terça-feira, 30 de maio de 2023

Kremlin diz que está surgindo um "vácuo" no controle de armas

O Kremlin disse nesta segunda-feira que um "vácuo" está surgindo na área de controle de armas como resultado das relações ruins entre vários países e disse que a Rússia não era culpada pela situação.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, respondia a uma pergunta sobre a decisão do presidente da Rússia, Vladimir Putin, de "denunciar" formalmente um tratado de controle de armas que remonta ao fim da Guerra Fria.

"(...) nessa área de controle de armas, de estabilidade estratégica, um grande vácuo está se formando agora, é claro, que idealmente seria preenchido com urgência por novos atos de direito internacional para regular essa situação", disse Peskov em uma coletiva de imprensa regular.

"Isso é do interesse de todo o mundo. Mas, para que isso aconteça, precisamos de relações bilaterais de trabalho com toda uma série de Estados que, no momento, estão faltando", disse ele, acrescentando que isso "não é culpa nossa".

O Tratado sobre Forças Convencionais na Europa (CFE), de 1990, impôs limites à implantação de equipamentos militares no continente. A Rússia suspendeu sua participação no tratado em 2007 e "interrompeu completamente" sua participação em 2015.

Putin assinou um decreto este mês denunciando simbolicamente o tratado após um debate e votação no Parlamento russo sobre o assunto.

Recentemente, a Rússia suspendeu vários acordos de controle de armas com países ocidentais, incluindo o tratado Novo START, que regulamenta a proliferação nuclear, e começou a transferir armas nucleares táticas para a vizinha Belarus.

As relações entre Moscou e os países ocidentais caíram para o nível mais baixo desde a Guerra Fria depois que Putin enviou dezenas de milhares de tropas russas para a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, no que ele diz ser uma "operação militar especial" para proteger a própria segurança da Rússia contra as autoridades pró-ocidentais em Kiev.

A Ucrânia e seus aliados ocidentais dizem que as ações da Rússia constituem uma guerra de agressão não provocada com o objetivo de tomar território.

·         EUA têm armas para 1 semana de combates intensos devido ao confronto com Rússia na Ucrânia

Os EUA têm armamentos apenas para uma semana de combates intensos devido a enviarem enormes quantidades de armas para a Ucrânia, disse o coronel Douglas Macgregor, ex-assessor do chefe do Pentágono no seu canal do YouTube.

"Nossos suprimentos militares estão esgotando. Alguém me perguntou: 'Se tivermos uma grande guerra, poderemos lidar com ela? Eu disse: bem, se ela durar apenas uma semana, então sim", disse o coronel norte-americano.

De acordo com ele, em sete dias de combates sérios, o Exército dos EUA ficará sem todo o estoque de mísseis e equipamentos militares. Macgregor está convencido de que os Estados Unidos estão em uma situação ruim, mas os americanos ainda não entendem isso.

O ex-assessor do chefe do Pentágono considera que as Forças Armadas da Rússia assumirão o controle de Odessa e Carcóvia após a derrota da ofensiva das forças ucranianas.

Moscou declarou repetidamente que a ajuda militar ocidental não augura nada de bom para a Ucrânia e apenas prolonga o conflito, enquanto os transportes com armas se tornam um alvo legítimo para a Força Aeroespacial russa.

·         Caças F-16 dos EUA são vulneráveis aos mísseis russos mais recentes, escreve agência

Os caças estadunidenses F-16 são vulneráveis aos mais recentes equipamentos militares russos e não alterarão significativamente o equilíbrio de forças na região, nem darão à Ucrânia uma vantagem sobre a Rússia, escreve Bloomberg citando a opinião de militares que pilotaram esses aviões de combate.

A agência escreve que, embora os F-16 supõem "uma melhoria significativa dos aviões da era soviética que os pilotos ucranianos têm pilotado até agora", eles seguem tendo "radares inferiores e mísseis de menor alcance que os caças e defesas antiaéreas da Rússia".

"Será como se [...] passassem de dirigir um Lada a um Honda Accord", explica Brynn Tannehill, uma ex-piloto que projetou simuladores para os F-16. Em qualquer caso, no contexto de seu confronto com os sistemas russos, ela aponta que "não se pode superar as leis da física".

Por sua vez, John Venable, antigo piloto de F-16 na Força Aérea dos EUA, afirma que se estes caças voassem sobre as linhas russas para destruir artilharia, defesas antiaéreas ou jatos, provavelmente seriam detectados por radares russos muito antes de se aproximarem o suficiente para disparar.

