sexta-feira, 1 de setembro de 2023

Exportação de milho do Brasil retira EUA da liderança e pode bloquear sua volta, diz mídia americana

Na colheita de 2023, os norte-americanos serão responsáveis ​​por cerca de 23% das exportações globais de milho, bem abaixo dos quase 32% dos brasileiros, mostram dados do Departamento de Agricultura dos EUA.

No ano agrícola que encerra nesta data de 31 de agosto, os Estados Unidos entregaram a coroa exportadora de milho ao Brasil e pode nunca recuperá-la, assim começa o artigo da Bloomberg que sinaliza a perda da liderança americana sobre o cereal.

O feito da agricultura brasileira já havia sido anunciado em março, entretanto, como a safra fecha hoje (31), o país sul-americano valida sua liderança no setor, acrescentando que Brasília também deve manter a liderança no ano de plantio de 2024, que começa amanhã 1º de setembro.

Apenas uma vez, nos dados que remontam à administração Kennedy, os EUA saíram do primeiro lugar: por um único ano, em 2013, após uma seca devastadora. A indústria exportadora de milho estadunidense nunca passou dois anos consecutivos em segundo lugar – até agora, relata a agência.

A mídia ainda afirma que o declínio constante e a perda de competitividade de Washington são um golpe para um país que há muito utiliza a alimentação como força geopolítica.

No auge da Guerra Fria, utilizou seus amplos fornecimentos como ferramenta para impedir a propagação do comunismo nos países em desenvolvimento e chegou mesmo a fornecer cerca de um quarto do seu trigo à Rússia, após uma quebra de colheita no início da década de 1970, relembra.

Esta é uma grande mudança para um país cujo cancioneiro patriótico exalta as "ondas âmbar de cereais" da nação. No seu auge, os EUA exportaram 78% da sua produção anual de trigo, 54% da sua soja e 45% do seu milho; em 2024, prevê-se que esses números caiam para 40%, 43% e 14%, respetivamente. Também representa uma parcela menor das exportações agrícolas globais em geral.

Para o grande comprador agrícola, a China, o Brasil também não traz nenhuma bagagem política. No ano passado, Pequim assinou um acordo para comprar grãos brasileiros para reduzir a sua dependência dos EUA e substituir o fornecimento da Ucrânia. O primeiro carregamento de milho do Brasil sob o novo acordo partiu em novembro.

"O Brasil não é um aliado próximo dos EUA, por isso Pequim sente-se confiante de que poderá continuar a negociar com o Brasil, mesmo que a relação com os EUA se deteriore subitamente [...] o país também precisa de mais do que a Pequim tem para oferecer, como investimento em infraestruturas e tecnologia, fortalecendo ainda mais os seus títulos nascentes", disse Even Pay, analista agrícola da Trivium China ouvida pela mídia.

Na visão de Pay, "não parece provável que a relação diplomática dos EUA com a China melhore muito no curto prazo, o que, gostemos ou não, deixará a agricultura americana em certa desvantagem".

Entre os principais compradores de milho brasileiro estão China, como mencionado, Japão, Coreia do Sul e União Europeia.

 

Ø  China diz que notável queda no comércio com EUA é 'consequência direta das ações americanas'

 

Comércio entre Washington e Pequim caiu 14,5% no primeiro semestre do ano em relação ao ano anterior. Diplomacia chinesa diz que é "simplesmente confuso" EUA instaram a China a expandir acesso ao investimento estrangeiro e agora impõem restrições.

Durante o Fórum de Negócios EUA-China da Forbes ontem (30), o embaixador da China nos EUA, Xie Feng, culpou as tarifas e os controles de exportação dos Estados Unidos pela queda no comércio entre os dois países.

"Esta é uma consequência direta das medidas dos EUA para impor tarifas da Secção 301 às importações chinesas, abusar de sanções unilaterais e reforçar ainda mais os controlos de exportação. Os meios de subsistência de muitas famílias foram afetados e as empresas de ambos os países sofreram com o impacto", afirmou o diplomata citado pela CNBC.

O embaixador ainda pontuou que o maior risco da dissociação entre a China e os Estados Unidos "é a grande fonte de insegurança que vem de qualquer confronto entre os dois", disse ele.

"Excluir a China é fechar a porta às oportunidades, à cooperação, à estabilidade e ao desenvolvimento", complementou.

