sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Governo baiano divulga programação do Novembro Negro 2023

O Novembro Negro 2023 será marcado por uma ampla programação na Bahia, com o objetivo de fortalecer a luta contra o racismo e pela garantia dos direitos da população negra. As ações incluem shows, debates, atos públicos, inaugurações, festivais, feiras e caminhadas, realizadas ou apoiadas pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi) e demais órgãos estaduais.

A apresentação do Bando de Teatro Olodum e os shows de Ilê Aiyê – com participações de Dão e Ana Mametto –, Banda Didá, Cortejo Afro e Yayá Muxima abrem as atividades, na terça-feira, 7 de novembro, às 18h, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. Além das atrações artísticas, o público poderá prestigiar a Feira de Empreendedorismo Negro montada na entrada do espaço.

Na oportunidade, serão assinados o primeiro contrato do CrediAFro,  linha de crédito exclusiva para negócios liderados por pessoas negras, e um dos termos de fomento do Edital de Empreendedorismo Negro, que contou com um investimento superior a R$ 4 milhões. O acesso ocorrerá mediante doação de 1kg de alimento para o Programa Bahia Sem Fome.

 “O evento será o pontapé inicial para um conjunto de atividades transversais que buscam dar visibilidade à produção criativa da população negra e promover a reflexão sobre a necessidade de eliminar, definitivamente, o racismo e a intolerância da sociedade brasileira. Celebraremos também os 16 anos de implementação das políticas de promoção da igualdade racial na Bahia, com campanha educativa e entregas em diversas áreas”, destaca a titular da Sepromi, Ângela Guimarães.

A primeira edição brasileira do festival internacional Liberatum, por sua vez, chega a capital baiana entre os dias 3 e 5, com a presença de lideranças nacionais e internacionais do mundo das artes, tecnologia e negócios.  Entre as iniciativas do Governo do Estado no evento, destaque para a feira de produtos do empreendedorismo negro, da agricultura familiar, do artesanato e da economia solidária, nos dois primeiros dias, das 9 às 18h, no Centro de Convenções.

Na segunda-feira, 6 de novembro, às 16h, a Sepromi inaugura  a loja Afrocolab, no Salvador Shopping. O espaço é o primeiro de uma rede de pontos de comercialização coletivos de produtos e serviços de afroempreendedores, que serão implantados no Pelourinho, estações de metrô, aeroportos, rodoviárias e shoppings centers.

O Fundo de População da ONU (UNFPA), a Uneb e a Sepromi organizam o “Seminário Sem Deixar Ninguém para Trás: uma perspectiva antirracista em saúde”, nos dias 8 e 9 de novembro, no auditório do Centro de Pesquisa em Educação e Desenvolvimento Regional, localizado no campus do Cabula.

O Coletivo de Terreiros do Engenho Velho da Federação realiza no dia 15, às 14h, a 19ª Caminhada pelo Fim da Violência e do Ódio Religioso, com concentração no final de linha do bairro.

Nos dias 18 e 19, o Afropunk – maior festival de cultura negra do mundo – reúne artistas como Carlinhos Brown, Djonga, Victoria Monét, Alcione e BaianaSystem, em sua terceira edição brasileira, sediada no Parque de Exposições de Salvador.

•        20 de novembro

Ponto alto da programação, o Dia Nacional da Consciência Negra concentra o maior número de ações. Às 7h, a União de Negras e Negros Pela Igualdade (Unegro) promove a 15ª Lavagem da Estátua de Zumbi dos Palmares, na Praça da Sé.

A 20ª Caminhada da Liberdade, inciativa do Fórum de Entidades Negras, realiza concentração em frente à Senzala do Barro Preto, no Curuzu, às 14h. A Coordenação de Entidades Negras (Conen) organiza a 42ª Marcha Zumbi e Dandara dos Palmares, às 16h, saindo da Praça do Campo Grande.

Também no dia 20, ocorre a abertura do Festival Afrofuturismo – Ano V, maior evento de Inovação e Diversidade da América Latina, que acontece simultaneamente em dez espaços do Centro Histórico até 21 de novembro. Promovido pela organização social Vale do Dendê, o evento conta com painéis temáticos, apresentações culturais e ações afroturísticas.