Na semana passada, Mark Milley, o chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, havia declarado que os caças americanos F-16 não serão uma arma milagrosa para a Ucrânia e custarão muito mais do que os equipamentos terrestres de defesa antiaérea.

Anteriormente, o presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou na cúpula do G7 no Japão que os aliados pretendem começar a treinar pilotos ucranianos para pilotar os F-16 dos EUA e outros caças de quarta geração fabricados no Ocidente.

 

Ø  O que são sistemas antidrone e como eles funcionam?

 

O conflito na Ucrânia tem demonstrado o uso de drones tanto pela Ucrânia, apoiada pela OTAN, como a Rússia. Qual tem sido sua eficácia em combate, e será esta a primeira vez que foram usados?

O conflito por procuração entre a OTAN e a Rússia na Ucrânia demonstrou a importância dos drones na guerra moderna, sendo eles usados por ambos os lados para reconhecimento, seleção de alvos e ataques kamikaze. Quais são os quatro principais tipos de defesas antidrone? Quais são as vantagens e desvantagens de cada uma? A Sputnik explora as respostas.

História breve dos drones

Em 1997, no último episódio da oitava temporada d'"Os Simpsons", ocorreu um diálogo feito à partida com intenção de humor, mas com uma previsão altamente exata:

"As guerras do futuro não serão travadas em um campo de batalha ou no mar. Elas serão travadas no espaço ou, possivelmente, no topo de uma montanha muito alta. Em ambos os casos, a maior parte da luta real será feita por pequenos robôs e, quando você sair hoje, lembre-se sempre, seu dever é claro: construir e manter esses robôs."

Um quarto de século depois, a ideia de usar drones em guerras se tornou onipresente.

Embora drones de reconhecimento pequenos, com hélices e foguetes, equipados com câmeras de filme, existam desde a Guerra Fria, a guerra moderna com drones, incluindo drones de espionagem e ataque equipados com GPS, montados com câmeras e operados remotamente, é um produto do início do século XXI, com os EUA dando início à primeira campanha mundial de assassinatos seletivos usando VANT em 2002.

À medida que drones pequenos, baratos e prontos para uso começaram a entrar no mercado comercial na década de 2010, eles começaram a ser usados por agentes não estatais para atacar Exércitos e governos, com terroristas apoiados pelos EUA os usando na Síria contra as forças de Damasco e Moscou, e os militantes houthis do Iêmen os aplicando contra a coalizão liderada pela Arábia Saudita.

Drones durante a operação especial

A Rússia tem se contraposto aos modelos usados pelas forças de Kiev apoiadas pela OTAN usando uma série de sistemas de defesa contra drones desenvolvidos internamente. Em abril Andrei Demin, comandante da Força de Defesa Aérea da Rússia, em declarações à revista russa Krasnaya Zvezda, informou que mais de 100 drones Bayraktar foram destruídos em combates na Ucrânia.

Contra drones grandes, incluindo na sua detecção e destruição, é possível usar os mesmos sistemas de monitoramento e ataque usados contra aeronaves tradicionais.

Quanto à dificuldade de detectar VANT menores, os militares russos desenvolveram o RLK-MT Valdai, um sistema de defesa aérea especial, que inclui um radar projetado especificamente para detectar, suprimir e neutralizar pequenos drones até 15 km de distância, incluindo através de guerra eletrônica a distâncias de até 2 km. O veículo pode ser operado remotamente.

·         Lasers e outros drones seriam eficazes?

Os lasers têm várias vantagens claras em relação aos mísseis de defesa aérea convencionais, entre as quais o seu baixo custo. As autoridades israelenses se gabaram, por exemplo, de que o novo sistema de defesa antiaérea Feixe de Ferro, baseado em laser, usa apenas US$ 2 (R$ 10) de eletricidade, ou seja, 10.000 a 50.000 vezes menos do que os mísseis Cúpula de Ferro convencionais.

As desvantagens dos lasers incluem a necessidade de garantir grandes quantidades de eletricidade, o que limita sua mobilidade, além de problemas para operar em determinadas condições climáticas, incluindo neblina e nuvens.

