Kremlin
diz que está surgindo um "vácuo" no controle de armas
O Kremlin disse nesta segunda-feira que um
"vácuo" está surgindo na área de controle de armas como resultado das
relações ruins entre vários países e disse que a Rússia não era culpada pela
situação.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondia a
uma pergunta sobre a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de
"denunciar" formalmente um tratado de controle de armas que remonta
ao fim da Guerra Fria.
"(...) nessa área de controle de armas, de
estabilidade estratégica, um grande vácuo está se formando agora, é claro, que
idealmente seria preenchido com urgência por novos atos de direito
internacional para regular essa situação", disse Peskov em uma coletiva de
imprensa regular.
"Isso é do interesse de todo o mundo. Mas, para
que isso aconteça, precisamos de relações bilaterais de trabalho com toda uma
série de Estados que, no momento, estão faltando", disse ele,
acrescentando que isso "não é culpa nossa".
O Tratado sobre Forças Convencionais na Europa
(CFE), de 1990, impôs limites à implantação de equipamentos militares no
continente. A Rússia suspendeu sua participação no tratado em 2007 e
"interrompeu completamente" sua participação em 2015.
Putin assinou um decreto este mês denunciando simbolicamente
o tratado após um debate e votação no Parlamento russo sobre o assunto.
Recentemente, a Rússia suspendeu vários acordos de
controle de armas com países ocidentais, incluindo o tratado Novo START, que
regulamenta a proliferação nuclear, e começou a transferir armas nucleares
táticas para a vizinha Belarus.
As relações entre Moscou e os países ocidentais
caíram para o nível mais baixo desde a Guerra Fria depois que Putin enviou
dezenas de milhares de tropas russas para a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022,
no que ele diz ser uma "operação militar especial" para proteger a
própria segurança da Rússia contra as autoridades pró-ocidentais em Kiev.
A Ucrânia e seus aliados ocidentais dizem que as
ações da Rússia constituem uma guerra de agressão não provocada com o objetivo
de tomar território.
·
EUA têm armas para 1 semana de combates intensos
devido ao confronto com Rússia na Ucrânia
Os EUA têm armamentos apenas para uma semana de
combates intensos devido a enviarem enormes quantidades de armas para a
Ucrânia, disse o coronel Douglas Macgregor, ex-assessor do chefe do Pentágono
no seu canal do YouTube.
"Nossos suprimentos militares estão esgotando.
Alguém me perguntou: 'Se tivermos uma grande guerra, poderemos lidar com ela?
Eu disse: bem, se ela durar apenas uma semana, então sim", disse o coronel
norte-americano.
De acordo com ele, em sete dias de combates sérios,
o Exército dos EUA ficará sem todo o estoque de mísseis e equipamentos
militares. Macgregor está convencido de que os Estados Unidos estão em uma
situação ruim, mas os americanos ainda não entendem isso.
O ex-assessor do chefe do Pentágono considera que as
Forças Armadas da Rússia assumirão o controle de Odessa e Carcóvia após a
derrota da ofensiva das forças ucranianas.
Moscou declarou repetidamente que a ajuda militar
ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito,
enquanto os transportes com armas se tornam um alvo legítimo para a Força
Aeroespacial russa.
·
Caças F-16 dos EUA são vulneráveis aos mísseis
russos mais recentes, escreve agência
Os caças estadunidenses F-16 são vulneráveis aos
mais recentes equipamentos militares russos e não alterarão significativamente
o equilíbrio de forças na região, nem darão à Ucrânia uma vantagem sobre a
Rússia, escreve Bloomberg citando a opinião de militares que pilotaram esses
aviões de combate.
A agência escreve que, embora os F-16 supõem
"uma melhoria significativa dos aviões da era soviética que os pilotos
ucranianos têm pilotado até agora", eles seguem tendo "radares inferiores
e mísseis de menor alcance que os caças e defesas antiaéreas da Rússia".
"Será como se [...] passassem de dirigir um
Lada a um Honda Accord", explica Brynn Tannehill, uma ex-piloto que
projetou simuladores para os F-16. Em qualquer caso, no contexto de seu
confronto com os sistemas russos, ela aponta que "não se pode superar as
leis da física".
Por sua vez, John Venable, antigo piloto de F-16 na
Força Aérea dos EUA, afirma que se estes caças voassem sobre as linhas russas
para destruir artilharia, defesas antiaéreas ou jatos, provavelmente seriam
detectados por radares russos muito antes de se aproximarem o suficiente para
disparar.
