Cid
pediu que militar investigado por fraude no cartão de vacina tivesse
'tratamento vip' e proximidade com Bolsonaro
Diálogos obtidos pela Polícia Federal com
autorização da Justiça mostram o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair
Bolsonaro, Mauro Cid, pedido "tratamento vip" para o militar da
reserva Ailton Barros.
Cid também pediu para seus auxiliares na ajudância
de ordens da Presidência que sempre facilitasse, o acesso de Barros a
Bolsonaro.
Barros aparece em outros diálogos obtidos pela PF
falando sobre um plano de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder.
Mauro Cid e Ailton Barros foram presos pela Polícia
Federal no dia 3 de maio por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal (STF).
Os dois são investigados por suposta participação
num esquema de falsificação de cartões de vacinação da Covid inseridos no
sistema do Ministério da Saúde.
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Mensagens
Em janeiro de 2022, Mauro Cid troca mensagens de
áudio com o servidor da Ajudância de Ordens, sargento Elizeu, sobre a ida do
"Coronel Ailton” a um evento em que o presidente da República estaria
presente.
Segundo a transcrição da PF, no diálogo, Mauro Cid
afirma:
“Eu vou te passar o contato do coronel Ailton, tá? É
um negão. Esse cara tem que ter tratamento VIP ai na chegada do presidente em
Itaboraí, tá? Você pega ele, põe ele na cara do gol, quando o presidente
estiver tocando o helicóptero, consegue um pinzinho pra ele, para ele, para ele
transitar, tá? E, e, e tenta, tenta facilitar, sempre que você puder, a
aproximação dele com o presidente”.
Cid continua a orientação. “Desde já, já pode botar
ele no, no... pode ligar para ele, já está esperando para acertar o horário
local tudo direitinho, onde vai ser... E ai, coloca ele na cara do gol, tá? No
heliponto, onde o presidente estiver descendo”.
Sargento Elizeu responde: “Tá, eu vou providenciar
tudo lá para ele. Estacionamento, a entrada e tudo mais. Lá... Aqui, no local
onde eu estou, é uma visitação. No primeiro evento e um segundo evento, vai ser
tipo uma palestra, mas é tudo no mesmo local. Vai ser só um PIN. Agora não sei
se ele vai participar do outro evento na outra cidade né? Aí já é outro. Tem
que ver essa guerra aí”.
Mais tarde, Ailton informa a Cid que foi procurado
pelo sargento.
“Cidinho, o Eliseu já fez contato comigo. O elemento
aí do que vai fazer o resgate já fez contato, já passei meus dados para ele e
eu coloquei para ele se existe só a possibilidade, de repente, o meu carro fica
lá dentro lá do, do, do gasoduto, né?"
Em seguida, Cid fala da possibilidade de estar no
helicóptero.
"Existe a possibilidade de repente, de quando o
governador enxergar a parada... Do governador me botar no helicóptero dele e me
levar junto e ai por carros, vão ficar na rua até eu resgatar o carro no
retorno. Ou no dia seguinte, e ai, se tivesse como o carro ficar dentro do
estacionamento lá dos funcionários. Para mim era uma segurança, uma
possibilidade, né? Acredito que remota, mas vai dentro da cabeça do governador:
'Deixa eu levar esse negão comigo aí'. Pelo menos o carro fica na segurança”.
As mensagens sobre golpe ocorreram em dezembro de 2022.
Barros começa explicando o "conceito da operação":
"Conceito da operação. Então, hoje já é 0h59 de
quinta feira, dia 15 de dezembro. É o seguinte: entre hoje e amanhã,
sexta-feira, continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do
Exército] para que ele faça o que ele tem que fazer", afirmou o ex-major.
Ele continua: "Até amanhã a tarde, ele [o
comandante] aderindo bem, ele faça um pronunciamento. Então, é.. Se
posicionando dessa maneira, para a defesa do povo brasileiro. E se ele não
aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a
moral da tropa, que você viu, né, eu não preciso falar, que está abalada, em
todo o Brasil".
Mais adiante, no áudio, Barros afirma que "na
segunda-feira tem que ser lida a portaria ou as portarias, o decreto ou os
decretos de garantia da lei e da ordem e botar as Forças Armadas, cujo
comandante do supremo é o presidente da República, para agir".
No material obtido pela PF, não aparece se Cid
respondeu ao áudio.
Ø Moro ironiza Lula e juiz da Lava Jato e faz 'lista' com referências a
petista
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) provocou o
presidente Lula (PT) em rede social na tarde deste sábado (27), elencando
crimes, golpes e fraudes que usam referências ao mandatário ou ao PT.
"Só neste ano já tivemos: email lula1063 usado
pelo crime organizado, lula@gmail em cartão de vacina fraudado, login Lul22
usado por juiz que gosta de 'trote' e agora grupo de whats Lula13 para acerto
de jogos. Lula não está envolvido nesses fatos, mas é uma referência
constante", escreveu Moro no Twitter.
O juiz mencionado no tuíte é Eduardo Appio, titular
da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos processos remanescentes da
Operação Lava Jato no Paraná. Ele foi afastado provisoriamente de suas funções
pelo TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) na última segunda (22). A
corte regional apura se Appio telefonou para o filho do ex-relator da Lava Jato
no TRF-4 fingindo ser um funcionário da Justiça Federal e fazendo perguntas a
respeito do vínculo familiar.
Em entrevista à GloboNews, Appio confirmou que usava
o login "LUL22" no sistema da Justiça até este ano. Ele disse que se
tratava de um "protesto isolado e individual" contra uma prisão que
considerava ilegal, a do hoje presidente Lula.
