sexta-feira, 25 de abril de 2025

Bolsonaro dá chilique na UTI e discute com oficial de Justiça para não ser intimado

Internado no caríssimo Hospital DF Star, Jair Bolsonaro (PL) parece ter superado todos os limites do ridículo na tarde desta quarta-feira (23). O ex-presidente discutiu com a oficial de justiça que foi intimá-lo dentro da UTI após ele realizar uma live na noite anterior no local. A servidora do STF, que tem apenas a incumbência de entregar o papel para que o réu assine, começou a ser questionada sobre pormenores e detalhes da ação penal na qual o líder extremista figura como chefe do bando que tentou dar um golpe de Estado no Brasil.

Constrangedora é o mínimo que se pode falar sobre a cena. A representante do Judiciário apenas tentar explicar que está ali para que o réu tome ciência da intimação, mas Bolsonaro começa a falar coisas desconexas e ligadas a partes distintas da investigação conduzida contra ele. A certa altura, avisado por alguém que sua pressão está subindo, já que o ex-presidente está com vários aparelhos de monitoramento pelo corpo, ele passa a gritar de forma descontrolada. O papelão impagável e inacreditável se arrasta por mais de 11 minutos.

•        Oficial de justiça não ‘afinou’ com extremistas para intimar Bolsonaro na UTI

Após realizar uma live no quarto de UTI onde está internado no Hospital DF Star, em Brasília, na noite de terça-feira (22), Jair Bolsonaro (PL) recebeu a visita, na tarde desta quarta (23), de uma oficial de justiça, que foi ao local para intimá-lo em relação à ação penal que ele enfrenta no STF por tentativa de golpe de Estado. Seu comportamento farsesco, assim como a palhaçada que vem engendrando de dentro da unidade de saúde, foram o suficiente para que o relator do processo, o ministro Alexandre de Moraes, considerasse o ex-presidente perfeitamente apto a receber notificações judiciais. Na tal transmissão, o filho 03 do antigo ocupante do Palácio do Planalto chegou inclusive a ameaçar os ministros do Supremo.

Mas se engana quem acha que a tarefa de intimar Bolsonaro foi algo simples de se realizar. A servidora do Judiciário que compareceu ao DF Star teve que jogar duro com a caterva de fanáticos que perambula pelo setor onde o líder de extrema direita está internado após uma cirurgia abdominal, realizada há 10 dias. Esses integrantes da tropa de choque do ex-presidente deram início a um princípio de escândalo e lançaram bravatas contra a oficial de justiça, que não teria se intimidado em momento algum. Segundo o próprio Jair Bolsonaro, falando a um colunista do portal Metrópoles, a funcionária pública teria até colocado o pé na porta para entrar no quarto, impedindo que ela se fechasse e então ficasse impossibilitada de cumprir com a intimação.

Em tom de reclamação, mesmo diante do circo que está promovendo dentro de um hospital e após uma cirurgia que seria grave e complexa, Bolsonaro atacou outra vez Moraes, ainda que sem citá-lo. “Assinei depois de 15 minutos. A oficial de Justiça botou o pé na porta da UTI e entrou para que eu assinasse. A oficial confessou que estava cumprindo ordens. Adivinha de quem?”, disse o ex-presidente ao jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

<><> STF explicou procedimento

O Supremo Tribunal Federal emitiu uma nota explicando a intimação de Jair Bolsonaro realizada num leito de UTI. A Corte frisou que todos os outros envolvidos no mesmo julgamento já tinham sido intimados entre os dias 11 e 15 deste mês, mas que no período Bolsonaro estava hospitalizado. O STF respeitou o direito que o réu tem de se recuperar fisicamente após o procedimento cirúrgico e seguiria aguardando sua alta. No entanto, a live realizada na terça-feira (22) foi a gota d’água, já que pelo comportamento do ex-presidente é perfeitamente claro que ele já está bem, fazendo transmissões na internet e instigando sua matilha de seguidores violentos.

“Em virtude da internação do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi determinado que se aguardasse uma data adequada em que pudesse, normalmente, receber o oficial de Justiça. A divulgação de live realizada pelo ex-presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, afirmou o STF em comunicado.

<><> Bolsonaro é desmentido por oficial de Justiça na UTI

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi desmentido pela oficial de Justiça que o fez assinar a intimação e citação do Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ação penal em que se tornou réu por tentativa de golpe de Estado, nesta quarta-feira (23).

A entrega da intimação ocorreu diretamente no leito da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital DF Star, em Brasília, por determinação do ministro Alexandre de Moraes.

A autorização judicial para procurá-lo no hospital ocorreu após Bolsonaro participar de uma transmissão ao vivo, na terça-feira (22), diretamente de seu quarto na UTI, onde conversou com os filhos, os deputados Eduardo e Carlos Bolsonaro, tendo o primeiro, inclusive, feito ameaças abertas a “outros ministros” da Corte. Segundo o STF, a live comprovou que o ex-presidente tinha condições de receber a citação. A servidora pública entregou o documento ao ex-presidente no hospital, e ele assinou às 12h47 da quarta-feira (23), confirmando ciência da citação.