Ao mesmo tempo, Xie destacou a viagem da secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, à China esta semana.

Após reuniões com funcionários do governo chinês, Washington e Pequim concordaram em estabelecer canais de comunicação regulares sobre comércio, controlos de exportação e proteção de segredos comerciais.

Já Raimondo disse aos jornalistas que declinou os pedidos chineses para reduzir os controles às exportações e "retirar" a ordem executiva sobre a triagem de investimentos externos: "Não negociamos em questões de segurança nacional", disse ela.

Como parte da viagem, a secretária do Comércio disse que conversou com mais de 100 empresas e ouviu cada vez mais delas que "a China não pode ser investida porque se tornou demasiado arriscada".

Entretanto, para diplomacia chinesa, "é simplesmente confuso que os Estados Unidos, que no passado instaram repetidamente a China a expandir o acesso ao investimento estrangeiro, estejam agora a impor restrições. Em vez de conter a China, apenas restringirá o direito das empresas americanas de se desenvolverem na China", continuou o embaixador em seu discurso no fórum.

Por fim, Xie afirmou que as tarifas médias dos EUA sobre os produtos chineses eram de 19%, enquanto as tarifas chinesas sobre os produtos dos EUA eram em média de 7,3%: "Isso é justo? Isto realmente serve os interesses dos EUA?", indagou.

·         Banco de investimentos dos EUA usa fundo chinês para comprar empresas ocidentais, diz mídia

O banco de investimentos norte-americano Goldman Sachs destinou um fundo criado com dinheiro estatal chinês para adquirir várias empresas americanas e britânicas, apesar das tensões entre Pequim e o Ocidente.

O jornal Financial Times, citando fontes relacionadas ao fundo investido, relatou que a Goldman Sachs realizou sete investimentos, por um valor aproximado de US$ 2,5 bilhões (R$ 12,2 bilhões), usando o dinheiro do fundo de investimento chinês.

Este fundo chinês foi estabelecido em 2017, em uma parceria com a empresa de capital privado, China Investment Corporation (CIC), para fomentar a cooperação industrial entre a China e os Estados Unidos.

A CIC foi criada em 2007 para investir recursos do governo chinês nas empresas americanas.

Apesar das relações tensas e abaladas entre os dois países, o banco americano segue usando o fundo de investimento chinês nos últimos anos.

O banco já adquiriu empresas em setores variados, como aeroespacial, defesa, energia, computação em nuvem, segurança cibernética, bem como de fabricação de drones e sistemas para inteligência artificial.

Por sua vez, o banco Goldman Sachs justificou, afirmando que o fundo de cooperação é um fundo dos EUA gerenciado pelo país, e que toda a movimentação ocorre em conformidade com as leis e regulamentos.

 

Ø  Expansão do BRICS tem como objetivo estimular comércio e não 'derrubar o dólar', opina especialista

 

A expansão do BRICS visa promover o comércio e remover os obstáculos para os países em desenvolvimento e não "derrubar" o dólar da posição de moeda mundial dominante, disse à Sputnik Rogério Studart, ex-diretor executivo do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Reunidos na semana passada em Johanesburgo, os líderes dos países do BRICS decidiram convidar a Argentina, o Egito, o Irã, a Etiópia, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita para se tornarem membros plenos da organização. O grupo se expandirá formalmente em 1º de janeiro de 2024.

"Não penso que o objetivo da expansão do BRICS seja derrubar o dólar, mas é necessário garantir que o bloco possa ter acesso a financiamento e comércio que o dólar não fornece por várias razões", disse Studart.

Como exemplo, o especialista apontou a Argentina, que tem recursos naturais significativos, mas também tem grande dívida pública e, por isso, precisa de um influxo de moeda americana para servir a sua dívida.

"Portanto, chegar a um acordo que permita que a Argentina ou qualquer outro país em desenvolvimento continue a aumentar o comércio, criar empregos e atrair investimentos sem recorrer a uma moeda escassa e geradora de limitações é a solução", concluiu Rogério Studart.

O BRICS atualmente é composto por cinco nações: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

 

Ø  EUA ampliam restrições e deixam de exportar alguns chips Nvidia para países do Oriente Médio

 

Em um documento publicado nesta semana, a empresa comunicou a restrição, mas não detalhou quais países foram recentemente impedidos de receber chips.

