Múltiplos
transplantes: entenda cuidados e consequências
Um caso
recente de uma paciente que morreu após passar por quatro transplantes veio à
tona nas redes sociais nos últimos dias. Isso porque, um vídeo no qual
estudantes de medicina zombam da situação da jovem viralizou e virou inquérito
policial.
O caso
levantou dúvidas sobre as consequências e cuidados que múltiplos transplantes
podem ocasionar. A paciente, chamada Vitória Chaves da Silva, 26, morreu em
fevereiro deste ano. Ao longo da vida, ela havia realizado três procedimentos
cirúrgicos, sendo três transplantes de coração e um de rim.
• É comum a realização de mais de um
transplante ao longo da vida?
À CNN,
Carolina Casadei, cardiologista especialista em transplante cardíaco do
Instituto Dante Pazzanese, explica que a realização de múltiplos transplantes
ao longo da vida não é comum, mas também não é raro.
“Se a
pessoa transplanta muito cedo, a chance de ela precisar novamente existe, sim”,
explica a profissional.
De
acordo com uma publicação de Vitória em uma rede social, o primeiro transplante
aconteceu em 2005. O segundo aconteceu 11 anos depois, em 2016, por conta de
doença nas veias coronárias. O terceiro, e último transplante, aconteceu em
2024.
Os
cuidados são redobrados com múltiplos transplantes?
Segundo
Carolina, os cuidados sempre serão os mesmos. “O paciente só tem que tomar
muito cuidado para não pegar outras doenças, pois ele terá que tomar remédios
imunossupressores, que diminuem a nossa imunidade”, ressalta ela.
Dentre
os cuidados destacados pela profissional estão evitar lugares de aglomeração e
águas contaminadas, lavar bem as mãos e se atentar à higiene de locais que
fornecem alimentação.
A causa
da morte da jovem teria sido um choque séptico e insuficiência renal crônica. A
médica explica que os imunossupressores tomados por pacientes transplantados
podem ocasionar na insuficiência renal.
“Pode
ser que o paciente precise, no futuro, de um transplante de rim. Isso pode
acontecer por efeito colateral dos próprios medicamentos que se usa no
pós-transplante”, explica ela.
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Caso Vitória
As
estudantes Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeira Soares Foffano foram
denunciadas após a família de Vitória tomar conhecimento do vídeo publicado em
fevereiro. A paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, morreu em fevereiro
de 2025, dias depois da gravação do vídeo.
Segundo
a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso é investigado como
injúria por meio de um inquérito policial instaurado no 14º Distrito Policial
de Pinheiros.
• Realidade mista revoluciona cirurgias
com dados em 3D; entenda inovação
Uma
cirurgia inovadora realizada no Hospital de Base de Brasília marcou um
importante avanço na medicina brasileira. Uma paciente de 60 anos foi submetida
a uma segmentectomia pulmonar anatômica por videolaparoscopia, técnica
utilizada para remover nódulos pulmonares em casos de câncer em estágio
inicial. O diferencial deste procedimento foi o uso de óculos de realidade
mista, que permitiu aos médicos visualizarem dados do paciente em 3D durante a
operação.
A
tecnologia, que mistura realidade com imagens tridimensionais, projetou um
holograma do pulmão da paciente no campo de visão dos cirurgiões. Este avanço
possibilitou uma precisão sem precedentes na demarcação do tumor, difícil de
alcançar em telas convencionais.
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Benefícios da nova tecnologia
O uso
dos óculos de realidade mista trouxe diversos benefícios ao procedimento. Além
de proporcionar maior segurança ao médico, a tecnologia reduziu o tempo de
cirurgia e tornou o processo menos invasivo. Um dos resultados mais
significativos foi a preservação de uma porção maior do pulmão da paciente.
“Para
esse caso, por exemplo, esse paciente, ele ia perder uma forma convencional
metade do pulmão direito. Ele está perdendo agora 10%”, explicou um dos médicos
envolvidos no procedimento. Esta diferença representa um ganho substancial na
função pulmonar do paciente, alinhando-se com a busca por abordagens menos
agressivas e invasivas na medicina moderna.
O
software que permite esta interação durante os procedimentos foi desenvolvido
pela equipe do Hospital Sírio-Libanês. Além de ser utilizado em hospitais
privados, o sistema está sendo aplicado de forma experimental em cirurgias
realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Brasília, democratizando o
acesso a esta tecnologia de ponta.
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Funcionamento e potencial da tecnologia
Os
óculos de realidade mista possuem lentes translúcidas que permitem ao usuário
continuar enxergando o ambiente real, enquanto recebem a projeção do holograma.
Esta característica é fundamental para manter a consciência espacial do
cirurgião durante o procedimento.
Profissionais
que já experimentaram o equipamento afirmam que ele pode revolucionar diversos
procedimentos médicos. A incorporação de dados anatômicos dos pacientes à
tecnologia de realidade mista é considerada um marco, sendo a primeira vez que
isso é feito no Brasil.
Este
avanço tecnológico representa um salto gigantesco para a medicina,
especialmente para o sistema público de saúde brasileiro, que muitas vezes
carece de recursos avançados. A expectativa é que, com o tempo, mais hospitais
possam adotar esta tecnologia, melhorando a qualidade e a precisão dos
procedimentos cirúrgicos em todo o país.
• Cuidar da saúde bucal previne doenças
neurodegenerativas: entenda relação
Nos
últimos anos, avanços na pesquisa médica têm revelado uma conexão intrigante
entre a saúde bucal e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o
Alzheimer.
Essa
relação ressalta a importância da prevenção e do cuidado com a higiene bucal
como fatores essenciais para a proteção da saúde cerebral a longo prazo.
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Como as doenças bucais afetam o sistema nervoso
Sabe-se
que a saúde bucal está diretamente conectada ao funcionamento dos demais
sistemas do corpo. Episódios de periodontite, por exemplo, quando não tratados
corretamente, podem acarretar riscos de infartos e outras complicações
cardiovasculares.
Infecções
bucais também podem atingir o cérebro, aumentando o estresse oxidativo e
acelerando a neurodegeneração. Além disso, a disseminação da infecção pode
levar ao acúmulo de placas de beta-amiloide, um fator característico do
Alzheimer.
Um
estudo publicado em 2019 na revista Science Advances identificou a presença da
bactéria Porphyromonas gingivalis, principal agente patogênico da doença
periodontal, no cérebro de pacientes com Alzheimer.
“A
principal hipótese é que a bactéria entra na corrente sanguínea através da
gengiva inflamada e atravessa a barreira hematoencefálica, um mecanismo de
defesa do cérebro. Ela também pode migrar pelo nervo trigêmeo, que liga a boca
ao cérebro. Uma vez no cérebro, a P. gingivalis pode desencadear uma resposta
inflamatória e estimular a produção de beta-amiloide, agravando o Alzheimer”,
explica a cirurgiã-dentista Bruna Conde.
A
especialista também levanta a hipótese de que o Parkinson pode estar
relacionado à doença periodontal. Um estudo realizado na Coreia do Sul e
publicado em 2021, dessa vez na Nature, apontou uma fraca relação entre as duas
doenças. “Estudos continuam explorando essas conexões, mas a saúde bucal está
cada vez mais ligada à saúde neurológica”, comenta Bruna.
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Manter a higiene bucal reduz o risco de doenças neurodegenerativas?
A
especialista ressalta que ainda não há confirmação definitiva de que bons
hábitos de higiene bucal previnam o Alzheimer, o Parkinson ou outras doenças
neurodegenerativas. Mesmo assim, a prática é fundamental para evitar infecções
e inflamações sistêmicas.
“Essas
medidas preventivas incluem escovação adequada dos dentes pelo menos três vezes
ao dia, uso do fio dental, consultas regulares ao dentista, alimentação
equilibrada e controle de doenças gengivais.” Manter as consultas periódicas
com o dentista também é fundamental, especialmente o especialista em
periodontia se o quadro for recorrente.
O
médico também deve trabalhar em conjunto com o dentista para avaliar as demais
funções do organismo. A adoção de um estilo de vida saudável também contribui
para a saúde cerebral a longo prazo. Entre elas, destacam-se evitar o tabagismo
e o consumo excessivo de açúcar, manter uma dieta rica em antioxidantes e
praticar exercícios físicos regularmente.
Fonte:
CNN Brasil
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