Biden ordena implementação de lei para
enviar bens russos confiscados nos EUA para a Ucrânia
Após se retirar da
corrida presidencial, Biden agora delega funções relacionadas à lei que
determina destinar à Ucrânia ativos russos confiscados nos EUA.
Joe Biden, presidente
dos EUA, nomeou a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e o secretário de
Estado, Antony Blinken, como responsáveis pela implementação da Lei de
Reconstrução da Prosperidade e Oportunidades Econômicas (REPO, na sigla em
inglês).
Em um memorando, Biden
delegou a eles a autoridade para aplicar a lei, que permite ao governo
confiscar ativos russos congelados nos EUA para supostamente ajudar na
reconstrução da Ucrânia.
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Vice de Trump não apoia ajuda militar a
Kiev
Enquanto o governo
Biden toma medidas para seguir demonstrando o seu apoio ao regime ucraniano, em
meio a expectativas sobre uma possível mudança na política dos EUA para a
Ucrânia — caso o republicano Donald Trump seja eleito no pleito presidencial de
novembro —, o candidato a vice-presidente escolhido por Trump, o senador
republicano por Ohio J. D. Vance, tem sido fortemente crítico da continuidade
da ajuda militar norte-americana a Kiev.
Se de um lado a
possível indicação da vice de Biden, Kamala Harris, para substituí-lo na
corrida presidencial gera pouca expectativa de mudanças na política externa, de
outro Vance já chegou a escrever um editorial no The New York Times em que
defende que "a matemática sobre a Ucrânia não fecha".
Para ele, os EUA não
têm "a capacidade de fabricar a quantidade de armas que a Ucrânia precisa
que forneçamos para vencer o conflito".
Vance ainda considerou
os planos de confiscar ativos russos para cobrir os custos do conflito por
procuração na Ucrânia "perigosos". No final do ano passado, ele
alegou que Vladimir Zelensky deveria abrir mão das reivindicações sobre
territórios recentemente integrados à Rússia e negociar um acordo para encerrar
o conflito do país com Moscou.
¨ Rússia promete ação legal contra transferência da UE para
Ucrânia de juros de ativos congelados
O Kremlin classificou
novamente como "roubo" o plano da União Europeia (UE) de usar os
juros obtidos com ativos russos congelados para financiar a ajuda militar à
Ucrânia, afirmando que tomará medidas legais contra qualquer pessoa envolvida
na decisão.
O chefe da política
externa do bloco, Josep Borrell, disse na segunda-feira (22) que a primeira
parcela da assistência militar para a Ucrânia retirada dos lucros obtidos com
ativos russos, de € 1,4 bilhão (R$ 8,49 bilhões), seria paga no início de
agosto.
"Tais ações de
ladrões não podem permanecer sem reciprocidade. Esse dinheiro não é apenas
essencialmente roubado, mas também será gasto na compra de armas.
Definitivamente trabalharemos em uma possível ação judicial contra as pessoas
envolvidas na tomada de decisões e na implementação dessas decisões, porque
isso é uma violação direta do direito internacional, é uma violação dos
direitos de propriedade", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a
repórteres nesta terça-feira (23).
O presidente russo,
Vladimir Putin, diz que o Ocidente desencadeou uma guerra econômica contra a
Rússia, mas exaltou tanto a resiliência da economia do país, que cresceu 3,6%
no ano passado, quanto o fracasso das sanções em impedir o comércio russo.
O Kremlin disse
repetidamente que qualquer apreensão de seus ativos vai contra todos os
princípios do livre mercado proclamados pelo Ocidente e que minaria a confiança
no dólar norte-americano e no euro, ao mesmo tempo em que desencorajaria o
investimento global e prejudicaria a confiança nos bancos centrais ocidentais.
Esse tipo de análise
foi reproduzido por algumas lideranças do Fundo Monetário Internacional (FMI),
como Julie Kozack, chefe do Departamento de Comunicações do FMI, conforme
noticiado.
¨ Autoridades ucranianas temem que reeleição de Trump possa causar
problemas para Kiev em 2025
Autoridades ucranianas
estão preocupadas com a possibilidade de Kiev enfrentar complicações durante
quase todo o ano de 2025, caso Donald Trump seja reeleito presidente dos
Estados Unidos em novembro, informou a revista norte-americana Time nesta
terça-feira (23), citando fontes.
"Os primeiros
oito ou dez meses, basicamente todo o ano de 2025, seriam muito difíceis",
disse um alto funcionário ucraniano à revista.
