quarta-feira, 26 de junho de 2024

ORCRIM BOLSONARISTA: celulares de Wassef preocupam Bolsonaro em fase final da investigação

O conteúdo analisado pela Polícia Federal (PF) nos aparelhos celulares do advogado Frederick Wassef preocupam a defesa de Jair Bolsonaro (PL) na reta final das investigações sobre o furto de joias que pertencem à União para serem vendidas nos EUA.

A conclusão do inquérito estava prevista para este mês, mas só deve ser concluída em agosto devido à descoberta de novas informações relevantes no celular de Wassef, segundo Camila Bonfim, da GloboNews.

Investigadores teriam dito que as novas conversas e dados corroboram outros achados da investigação, oferecendo mais subsídios para indiciamento de Bolsonaro e Wassef. Além dos dois, outro advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten também deve ser indiciado.

•           Recompra do Rolex

Wassef atuou juntamente com o tenente coronel Mauro Cid na recompra do kit de joias contendo um anel, abotoaduras, um rosário islâmico (“masbaha”) e o relógio da marca Rolex nos EUA.

Alertado por Fabio Wajngarten, ex-Secretário de Comunicação da Presidência e também assessor de Bolsonaro, de que o TCU pediria as peças, Cid entrou em contato com Wassef para encomendar a missão de recompra do Rolex. Wassef embarcou para os EUA em 11 de março rumo a Fort Lauderdale, na Flórida, e voltou ao Brasil no dia 29 de março, já com o relógio recomprado.

O nome de Wassef aparece nos recibos de recompra do relógio Rolex de ouro branco cravejado de diamantes que havia sido vendido pela Organização Criminosa de Bolsonaro na loja Precision Watches, da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

Após a descoberta, a PF apreendeu quatro celulares de Wassef em uma operação em uma churrascaria localizada dentro de um shopping na zona sul de São Paulo. Na ocasião, agentes que investigam sua participação no escândalo de desvios e revenda de joias da União apreenderam os aparelhos e revistaram seu veículo, que estava irregularmente estacionado em uma vaga para pessoas com deficiência.

Um desses aparelhos, inclusive, era usado exclusivamente para que Wassef se comunicasse diretamente com Bolsonaro.

•           Ofensiva

Mesmo com o provável indiciamento pela Polícia Federal, Jair Bolsonaro já teria avisado interlocutores que pretende manter sua agenda costurando candidaturas a prefeitos pelo Brasil.

Ele estará no Rio no início de julho em um ato ao lado de Alexandre Ramagem, investigado pela PF como mentor da Abin Paralela e pré-candidato à prefeitura do Rio.

Segundo Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, o objetivo da sigla é conquistar ao menos 1 mil prefeituras pelo país nas eleições de outubro.

 

•           Carlos Bolsonaro será indiciado pela PF por espionagem ilegal, diz emissora

Carlos Bolsonaro deve ser indiciado pela Polícia Federal no caso da 'Abin paralela', afirma a jornalista Tainá Falcão da CNN Brasil. Segundo a jornalista, o órgão já está preparando o inquérito, que deve ser entregue até agosto deste ano.

O vereador do Rio de Janeiro e filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é apontado como peça-chave no esquema que espionava diversos cidadãos brasileiros e possíveis inimigos políticos do regime bolsonarista.

Alexandre Ramagem (PL-RJ) também deve ser indiciado no caso, mas a expectativa é que os casos sejam tratados com cautela para evitar impactos nas eleições municipais deste ano.

<><> Carlos Bolsonaro e a "Abin paralela"

Em janeiro, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) foi alvo de operações de busca e apreensão da Polícia Federal que recolheram 3 notebooks, 11 computadores e 4 celulares em endereços ligados a ele.

De acordo com a investigação, ele seria integrante do chamado “núcleo político” da organização criminosa instalada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para praticar espionagem ilegal de cidadãos brasileiros.

Diversas figuras teriam sido espionadas, como Camilo Santana, Otto Alencar, Omar Aziz, Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues, Rogério Carvalho, Humberto Costa, João Dória, Luis Roberto Barroso, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Roberto Bertholdo e Rodrigo Maia.

Aliados de Bolsonaro, como os generais Heleno e Santos Cruz, além de outras figuras públicas do bolsonarismo, como Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação, também estariam entre os espionados.

Além de Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem, o general Augusto Heleno também foi investigado no âmbito da operação sobre a Abin Paralela e teve de prestar inquérito por ser o superior do Gabinete de Segurança Institucional, órgão que abrigava a agência.

 

•           Gilmar Mendes descarta anistia a golpistas e alívio para Bolsonaro

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), descarta a possibilidade de ser concedida uma anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e também não acredita que o ex-presidente Jair Bolsonaro consiga reverter sua inelegibilidade.