O Colóquio Internacional de Embaixadores Africanos tem início no dia 21, às 19h, no Museu de Arte Contemporânea, com apresentações do Balé Folclórico da Bahia e de Lazzo Matumbi. O encontro segue até dia 22, no Novotel, localizado no bairro do Rio Vermelho.

A programação do Novembro Negro 2023 inclui ainda o Encontro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (23 a 25/11); a Feira do Empreendedorismo Negro e de Artesanato da Bahia (29 e 30/11); e a V Semana Moa do Katendê (29 e 30/11).

•        Interior do estado

A programação do Novembro Negro 2023 contempla também municípios do interior baiano. Estão confirmadas ações nas cidades de Taperoá, Souto Soares, Jequié, Ibitiara, Boninal, Araçás, Dias D’Ávila, Madre de Deus, Campo Formoso, Santa Bárbara, Feira de Santana, Santo Antônio de Jesus, Conceição do Almeida, Piripá, Riacho de Santana, Acajutiba, Iaçu e Irará.

 

       Governo da Bahia já tem projeto para reforma do TCA e orçamento da Secult prevê gastos de mais de R$ 240 milhões

 

Nove meses após o incêndio que culminou com o comprometimento da cobertura da sala principal do Teatro Castro Alves (TCA), em Salvador, o governo da Bahia já tem um projeto para a reforma do espaço. Com o indicativo da obra realizado pela Conder, o valor total da requalificação do complexo será de R$ 243.031.194,18, com dois cenários possíveis sendo estudados.

O primeiro cenário indica a aplicação de verba ao longo dos anos de 2024 e 2025 com vistas à execução do projeto de desembolso 2024 com valor estimado de R$ 163.370.482,92 e em 2025 o gasto seria de R$ 79.660.711,26. Além disso, para a aquisição direta, ficaram a reforma da concha acústica do palco e as poltronas do equipamento. Todo o orçamento será de R$ 10.352.209, com cada poltrona comprada tendo valor de R$ 4,5 mil. As aquisições diretas serão feitas através de convênios, sendo as poltronas pelo Ministério da Cultura e a reforma do palco para orquestra pela OSC gestora da OSBA.

Já o segundo cenário aponta a divisão da execução do escopo previsto em projeto para a 3ª Etapa do Novo TCA em duas licitações, com a requalificação do foyer, Apoio Garcia e área externa na 1ª etapa e, posteriormente, das obras de requalificação do Edifício Principal na 2ª etapa.

O projeto obtido pelo Bahia Notícias, detalha todo plano de melhoria do espaço, com o cronograma e dotação orçamentária para o cumprimento das intervenções. Informações obtidas pelo Bahia Notícias com interlocutores do governo apontam que, o projeto, desenvolvido por empresa especializada em arquitetura de edifícios teatrais contratada para realizar o estudo, já foi entregue e aguarda as próximas movimentações da secretaria de Cultura e da Casa Civil.

O imóvel do TCA é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que indicou que ainda não recebeu o projeto de reforma do imóvel pelo Governo da Bahia. Além disso, apontou que o processo de fiscalização foi aberto e está em trâmite, com as medidas que estão sendo tomadas pelo Estado sendo averiguadas, de acordo com o G1.

Dividido em duas etapas, a recuperação tem sido alvo de força tarefa da gestão do teatro, da Fundação Cultural da Bahia (Funceb), da Secretaria de Cultura e da Casa Civil. No primeiro momento está previsto a requalificação do foyer, o Apoio Garcia e a área externa. Logo após está apontada a requalificação do prédio principal, com diversas intervenções propostas, como a modernização da plateia e do palco da Sala Principal, novos equipamentos de cenotecnia, novos equipamentos de iluminação, novas vestimentas cênicas, reforma completa dos camarins do palco, troca total do sistema de cobertura, entre outros.

"A partir das amplas discussões acerca das possibilidades de encaminhamentos com vistas a viabilização da execução da 3ª Etapa do Novo TCA, apresentamos, de forma breve, os possíveis cenários vislumbrados pela equipe técnica do Comitê Executivo, que tem empenhado seus melhores esforços ao longo dos últimos meses na construção de um planejamento sólido e exequível", aponta nota técnica de reunião feita no último dia 19 de outubro.