Embora seja provável
que Trump reduza a ajuda dos EUA à Ucrânia, forçando Vladimir Zelensky a
aceitar um acordo de paz que pesa fortemente a favor da Rússia, o ex-presidente
dos EUA acabará por compreender que o presidente russo, Vladimir Putin,
"não pode se importar menos com Trump e a sua agenda", informou a
fonte.
"Foi quando
pudemos começar a ver algumas vantagens de Trump", acrescentou.
Para ganhar o apoio de
Trump, as autoridades de Kiev contam com os seus aliados na Europa e com a
indústria militar dos EUA, que está colhendo lucros significativos com o
conflito na Ucrânia, disse a autoridade.
"Eles [nossos
aliados] podem explicar a [Trump] por que isso beneficia muitas pessoas na
América [do Norte], especialmente em estados [republicanos]", acrescentou
o responsável.
Outro alto funcionário
ucraniano disse ao jornal que, em meio à incerteza que antecede as eleições nos
EUA, os aliados de Zelensky estão tentando não tomar partido, evitando laços
políticos diretos com as campanhas presidenciais republicana e democrata.
"Ninguém sabe o
que vai acontecer [nas eleições]", disse o segundo responsável ao jornal,
acrescentando que Kiev apenas tem de "esperar pelo melhor".
Trump afirmou
repetidamente que, se fosse reeleito, poria fim imediato ao conflito entre a
Rússia e a Ucrânia, acrescentando que o conflito nunca teria começado se ele
fosse o atual presidente dos EUA em vez de Joe Biden.
A eleição presidencial
dos EUA acontecerá em 5 de novembro. De acordo com dados do site de apostas
Polymarket desta terça-feira, as chances de vitória de Trump são de 65%,
enquanto as chances de seu principal rival, a vice-presidente dos EUA, Kamala
Harris, são de 32%.
¨ General polonês explica por que a Ucrânia não seria capaz de
vencer um conflito com Rússia
Ucrânia não seria
capaz de vencer em um conflito com a Rússia, disse em entrevista ao WNP o
ex-vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Polônia major-general Leon
Komornicki.
"É tudo um
absurdo, uma história infindável e sem graça, desinformação e propaganda. A
conversa de que a Ucrânia ganhará neste conflito é apenas um equívoco",
disse o militar.
"Ucrânia
atualmente não tem capacidade de vencer. Não tem capacidades que possam
equilibrar o potencial da Rússia, que permitissem tomar a iniciativa
estratégica e transferir as ações militares de proteção da Ucrânia para
território russo. Isso é impossível", observa o general.
Komornicki também
alertou que a Polônia não seria capaz de enfrentar as forças russas em caso de
um possível conflito, duvidando que a Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN) viria em auxílio de seus aliados.
"O conflito na
Ucrânia é uma lição importante para nós. Devemos ter uma estratégia ofensiva de
defesa", disse ele. Komornicki enfatiza que a "questão hoje não deve
ser se a OTAN nos protegerá, mas se a Rússia ousará nos atacar? Porque se ela
nos ataca, sofreremos uma derrota".
·
Militar russo conta
como posições de altos oficiais ucranianos são detectadas em 1 minuto
As tropas russas
determinam a localização dos principais comandantes das Forças Armadas
ucranianas quando usam o sistema de comunicação por satélite Iridium, disse à
Sputnik um oficial russo com o codinome Gambit.
O militar faz parte da
unidade de inteligência radioeletrônica do agrupamento de tropas russas Sever
(Norte).
"Eles usam o
sistema de comunicação via satélite Iridium. É bastante difícil acessá-lo, mas
existem unidades que o gerenciam. Muitas vezes, esses rádios atendem aos
representantes mais importantes das Forças Armadas ucranianas […].
Literalmente, assim que são conectados em um ou dois minutos, recebemos as
coordenadas de onde estavam [os ucranianos] e as transmitimos às unidades
correspondentes", explicou Gambit, acrescentando que "eles então
decidem se atacam ou se rastreiam o alvo".
Em março de 2023,
unidades do Serviço Federal de Tropas da Guarda Nacional russo detectaram uma
radiossondagem no território da República Popular de Lugansk (RPL) que
sabotadores ucranianos usavam para transmitir informações de inteligência sobre
o Exército russo.
Especialistas da
agência de segurança identificaram a localização do complexo de satélites
Iridium.
