terça-feira, 22 de abril de 2025

Do funeral ao Conclave: quais são os próximos passos da Igreja Católica após a morte do papa Francisco

A morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21) coloca a Igreja Católica em um período conhecido como "Sé vacante". Durante esta fase, o Vaticano dá início aos preparativos para o funeral do pontífice e para a escolha de um novo líder. Francisco tinha 88 anos e ficou 12 anos à frente da Igreja Católica.

Com a morte do papa, agora a Igreja passa a ter uma espécie de governo temporário. Parte dos religiosos que compõem a cúpula do governo do Vaticano perde suas as funções, e decisões urgentes ficam a cargo de um Colégio dos Cardeais. Durante a Sé vacante, que é o período em que os católicos ficam sem um papa, o camerlengo conduz os trabalhos da Igreja e prepara a transição de governo. Ele também ajuda a organizar o Conclave, que elegerá um novo líder. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell. Antes disso, no entanto, a Igreja seguirá uma série de ritos, com destaque para as cerimônias fúnebres de Francisco. As cerimônias começaram na segunda-feira, segundo anunciado pelo Vaticano

>>> 1. Como é feito o funeral?

Após a morte do papa, o funeral é feito seguindo a "Ordem das Exéquias do Sumo Pontífice", que é um livro litúrgico que determina como serão as cerimônias fúnebres do pontífice. As normas foram aprovadas por Francisco em abril de 2024 e publicadas em novembro do mesmo ano. O primeiro rito é a confirmação da morte, realizada pelo camerlengo —o cardeal responsável por administrar a Igreja durante o período de Sé Vacante. Ele chamará o papa pelo nome três vezes. Se não houver resposta, o óbito será oficialmente declarado. Antigamente, esse rito era feito com o uso de um martelo de prata, com o qual o camerlengo batia suavemente na testa do pontífice. A prática, porém, caiu em desuso.

Depois da confirmação do óbito, o camerlengo retira o "Anel do Pescador" da mão do papa, que é destruído com um martelo. O procedimento simboliza o fim do papado. O quarto do papa também é fechado e selado. O corpo do pontífice é colocado em um caixão de madeira com revestimento de zinco e levado para a Basílica de São Pedro, onde será velado. Antes, havia uma passagem pelo Palácio Apostólico, mas essa etapa foi eliminada pelas novas regras. Na Basílica, o corpo do papa será exposto diretamente no caixão, e não mais de um alto esquife — que é uma espécie de estrado elevado.

Francisco também determinou que o próprio caixão fosse mais simples. Antigamente, o papa era colocado em três caixões, feitos de cipreste, chumbo e carvalho. Agora, a urna terá apenas uma estrutura de madeira revestida por zinco. Pelas regras da Igreja, o enterro do papa deve ocorrer entre quatro e seis dias após a morte. Ao contrário de outros pontífices, Francisco pediu para ser sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, em vez da Basílica de São Pedro. Missas serão celebradas por nove dias consecutivos, seguindo a tradição dos "novendiales", que é um período de luto e oração pela alma do papa.

>>> 2. Quando começa a escolha para o novo papa?

Quando um papa morre, nove dias de luto são declarados e o enterro ocorre entre o 4º e o 6º dia após a morte. O funeral é organizado pelo camerlengo (título do tesoureiro nomeado da Santa Sé), que também organiza o conclave que escolhe o próximo papa. Atualmente, essa função é desempenhada pelo cardeal irlandês Kevin Farrell.

Os papas são tradicionalmente escolhidos por cardeais em um processo eleitoral extremamente secreto que remonta à época medieval. Os cardeais devem se reunir no Vaticano entre o 15º e o 20º dia após a morte do papa, onde ficarão em acomodações especiais enquanto as eleições acontecem. Cerca de 120 cardeais participam do processo eleitoral – no momento, há 252 cardeais em todo o mundo, mas aqueles com mais de 80 anos não têm permissão para votar.

<><> Quem pode se tornar papa e quem o elege?