Já os jogos mencionados por Moro, referente ao
escândalo de apostas no futebol, citam reportagem do UOL. Segundo o portal,
jogadores do Sampaio Corrêa usavam um grupo do WhatsApp chamado "Lula
13" para falar de apostas e da manipulação de jogos da Série B. O grupo
teria sido criado em novembro passado, dias depois das eleições.
Responsável por ordenar a prisão de Lula em 2018,
Moro e o petista vêm trocando farpas frequentemente, pela imprensa ou redes
sociais.
Em março, Lula afirmou que um plano do PCC para
atacar Moro, divulgado pela Polícia Federal, seria "uma armação" do
ex-juiz.
"Não sei o que ele vai fazer da vida se
continuar mentindo do jeito que está", disse o petista.
Em entrevista dias antes, o ex-presidente disse que
pensava, quando estava preso, em se vingar de Moro. "[Eu dizia:] Não está
tudo bem. Só vai estar tudo bem quando eu foder esse Moro. Vocês cortam a
palavra 'foder'", disse, na ocasião.
Posteriormente, em abril, o presidente afirmou em
café da manhã com jornalistas que foi orientado pela Secretaria de Comunicação
a não mencionar mais o desafeto. "Eu não tenho que falar nem da coisa nem
do coiso", disse, em referência também ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ø Mudanças no TSE trazem má notícia para Bolsonaro
As duas mudanças na composição dos ministros do
Tribunal Superior Eleitoral foram negativas para Bolsonaro.
Floriano de Azevedo Marques é muito próximo de
Alexandre de Moraes, que atuou nos bastidores para emplacar o aliado. Já André
Ramos Tavares, ministro substituto, até mantém boa relação com Bolsonaro. Mas
fontes do TSE garantem que, entre o ex-presidente e Moraes, Tavares optará por
ficar do lado do magistrado.
Os novos ministros ocuparão as vagas de Carlos
Horbach e Carlos Mário Velloso, que deixam a Corte. Ambos os nomes agradavam a
Jair Bolsonaro.
A relatoria da ação que pode deixar Bolsonaro
inelegível está nas mãos de Benedito Gonçalves.
Ø Deputado bolsonarista diz que não vai a manifestação para não provocar
Moraes
O deputado federal bolsonarista Otoni de Paula
(MDB-RJ) diz que não pretende participar do ato de 4 de junho em São Paulo, que
tem como motes resistir à censura nas redes sociais e criticar o desmonte da
Lava Jato. O principal organizador da manifestação é o MBL (Movimento Brasil
Livre).
"Apesar de me sentir vítima de um processo injusto,
que impede meu direito de exercer com plenitude meu mandato, pois há quase dois
anos estou sem redes sociais, não participarei das manifestações", afirmou
ao Painel.
O motivo, segundo ele, é que é preciso tornar mais
calmo o atual momento pelo qual passa o Brasil. Ele cita principalmente o
presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.
"Quero dar um sinal de distensionamento com o ministro. Só isso",
declara.
Ø Flávio Dino manda recado para golpistas: "o Brasil está unido para
derrotar o fascismo"
O ministro da Justiça, Flávio Dino, participou neste
sábado (27), no Maranhão, no evento Brasil Participativo, projeto
interministerial que visa fazer com que as populações de todos os estados
brasileiros opinem sobre quais devem ser as prioridades da gestão federal no
Plano Plurianual (PPA).
Em sua fala, Flávio Dino afirmou que está com
"muita saudade" do Maranhã, saudou Simone Tebet, ministra do
Planejamento e conclamou união do Brasil para derrotar a extrema direita e o
fascismo.
"Em primeiro lugar, eu quero dizer para vocês
que estou com muita saudade. Quero saudar muito especialmente a ministra
Simone. Uma salva de palmas pra ela! Uma amiga querida de muitos anos, nós
fizemos muitos debates juntos pelo Brasil. Claro que nós temos 99% de
concordância, às vezes a gente tem um 1% que não concorda, mas passou o momento
de nós colocarmos as divergências na frente".
Em seguida, Flávio Dino pede união para derrotar o
fascismo e defender o projeto que saiu vitorioso nas urnas.
"É hora de unir o Brasil. E unir o Brasil
na direção que nós definimos juntos nas urnas. E unir o Brasil significa chamar
todo mundo: as autoridades, o movimento social, o povo em geral... eu inovei,
chamei até o incrível Hulk, o Homem de Ferro, o Homem Aranha, Capitão
América... está todo mundo convocado para enfrentar o fascismo, para enfrentar
a extrema direita", declarou Flávio Dino.
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Flávio Dino alerta Congresso Nacional: ministérios
são competência de Lula
O ministro da Justiça, Flávio Dino, reagiu ao ataque
que o Centrão e a extrema direita organizam contra o governo Lula ao alterar o
texto da MP que organiza os ministérios. No novo texto, os ministérios do Meio
Ambiente e dos Povos Indígenas perdem as suas principais atribuições e, na
prática, passariam a existir só de fachada.
Por meio de suas redes sociais, Flávio Dino alertou
que a organização dos ministérios é de competência do presidente da
República.
"Sobre controvérsias acerca de competências de
órgãos do Poder Executivo, importante lembrar o que dispõe a Constituição
Federal: Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI -
dispor, mediante decreto, sobre: a) organização e funcionamento da
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou
extinção de órgãos públicos", escreveu Dino.
Fonte: g1/Metrópoles/FolhaPress/Fórum
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