A Iridium é uma
operadora global de comunicações telefônicas via satélite. Esse sistema foi
projetado para que pequenos telefones portáteis, do tamanho de um celular,
pudessem acessá-lo.
¨ Moscou espera 'ações concretas' após declaração de Zelensky
sobre possível diálogo com a Rússia
A Rússia considera que
é necessário esperar por algumas medidas concretas no caminho das negociações
de paz com a Ucrânia após as declarações de Vladimir Zelensky sobre um possível
diálogo com Moscou, comentou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
"Que medidas
concretas estão por trás dessas palavras? De que planos concretos estamos
falando, que ações nesse sentido, será que se trata de uma conversa séria? Até
agora não podemos julgar, talvez devêssemos esperar por algumas ações, se é que
haverá alguma", apontou Peskov.
No entanto, continuou
o porta-voz, as afirmações de Zelensky são melhores do que uma recusa aberta.
"Em geral, isso é sem dúvida melhor do que as declarações de excluir
qualquer contato com a parte russa e com o chefe de Estado russo", afirmou
o porta-voz do Kremlin.
Em sua opinião,
"certamente, falar em diálogo de uma forma ou outra é muito melhor do que
falar da intenção de lutar até o último ucraniano". Anteriormente,
Zelensky admitiu a possibilidade de iniciar negociações com representantes
russos sobre o fim do conflito na Ucrânia, apesar da proibição que ele mesmo
impôs em relação às conversações com a parte russa.
Moscou indicou
repetidamente que está disposta a iniciar um diálogo, não obstante a proibição
legal que Kiev impôs a esse respeito. O Ocidente chama a Rússia para negociar,
mas ignora as constantes recusas de dialogar por parte de Kiev.
Por outro lado, Peskov
sublinhou que a ajuda ocidental à Ucrânia não contribui para a resolução do
conflito, mas sim para a seu prolongamento.
"Isso [...] não
contribui para a resolução do conflito em torno da Ucrânia, mas, pelo
contrário, leva ao seu prolongamento. Não pode afetar de forma alguma o
resultado dessa questão", detalhou.
Segundo o porta-voz,
os Estados Unidos continuarão ajudando a Ucrânia de uma forma ou de outra,
tentando sobrecarregar financeiramente seus "subordinados europeus".
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OTAN segue sendo um perigo para a Rússia
Quanto ao avanço da
infraestrutura militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em
direção à fronteira da Rússia, Peskov considera a situação um risco para
Moscou.
"A aliança
militar continua aproximando sua infraestrutura militar de nossas fronteiras e
nos cercando com sua estrutura militar, o que representa um perigo para
nós", disse ao responder à pergunta de um jornalista sobre como Moscou
avalia as palavras do presidente da Sérvia, Aleksandr Vucic, de que o Ocidente
prepara um conflito armado com a Rússia e o país acredita ser inevitável uma
confrontação militar Rússia-OTAN.
O porta-voz
acrescentou que "o bloco [a OTAN] é confrontacional, de fato, está feito
sob medida para as tarefas de confrontação. Está cumprindo suas funções".
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Eleições nos EUA 'não são tema prioritário'
para a Rússia
Abordando o tema das
eleições presidenciais nos Estados Unidos, Peskov ressaltou que a decisão do
presidente dos EUA, Joe Biden, de desistir da campanha à reeleição não é um
tema prioritário para a Rússia.
"Embora
compreendamos que se trata da campanha eleitoral em um dos maiores países do
mundo, isso não é um assunto interno nosso, não pode ser um tema prioritário em
nossa agenda", comentou.
Moscou afirmou também
que não está surpresa com a decisão do democrata, dado que os acontecimentos
nos EUA nos últimos anos ensinaram a "não nos surpreendermos com
nada". Igualmente, o porta-voz do Kremlin recusou prever qual impacto
teria a nomeação da vice-presidente Kamala Harris, como candidata presidencial
nas eleições de novembro na relação de Washington com a Rússia.
Em algumas declarações
de Harris, segundo Peskov, "houve uma retórica bastante inamistosa"
em relação à Rússia. Ao mesmo tempo, o porta-voz reiterou que "até hoje
não há registro de outras ações dela, positivas ou negativas, em relação às relações
entre ambas as partes".
Em 21 de julho, Biden
anunciou sua retirada da corrida presidencial. Por sua vez, o ex-presidente
Donald Trump, que já conseguiu a nomeação pelo Partido Republicano, afirmou que
derrotar Kamala Harris nas urnas seria muito mais fácil.
