Cientistas
descobrem gene que pode estar associado à longevidade
Cientistas
descobriram um novo gene que pode controlar o envelhecimento e o tempo de vida
de células. O achado, publicado na revista médica Journal of Clinical
Investigation em junho, reforça descobertas anteriores de que a genética está
relacionada à longevidade e ao envelhecimento saudável.
O
estudo, realizado por pesquisadores italianos, descobriu que a sequência de DNA
humano C16ORF70 codifica uma proteína chamada Mytho. Essa proteína pode estar
relacionada a uma melhor qualidade de vida e pode atuar na remoção de proteínas
e organelas danificadas, melhorando a homeostase (habilidade dos organismos de
manterem seu meio interno estável) celular, segundo os cientistas.
Em
outras palavras, a ativação do Mytho pode estimular um envelhecimento saudável
e levar à longevidade, já que ela promove a autofagia, um processo de
“autodigestão” das células, essencial para combater o acúmulo de danos
celulares naturais do envelhecimento.
Para
chegar a essa conclusão, os cientistas realizaram pesquisas computacionais para
identificar genes no genoma humano que poderiam ter relevância nos mecanismos
que controlam a qualidade das proteínas e das organelas. “Entre os vários
candidatos, a equipa focou-se num gene que se destacou por ser extremamente
conservado entre diferentes espécies animais, desde humanos a vermes, chamado
C16ORF70/Mytho”, explica Anais Franco Romero, co-autor do estudo.
Por
meio de experimentos de manipulação genética, realizados em vermes da espécie
Caenorhabditis elegans (comumente utilizados em estudos sobre genética, por
terem diversos genes em comum com os humanos), os pesquisadores demonstraram
que a inibição desse gene causa a senescência celular precoce (fase em que as
células param de se replicar) e o encurtamento da vida útil. Por outro lado, a
ativação do gene melhora a qualidade de vida e permite um envelhecimento
saudável.
“Depois
de anos de estudos, conhecemos algo sobre o nosso genoma, mas a função da maior
parte do nosso código genético ainda é desconhecida”, sublinha Marco Sandri,
professor do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de Pádua e
pesquisador principal do Instituto Veneto de Medicina Molecular (VIMM).
“Um
exemplo são os genes que codificam proteínas, dos quais mais de 5.000 de um
total de 20.000 são completamente desconhecidos. Por isso, nos últimos anos
temos utilizado recursos e energia para caracterizar este mundo desconhecido do
nosso DNA”, completa.
Segundo
os pesquisadores, o gene está presente no DNA de todos os humanos e de outros
seres vivos também, desde pequenos organismos, como os vermes utilizados no
estudo, até animais silvestres. Os resultados do estudo sugerem que a ativação
do Mytho poderá ser usada, futuramente, em intervenções específicas para
promover a longevidade. No entanto, mais estudos são necessários para
compreender como realizar essa expressão e entender se o Mytho poderia estar
envolvido em outras funções relacionadas à longevidade.
• Subir escadas pode ajudar na
longevidade, mostra estudo
Subir
escadas pode estar relacionado à longevidade, de acordo com um novo estudo
apresentado na última sexta-feira (26) no ESC Preventive Cardiology 2024,
congresso científico da Sociedade Europeia de Cardiologia.
De
acordo com o estudo, isso acontece porque subir escadas é um tipo de atividade
física acessível e prática e que pode estar relacionada a um menor risco de
doenças cardiovasculares e morte prematura.
“Se
você tiver a opção de usar escadas ou elevador, use as escadas, pois isso
ajudará seu coração”, disse a autora do estudo, Sophie Paddock, da Universidade
de East Anglia e Norfolk and Norwich University Hospital Foundation Trust,
Norwich, no Reino Unido, em comunicado à imprensa. “Mesmo breves períodos de
atividade física têm impactos benéficos para a saúde, e períodos curtos de
subida de escadas devem ser uma meta alcançável para integração nas rotinas
diárias.”
Para
chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram evidências científicas já
disponíveis sobre o tema e conduziram uma meta-análise.
Ao
todo, foram analisados nove estudos com 480.479 participantes. Foram incluídos
participantes saudáveis e pessoas com histórico de ataque cardíaco ou doença
arterial periférica. A idade dos participantes variou de 35 a 84 anos, e 53%
eram mulheres.
Segundo
o estudo, subir escadas foi associado a uma redução de 24% no risco de morte
por qualquer causa e a uma probabilidade 39% menor de morrer de doença
cardiovascular. Subir escadas também foi associado a um risco reduzido de
doenças cardiovasculares, incluindo ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e
AVC (acidente vascular cerebral).
“Com
base nesses resultados, encorajaríamos as pessoas a incorporarem a subida de
escadas em suas vidas diárias. O nosso estudo sugeriu que quanto mais escadas
subirmos, maiores serão os benefícios – mas isto precisa de ser confirmado.
Então, seja no trabalho, em casa ou em outro lugar, use as escadas”, afirma
Paddock.
• Exercícios físicos beneficiam até
idosos com câncer avançado
A
prática de exercícios físicos pode beneficiar até idosos com câncer em estágio avançado,
segundo novo estudo brasileiro apresentado no Encontro Anual da Sociedade
Americana de Oncologia Clínica (Asco 2024), o maior congresso de oncologia do
mundo, realizado em Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 31 de maio e 4
de junho.
A
pesquisa foi liderada pelo oncologista da Oncoclínicas&Co, Paulo Bergerot,
que também é representante da América Latina na recém-formada Sociedade
Internacional de Oncologia do Exercício. Os resultados evidenciaram que
pacientes com mais de 65 anos e sob tratamento oncológico tiveram melhora na
qualidade de vida e alívio de alguns efeitos colaterais dos medicamentos de
imuno e quimioterapia após 12 semanas cumprindo uma rotina de atividade física
moderada.
“A
grande mensagem desse estudo é que o paciente em tratamento oncológico deve
ficar ativo. Não existe mais essa história de manter o paciente resguardado,
economizando energia por causa do tratamento. É exatamente o contrário”, afirma
Bergerot.
• Rotina personalizada
Todos
os 41 participantes do estudo tinham mais de 65 anos e tratavam cânceres de
estágios 3 ou 4, considerados avançados ou metastáticos. Além disso, eram
pacientes que estavam começando uma linha de tratamento sistêmico, ou seja, com
medicamentos — quimioterapia ou imunoterapia, de um modo geral.
“Para
qualquer pessoa a gente sabe que é difícil a adesão e a continuidade na
atividade física. Para o paciente com câncer é mais desafiador ainda, e se for
idoso é uma missão quase impossível”, comenta Bergerot. Para driblar essa
barreira, os pesquisadores apostaram em uma estratégia personalizada, em que
cada participante tinha a própria rotina de exercícios.
As
atividades foram estipuladas por um educador físico, que considerou o quadro
clínico de cada paciente e sua realidade no cotidiano, como o uso de acessórios
que eles dispunham nas próprias casas. Ao fim das 12 semanas, os participantes
apresentaram uma melhora na qualidade de vida de cerca de 10 pontos na escala
FACT-G. O método considera a percepção de bem-estar físico, social e familiar,
emocional e funcional em uma régua que vai de 0 a 108 pontos. Além disso, a
prática física também se mostrou capaz de atenuar alguns dos sintomas do câncer
e dos efeitos colaterais comuns no tratamento da doença.
Fonte:
CNN Brasil
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