Washington decidiu ampliar a restrição às exportações de chips sofisticados de inteligência artificial da Nvidia para além da China, chegando a outras regiões como alguns países do Oriente Médio, disse a empresa em documento regulatório esta semana.

"Durante o segundo trimestre do ano fiscal de 2024, o governo dos EUA nos informou sobre um requisito de licenciamento adicional para um subconjunto de produtos A100 e H100 destinados a determinados clientes e outras regiões, incluindo alguns países do Oriente Médio", afirmou a Nvidia em um documento visto pela Reuters.

Entretanto, a empresas não especificou quais países seriam foram afetados. A Nvidia obteve a maior parte de seus US$ 13,5 bilhões (R$ 65,9 bilhões) em vendas no trimestre fiscal encerrado em 30 de julho nos Estados Unidos, China e Taiwan.

Cerca de 13,9% das vendas vieram de todos os outros países combinados, uma vez que a fabricante não fornece um detalhamento de receita do Oriente Médio.

Há um ano, a Nvidia informou que os EUA pediram para empresa parar de exportar os mesmos dois chips de computação para trabalho de IA para a China.

A medida foi vista como potencialmente retardando a capacidade das empresas chinesas de realizar trabalhos avançados como reconhecimento de imagem.

·         Biden aprova ajuda militar a Taiwan sob programa reservado a Estados soberanos

A administração do presidente norte-americano Joe Biden aprovou o envio de um pacote de ajuda militar a Taiwan no âmbito de um programa de Financiamento Militar Estrangeiro (FMF, na sigla em inglês), geralmente reservado à assistência a Estados soberanos, de acordo com a notificação enviada ao Congresso.

O Departamento de Estado comunicou ao Congresso o pacote de US$ 80 milhões (R$ 391 milhões) de fundos do programa do FMF para apoiar Taiwan.

"Os fundos do FMF serão utilizados para fortalecer as capacidades de autodefesa de Taiwan por meio da capacidade de defesa conjunta e combinada e de maior conscientização do domínio marítimo e capacidade de segurança marítima", segundo comunicado, visto pela CNN.

O Ministério da Defesa de Taiwan expressou sua gratidão, mas disse que não tinha comentários sobre os detalhes da assistência, salientando que os Estados Unidos já vêm ajudando a reforçar as capacidades de combate da ilha no âmbito da política e leis existentes.

"Estas armas não só ajudarão Taiwan e protegerão outras democracias na região, mas também fortalecerão a postura de dissuasão dos Estados Unidos e garantirão nossa segurança nacional contra o Partido Comunista chinês cada vez mais agressivo", disse membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos e oficial do Departamento de Estado, Michael McCaul.

O fornecimento de financiamento do FMF a Taiwan não representava uma mudança de política para a ilha, afirmou o oficial do Departamento de Estado.

No mês passado, os Estados Unidos, que são os fornecedores de armas mais importantes de Taiwan, anunciaram um pacote de ajuda militar de US$ 345 milhões (R$ 1,7 bilhão) a Taiwan.

·         Irã frustra maior plano israelense para sabotar indústria de mísseis, diz mídia

As forças do Ministério de Inteligência iraniano evitaram uma operação de sabotagem que o Mossad, serviço secreto israelense, estava planejando na indústria de mísseis e foguetes convencionais da República Islâmica do Irã, informou o portal iraniano Tasnim.

"A maior sabotagem na indústria de mísseis e foguetes do Ministério da Defesa iraniano foi evitada e neutralizada graças à vigilância da Organização de Segurança da Informação", segundo comunicado.

A agência do serviço secreto israelense planejava a sabotagem mais sofisticada dos últimos anos, de acordo com o portal iraniano Tasnim.

Durante alguns meses, a Organização de Proteção da Segurança do Ministério da Defesa iraniano desmantelou uma rede profissional que pretendia fornecer peças defeituosas e subversivas a empresas envolvidas na produção industrial dos mísseis mais avançados da República Islâmica, em cooperação com agentes infiltrados.

Os membros desta rede, sob a supervisão direta do Mossad, tencionavam transformar mísseis de produção iraniana em engenhos explosivos para destruir linhas de produção e ferir funcionários da indústria de mísseis, acrescentou Tasnim.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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