Um novo papa é eleito após a morte do titular ou após sua renúncia (como fez o Papa Bento 16 em 2013). O eleito torna-se o líder da Igreja Católica Romana — o Sumo Pontífice. Qualquer católico batizado pode ser eleito papa. No entanto, o cargo invariavelmente fica com um dos altos funcionários da Igreja Católica, os cardeais. São eles quem elegem o novo papa. Existem 252 cardeais em todo o mundo, que normalmente também são bispos. Somente pessoas com menos de 80 anos podem votar em um novo papa. O número desses "cardeais eleitores" geralmente é limitado a 120, mas atualmente há 138 deles com condições para eleger o novo papa. O Papa Francisco havia nomeado 21 novos cardeais em dezembro de 2024.

<><> Como os cardeais elegem um novo papa?

Quando um novo papa precisa ser escolhido, todos os cardeais são convocados ao Vaticano, em Roma, para um Conclave papal. Este é um processo eleitoral que se mantém praticamente inalterado há cerca de 800 anos. No primeiro dia do Conclave, eles celebram a missa na Basílica de São Pedro. Em seguida, reúnem-se na Capela Sistina do Vaticano. Lá, é dada a ordem "extra omnes" (latim para "todos fora"). A partir de então, todos os cardeais ficam fechados dentro do Vaticano até que um novo papa seja eleito. A palavra "conclave" significa "com chave". Os cardeais eleitores têm a opção de realizar uma votação inicial na Capela Sistina no primeiro dia do Conclave. A partir do segundo dia, realizam duas votações todas as manhãs e duas votações todas as tardes na capela, até que os candidatos a papa sejam reduzidos a apenas um. Nas votações, cada cardeal eleitor escreve o nome do seu candidato preferido nas cédulas de votação sob as palavras "Eligio in Summum Pontificem", que em latim significa "Eu elejo como Sumo Pontífice".

Para manter as votações em segredo, os cardeais são instruídos a não usar sua caligrafia habitual. Se não houver votação decisiva até o final do segundo dia, o terceiro dia é dedicado à oração e contemplação, sem realização de nenhuma votação. A votação prossegue normalmente após esse período. Um candidato precisa de dois terços dos votos dos cardeais eleitores para ser eleito papa. O processo pode levar vários dias, ou às vezes semanas.

<><> O que acontece dentro do Conclave papal?

O Conclave é realizado em estrito isolamento. Os cardeais não podem sair do Vaticano, nem ouvir rádio, assistir televisão, ler jornais ou contatar qualquer pessoa no mundo exterior por telefone. Ninguém tem permissão para entrar nos aposentos dos cardeais, exceto a equipe de limpeza, os médicos e os padres que ouvem suas confissões. Todos juram segredo. Entre as votações, os cardeais (tanto os eleitores quanto aqueles com idade avançada para votar) dedicam seu tempo a discutir os méritos relativos dos candidatos. Ninguém tem permissão para fazer campanha abertamente. O Vaticano afirma que os cardeais são guiados pelo Espírito Santo. Apesar disso, o processo de angariar apoio para um ou outro candidato é considerado muito político. Duas vezes por dia, durante o Conclave, cédulas usadas são queimadas e pessoas do lado de fora do Vaticano podem ver a fumaça saindo da chaminé da Capela Sistina. Tinta preta ou branca é aplicada nas cédulas. A fumaça preta significa uma votação inconclusiva; a fumaça branca indica a escolha de um novo papa.

<><> O que acontece quando um papa é eleito?

Após a vitória na votação, pergunta-se ao escolhido: "Você aceita sua eleição canônica como Sumo Pontífice?" Ele escolhe o nome pelo qual deseja ser conhecido como papa e coloca as vestes oficiais. Os cardeais prestam homenagem e prometem obediência. Um anúncio é feito na sacada da Basílica de São Pedro para a multidão abaixo, com as palavras "habemus papam", que em latim significa: "Temos um papa". O nome do novo papa é revelado, e o próprio papa aparece. Ele faz um breve discurso e dá a tradicional bênção "urbi et orbi" – latim para "à cidade e ao mundo".

Posteriormente, os resultados de cada rodada de votação no Conclave são mostrados ao Papa. Eles são então lacrados e depositados nos arquivos do Vaticano, podendo ser abertos somente sob ordem do Papa.

>>> 3. Quem governa a Igreja neste período?