Bolsonaro tentou intimidar a oficial de Justiça, fazendo questionamentos sobre as investigações acerca da tentativa de golpe de Estado e exigindo que ela verbalizasse o nome de Alexandre de Moraes, que determinou a intimação. O ex-presidente chegou a surtar e berrar com pessoas que estavam na UTI.

Em dado momento, Bolsonaro afirmou que "tudo no Supremo é secreto" e que não teve acesso "a grande parte dos autos". A oficial de Justiça, de maneira direta, então, desmentiu o ex-presidente.

"Mas esse mandado aqui não está em segredo de Justiça. O ministro tirou o sigilo dos autos", disse a servidora pública.

•        Bolsonaro aparece em tom mórbido em vídeo de Silas Malafaia após chilique com oficial de Justiça

Horas após dar um chilique e discutir com a oficial de Justiça, enviada à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, para notificá-lo de intimação assinada por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro (PL) apareceu em tom mórbido - e demonstrando irritação - em vídeo com seu guru, Silas Malafaia.

Malafaia esteve na capital federal para visitar o amigo e chegou ao hospital logo após o ex-presidente receber a visita da oficial de Justiça.

A intimação aconteceu após Bolsonaro dar entrevista ao SBT, na segunda-feira (21) à noite, e participar de uma live para sortear um capacete de grafeno na noite de terça-feira (22) dentro da UTI do Hospital.

Além de Michelle e do filho, Carlos, Bolsonaro transformou a UTI em uma espécie de quartel general, onde distribui vídeos e publicações nas redes incitando ódio de extremistas - inclusive contra o papa Francisco, que está sendo velado no Vaticano - e ataques a autoridades.

Ao receber a oficial de Justiça, que tem apenas a incumbência de entregar o papel para que o réu assine, o ex-presidente começou a discursar sobre detalhes da ação penal e, alertado de que a pressão subiu, deu um chilique no quarto do hospital. Tudo registrado e divulgado em vídeo nas redes.

Ao receber Malafaia, no entanto, o ex-presidente ficou em silêncio e fez uma cara de "pessoa que está extremamente enferma" no vídeo em que o pastor chama Moraes de "desgraçado".

"O artigo 244 diz que se uma pessoa tá gravemente enferma, morte ou dentro de templo religioso, não se pode intimar. Aí vem dizer, não, mas ele tá dando entrevista", iniciou Malafaia no vídeo, apontando para o ex-presidente.

"E quem disse que ele tá obedecendo a médicos? Ele tá dando entrevista por conta dele, ele é desobediente como eu também, não aguento ficar dentro do hospital o tempo todo. Agora, isso é uma vergonha, isso é uma pressa para condenar Bolsonaro", emendou o pastor midiático.

Em seguida, Malafaia começou a fazer troça dos ataques a Moraes, incitando a horda extremista contra o ministro, a quem chamou de "ditador" e "desgraçado".

"Alexandre Moraes, eu tenho que te chamar de ditador e tenho dito que você é um cara desgraçado pelas tuas maldades e perversidades", disparou.

•        Michelle tentou barrar oficial de Justiça; aliados de Bolsonaro querem acionar "Direitos Humanos"

A visita surpresa da oficial de Justiça à Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital DF Star, transformado em QG político por Jair Bolsonaro (PL), segue reverberando entre aliados do ex-presidente, que elevaram os ataques ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao assinar o documento, Bolsonaro deu início ao prazo em que será julgado pela primeira turma da corte, tendo cinco dias para apresentar sua defesa prévia.

Dividindo a guarda do marido com o enteado Carlos Bolsonaro (PL-RJ), Michelle Bolsonaro (PL) tentou barrar a entrada da oficial de Justiça dizendo que o marido, mesmo em meio a lives e entrevistas, se recupera de uma cirurgia delicada.

A ex-primeira-dama ainda questionou se Bolsonaro não poderia assinar a intimação posteriormente, quando deixasse a UTI, mesmo sem ter previsão para quando isso pode ocorrer.

“Isso não depende da minha vontade. Estou aqui só cumprindo ordens. Não posso fazer nada”, teria respondido a oficial de Justiça, segundo informações de Paulo Cappelli, no portal Metrópoles.

Em seguida, a oficial entrou na UTI e foi confrontada por Bolsonaro, que descarregou seu ódio a Moraes, chegando a gritar com outras pessoas que estavam no local. Mesmo assim, assinou a intimação e deu início ao prazo para o julgamento que deve levá-lo à prisão.

O caso causou revolta entre aliados do ex-presidente. Silas Malafaia chegou a gravar um vídeo ao lado de Bolsonaro, em tom mórbido, em que chamou Moraes de "ditador" e "cara desgraçado".

Aliados próximos do ex-presidente estão estudando medidas sobre o caso. A principal delas é acionar cortes internacionais de Direitos Humanos para dizer que houve violação.

Bolsonaro é um opositor ferrenhos dos direitos humanos e chegou a posar com camiseta que diz que o tema é "esterco da vagabundagem".