"Salientamos que, nos dois cenários, é importante ter em vista a funcionalidade das entregas de cada uma das obras e a relevância das mesmas para os fazedores de cultura e para o público do Teatro Castro Alves, garantindo as premissas de acessibilidade, preservação do patrimônio tombado e segurança do edifício, respeitando as legislações pertinentes, de modo a garantir que o Teatro Castro Alves seja inaugurado com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e alvará de funcionamento, além de poder figurar como um teatro de referência no cenário nacional", justifica o projeto.

DETALHES E MAIS DETALHES

Entre as intervenções estão a implantação de passarela metálica para acesso da garagem ao vão livre, além do prolongamento dos elevadores do nível da esplanada até a passarela no espaço. No foyer, ficou sugerido a instalação de sistema de climatização, com insuflamento pelo piso, instalação de elevador de acesso ao terraço, a reforma total da cozinha, restaurante e salas de apoio, a instalação de novos equipamentos de cozinha e adaptação do terraço para realização de eventos.

Na parte estrutural, consta no projeto o restauro das pastilhas, pintura da fachada posterior, reforço da estrutura de cobertura, substituição total por telhas com tratamento termo-acústico, implantação de tratamento acústico sob as telhas, substituição de passarelas e varandas técnicas (metálicas) e substituição do forro da plateia.

Além disso, as salas de administração serão melhoradas, os pisos superiores, camarins e sanitários, o palco, com a troca de iluminação e sonorização, mudanças no vão livre, na área externa do Garcia e na entrada da Concha Acústica.

RELEMBRE O INCÊNDIO

O incêndio que atingiu o teto do Teatro Castro Alves (TCA), no Centro de Salvador, no dia 25 de janeiro começou por volta das 13h30.  Diversas viaturas do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) foram acionadas, com a fumaça saindo da parte superior da edificação, foco principal do fogo.

 

       Depois da polêmica com RJ, deputado quer tornar acarajé patrimônio cultural da Bahia

 

O deputado estadual Antônio Henrique Júnior (PP) quer tornar o acarajé patrimônio cultural do estado da Bahia. A proposta vem após a polêmica com a sanção da Lei 10.157/23, pelo governador carioca Cláudio Castro, que tornou o acarajé patrimônio cultural do Rio de Janeiro. O projeto, lá, é de autoria dos deputados Renata Souza (Psol), Dani Monteiro (Psol) e Átila Nunes (MDB).

Aqui na Bahia, a comida de origem africana já é patrimônio cultural de Salvador desde 2002 (Lei 6.138/2002). Ao justificar o projeto, o deputado Antônio Henrique Júnior diz que o acarajé é “um prato típico da culinária baiana” e, uma iguaria produzida e consumida em um complexo processo cultural que media os domínios sociais, simbólicos e cosmológicos do povo baiano, não sendo apenas um suporte identitário, mas também constituidor da vida social.

“Ele está presente em diversos contextos de sociabilidade como comida típica, quitute baiano, bolinho de santo, comida de origem africana e meio de sobrevivência. Seu consumo está diretamente relacionado ao dia a dia do baiano, que o consome após o trabalho, durante o percurso de volta para casa, ao final da tarde, nas praias, festas e largos. Configura-se também como ponto de encontro de redes, relações e grupos”, afirmou.

De acordo com o deputado, “o ofício das Baianas de Acarajé, neste contexto, é um patrimônio cultural que muito contribui para a caracterização da identidade do brasileiro e para suas práticas”. Desde 2005 o ofício de baiana de acarajé está inscrito no Livro dos Saberes como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. No entanto, em 2020 a Prefeitura de Salvador vetou o projeto de lei que declarava como Patrimônio Imaterial, Cultural e Histórico da Cidade de Salvador, o ofício das baianas de acarajé.

Como o deputado explica, a venda do acarajé é uma tradição antiga que passa de geração em geração e que garante o sustento de muitas famílias. “A patrimonialização do saber desse ofício é um processo que deve ser construído socialmente por diversos atores, inclusive essa Casa Legislativa, reconhecendo a devida importância deste alimento para cultura do nosso estado e a necessidade de preservá-lo”, concluiu.

 

Fonte: Tribuna da Bahia/BN

 

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