quarta-feira, 2 de abril de 2025

Alopécia genética: entenda condição e por que afeta homens e mulheres

Um tipo de calvície, a alopécia androgenética é uma condição genética que leva ao afinamento progressivo dos fios e à perda capilar. Segundo a dermatologista Marcia San Juan Dertkigil, especialista em tricologia médica, a principal causa da condição é a ação do hormônio diidrotestosterona (DHT) nos folículos capilares, provocando sua miniaturização até a interrupção do crescimento.

Nos homens, a queda geralmente ocorre na forma de “entradas” e diminuição dos fios no topo da cabeça, podendo evoluir para calvície total. Já nas mulheres, a perda é mais difusa, com alargamento da risca central do cabelo, mas sem formação de áreas completamente calvas.

A dermatologista Fabiola Bordin, especialista em dermatologia pelo Hospital do Servidores do Estado do Rio de Janeiro, destaca que a predisposição genética pode vir tanto do lado materno quanto paterno. Além do fator genético, alguns hábitos agravam a condição, como tabagismo e exposição solar excessiva.

Embora afete ambos os sexos, a alopecia androgenética é mais comum em homens devido aos níveis mais elevados de hormônios masculinos.

  • Como tratar a alopecia androgenética?

O tratamento envolve o uso de medicamentos como finasterida e minoxidil, que ajudam a retardar a progressão da doença e estimular o crescimento capilar. No entanto, esses medicamentos podem apresentar efeitos colaterais, como espessamento de pelos corporais, inchaço e, em alguns casos, impactos na libido e na função erétil.

transplante capilar é uma opção para casos avançados, mas deve ser combinado com o uso contínuo de medicamentos para manutenção dos resultados.

A única maneira de evitar a progressão da doença e a calvície é fazendo o tratamento com medicamentos orais ou tópicos em casa e tratamentos de consultório. Eles fazem o folículo ficar “mais ativo”, aumentando a quantidade de fios e o seu volume.

Procedimentos com laser, terapia regenerativa e eletroporação de medicamentos diretamente no couro cabeludo aceleram bastante a recuperação dos fios. “Muitas vezes, o paciente chega ao consultório achando que já precisa de implante capilar e conseguimos reverter o quadro”, afirma Bordin. O tratamento em casa é para a vida toda. Se o paciente suspende o uso dos medicamentos, o resultado desaparece em poucos meses.

“Existem poucos laseres que realmente funcionam, mas estes poucos já geram grande resultado. E a infusão de medicamentos pela MMP ou pela eletroporação (sem uso de agulhas) é uma das grandes diferenças dos últimos anos”, acrescenta a especialista.

“Finasterida e dutasterida devem ser evitados em pacientes com história de câncer de mama. Também podem gerar diminuição do volume espermático. Não geram infertilidade, mas, se o homem já tem um espermograma alterado, pode dificultar a chance de gestação. Estes efeitos não ocorrem apenas durante o uso do medicamento. Também são relatados (pequena chance, mas pode ocorrer) diminuição da libido e ereção”, alerta  Bordin.

  • Procedimentos complementares

Além dos tratamentos medicamentosos, procedimentos como laser e infusão de medicamentos no couro cabeludo têm mostrado bons resultados nos últimos anos. Segundo Bordin, a aplicação direta dessas substâncias melhora a eficácia do tratamento e reduz os efeitos colaterais.

Hábitos como o uso de shampoos adequados, alimentação balanceada e controle do estresse também podem ajudar a preservar a saúde capilar. O acompanhamento médico é essencial para definir a melhor abordagem para cada paciente.

 

¨      Sarcopenia: a perda muscular silenciosa que ameaça até os mais jovens

A perda de massa muscular é um processo natural com o tempo. Mas muitos jovens também sofrem com músculos enfraquecidos. Remédios para emagrecer e dietas milagrosas são algumas das causas. O resultado é uma doença chamada sarcopenia. O doutor Drauzio Varella explicou os riscos e como se prevenir no Fantástico deste domingo (30). 

<><> 'Percebi que não tinha mais a força que tive um dia'

A cirurgiã-dentista Priscila Moreira, de 48 anos, teve uma vida bastante ativa. Mas percebeu que seu desempenho nas aulas de muay thai já não era mais o mesmo.

O diagnóstico veio quando Priscila procurou um especialista.

“Quando o médico falou sarcopenia para mim, eu me assustei. Achei que nunca ouviria essa palavra", relata.

A sarcopenia é a diminuição progressiva de massa muscular. “O nome 'sarco' quer dizer músculo e 'penia', diminuição.

"Os indivíduos com sarcopenia têm mais risco de queda, limitação funcional e alterações que predispõem a uma série de doenças sistêmicas", explica Clayton Macedo, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).

<><> Sarcopenia não é coisa de idoso

Por muito tempo, a sarcopenia foi considerada uma condição quase exclusiva de idosos. Mas a ciência revela que este não é mais um problema só da idade avançada. Os hábitos de vida da população jovem contribuem para o enfraquecimento muscular. A obsessão por um corpo mais magro aumenta a incidência dessa perda muscular, preocupante para quem ainda está longe da velhice.

“Sempre segui dietas, remédios. Para estar dentro do padrão, às vezes cometemos algumas irresponsabilidades”, diz Priscila.

Entre os medicamentos, estão aqueles que ajudam a diminuir o apetite e a aumentar a sensação de saciedade. Resultado: perda de aproximadamente 20% do peso do corpo. Mas esse emagrecimento rápido pode ter consequências.

“Quando o indivíduo perde peso, ele perde gordura e músculo. A perda de gordura é maior, mas também se perde massa muscular. Essas canetinhas aumentam os hormônios do apetite, bloqueiam os hormônios da saciedade e baixam a taxa metabólica. Com isso, o indivíduo acaba reganhando peso. Quando ele reganha peso, é basicamente gordura', ressalta Clayton Macedo.

<><> Como saber se sua força muscular está comprometida?

Há testes simples que podem indicar se a sua musculatura está enfraquecida. Um deles é o teste de sentar e levantar.

“É um teste caseiro, fácil de fazer, é validado e ele consiste em medir quantos segundos se demora para sentar e levantar cinco vezes. Deve ser feito, no máximo, em 12 segundos, ou talvez estendido na mulher 14 segundos” , destaca Clayton Macedo, SBEM.

Outra ferramenta é o hand grip, ou dinamômetro. Ele consiste em fazer uma pressão com a mão e medir a força que o indivíduo aplica nesse dispositivo.

"Para mulheres, o ideal é que o resultado seja acima de 16."

Além disso, exames como a bioimpedância analisam a composição do corpo, medindo a proporção de músculo e gordura.

<><> Prevenção começa cedo

A boa notícia é que a sarcopenia pode ser evitada. Exercícios físicos regulares e alimentação equilibrada são as principais armas contra a perda muscular.

"Eu comparo o músculo a uma poupança. Se gastarmos sem controle, vai faltar lá na frente. Não podemos perder massa muscular sem critério, sem acompanhamento e sem exercício físico", pontua Clayton Macedo, SBEM.

Priscila entendeu isso e mudou sua rotina.

“E isso é uma das coisas que eu procurei um médico também, porque eu quero envelhecer com qualidade de vida. E para envelhecer com qualidade de vida, a gente tem que pensar no músculo, com certeza.”

 

Fonte: CNN Brasil/g1

 

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