•        Bolsonaro tenta atacar Boulos após intimação na UTI e acaba humilhado: "Vai chorar na Papuda"

O ex-presidente Jair Bolsonaro, mesmo internado na UTI do Hospital DF Star, foi intimado por uma oficial de Justiça no âmbito da ação penal do Supremo Tribunal Federal (STF), na qual é réu por tentativa de golpe de Estado. Após a intimação, Bolsonaro tentou deslegitimar a Justiça brasileira e atacar o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), mas acabou recebendo uma resposta contundente e humilhante do parlamentar.

Nesta quarta-feira (23), pelas redes sociais, Bolsonaro resgatou uma antiga reportagem sobre a dificuldade da Justiça em intimar Boulos em um processo relacionado à sua atuação contra o despejo de famílias em São Paulo. Na publicação, insinuou: "Dano ao patrimônio? Isso te lembra o 8 de janeiro? Isso não se encaixa em golpe de Estado? E a Justiça não o encontrou porque ele foi líder do MTST ou foi apenas mais uma coincidência?"

Boulos, então, foi direto na resposta:

"Como você é burro, Jair! A nossa diferença é que eu respondi processo por estar ao lado de famílias que estavam sendo despejadas. Você será preso porque tentou dar um golpe de Estado. Sem falar nas joias. Aliás, para de mimimi e vai chorar na Papuda!", escreveu o deputado.

•        Ex-ministro sanfoneiro vitimiza Bolsonaro e ameaça com o caos

O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, um dos aliados mais próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou em vídeo nesta quinta-feira (24), que o ex-chefe do Executivo sofreu uma piora clínica e atribuiu o fato à atuação da Justiça. Segundo o ex-ministro sanfoneiro, Bolsonaro foi notificado por um oficial de Justiça na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que classificou como “desumano”.

“Acabei de receber agora a notícia de uma piora clínica do presidente Bolsonaro. Minha gente, o que estão fazendo com o presidente Bolsonaro é, no mínimo, desumano. Notificar ele, um oficial de Justiça na UTI, isso nunca foi visto antes no nosso país”, afirmou Machado no vídeo.

<><> Pressão psicológica

O ex-ministro também atribuiu a suposta piora à pressão psicológica decorrente das ações judiciais contra Bolsonaro, sugerindo que isso estaria afetando sua saúde.

Na mesma gravação, Gilson Machado fez um alerta ao que chamou de “forças contrárias” a Bolsonaro, insinuando que ações contra o ex-presidente poderiam gerar instabilidade no país. “Agora, vocês estão subestimando o caos. Vocês estão subestimando o que esse povo conservador do Brasil pode fazer. Vocês não paguem pra ver”, declarou.

¨      O recado da foto no hospital. Por Oliveiros Marques

Neste último final de semana, circulou pela internet uma análise sobre uma imagem de Bolsonaro no hospital, questionando o posicionamento de sondas, o fato de ele estar se alimentando mesmo com uma sonda, e outras possíveis incongruências técnicas da área da saúde. A tese, em última análise, é a de que o inelegível estaria se escondendo em uma UTI para não ser citado no processo que pode levá-lo à prisão pelos crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito, que culminaram no 8 de janeiro.

Se ele está fraudando ou não uma situação médica, isso configuraria mais um crime a ser investigado: o de obstrução da justiça. Nada que surpreenda — afinal, sabemos que ele já fraudou cartões de vacinação. Mas essa não foi a parte que mais me chamou a atenção na divulgação daquela imagem. Daquela horrenda imagem, diga-se de passagem.

O que me causou real interesse foi entender o motivo por trás da divulgação. Qual o ganho político e de imagem que os patrocinadores dessa foto esperavam com sua circulação? Só uma resposta me veio à mente para justificar tal atitude.

Alguns dirão que o corpo está sendo utilizado como instrumento de engajamento político — como li em uma coluna da imprensa. Contudo, penso que o entorno de Bolsonaro quis mandar um recado para seus aliados e para sua base política. E qual seria esse recado?

De que o ex-presidente, além das questões jurídicas que o tornaram inelegível, não tem condições de saúde para encarar uma campanha eleitoral. O objetivo da divulgação da imagem foi deixar clara a fragilidade física de quem, até então, ameaçava levar sua candidatura até o fim. Foi um aviso aos aliados: preparem-se para outra candidatura, porque desse mato aqui não sairá cachorro.

O recado foi claro. Esse campo político precisa discutir alternativas. Imagino que, na cabeça de Michelle e Carlos — de onde talvez tenha partido a ideia de divulgar tal imagem —, a leitura seja de que não há por que perder tempo nesse debate. Devem querer poder testar e apresentar um nome da família na chapa majoritária. E eu apostaria que o desejo do clã recai sobre Michelle, em uma composição com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Claro que, para esse movimento avançar — apesar do aparente armistício entre o 02 e Michelle —, é preciso que o inelegível abra mão do protagonismo. Imagino que ninguém dará um passo à luz do dia sem o seu “tá ok”. Mas que estão tentando? Ah, isso estão.

 

Fonte: Fórum/Brasil 247

 

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