Após a morte do papa, o governo fica confiado ao camerlengo, que é responsável pela administração dos bens e do Tesouro do Vaticano. Atualmente, o cargo é ocupado pelo cardeal irlandês Kevin Joseph Farrell. Entre as funções do camerlengo está a organização da transição durante a Sé Vacante, o período em que a Igreja Católica fica sem um pontífice. Ele também é responsável por atestar a morte do papa e assumirá temporariamente o Palácio Apostólico, residência oficial do papa. Enquanto o camerlengo mantém a autoridade administrativa, cabe ao Colégio dos Cardeais discutir assuntos comuns ou inadiáveis da Igreja. O Colégio dos Cardeais fica impedido de fazer mudanças profundas na estrutura da Igreja Católica, como a alteração ou correção de leis determinadas pelos papas. Além disso, quando o papa morre, quase todos os religiosos que ocupam cargos na cúpula do Vaticano deixam suas funções, como o Cardeal Secretário de Estado e os responsáveis pelos departamentos do governo, chamados de Dicastérios da Cúria Romana.

Continuam no cargo, além do camerlengo:

  • O Penitenciário-Mor, responsável pelo Supremo Tribunal;
  • O Cardeal Vigário-Geral para a Diocese de Roma, responsável por administrar a diocese do papa;
  • O Cardeal Arcipreste da Basílica do Vaticano, responsável pelo templo;
  • O Vigário-Geral para a Cidade do Vaticano, que supervisiona a assistência pastoral dentro do território vaticano.
  • O Esmoleiro Apostólico, que exerce a caridade para os pobres em nome do papa.

>>> 4. Como funciona o Conclave?

A palavra "conclave" vem do latim cum clavis e significa "fechado à chave". É por meio dele que a Igreja Católica elege o novo papa. Durante os dias de eleição, cardeais do mundo todo ficam fechados dentro do Vaticano, em uma área conhecida como "zona de Conclave". Eles também fazem um juramento de segredo absoluto sobre o processo. Atualmente, 138 cardeais com menos de 80 anos estão aptos a participar da eleição, sendo sete brasileiros. Todos os cardeais que participam da eleição ficam impedidos de utilizar qualquer meio de comunicação com o exterior. Ou seja, eles não podem usar telefones, ler jornais ou conversar com pessoas de fora do Vaticano. Essas medidas foram adotadas para evitar que a votação seja influenciada.

As votações acontecem dentro da famosa Capela Sistina. Para ser eleito, um cardeal precisa receber dois terços dos votos que — são secretos e queimados após a contagem. Ao todo, até quatro votações podem ser realizadas diariamente, sendo duas pela manhã e duas à tarde. Se, depois do terceiro dia de conclave, a Igreja continuar sem papa, uma pausa de 24 horas é feita para orações. Outra pausa pode ser convocada após mais sete votações sem um eleito. Caso haja 34 votações sem consenso, os dois mais votados da última rodada disputarão uma espécie de "segundo turno". Ainda assim, será necessário atingir dois terços dos votos para que um deles seja eleito. Quando um cardeal é eleito, a Igreja questiona se ele aceita o cargo de papa. Se ele concordar, o religioso também precisa escolher um nome. Em seguida, ele é levado para um ambiente conhecido como "Sala das Lágrimas", onde veste as vestes papais. Por fim, o novo papa é anunciado à multidão que aguarda na Praça de São Pedro. O pontífice é apresentado diretamente da sacada da Basílica, onde é proclamada a famosa frase "Habemus Papam" ("Temos um Papa").

>>> 5. Quais os significados das fumaças?

Uma maneira tradicional de anunciar a escolha de um novo papa é por meio da fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina. Se for branca, significa que a Igreja tem um novo pontífice. Por outro lado, se for escura, uma nova votação será realizada. A fumaça é resultado da queima dos votos dos cardeais reunidos no Conclave. Para garantir a cor correta, substâncias químicas são adicionadas à combustão.Em 2013, o Vaticano esclareceu que a fumaça escura era produzida por uma mistura de clorato de potássio, antraceno e enxofre, enquanto a branca é resultado da queima de clorato de potássio, lactose e colofônio. A chaminé responsável pela liberação da fumaça funciona por meio de um sistema eletrônico, e os compostos químicos ficam armazenados em cartuchos específicos. Além da fumaça branca, a eleição do novo papa é confirmada pelo toque dos sinos da Basílica de São Pedro.