Na semana passada, Mark Milley, o chefe do
Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, havia declarado que os caças americanos
F-16 não serão uma arma milagrosa para a Ucrânia e custarão muito mais do que
os equipamentos terrestres de defesa antiaérea.
Anteriormente, o presidente dos EUA, Joe Biden,
anunciou na cúpula do G7 no Japão que os aliados pretendem começar a treinar
pilotos ucranianos para pilotar os F-16 dos EUA e outros caças de quarta
geração fabricados no Ocidente.
Ø O que são sistemas antidrone e como eles funcionam?
O conflito na Ucrânia tem demonstrado o uso de
drones tanto pela Ucrânia, apoiada pela OTAN, como a Rússia. Qual tem sido sua
eficácia em combate, e será esta a primeira vez que foram usados?
O conflito por procuração entre a OTAN e a Rússia na
Ucrânia demonstrou a importância dos drones na guerra moderna, sendo eles
usados por ambos os lados para reconhecimento, seleção de alvos e ataques
kamikaze. Quais são os quatro principais tipos de defesas antidrone? Quais são
as vantagens e desvantagens de cada uma? A Sputnik explora as respostas.
História breve dos drones
Em 1997, no último episódio da oitava temporada
d'"Os Simpsons", ocorreu um diálogo feito à partida com intenção de
humor, mas com uma previsão altamente exata:
"As guerras do futuro não serão travadas em um
campo de batalha ou no mar. Elas serão travadas no espaço ou, possivelmente, no
topo de uma montanha muito alta. Em ambos os casos, a maior parte da luta real
será feita por pequenos robôs e, quando você sair hoje, lembre-se sempre, seu
dever é claro: construir e manter esses robôs."
Um quarto de século depois, a ideia de usar drones
em guerras se tornou onipresente.
Embora drones de reconhecimento pequenos, com
hélices e foguetes, equipados com câmeras de filme, existam desde a Guerra
Fria, a guerra moderna com drones, incluindo drones de espionagem e ataque
equipados com GPS, montados com câmeras e operados remotamente, é um produto do
início do século XXI, com os EUA dando início à primeira campanha mundial de
assassinatos seletivos usando VANT em 2002.
À medida que drones pequenos, baratos e prontos para
uso começaram a entrar no mercado comercial na década de 2010, eles começaram a
ser usados por agentes não estatais para atacar Exércitos e governos, com
terroristas apoiados pelos EUA os usando na Síria contra as forças de Damasco e
Moscou, e os militantes houthis do Iêmen os aplicando contra a coalizão
liderada pela Arábia Saudita.
Drones durante a operação especial
A Rússia tem se contraposto aos modelos usados pelas
forças de Kiev apoiadas pela OTAN usando uma série de sistemas de defesa contra
drones desenvolvidos internamente. Em abril Andrei Demin, comandante da Força
de Defesa Aérea da Rússia, em declarações à revista russa Krasnaya Zvezda,
informou que mais de 100 drones Bayraktar foram destruídos em combates na
Ucrânia.
Contra drones grandes, incluindo na sua detecção e
destruição, é possível usar os mesmos sistemas de monitoramento e ataque usados
contra aeronaves tradicionais.
Quanto à dificuldade de detectar VANT menores, os
militares russos desenvolveram o RLK-MT Valdai, um sistema de defesa aérea
especial, que inclui um radar projetado especificamente para detectar, suprimir
e neutralizar pequenos drones até 15 km de distância, incluindo através de
guerra eletrônica a distâncias de até 2 km. O veículo pode ser operado
remotamente.
·
Lasers e outros drones seriam eficazes?
Os lasers têm várias vantagens claras em relação aos
mísseis de defesa aérea convencionais, entre as quais o seu baixo custo. As
autoridades israelenses se gabaram, por exemplo, de que o novo sistema de
defesa antiaérea Feixe de Ferro, baseado em laser, usa apenas US$ 2 (R$ 10) de
eletricidade, ou seja, 10.000 a 50.000 vezes menos do que os mísseis Cúpula de
Ferro convencionais.
As desvantagens dos lasers incluem a necessidade de
garantir grandes quantidades de eletricidade, o que limita sua mobilidade, além
de problemas para operar em determinadas condições climáticas, incluindo
neblina e nuvens.