Em entrevista à CNN de Portugal, nesta segunda-feira (24), Mendes disse que "não há clima" no Brasil para que isso ocorra e, sobre a situação de Bolsonaro especificamente, relembrou que o STF dificilmente reforma decisões do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Corte que tornou o ex-presidente inelegível.

"Não acredito que haja clima no Brasil para um debate sobre anistia diante da gravidade dos fatos que ocorreram", declarou o ministro do STF.

Com relação à inelegibilidade de Bolsonaro, o magistrado afirmou que acha "muito difícil" a situação ser revertida. "Acho muito difícil. Vamos aguardar a deliberação do tribunal, mas tudo tende a manter a decisão que já foi tomada, essa tem sido a rotina em casos semelhantes", pontuou.

Gilmar Mendes está em Portugal para o encontro do Fórum Jurídico do Instituto de Direito Público (IDP), instituição que preside e que reunirá outros ministros do STF, ministros do governo Lula, parlamentares e outras autoridades.

<><> Bolsonarista radical vai relatar anistia para golpistas na Câmara

A bolsonarista Caroline de Toni (PL-SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, escolheu nesta quarta-feira (5) o também bolsonarista Rodrigo Valadares (União-SE) para ser o relator do projeto que visa anistiar presos pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

Apoiador radical de Jair Bolsonaro, já tendo participado de atos públicos de apoio ao ex-presidente, Valadares também é autor de uma Proposta de Emenda à Constituição que ficou conhecida como "PEC da Blindagem", pois exige que medidas judiciais contra parlamentares tenham aprovação da Mesa Diretora da Câmara ou do Senado.

O deputado foi nomeado como relator do projeto para anistiar golpistas após a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP) ter deixado a CCJ. Ela relataria a proposta, mas não foi indicada pelo PSOL para seguir na comissão.

Ao escolher Valadares para o posto, Caroline de Toni afirmou que seguiu "critérios técnicos".

"É uma pessoa formada em direito, que tem noção do processo penal e do devido processo legal. E também teve contato com inúmeros casos concretos", declarou a parlamentar.

Carol de Toni já adiantou que pretende beneficiar Jair Bolsonaro com o projeto e incluí-lo entre os anistiados. O ex-presidente é investigado pela Polícia Federal (PF), no âmbito de inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), como autor intelectual do movimento golpista que culminou nos atos depredatórios às sedes dos Três Poderes.

 

•           Choro, cela e oração: como foi a visita de senadores a ex-chefe da PRF

Ex-chefe da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no governo Bolsonaro, Silvinei Vasques recebeu a visita dos senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Izalci Lucas (PL-DF) na manhã desta terça-feira (25/6) na Papuda, em Brasília, onde ele está preso preventivamente desde agosto de 2023.

Autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na semana passada, a visita durou cerca de uma hora e meia. Silvinei conversou com os senadores em um auditório reservado pela direção do presídio. Durante todo o tempo, o ex-chefe da PRF esteve acompanhado de policiais penais.

Na conversa, segundo apurou a coluna, Silvinei fez um relato sobre sua rotina no presídio e sobre sua saúde. O ex-policial contou, por exemplo, estar com um problema na próstata. Ele também relatou que passa horas do dia estudando para o exame da OAB na biblioteca da Papuda.

O ex-chefe da PRF também fez um relato aos senadores sobre sua estratégia de defesa junto ao Supremo Tribunal Federal. Segundo apurou a coluna, ele contou aos parlamentares que costuma escrever, de dentro do presídio, alguns dos memoriais apresentados por seus advogados à Justiça.

Silvinei ainda agradeceu às manifestações em sua defesa feitas por Damares e Izalci na já encerrada CPI mista do 8 de Janeiro no Congresso Nacional. De acordo com relatos, o ex-policial chegou a chorar quando abraçou a senadora, que encerrou o encontro fazendo uma oração.

Além da conversa no auditório, Damares e Izalci visitaram a cela onde o ex-chefe da PRF está preso. A vistoria ocorreu durante o banho de sol dos presos. Silvinei divide a cela com outros dois homens. Eles estão em uma ala destinada a ex-policiais que cometeram delitos.

Estado emocional do ex-chefe da PRF

Após o encontro, os senadores disseram a interlocutores terem se surpreendido positivamente com o estado emocional de Silvinei. “Fiscamente ele está abatido, mas emocionalmente ele está mais forte que eu imaginava”, afirmou um dos parlamentares a aliados.

Silvinei está preso sob a suspeita de usar o cargo de comandante da PRF para planejar blitze, no segundo turno das eleições presidenciais de 2023, com o objetivo de prejudicar o trânsito de eleitores no Nordeste, região que historicamente costuma dar mais votos a Lula.

 

Fonte: Fórum/Metrópoles

 

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