¨      Veja quem são os brasileiros que podem participar do Conclave

Sete cardeais brasileiros estão na lista do Vaticano para participar do Conclave, que é a eleição que definirá o novo pontífice. Com a morte do Papa Francisco, nesta segunda (21), o processo deve começar em até 20 dias. Pelas regras da Igreja Católica, apenas cardeais com menos de 80 anos podem votar. Entre os oito cardeais brasileiros, sete atendem a esse critério.  O único cardeal brasileiro que não poderá participar do Conclave é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, de 87 anos. Ainda assim, ele será convidado a integrar o Colégio dos Cardeais, que discutirá assuntos inadiáveis da Igreja até a escolha do novo papa. No total, segundo o Vaticano, 138 cardeais estão aptos a participar da votação. Veja a seguir a trajetória dos brasileiros que poderão integrar o Conclave. Confira a lista:

<><> Sérgio da Rocha

O cardeal Sérgio da Rocha é o atual arcebispo de Salvador e tem 65 anos. Ele também é o Primaz do Brasil, título dado ao religioso que conduz a arquidiocese mais antiga do país. Rocha nasceu em Dobrada (SP) e foi ordenado padre em 1984. É mestre em Teologia Moral pela Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo, e doutor pela Academia Alfonsiana da Pontifícia Universidade Lateranense, em Roma. Ao longo da carreira, atuou como diretor espiritual, professor e reitor do seminário diocesano de Filosofia de São Carlos (SP). Também trabalhou na assessoria e coordenação de pastorais, além de ser professor da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas. Em 2001, tornou-se bispo auxiliar de Fortaleza. Sete anos depois, foi nomeado arcebispo da Arquidiocese de Teresina. Já em 2011, assumiu a Arquidiocese de Brasília, onde permaneceu até ser nomeado Primaz do Brasil e arcebispo de Salvador, em 2020. Foi criado cardeal pelo Papa Francisco em novembro de 2016 e chegou a ser presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entre 2015 e 2019.

<><> Jaime Spengler

Jaime Spengler é o atual presidente da CNBB e arcebispo de Porto Alegre. Natural de Gaspar (SC), ele tem 64 anos e iniciou sua vida religiosa na década de 1980, ao ingressar na Ordem dos Frades Menores. Spengler cursou Filosofia e Teologia, sendo ordenado padre em novembro de 1990, em Gaspar. Mais tarde, obteve o título de doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. Ainda como padre, atuou em missões pelo Brasil por meio da Ordem dos Frades Menores. Em 2010, foi nomeado bispo auxiliar pelo Papa Bento XVI. Desde 2013, Spengler ocupa o cargo de arcebispo de Porto Alegre, após ser nomeado pelo Papa Francisco. Em dezembro do ano passado, foi nomeado cardeal em uma cerimônia realizada em Roma.

<><> Odilo Scherer

Odilo Scherer é o atual arcebispo de São Paulo e tem 75 anos. Natural de Cerro Largo (RS), ingressou no seminário de São José, em Curitiba, em 1963. Estudou Filosofia e Teologia, obtendo os títulos de mestre e doutor pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado padre em 1976, em Quatro Pontes (PR), e passou mais de 30 anos atuando no oeste do Paraná, onde também foi reitor e professor nos seminários de Cascavel e Toledo. Em 2002, foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo. No ano seguinte, assumiu o cargo de secretário-geral da CNBB. Em 2007, tornou-se arcebispo de São Paulo e foi criado cardeal. Ao participar do Conclave de 2013, Scherer foi considerado um dos favoritos para ser eleito papa. “Eu ri bastante. Tinha um conclave que se fazia fora da Capela Sistina, e não foi o conclave que elegeu o Papa”, afirmou o religioso na época. Em 2024, Scherer anunciou que havia pedido renúncia do cargo de arcebispo de São Paulo, conforme a norma da Igreja para bispos que completam 75 anos. Ele deverá permanecer à frente da arquidiocese até 2026.