Em 2022 Yuri Borisov, ex-vice-premiê russo responsável
pela defesa e pelo setor espacial, que mais tarde foi nomeado chefe da agência
espacial russa Roscosmos, revelou que os militares russos testaram um sistema
misterioso de laser de combate conhecido como Zadira, capaz de incinerar drones
em segundos a distâncias de até 5 km na Ucrânia.
Sistemas como o drone suicida multiuso ZALA Lancet
também são capazes de atingir VANT inimigos, e seus desenvolvedores criaram um
conceito apelidado de "mineração aérea" por seus projetores, que
envolve a implantação de um grande número de modelos Lancet na vanguarda como
proteção contra incursões de drones de ataque pesado.
·
Resultados da guerra antidrone da Rússia
Desde que a Rússia iniciou a operação militar
especial na Ucrânia, ela fez muitas das mudanças difíceis, mas necessárias, de
forma a dar ao Exército o equipamento necessário para uma guerra de drones
eficaz.
Na semana passada, uma avaliação de inteligência não
classificada do Ministério da Defesa do Reino Unido concluiu que os militares
russos integraram com sucesso o reconhecimento de drones em operações que
envolviam ataques com mísseis de longo alcance no interior da Ucrânia.
Também na semana passada, um relatório separado do
Instituto Real de Serviços Conjuntos (RUSI, na sigla em inglês) do Reino Unido
calculou que a Rússia tem usado recursos de guerra eletrônica para destruir
mais de 10.000 drones ucranianos por mês. De acordo com a avaliação, a Rússia
mantém "um grande sistema de guerra eletrônica aproximadamente a cada 9,6
km" ao longo de toda a linha de frente de 1.200 km.
Essas declarações são refletidas nas reclamações de
um funcionário do Ministério da Defesa da Ucrânia, que contou em março ao
jornal britânico The Economist que as forças russas obtiveram recursos de
"magia negra" contra o vasto arsenal de drones ucranianos fornecidos
pela OTAN, incluindo a capacidade de "bloquear frequências, falsificar o
GPS e enviar um drone para a altitude errada para que ele simplesmente caia do
céu".
Ø Forças da Rússia lançam ataque de alta precisão a instalações em
aeródromos das tropas ucranianas
Forças da Rússia destruíram com um ataque de armas
de alta precisão instalações em aeródromos das tropas ucranianas, atingiram
postos de comando, aeronaves e depósitos com armas e munições, informou nesta
segunda-feira (29) o tenente-general Igor Konashenkov, representante oficial do
Ministério da Defesa da Rússia.
"Durante a noite, as Forças Armadas da Rússia
lançaram um ataque em grupo com armas de longo alcance e alta precisão de
baseamento aéreo contra alvos do adversário em aeródromos. O objetivo do ataque
foi atingido. Todos os alvos definidos foram destruídos", disse
Konashenkov.
O agrupamento Yug (Sul) das forças russas eliminou
na direção de Donetsk até 145 militares ucranianos, bem como dois depósitos de
munições e seis equipamentos militares, incluindo um radar de combate
contrabateria AN/TPQ-50 dos EUA.
Nas últimas 24 horas elas suprimiram as ações de
dois grupos de inteligência e sabotagem ucranianos na região de Carcóvia e
República Popular de Lugansk (RPL), relatou Konashenkov. De acordo com ele, as
perdas do adversário nesta direção totalizaram até 65 combatentes ucranianos,
três carros e obuseiros D-20 e D-30.
De acordo com a entidade militar russa, meios de
defesa antiaérea derrubaram no último dia três mísseis de cruzeiro ucranianos
Storm Shadow, 14 drones nas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk e 13
projéteis de sistemas Himars.
O representante da Defesa russa declarou que nas
direções sul de Donetsk e Zaporozhie forças da Rússia liquidaram até 140
militares ucranianos, bem como um depósito de munições das Forças Armadas
ucranianas.
Já nas direções de Kupyansk e Krasny Liman o regime
de Kiev perdeu cerca de 120 combatentes, dois obuseiros D-20 e um D-30, três
carros e uma peça de artilharia autopropulsada Gvozdika, segundo Konashenkov.
De acordo com os dados do Ministério da Defesa da
Rússia, desde o início da operação militar especial foram destruídos: 429
aviões da Ucrânia, 235 helicópteros, 4.371 drones, 424 sistemas de defesa
antiaérea, 9.324 tanques e outros veículos blindados de combate, 1.100
lançadores múltiplos de foguetes, 4.934 peças de artilharia de campanha e
morteiros e 10.527 veículos militares especiais.
Fonte: Reuters/Sputnik Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário