segunda-feira, 14 de abril de 2025

Guerra da Ucrânia: O que se sabe do encontro de Putin com enviado especial dos EUA

O enviado especial dos Estados Unidos Steve Witkoff se encontrou com Vladimir Putin em São Petersburgo nesta sexta-feira (11/4), ao mesmo tempo em que Donald Trump instou o presidente russo a "avançar" com o acordo de cessar-fogo para o conflito na Ucrânia. Segundo o Kremlin, a reunião entre Witkoff e Putin durou mais de quatro horas e se concentrou em "aspectos de um acordo ucraniano". As negociações foram descritas pelo enviado especial Kirill Dmitriev como "produtivas".

Esta foi a terceira vez no ano que Witkoff se encontra com o presidente russo para negociar os termos de um acordo de cessar-fogo na Ucrânia.

Também na sexta, Trump expressou frustração com Putin sobre o estado das negociações. "A Rússia tem que avançar. Muitas pessoas estão MORRENDO, milhares por semana, em uma guerra terrível e sem sentido", escreveu nas redes sociais.

Tudo isso acontece após uma entrevista controversa do enviado dos EUA para a Ucrânia, Keith Kellogg, ao jornal Times. Segundo o diário britânico, Kellogg teria proposto durante a entrevista dividir a Ucrânia em zonas de controle após um acordo de paz. O plano seria criar uma "força de segurança" liderada pelo Reino Unido e pela França no oeste do país, enquanto o Exército russo poderia permanecer no leste ocupado. "Quase poderíamos fazer algo parecido com o que aconteceu em Berlim após a Segunda Guerra Mundial", Kellogg teria dito, segundo o jornal.

Posteriormente, o enviado dos EUA recorreu às redes sociais para dizer que o artigo havia "deturpado" o que ele disse. "Eu estava falando de uma força de resiliência pós-cessar-fogo em apoio à soberania da Ucrânia", escreveu ele no X, acrescentando: "Eu NÃO estava me referindo a uma divisão da Ucrânia". A Casa Branca e o governo ucraniano ainda não se pronunciaram sobre as declarações. A BBC procurou o Times em busca de esclarecimentos, mas não teve resposta até o momento.

Também nesta sexta-feira, países europeus aliados anunciaram um pacote de 21 bilhões de euros (cerca de R$ 140 bilhões) em apoio militar adicional à Ucrânia. O grupo, que antes era liderado pelos Estados Unidos, agora conta com a Alemanha e o Reino Unido na liderança. Durante o evento em que o montante foi anunciado, os ministros da Defesa das nações europeias aliadas disseram que não viam sinais do fim da guerra.

Antes das negociações entre Putin e Witkoff, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que "não há necessidade de esperar avanços", pois o "processo de normalização das relações está em andamento". Questionado sobre se as discussões poderiam incluir o estabelecimento de uma data para um encontro de Putin e Trump, Peskov disse: "Vamos ver. Depende do que Witkoff trouxe." Antes, Witkoff teve uma reunião com Dmitriev no Grand Hotel Europe em São Petersburgo, onde foi realizada uma conferência sobre aço inoxidável e o mercado russo.

Dmitriev é o CEO do Fundo Russo de Investimento Direto, um fundo soberano criado pelo governo russo para co-investir na economia russa. Ele visitou Washington na semana passada e foi o mais alto funcionário russo a ir aos EUA desde a invasão em grande escala da Ucrânia pelo país em 2022. Enquanto isso, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou o Kremlin de prolongar a guerra. O líder ucraniano visitou uma área atacada por mísseis russos em 4 de abril em sua cidade natal, Kryvyi Rih. O ataque matou 19 pessoas, incluindo nove crianças.

Durante a visita, Zelensky também alegou que centenas de cidadãos chineses estavam lutando ao lado do Exército russo, após a Ucrânia anunciar a captura de dois cidadãos chineses. "Temos informações de que pelo menos várias centenas de cidadãos chineses estão lutando como parte das forças de ocupação da Rússia", disse Zelensky. "Isso significa que a Rússia está claramente tentando prolongar a guerra, mesmo usando vidas chinesas."