<><> Orani Tempesta

Orani Tempesta é o atual arcebispo do Rio de Janeiro e tem 74 anos. Nascido em São José do Rio Pardo (SP), em junho de 1950, entrou para a Ordem Cisterciense e foi ordenado padre em dezembro de 1974. Em abril de 1997, foi ordenado bispo e assumiu a arquidiocese de São José do Rio Preto (SP). Em 2004, Tempesta foi transferido para Belém, onde atuou como arcebispo, permanecendo na cidade por quase cinco anos, até assumir a Arquidiocese do Rio de Janeiro. Foi uma das lideranças responsáveis pela organização da Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, evento que marcou a primeira viagem internacional do Papa Francisco — e também a única vez em que o pontífice esteve no Brasil. Em 2014, Tempesta foi criado cardeal pelo Papa Francisco. Ele também exerce a função de grão-chanceler da PUC-RJ e de outras três instituições de ensino superior.

<><> Paulo Cezar Costa

Paulo Cezar Costa é o atual arcebispo de Brasília e tem 57 anos. Nascido em Valença (RJ), cursou Filosofia e Teologia em seminários no estado do Rio de Janeiro. Também é mestre e doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado sacerdote em 1992 e, ainda na década de 1990, atuou na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Vassouras (RJ). No início dos anos 2000, foi professor na PUC-RJ, chegando a coordenar o Departamento de Teologia. Também lecionou no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro e no Instituto de Filosofia e Teologia Paulo VI, em Nova Iguaçu. Em novembro de 2010, Costa foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio de Janeiro e ajudou a organizar a Jornada Mundial da Juventude de 2013. Em 2020, foi transferido para a Arquidiocese de Brasília. Dois anos depois, foi criado cardeal pelo Papa Francisco.

<><> João Braz de Aviz

João Braz de Aviz tem 77 anos e é o cardeal brasileiro mais velho apto a participar do Conclave. Nascido em Mafra (SC), cresceu em Borrazópolis, no Paraná. Ainda jovem, ingressou no Seminário Menor São Pio X, em Assis (SP). Ele estudou Filosofia em Curitiba e Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma. Foi ordenado em 1972, na Catedral de Apucarana, e atuou como diretor espiritual de seminários no Paraná e em São Paulo. Também foi reitor e professor de Teologia Dogmática em Londrina (PR). No fim da década de 1980, voltou para Roma onde se tornou doutor em Teologia Dogmática. Depois de retornar para o Brasil, foi eleito bispo auxiliar de Vitória. Em 1998, Aviz se tornou bispo de Ponta Grossa (PR). Quatro anos depois, assumiu a Arquidiocese de Maringá (PR), onde ficou por apenas 14 meses. Em 2004, foi nomeado arcebispo de Brasília. Em 2011, foi nomeado prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica pelo Papa Bento XVI. No ano seguinte foi criado cardeal. Também participou do Conclave de 2013, que elegeu o Papa Francisco.

<><> Leonardo Steiner

Leonardo Ulrich Steiner é o atual arcebispo de Manaus e tem 74 anos. Natural de Forquilha (SC), é considerado pelo Vaticano o primeiro cardeal da Amazônia. Estudou Filosofia e Teologia no convento dos Franciscanos de Petrópolis e é bacharel em Filosofia e Pedagogia pela Faculdade Salesiana de Lorena. Também é doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. Foi ordenado sacerdote em janeiro de 1978, em Forquilha. Após isso, por causa da formação em Pedagogia, atuou em vários projetos de educação. Entre 1999 e 2003, foi secretário-geral do Pontifício Ateneu Antoniano, em Roma. Ao voltar ao Brasil, foi nomeado vigário da Paróquia do Senhor Bom Jesus, em Curitiba. Em fevereiro de 2005, foi nomeado bispo pelo Papa João Paulo II e assumiu a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT). Em 2011, foi eleito secretário-geral da CNBB e, no mesmo ano, nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de Brasília pelo Papa Bento XVI. Em 2019, tornou-se arcebispo de Manaus e, três anos depois, foi criado cardeal pelo Papa Francisco.

 

Fonte: g1/BBC Word Service

 

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