sexta-feira, 27 de outubro de 2023

Estimulação elétrica cerebral: ciência revela novo combate ao Alzheimer

Conforme evidenciado por uma recente pesquisa da revista Nature Neuroscience, a estimulação elétrica cerebral é apontada como um futuro tratamento promissor para pacientes com Alzheimer.

A tecnologia, que emprega campos elétricos de várias frequências para estimular os neurônios no hipocampo – uma área do cérebro associada à formação e recuperação de memórias – vem ganhando destaque na área da neurociência.

·         Estimulação elétrica cerebral surge para combater o Alzheimer

O funcionamento do cérebro é baseado em uma elaborada rede de neurônios que se comunicam entre si através de sinais elétricos.

No caso da doença de Alzheimer, essa comunicação se vê comprometida, gerando desequilíbrios na atividade elétrica do cérebro.

A técnica da estimulação elétrica profunda busca justamente corrigir esses desequilíbrios e, dessa forma, propõe-se como um tratamento em potencial para a doença.

·         Como funciona a eletroestimulação cerebral?

A técnica envolve a implantação de eletrodos que monitoram a atividade cerebral e transportam pequenas correntes elétricas.

Antes de tentar chegar ao hipocampo por meios não-invasivos, os pesquisadores confirmaram a viabilidade das tentativas por meio de experimentos com cérebros post mortem.

·         Resultados positivos em voluntários

Em um segundo momento, a estimulação foi aplicada em 20 voluntários que não apresentavam sintomas de Alzheimer.

Durante o procedimento, os participantes realizaram tarefas de memorização de conjuntos de rostos e nomes, que exigem a atividade do hipocampo.

Posteriormente, o processo foi repetido em outros 21 voluntários durante 30 minutos. Segundo os pesquisadores, a técnica apresentou melhorias significativas no desempenho da memória.

·         Potencial da estimulação elétrica cerebral

Agora, a equipe de pesquisa pretende testar se o tratamento repetido com estimulação ao longo de vários dias poderia beneficiar pessoas nos estágios iniciais da doença de Alzheimer.

Para tal, um novo estudo contará com a participação de indivíduos com idade a partir de 50 anos e com comprometimento cognitivo leve.

A estimulação elétrica cerebral, além de representar uma perspectiva animadora para o tratamento do Alzheimer, vem atraindo o interesse da comunidade científica em outras aplicações.

Em 2021, um estudo da Universidade da Califórnia, publicado na revista Nature Medicine, apontou que a estimulação elétrica no cérebro pode ter um efeito antidepressivo profundo, se adaptada ao humor e aos sintomas específicos de cada paciente.

O estudo promete abrir novas vias para o tratamento do Alzheimer e outras doenças neurológicas, oferecendo esperança para milhões de pessoas que sofrem com essas condições. Os resultados iniciais são animadores, mas ainda mais pesquisas são necessárias para validar e otimizar a técnica.

 

Ø  Jejum intermitente promete combate à diabetes e Alzheimer

 

Há alguns anos, o jejum intermitente virou foco de inúmeras pesquisas por ser uma prática que parece trazer diversos benefícios para a saúde.

Recentemente, um estudo australiano sugere que a prática pode auxiliar na prevenção do diabetes tipo 2 e até mesmo no Alzheimer. Para entender melhor como funciona e quem pode seguir este regime alimentar, continue a leitura.

Os pesquisadores australianos, acompanharam 209 voluntários inseridos em um plano de jejum intermitente, onde comiam apenas das 8h às 12h, e ficavam o restante do dia em jejum.

Após o estudo, foi constatado que a prática melhorava significativamente a tolerância à glicose, comparada a quem seguia uma dieta de baixa caloria.

·         Como o jejum intermitente reduz o risco de diabetes?

Os resultados da pesquisa apresentaram que os participantes sensíveis à insulina diminuíram, apresentando maior tolerância à glicose, redução dos lipídios do sangue, e consequentemente reduzindo o risco de desenvolver o diabetes tipo 2.

Além disso, a pesquisadora Leonie Heilbronn, uma das responsáveis pelo estudo, destacou que ainda serão necessários mais estudos para compreender se o jejum deve ser feito com uma janela alimentar mais longa para que seja sustentável a longo prazo.

·         Qual o impacto do jejum intermitente no Alzheimer?

O jejum intermitente também tem demonstrado impactos positivos em doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. Em estudos realizados em ratos, os que seguiram uma dieta baseada em jejum, demonstraram melhorias na função da memória.

Há também indícios que as proteínas amiloides, associadas ao Alzheimer, apresentam dificuldade de se acumular nos cérebros dos animais que seguem esse regime alimentar.

Desplats, neurocientista da UC San Diego, afirmou que se os mesmos resultados forem encontrados em testes em humanos, o jejum intermitente poderá ser uma estratégia promissora no combate à doença.

·         Existe um horário ideal para o jejum intermitente?

Segundo pesquisa realizada pela Universidade de Chicago, a janela de alimentação tem impacto na saúde. Comer durante o dia contribuiria para a perda de peso e melhora a sensibilidade à insulina, enquanto janelas alimentares à noite não trariam benefícios.

O que está por trás dessa explicação é o nosso ciclo circadiano, nosso ‘relógio biológico’ que regula várias funções do nosso organismo.

·         O jejum intermitente é para todos?

Alguns profissionais defendem que o jejum deveria ser feito de acordo com a individualidade de cada um, considerando seu estilo de vida e suas necessidades.

Esse tipo de regime alimentar deve ser acompanhado por um profissional da saúde, já que pode haver efeitos adversos como dores de cabeça, tontura e dificuldade de concentração para algumas pessoas.

Grupos específicos, como crianças, mulheres amamentando e idosos, devem receber atenção especial e, em alguns casos, não devem seguir o jejum intermitente.

No final das contas, independentemente do tipo de dieta que se escolhe seguir, o mais importante é fazer escolhas saudáveis, ricas nutricionalmente, associadas a um estilo de vida ativo e saudável.

 

Fonte: eCycle

 

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