Mais tarde, o líder ucraniano reiterou um apelo por sistemas de defesa aérea "para proteger vidas e nossas cidades". "Discutimos isso com o presidente Trump — a Ucrânia não está apenas perguntando, estamos prontos para comprar esses sistemas adicionais", escreveu ele nas redes sociais. "Somente armas poderosas podem ser realmente usadas para proteger a vida quando você tem um vizinho como a Rússia."

Antes mesmo de assumir o cargo de presidente por um segundo mandato, Trump já havia afirmado que poderia acabar com o conflito Ucrânia-Rússia "em 24 horas".

Na sexta-feira, ele declarou que a guerra não teria sequer começado se ele estivesse na Casa Branca em 2022, quando a Rússia lançou sua invasão em grande escala. "Uma guerra que nunca deveria ter acontecido não teria acontecido se eu fosse presidente!!!", escreveu ele nas redes sociais. Em fevereiro, autoridades americanas e russas se reuniram na Arábia Saudita para suas primeiras conversas cara a cara desde a invasão. Representantes das duas nações também se reuniram para discutir a restauração de relações diplomáticas plenas.

Trump também tem mantido relacionamento turbulento com Zelensky desde o início de seu segundo mandato como presidente dos EUA. A tensão chegou ao seu auge durante o bate-boca entre os dois no Salão Oval da Casa Branca em fevereiro.Os EUA tentaram intermediar um cessar-fogo limitado entre a Ucrânia e a Rússia no Mar Negro, mas ele foi interrompido quando o Kremlin pediu que as sanções impostas após o lançamento da invasão em grande escala fossem levantadas. Desde então, Trump disse que está "muito irritado" e "chateado" com Putin pela falta de progresso no acordo de uma trégua entre Kiev e Moscou.

O embaixador da Rússia no Reino Unido, Andrei Kelin, disse ao programa da BBC Sunday with Laura Kuenssberg que os EUA não são seus aliados. Ele disse que os Estados Unidos e a Rússia não conseguiram passar da "desconfiança total ao alinhamento em dois meses" desde que Trump retornou à Casa Branca. "Temos muitas divergências", disse ele. "Mas estamos trabalhando nessas divergências passo a passo em diferentes áreas."

No início desta semana, Washington e Moscou continuaram sua troca de prisioneiros.

Ksenia Karelina, uma russo-americana, foi condenada a 12 anos de prisão na Rússia por doar 51 dólares para uma instituição de caridade ucraniana quando a guerra começou em fevereiro de 2022. A moradora de Los Angeles foi libertada na manhã de quinta-feira e trocada por Arthur Petrov, um cidadão russo-alemão com dupla cidadania preso em Chipre em 2023. Ele foi acusado de exportar ilegalmente microeletrônicos para a Rússia para fabricantes que trabalham com as forças armadas.

¨      Como a guerra com a Rússia mudou Zelensky - e por que ele agora precisa se transformar de novo

"O melhor vendedor da história." Foi assim que o presidente americano Donald Trump definiu seu colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, em referência ao volume de ajuda fornecida pelos Estados Unidos à Ucrânia. Seja a comparação justa ou não, o papel de Zelensky para manter os holofotes sobre o seu país e convencer os aliados a investir certamente foi fundamental para a luta na Ucrânia.

Sua transformação de comediante de TV em presidente em época de guerra começou tempos atrás. Ela data de 2022, quando Zelensky decidiu permanecer em Kiev, enquanto as tropas russas se aproximavam da capital ucraniana. Sua decisão significava que a Ucrânia iria se defender – o que persiste até hoje. Ao longo destes anos, fiquei frente a frente com o presidente ucraniano pessoalmente dezenas de vezes.

Agora, Zelensky exibe um perfil mais impositivo, talvez endurecido pela batalha. Ele foi moldado, em parte, pelo seu isolamento cada vez maior no cenário internacional.

Mas, com a imprevisibilidade do segundo mandato de Trump – sem falar no entrevero entre os dois presidentes no Salão Oval da Casa Branca, em fevereiro –, talvez Zelensky precise se transformar mais uma vez. Politicamente, esta deixou de ser uma história de opressor contra oprimido. Na verdade, ela é marcada pelo duplo desafio de expressar a disposição pela paz, protegendo, ao mesmo tempo, os interesses do país.

Mas como um homem acostumado a ter tanta autoridade internamente e que é tão influente no exterior poderá realmente encenar uma segunda grande transformação, adaptando seu foco para a diplomacia da era Trump? Será que ele irá concluir que a melhor forma de defender a Ucrânia talvez seja fazer algumas concessões?

<><> 'Muito inteligente e calculista'

Esta semana, a "coalizão dos dispostos" – um grupo de nações que se comprometeu a defender a Ucrânia – se reuniu na sede da Otan. Curiosamente, sem a presença dos Estados Unidos. Antes do início do segundo mandato de Donald Trump, Zelensky defendeu ativamente o apoio do Ocidente. Ele pediu defesas aéreas, tanques, mísseis e jatos de combate. Países como a Alemanha hesitaram, temendo a escala do conflito, mas acabaram cedendo aos seus pedidos.

A mensagem do presidente ucraniano foi firme. E ele teve sucesso na sua busca por apoio. "Zelensky foi muito inteligente e calculista nos primeiros dias da guerra", afirma Ed Arnold, do think tank (centro de pesquisa e debates) de defesa e segurança Royal United Services Institute (Rusi, na sigla em inglês). Para ele, a decisão do presidente ucraniano de comparecer à conferência sobre segurança em Munique, na Alemanha, duas semanas antes da invasão, mesmo tendo sido aconselhado de que seria um risco à sua segurança, foi fundamental. "[A visita] personalizou o apoio à Ucrânia na mente das pessoas que compareceram pessoalmente", explica Arnold.

Serhiy Leshchenko é consultor do escritório de Zelensky. Ele explica que "precisamos ficar visíveis para o mundo. Se a opinião pública ficar do lado da Ucrânia, existe mais possibilidade de conseguir ajuda da comunidade internacional." Leshchenko menciona os discursos diários de Zelensky por vídeo, que ele mantém desde o início da invasão. "Não é comum ser tão aberto", segundo ele. A vitória ucraniana na batalha de Kiev consolidou Zelensky como símbolo da sobrevivência do país. E fortaleceu sua defesa em favor da ajuda militar contínua dos aliados ocidentais.

Ainda em 2022, o presidente ucraniano conseguiu demonstrar a diferença que fizeram os suprimentos recebidos do Ocidente para a libertação de trechos de território ucraniano, incluindo a cidade de Kherson, no sul do país. E, inicialmente, ele teve sucesso junto aos aliados europeus. "Eles investiram pessoalmente em Zelensky e na Ucrânia", declarou Arnold. "Ele passou por quatro primeiros-ministros britânicos desde o início da guerra... e todos eles assinaram declarações renovadas de apoio à Ucrânia, novamente através de Zelensky. Ele conseguiu contornar as mudanças da política nacional dos países da Europa ao longo de todo o seu mandato."

Mas, quando novos apoios deixaram se materializar, a mensagem de Zelensky não se alterou. E, com o passar do tempo, isso passou a ser prejudicial para o presidente.

Após o fracasso da contraofensiva ucraniana no verão de 2023, por exemplo, o valor do apoio a Kiev passou a ser cada vez mais questionado por uma minoria influente de republicanos nos Estados Unidos. E os apelos de Zelensky começaram a ser ignorados por alguns setores.

Maria Zolkina é chefe de estudos de conflitos e segurança regional da Fundação para Iniciativas Democráticas, um think tank sediado em Kiev. Ela acredita que Zelensky é parcialmente responsável por esta situação. "Ele e seu círculo próximo confiaram na lógica de que devem sempre exigir quando falam com seus parceiros", explica ela, "insistindo com o argumento de que a Ucrânia simplesmente precisa de alguma coisa. Isso funcionou muito bem durante 2022, mas, com os Estados Unidos e outros países, este tipo de mensagem deixou de funcionar em 2023. E sua diplomacia realmente não se ajustou com a rapidez necessária."

