quarta-feira, 3 de julho de 2024

Cientistas descobrem gene que pode estar associado à longevidade

Cientistas descobriram um novo gene que pode controlar o envelhecimento e o tempo de vida de células. O achado, publicado na revista médica Journal of Clinical Investigation em junho, reforça descobertas anteriores de que a genética está relacionada à longevidade e ao envelhecimento saudável.

O estudo, realizado por pesquisadores italianos, descobriu que a sequência de DNA humano C16ORF70 codifica uma proteína chamada Mytho. Essa proteína pode estar relacionada a uma melhor qualidade de vida e pode atuar na remoção de proteínas e organelas danificadas, melhorando a homeostase (habilidade dos organismos de manterem seu meio interno estável) celular, segundo os cientistas.

Em outras palavras, a ativação do Mytho pode estimular um envelhecimento saudável e levar à longevidade, já que ela promove a autofagia, um processo de “autodigestão” das células, essencial para combater o acúmulo de danos celulares naturais do envelhecimento.

Para chegar a essa conclusão, os cientistas realizaram pesquisas computacionais para identificar genes no genoma humano que poderiam ter relevância nos mecanismos que controlam a qualidade das proteínas e das organelas. “Entre os vários candidatos, a equipa focou-se num gene que se destacou por ser extremamente conservado entre diferentes espécies animais, desde humanos a vermes, chamado C16ORF70/Mytho”, explica Anais Franco Romero, co-autor do estudo.

Por meio de experimentos de manipulação genética, realizados em vermes da espécie Caenorhabditis elegans (comumente utilizados em estudos sobre genética, por terem diversos genes em comum com os humanos), os pesquisadores demonstraram que a inibição desse gene causa a senescência celular precoce (fase em que as células param de se replicar) e o encurtamento da vida útil. Por outro lado, a ativação do gene melhora a qualidade de vida e permite um envelhecimento saudável.

“Depois de anos de estudos, conhecemos algo sobre o nosso genoma, mas a função da maior parte do nosso código genético ainda é desconhecida”, sublinha Marco Sandri, professor do Departamento de Ciências Biomédicas da Universidade de Pádua e pesquisador principal do Instituto Veneto de Medicina Molecular (VIMM).

“Um exemplo são os genes que codificam proteínas, dos quais mais de 5.000 de um total de 20.000 são completamente desconhecidos. Por isso, nos últimos anos temos utilizado recursos e energia para caracterizar este mundo desconhecido do nosso DNA”, completa.

Segundo os pesquisadores, o gene está presente no DNA de todos os humanos e de outros seres vivos também, desde pequenos organismos, como os vermes utilizados no estudo, até animais silvestres. Os resultados do estudo sugerem que a ativação do Mytho poderá ser usada, futuramente, em intervenções específicas para promover a longevidade. No entanto, mais estudos são necessários para compreender como realizar essa expressão e entender se o Mytho poderia estar envolvido em outras funções relacionadas à longevidade.

 

•           Subir escadas pode ajudar na longevidade, mostra estudo

Subir escadas pode estar relacionado à longevidade, de acordo com um novo estudo apresentado na última sexta-feira (26) no ESC Preventive Cardiology 2024, congresso científico da Sociedade Europeia de Cardiologia.

De acordo com o estudo, isso acontece porque subir escadas é um tipo de atividade física acessível e prática e que pode estar relacionada a um menor risco de doenças cardiovasculares e morte prematura.

“Se você tiver a opção de usar escadas ou elevador, use as escadas, pois isso ajudará seu coração”, disse a autora do estudo, Sophie Paddock, da Universidade de East Anglia e Norfolk and Norwich University Hospital Foundation Trust, Norwich, no Reino Unido, em comunicado à imprensa. “Mesmo breves períodos de atividade física têm impactos benéficos para a saúde, e períodos curtos de subida de escadas devem ser uma meta alcançável para integração nas rotinas diárias.”

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram evidências científicas já disponíveis sobre o tema e conduziram uma meta-análise.

Ao todo, foram analisados nove estudos com 480.479 participantes. Foram incluídos participantes saudáveis e pessoas com histórico de ataque cardíaco ou doença arterial periférica. A idade dos participantes variou de 35 a 84 anos, e 53% eram mulheres.

Segundo o estudo, subir escadas foi associado a uma redução de 24% no risco de morte por qualquer causa e a uma probabilidade 39% menor de morrer de doença cardiovascular. Subir escadas também foi associado a um risco reduzido de doenças cardiovasculares, incluindo ataque cardíaco, insuficiência cardíaca e AVC (acidente vascular cerebral).

“Com base nesses resultados, encorajaríamos as pessoas a incorporarem a subida de escadas em suas vidas diárias. O nosso estudo sugeriu que quanto mais escadas subirmos, maiores serão os benefícios – mas isto precisa de ser confirmado. Então, seja no trabalho, em casa ou em outro lugar, use as escadas”, afirma Paddock.

 

•           Exercícios físicos beneficiam até idosos com câncer avançado

A prática de exercícios físicos pode beneficiar até idosos com câncer em estágio avançado, segundo novo estudo brasileiro apresentado no Encontro Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco 2024), o maior congresso de oncologia do mundo, realizado em Chicago, nos Estados Unidos, entre os dias 31 de maio e 4 de junho.

A pesquisa foi liderada pelo oncologista da Oncoclínicas&Co, Paulo Bergerot, que também é representante da América Latina na recém-formada Sociedade Internacional de Oncologia do Exercício. Os resultados evidenciaram que pacientes com mais de 65 anos e sob tratamento oncológico tiveram melhora na qualidade de vida e alívio de alguns efeitos colaterais dos medicamentos de imuno e quimioterapia após 12 semanas cumprindo uma rotina de atividade física moderada.

“A grande mensagem desse estudo é que o paciente em tratamento oncológico deve ficar ativo. Não existe mais essa história de manter o paciente resguardado, economizando energia por causa do tratamento. É exatamente o contrário”, afirma Bergerot.

•           Rotina personalizada

Todos os 41 participantes do estudo tinham mais de 65 anos e tratavam cânceres de estágios 3 ou 4, considerados avançados ou metastáticos. Além disso, eram pacientes que estavam começando uma linha de tratamento sistêmico, ou seja, com medicamentos — quimioterapia ou imunoterapia, de um modo geral.

“Para qualquer pessoa a gente sabe que é difícil a adesão e a continuidade na atividade física. Para o paciente com câncer é mais desafiador ainda, e se for idoso é uma missão quase impossível”, comenta Bergerot. Para driblar essa barreira, os pesquisadores apostaram em uma estratégia personalizada, em que cada participante tinha a própria rotina de exercícios.

As atividades foram estipuladas por um educador físico, que considerou o quadro clínico de cada paciente e sua realidade no cotidiano, como o uso de acessórios que eles dispunham nas próprias casas. Ao fim das 12 semanas, os participantes apresentaram uma melhora na qualidade de vida de cerca de 10 pontos na escala FACT-G. O método considera a percepção de bem-estar físico, social e familiar, emocional e funcional em uma régua que vai de 0 a 108 pontos. Além disso, a prática física também se mostrou capaz de atenuar alguns dos sintomas do câncer e dos efeitos colaterais comuns no tratamento da doença.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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