Biden abandonou a luta
por um novo mandato em meio às crescentes preocupações dos colegas democratas
sobre a sua idade avançada. O anúncio repentino ocorreu a menos de quatro meses
do pleito nos EUA.
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Negativa de Paris de credenciar jornalistas
russos para os Jogos Olímpicos é 'inaceitável'
Além disso, segundo
Peskov, Moscou vê de forma negativa a rejeição da França de credenciar vários
jornalistas russos para os Jogos Olímpicos de Paris. O porta-voz lembrou também
que a Rússia considera a situação "inaceitável", pois viola
claramente a liberdade de imprensa e "todos os compromissos da França
perante a OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] e outras
organizações".
Ainda há expectativa
de uma reação a essas ações francesas de "organizações relevantes de
direitos humanos e organizações que se dedicam a garantir os fundamentos e
regras da liberdade de imprensa".
Em 21 de julho, o
ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, admitiu em declarações a um meio
de comunicação local que foi negada a alguns jornalistas russos a acreditação
para cobrir as Olimpíadas, alegando suposta espionagem e ciberataques.
O comitê organizador
dos Jogos Olímpicos de Paris recusou a acreditação a cinco jornalistas da
Sputnik. As Olimpíadas de Paris ocorrerão de 26 de julho a 11 de agosto.
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Desenvolvimento de relações com a China 'em
todas as esferas'
Por fim, Peskov
declarou que a Rússia pretende continuar no caminho do desenvolvimento das
relações com a China em todas as esferas.
"O mais
importante para nós são nossas relações com a China. Partimos do contexto geral
de nossas relações bilaterais, do clima de parceria estratégica, cujas
características principais são as boas e construtivas relações entre os líderes
de nossos dois Estados. Pretendemos continuar nesse caminho de desenvolvimento
das relações russo-chinesas em todas as esferas", detalhou.
As declarações de
Peskov foram em resposta à pergunta dos jornalistas sobre a visita à China do
chanceler da Ucrânia, Dmitry Kuleba.
¨ Rússia e China rebatem Pentágono sobre parceria no Ártico: 'Não
é dirigida contra nenhum país'
Segundo o porta-voz do
Kremlin, a cooperação entre Rússia e China no Ártico não visa afetar nenhum
outro país e estão em conformidade com os princípios básicos do direito
internacional, acrescentando que as críticas dos Estados Unidos a tal trabalho
eram equivocadas.
Na segunda-feira (22),
o Pentágono lançou um relatório afirmando que Moscou e Pequim estão cada vez
mais elevando sua parceria na região polar, ação que pode impactar a
estabilidade regional.
Quando questionado
sobre o documento nesta terça-feira (23), o Kremlin disse que parte do
relatório "tinha um tom de confronto" e que a cooperação visava
apenas promover a previsibilidade.
"A cooperação
russo-chinesa na zona ártica só pode contribuir para um clima de estabilidade e
previsibilidade no Ártico, porque nunca [foi] dirigida contra qualquer país
terceiro ou grupo de países terceiros, mas apenas quer proteger estes países e melhorar
o bem-estar das pessoas de ambos os Estados", disse o porta-voz
presidencial, Dmitry Peskov, a repórteres.
O documento do
Pentágono ainda observou que a Rússia reabriu centenas de instalações militares
da época da região soviética, enquanto a China está de olho em recursos
minerais e novas rotas de navegação.
"O Ártico também
é uma área estratégica para o nosso país", acrescentou Peskov, garantindo
que "a Rússia adota uma posição responsável e faz a sua parte para que o
Ártico não se torne um território de discórdia e escalada de tensão", complementou.
Já o lado chinês,
através da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning,
disse que "Pequim tem participado dos assuntos do Ártico em conformidade
com os princípios básicos de respeito à cooperação vantajosa para todos e ao desenvolvimento
sustentável e fortaleceu a cooperação com outras partes para manter a paz e a
estabilidade".
"Os EUA
deturparam a política do Ártico da China e apontaram o dedo para as atividades
normais da China no Ártico conduzidas em total conformidade com a lei
internacional. Isso não é propício a paz, estabilidade e cooperação no Ártico.
A China se opõe firmemente a isso", afirmou a porta-voz, citada pela
chancelaria chinesa.
O relatório do
Pentágono acrescentou que os militares dos EUA tinham uma estratégia de
"monitorar e responder" na região, baseada na coleta de informações,
na cooperação com aliados e na capacidade de mobilizar recursos militares.
Fonte: Sputnik Brasil
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