<><> 'Zelensky nunca foi diplomata'

Foi no dia 27 de setembro de 2024, no lobby de um edifício em Nova York, nos Estados Unidos, que tudo realmente mudou para a Ucrânia. A força que gerou esta mudança não foi a aproximação do exército russo, mas a nova encarnação política do maior aliado da Ucrânia: os Estados Unidos. Naquele dia, pouco mais de um mês depois da eleição presidencial americana, Zelensky teve uma reunião de última hora com o então presidente eleito, Donald Trump, na Trump Tower. A tensão entre os dois havia se elevado antes da reunião. Zelensky afirmou poucos dias antes que Trump "na verdade, não sabia como acabar com a guerra". O presidente americano havia declarado anteriormente que poderia pôr fim ao conflito em "um dia".

Os dois presidentes saíram da reunião na Trump Tower com aparência desconfortável. Eles anunciaram uma "visão comum" sobre o desejo de terminar a guerra, mas sua linguagem corporal indicava falta de química entre eles. Trump e Zelensky só se encontrariam novamente cinco meses depois, no Salão Oval, na famosa reunião que resultaria em um desastre diplomático para Kiev. "Trump deveria ter gostado dele", afirma o ex-embaixador Vadym Prystaiko. Ele esteve presente durante a primeira reunião dos dois presidentes, após a eleição de Zelensky em 2019.

"Zelensky observava Trump mais ou menos como ele próprio, alguém da mídia que migrou para a política e era contra o establishment", segundo ele.

Prystaiko foi embaixador ucraniano no Reino Unido até ser demitido, em 2023. Kiev não divulgou a razão oficial da demissão, mas ela ocorreu depois que o embaixador criticou a reação de Zelensky a uma discussão sobre gratidão pelo auxílio militar britânico. Prystaiko declarou que houve "um pouco de sarcasmo" na reação do presidente, que ele acreditou ter sido "prejudicial".  "Zelensky nunca foi diplomata", explica Prystaiko. "Ele nunca foi um líder político comum, que beija bebês e aperta mãos."

<><> Relacionamento de 'montanha-russa'

"O relacionamento com Trump é como uma montanha-russa", segundo o diretor do Centro Peta de Estudos Políticos, Volodymyr Fesenko. "Às vezes, existe cooperação construtiva e, de repente, surge algum tipo de crise." E há a sua guerra de palavras entre os dois. Trump culpou Zelensky por começar a guerra e o chamou de "ditador". Já o presidente ucraniano acusou Trump de "viver em um espaço de desinformação russa".

Fesenko acredita que Zelensky muda continuamente de tática, para encontrar um relacionamento que funcione com Washington. Mas Zolkina acredita que a questão é mais profunda. "Existe um triângulo entre o governo americano, o Kremlin e Kiev", afirma ela. "A Ucrânia é considerada a parte mais fraca deste triângulo. Para Trump, Zelensky não está no mesmo nível e este é o problema."

A infame reunião no Salão Oval, com Donald Trump e o vice-presidente americano JD Vance, foi a primeira vez em que vi Zelensky aparentemente sem saída, politicamente falando. Ele foi acusado de "não demonstrar gratidão suficiente" e de "jogar com a Terceira Guerra Mundial". Sua linguagem corporal defensiva, como seus braços cruzados, também pareciam algo novo. Zelensky sempre pareceu confortável recebendo ou visitando outros mandatários. Ele fica tranquilo no palco e, muitas vezes, injeta humor de forma oportuna. Mas, desta vez, foi diferente.

O acordo sobre minerais, originalmente sugerido por Zelensky para oferecer uma parte dos recursos minerais da Ucrânia em troca da continuidade do auxílio militar, nunca foi assinado. E, desde então, a proposta passou a ser menos favorável para Kiev. Os Estados Unidos também viriam a suspender brevemente seu apoio militar e o compartilhamento de inteligência, para garantir que a Ucrânia dançasse conforme sua música. Mas a visão oficial de algumas das partes envolvidas é que a reunião no Salão Oval não foi uma total calamidade. "Ninguém considerou aquilo como o fim de alguma coisa", afirma o vice-chefe do escritório presidencial ucraniano, Ihor Brusylo. Ele viajou com Zelensky para a Casa Branca. "Nós discutimos como seguir adiante", segundo ele. "Não foi um desastre."