Em 2022 Yuri Borisov, ex-vice-premiê russo responsável pela defesa e pelo setor espacial, que mais tarde foi nomeado chefe da agência espacial russa Roscosmos, revelou que os militares russos testaram um sistema misterioso de laser de combate conhecido como Zadira, capaz de incinerar drones em segundos a distâncias de até 5 km na Ucrânia.

Sistemas como o drone suicida multiuso ZALA Lancet também são capazes de atingir VANT inimigos, e seus desenvolvedores criaram um conceito apelidado de "mineração aérea" por seus projetores, que envolve a implantação de um grande número de modelos Lancet na vanguarda como proteção contra incursões de drones de ataque pesado.

·         Resultados da guerra antidrone da Rússia

Desde que a Rússia iniciou a operação militar especial na Ucrânia, ela fez muitas das mudanças difíceis, mas necessárias, de forma a dar ao Exército o equipamento necessário para uma guerra de drones eficaz.

Na semana passada, uma avaliação de inteligência não classificada do Ministério da Defesa do Reino Unido concluiu que os militares russos integraram com sucesso o reconhecimento de drones em operações que envolviam ataques com mísseis de longo alcance no interior da Ucrânia.

Também na semana passada, um relatório separado do Instituto Real de Serviços Conjuntos (RUSI, na sigla em inglês) do Reino Unido calculou que a Rússia tem usado recursos de guerra eletrônica para destruir mais de 10.000 drones ucranianos por mês. De acordo com a avaliação, a Rússia mantém "um grande sistema de guerra eletrônica aproximadamente a cada 9,6 km" ao longo de toda a linha de frente de 1.200 km.

Essas declarações são refletidas nas reclamações de um funcionário do Ministério da Defesa da Ucrânia, que contou em março ao jornal britânico The Economist que as forças russas obtiveram recursos de "magia negra" contra o vasto arsenal de drones ucranianos fornecidos pela OTAN, incluindo a capacidade de "bloquear frequências, falsificar o GPS e enviar um drone para a altitude errada para que ele simplesmente caia do céu".

 

Ø  Forças da Rússia lançam ataque de alta precisão a instalações em aeródromos das tropas ucranianas

 

Forças da Rússia destruíram com um ataque de armas de alta precisão instalações em aeródromos das tropas ucranianas, atingiram postos de comando, aeronaves e depósitos com armas e munições, informou nesta segunda-feira (29) o tenente-general Igor Konashenkov, representante oficial do Ministério da Defesa da Rússia.

"Durante a noite, as Forças Armadas da Rússia lançaram um ataque em grupo com armas de longo alcance e alta precisão de baseamento aéreo contra alvos do adversário em aeródromos. O objetivo do ataque foi atingido. Todos os alvos definidos foram destruídos", disse Konashenkov.

O agrupamento Yug (Sul) das forças russas eliminou na direção de Donetsk até 145 militares ucranianos, bem como dois depósitos de munições e seis equipamentos militares, incluindo um radar de combate contrabateria AN/TPQ-50 dos EUA.

Nas últimas 24 horas elas suprimiram as ações de dois grupos de inteligência e sabotagem ucranianos na região de Carcóvia e República Popular de Lugansk (RPL), relatou Konashenkov. De acordo com ele, as perdas do adversário nesta direção totalizaram até 65 combatentes ucranianos, três carros e obuseiros D-20 e D-30.

De acordo com a entidade militar russa, meios de defesa antiaérea derrubaram no último dia três mísseis de cruzeiro ucranianos Storm Shadow, 14 drones nas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk e 13 projéteis de sistemas Himars.

O representante da Defesa russa declarou que nas direções sul de Donetsk e Zaporozhie forças da Rússia liquidaram até 140 militares ucranianos, bem como um depósito de munições das Forças Armadas ucranianas.

Já nas direções de Kupyansk e Krasny Liman o regime de Kiev perdeu cerca de 120 combatentes, dois obuseiros D-20 e um D-30, três carros e uma peça de artilharia autopropulsada Gvozdika, segundo Konashenkov.

De acordo com os dados do Ministério da Defesa da Rússia, desde o início da operação militar especial foram destruídos: 429 aviões da Ucrânia, 235 helicópteros, 4.371 drones, 424 sistemas de defesa antiaérea, 9.324 tanques e outros veículos blindados de combate, 1.100 lançadores múltiplos de foguetes, 4.934 peças de artilharia de campanha e morteiros e 10.527 veículos militares especiais.

 

Fonte: Reuters/Sputnik Brasil 

 

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