segunda-feira, 14 de abril de 2025

Múltiplos transplantes: entenda cuidados e consequências

Um caso recente de uma paciente que morreu após passar por quatro transplantes veio à tona nas redes sociais nos últimos dias. Isso porque, um vídeo no qual estudantes de medicina zombam da situação da jovem viralizou e virou inquérito policial.

O caso levantou dúvidas sobre as consequências e cuidados que múltiplos transplantes podem ocasionar. A paciente, chamada Vitória Chaves da Silva, 26, morreu em fevereiro deste ano. Ao longo da vida, ela havia realizado três procedimentos cirúrgicos, sendo três transplantes de coração e um de rim.

•        É comum a realização de mais de um transplante ao longo da vida?

À CNN, Carolina Casadei, cardiologista especialista em transplante cardíaco do Instituto Dante Pazzanese, explica que a realização de múltiplos transplantes ao longo da vida não é comum, mas também não é raro.

“Se a pessoa transplanta muito cedo, a chance de ela precisar novamente existe, sim”, explica a profissional.

De acordo com uma publicação de Vitória em uma rede social, o primeiro transplante aconteceu em 2005. O segundo aconteceu 11 anos depois, em 2016, por conta de doença nas veias coronárias. O terceiro, e último transplante, aconteceu em 2024.

Os cuidados são redobrados com múltiplos transplantes?

Segundo Carolina, os cuidados sempre serão os mesmos. “O paciente só tem que tomar muito cuidado para não pegar outras doenças, pois ele terá que tomar remédios imunossupressores, que diminuem a nossa imunidade”, ressalta ela.

Dentre os cuidados destacados pela profissional estão evitar lugares de aglomeração e águas contaminadas, lavar bem as mãos e se atentar à higiene de locais que fornecem alimentação.

A causa da morte da jovem teria sido um choque séptico e insuficiência renal crônica. A médica explica que os imunossupressores tomados por pacientes transplantados podem ocasionar na insuficiência renal.

“Pode ser que o paciente precise, no futuro, de um transplante de rim. Isso pode acontecer por efeito colateral dos próprios medicamentos que se usa no pós-transplante”, explica ela.

<><> Caso Vitória

As estudantes Gabrielli Farias de Souza e Thaís Caldeira Soares Foffano foram denunciadas após a família de Vitória tomar conhecimento do vídeo publicado em fevereiro. A paciente Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, morreu em fevereiro de 2025, dias depois da gravação do vídeo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o caso é investigado como injúria por meio de um inquérito policial instaurado no 14º Distrito Policial de Pinheiros.

•        Realidade mista revoluciona cirurgias com dados em 3D; entenda inovação

Uma cirurgia inovadora realizada no Hospital de Base de Brasília marcou um importante avanço na medicina brasileira. Uma paciente de 60 anos foi submetida a uma segmentectomia pulmonar anatômica por videolaparoscopia, técnica utilizada para remover nódulos pulmonares em casos de câncer em estágio inicial. O diferencial deste procedimento foi o uso de óculos de realidade mista, que permitiu aos médicos visualizarem dados do paciente em 3D durante a operação.

A tecnologia, que mistura realidade com imagens tridimensionais, projetou um holograma do pulmão da paciente no campo de visão dos cirurgiões. Este avanço possibilitou uma precisão sem precedentes na demarcação do tumor, difícil de alcançar em telas convencionais.

<><> Benefícios da nova tecnologia

O uso dos óculos de realidade mista trouxe diversos benefícios ao procedimento. Além de proporcionar maior segurança ao médico, a tecnologia reduziu o tempo de cirurgia e tornou o processo menos invasivo. Um dos resultados mais significativos foi a preservação de uma porção maior do pulmão da paciente.

“Para esse caso, por exemplo, esse paciente, ele ia perder uma forma convencional metade do pulmão direito. Ele está perdendo agora 10%”, explicou um dos médicos envolvidos no procedimento. Esta diferença representa um ganho substancial na função pulmonar do paciente, alinhando-se com a busca por abordagens menos agressivas e invasivas na medicina moderna.

O software que permite esta interação durante os procedimentos foi desenvolvido pela equipe do Hospital Sírio-Libanês. Além de ser utilizado em hospitais privados, o sistema está sendo aplicado de forma experimental em cirurgias realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Brasília, democratizando o acesso a esta tecnologia de ponta.

<><> Funcionamento e potencial da tecnologia

Os óculos de realidade mista possuem lentes translúcidas que permitem ao usuário continuar enxergando o ambiente real, enquanto recebem a projeção do holograma. Esta característica é fundamental para manter a consciência espacial do cirurgião durante o procedimento.

Profissionais que já experimentaram o equipamento afirmam que ele pode revolucionar diversos procedimentos médicos. A incorporação de dados anatômicos dos pacientes à tecnologia de realidade mista é considerada um marco, sendo a primeira vez que isso é feito no Brasil.

Este avanço tecnológico representa um salto gigantesco para a medicina, especialmente para o sistema público de saúde brasileiro, que muitas vezes carece de recursos avançados. A expectativa é que, com o tempo, mais hospitais possam adotar esta tecnologia, melhorando a qualidade e a precisão dos procedimentos cirúrgicos em todo o país.

•        Cuidar da saúde bucal previne doenças neurodegenerativas: entenda relação

Nos últimos anos, avanços na pesquisa médica têm revelado uma conexão intrigante entre a saúde bucal e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.

Essa relação ressalta a importância da prevenção e do cuidado com a higiene bucal como fatores essenciais para a proteção da saúde cerebral a longo prazo.

<><> Como as doenças bucais afetam o sistema nervoso

Sabe-se que a saúde bucal está diretamente conectada ao funcionamento dos demais sistemas do corpo. Episódios de periodontite, por exemplo, quando não tratados corretamente, podem acarretar riscos de infartos e outras complicações cardiovasculares.

Infecções bucais também podem atingir o cérebro, aumentando o estresse oxidativo e acelerando a neurodegeneração. Além disso, a disseminação da infecção pode levar ao acúmulo de placas de beta-amiloide, um fator característico do Alzheimer.

Um estudo publicado em 2019 na revista Science Advances identificou a presença da bactéria Porphyromonas gingivalis, principal agente patogênico da doença periodontal, no cérebro de pacientes com Alzheimer.

“A principal hipótese é que a bactéria entra na corrente sanguínea através da gengiva inflamada e atravessa a barreira hematoencefálica, um mecanismo de defesa do cérebro. Ela também pode migrar pelo nervo trigêmeo, que liga a boca ao cérebro. Uma vez no cérebro, a P. gingivalis pode desencadear uma resposta inflamatória e estimular a produção de beta-amiloide, agravando o Alzheimer”, explica a cirurgiã-dentista Bruna Conde.

A especialista também levanta a hipótese de que o Parkinson pode estar relacionado à doença periodontal. Um estudo realizado na Coreia do Sul e publicado em 2021, dessa vez na Nature, apontou uma fraca relação entre as duas doenças. “Estudos continuam explorando essas conexões, mas a saúde bucal está cada vez mais ligada à saúde neurológica”, comenta Bruna.

<><> Manter a higiene bucal reduz o risco de doenças neurodegenerativas?

A especialista ressalta que ainda não há confirmação definitiva de que bons hábitos de higiene bucal previnam o Alzheimer, o Parkinson ou outras doenças neurodegenerativas. Mesmo assim, a prática é fundamental para evitar infecções e inflamações sistêmicas.

“Essas medidas preventivas incluem escovação adequada dos dentes pelo menos três vezes ao dia, uso do fio dental, consultas regulares ao dentista, alimentação equilibrada e controle de doenças gengivais.” Manter as consultas periódicas com o dentista também é fundamental, especialmente o especialista em periodontia se o quadro for recorrente.

O médico também deve trabalhar em conjunto com o dentista para avaliar as demais funções do organismo. A adoção de um estilo de vida saudável também contribui para a saúde cerebral a longo prazo. Entre elas, destacam-se evitar o tabagismo e o consumo excessivo de açúcar, manter uma dieta rica em antioxidantes e praticar exercícios físicos regularmente.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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