disso,
apontou que o processo de fiscalização foi aberto e está em trâmite, com as
medidas que estão sendo tomadas pelo Estado sendo averiguadas, de acordo com o
G1.
Dividido em duas etapas, a recuperação tem sido
alvo de força tarefa da gestão do teatro, da Fundação Cultural da Bahia
(Funceb), da Secretaria de Cultura e da Casa Civil. No primeiro momento está
previsto a requalificação do foyer, o Apoio Garcia e a área externa. Logo após
está apontada a requalificação do prédio principal, com diversas intervenções
propostas, como a modernização da plateia e do palco da Sala Principal, novos
equipamentos de cenotecnia, novos equipamentos de iluminação, novas vestimentas
cênicas, reforma completa dos camarins do palco, troca total do sistema de
cobertura, entre outros.
"A partir das amplas discussões acerca das
possibilidades de encaminhamentos com vistas a viabilização da execução da 3ª
Etapa do Novo TCA, apresentamos, de forma breve, os possíveis cenários
vislumbrados pela equipe técnica do Comitê Executivo, que tem empenhado seus
melhores esforços ao longo dos últimos meses na construção de um planejamento
sólido e exequível", aponta nota técnica de reunião feita no último dia 19
de outubro.
"Salientamos que, nos dois cenários, é
importante ter em vista a funcionalidade das entregas de cada uma das obras e a
relevância das mesmas para os fazedores de cultura e para o público do Teatro
Castro Alves, garantindo as premissas de acessibilidade, preservação do
patrimônio tombado e segurança do edifício, respeitando as legislações
pertinentes, de modo a garantir que o Teatro Castro Alves seja inaugurado com o
Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e alvará de funcionamento, além
de poder figurar como um teatro de referência no cenário nacional",
justifica o projeto.
DETALHES E MAIS DETALHES
Entre as intervenções estão a implantação de
passarela metálica para acesso da garagem ao vão livre, além do prolongamento
dos elevadores do nível da esplanada até a passarela no espaço. No foyer, ficou
sugerido a instalação de sistema de climatização, com insuflamento pelo piso,
instalação de elevador de acesso ao terraço, a reforma total da cozinha,
restaurante e salas de apoio, a instalação de novos equipamentos de cozinha e
adaptação do terraço para realização de eventos.
Na parte estrutural, consta no projeto o restauro
das pastilhas, pintura da fachada posterior, reforço da estrutura de cobertura,
substituição total por telhas com tratamento termo-acústico, implantação de
tratamento acústico sob as telhas, substituição de passarelas e varandas
técnicas (metálicas) e substituição do forro da plateia.
Além disso, as salas de administração serão
melhoradas, os pisos superiores, camarins e sanitários, o palco, com a troca de
iluminação e sonorização, mudanças no vão livre, na área externa do Garcia e na
entrada da Concha Acústica.
RELEMBRE O INCÊNDIO
O incêndio que atingiu o teto do Teatro Castro
Alves (TCA), no Centro de Salvador, no dia 25 de janeiro começou por volta das
13h30. Diversas viaturas do Corpo de
Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) foram acionadas, com a fumaça saindo da
parte superior da edificação, foco principal do fogo.
Depois
da polêmica com RJ, deputado quer tornar acarajé patrimônio cultural da Bahia
O deputado estadual Antônio Henrique Júnior (PP)
quer tornar o acarajé patrimônio cultural do estado da Bahia. A proposta vem
após a polêmica com a sanção da Lei 10.157/23, pelo governador carioca Cláudio
Castro, que tornou o acarajé patrimônio cultural do Rio de Janeiro. O projeto,
lá, é de autoria dos deputados Renata Souza (Psol), Dani Monteiro (Psol) e
Átila Nunes (MDB).
Aqui na Bahia, a comida de origem africana já é
patrimônio cultural de Salvador desde 2002 (Lei 6.138/2002). Ao justificar o
projeto, o deputado Antônio Henrique Júnior diz que o acarajé é “um prato
típico da culinária baiana” e, uma iguaria produzida e consumida em um complexo
processo cultural que media os domínios sociais, simbólicos e cosmológicos do
povo baiano, não sendo apenas um suporte identitário, mas também constituidor
da vida social.
“Ele está presente em diversos contextos de
sociabilidade como comida típica, quitute baiano, bolinho de santo, comida de
origem africana e meio de sobrevivência. Seu consumo está diretamente
relacionado ao dia a dia do baiano, que o consome após o trabalho, durante o
percurso de volta para casa, ao final da tarde, nas praias, festas e largos.
Configura-se também como ponto de encontro de redes, relações e grupos”,
afirmou.
De acordo com o deputado, “o ofício das Baianas de
Acarajé, neste contexto, é um patrimônio cultural que muito contribui para a
caracterização da identidade do brasileiro e para suas práticas”. Desde 2005 o
ofício de baiana de acarajé está inscrito no Livro dos Saberes como Patrimônio
Cultural Imaterial do Brasil. No entanto, em 2020 a Prefeitura de Salvador
vetou o projeto de lei que declarava como Patrimônio Imaterial, Cultural e
Histórico da Cidade de Salvador, o ofício das baianas de acarajé.
Como o deputado explica, a venda do acarajé é uma
tradição antiga que passa de geração em geração e que garante o sustento de
muitas famílias. “A patrimonialização do saber desse ofício é um processo que
deve ser construído socialmente por diversos atores, inclusive essa Casa
Legislativa, reconhecendo a devida importância deste alimento para cultura do
nosso estado e a necessidade de preservá-lo”, concluiu.
Fonte: Tribuna da Bahia/BN
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