Quando o consultor de segurança nacional americano, Mike Waltz, anunciou que a reunião estava encerrada, "nós simplesmente demos de ombros e decidimos voltar para o hotel", relembra Brusylo. "Minha suspeita é que, em nível pessoal, eles [Trump e Zelensky] se deem bem", afirma ele. "Eles se entendem melhor, são francos e honestos." Seja qual for a verdade sobre o relacionamento dos dois presidentes longe dos holofotes, Zelensky tem mostrado sinais de disposição a ceder, desde aquela reunião. Afirma-se que os aliados europeus se convenceram a assumir um tom mais alinhado posteriormente, devido à verdade inegável de que eles e a Ucrânia ainda precisam dos Estados Unidos para o combate contra a agressividade da Rússia.

Mas há quem defenda que ainda é preciso ceder mais.

<><> 'É muito difícil fazer Zelensky ceder'

"A guerra muda a todos. Ela mudou a todos nós de alguma forma", afirma a professora de política ucraniana e comparativa Olga Onuch, da Universidade de Manchester, no Reino Unido. "Mas não acho que Zelensky tenha mudado fundamentalmente, para o bem ou para o mal, em algumas ocasiões. Está muito claro que certos participantes concluíram que é difícil negociar com Zelensky", prossegue a professora. "Por quê? Porque ele tem linhas vermelhas que não quer ultrapassar."

Ihor Brusylo concorda. Para ele, "é muito difícil fazer Zelensky ceder. É como observar uma mola. Quanto mais você pressiona, maior é a força de retorno." Ainda assim, sempre que a Ucrânia é atacada, política ou diplomaticamente, aumenta a unidade política. E a discussão no Salão Oval não foi exceção – a popularidade de Zelensky disparou para cerca de 70%. "Zelensky é muito poderoso e sua autoridade vem dele próprio e de um certo círculo de pessoas", defende Maria Zolkina.

A chefe do Fórum sobre a Ucrânia do think tank britânico Chatham House, Orysia Lutsevych, afirma que é interessante como os ucranianos se fecharam em torno de Zelensky após a reunião no Salão Oval, quase como se tomassem o incidente como um insulto pessoal à Ucrânia como nação. "As pessoas se reuniram em torno dele, do que ele representa e de como ele se comporta", segundo ela.

Vadym Prystaiko defende que, se os americanos desejam a substituição do presidente ucraniano, "eles deram um tiro no próprio pé, pois ele pode ser facilmente reeleito." Mas alguns especialistas políticos, como Zolkina, não dão esta possibilidade como certa. "Não acho que ele compreenda que este impulso é uma reação direta às ações de Trump, não à sua posição pessoal", explica ela. "Ele tem ambições políticas bastante fortes para um segundo mandato e é politicamente bastante egocêntrico, como todos os líderes do seu porte."

Olga Onuch não acredita que a busca de poder político seja o único fator de motivação para Zelensky. Para ela, o presidente ucraniano é "muito mais um operador político tático, cuidadoso e ponderado, do que as pessoas acreditam". Ainda assim, imaginar um segundo mandato de Zelensky pode ser difícil, simplesmente devido às imensas exigências do cargo. Mesmo os desafios do pós-guerra seriam consideráveis.

No momento, Arnold suspeita que um exausto Zelensky não iria querer concorrer novamente. Ele sugere que o presidente pode desejar uma forma de sair, pelo menos, da linha de frente da política. Já em relação ao curto prazo, Zelensky não tem condições de enfrentar outro episódio como o do Salão Oval. E, com a experiência de Trump no jogo, será que o presidente da Ucrânia irá disputar uma partida de golfe com ele algum dia? "Ele aprende rápido", segundo Brusylo. "Quando houver a necessidade de jogar golfe, tenho certeza de que ele irá enfrentar a tarefa."

 

Fonte: BBC News

 

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