quinta-feira, 25 de julho de 2024

César Fonseca: ‘Lula tenta sair do círculo de ferro imperialista para entrar na Rota da Seda desenvolvimentista’

A esquerda liberal tupiniquim está mais perdida que cego em tiroteio diante da eleição nos Estados Unidos.

Ela não está pensando racionalmente em termos nacionalistas, mas, antinacionalista.

Não pensa com cabeça própria, mas com cabeça alienígena.

Mais: está sendo emocional e infantil, pelo que se denota dos seus porta-vozes nas redes sociais, desde que Biden abandonou o barco para apoiar Kamala Harris.

Então, do ponto de vista nacional: Donald Trump, republicano, ou Kamala Harris, democrata?

De quem mais Lula está reclamando nesse instante, hoje, mesmo, ele falou nisso?

Dos juros altos que não deixam o Brasil crescer.

A culpa dos juros altos é de quem?

Não é da política imperialista americana que precisa sustentar política monetária favorável ao armamentismo do império, com reflexos diretos na política monetária tupiniquim dependente financeiramente do império?

Como se faz isso, que é prejudicial à paz mundial?

Não é mediante juro elevado que atrai especuladores para comprar títulos do tesouro dos Estados Unidos de modo a bancar corrida armamentista, como o âmago da economia política do império?

O Banco Central americano, dominado por Wall Street, está ou não, no cenário da financeirização econômica, a serviço do Pentágono?

Os abutres do mercado financeiro priorizam mais a especulação do que a produção, ou não?

Não é dessa forma que o estado industrial militar americano consegue continuar reproduzindo a acumulação capitalista de forma mais acelerada, por intermédio dos juros mais altos?

A financeirização econômica global, comandada pelos fundos de investimentos sintonizados com Wall Street dá as cartas.

TRUMP X KAMALA

Que diz Trump um dia depois de Biden indicar Kamala Harris para substituí-lo?

O mesmo que disse Lula hoje: que os trabalhadores e a classe média não estão suportando os juros altos mantidos pelo Partido Democrata, com Biden.

Kamala Harris vai mudar o curso dessa lógica financeira que domina o capitalismo na sua estratégia impulsionada pela financeirização para sustentar a economia de guerra?

Biden e, agora, Kama Harris estão prisioneiros da dupla Wall Street-Pentágono, que não deixa os juros caírem, para aumentar a demanda de bens duráveis nos Estados Unidos, especialmente, de casa própria, objetivo que Trump visa alcançar.

Ficou impossível, no ambiente da economia financeirizada, suportar a aceleração dos custos financeiros das hipotecas.

O que os analistas dizem um dia depois que Biden foi expulso da corrida eleitoral pelos seus financiadores de campanha que deixaram de acreditar nas suas possibilidades concretas, afetadas pela decrepitude?

Simples: que Trump estaria propenso a desvalorizar o dólar, que Biden mantém valorizado, para aquecer a economia a custo mais barato, ou seja, a juro mais baixo, elevando concomitantemente, as exportações.

Biden/Harris joga com juro alto para poder financiar o império armamentista.

Já Trump quer juro baixo para vencer a concorrência com a China, ao mesmo tempo que promete praticar o protecionismo.

Ele quer impedir que a fábrica de carros elétricos que os chineses instalam no México ganhe a concorrência com as fábricas congêneres americanas e, consequentemente, eleve desemprego nos Estados Unidos.

Certamente, a desvalorização do dólar prometida por Trump, junto com medidas protecionistas, não serão positivas para os exportadores brasileiros.

Mas, as exportações brasileiras para os Estados Unidos, atualmente, não passam de 15%, enquanto o grosso delas, perto de 40%, vão para a China.

INTERESSE NACIONAL

O que interessa, mesmo, para o Brasil, como disse Lula, é que caiam os juros, mantidos elevados pelo Banco Central Independente(BCI), comandado pelo bolsonarista Campos Neto, ligado, por sua vez, não aos interesses nacionais, mas obediente à política macroeconômica dos Estados Unidos.

O fato é que o Brasil economicamente dependente da poupança externa exporta basicamente commodities que têm como mercado essencial não mais os Estados Unidos, mas a China.

A depender dos americanos, o Brasil não teria saldos comerciais positivos com os Estados Unidos, pois as commodities brasileiras concorrem com as dos americanos, especialmente, no campo do agronegócio.

Aos americanos interessam, mesmo, as matérias primas do Brasil: minérios, para bancar a manufatura na América do Norte, a custo baixo, algo que interessa, igualmente, à China.

 As manufaturas nacionais, no cenário da financeirização econômica, que impõe juros altos ao setor produtivo, estão, no cenário global, em colapso.

Não competem com os concorrentes americanos, que produzem, relativamente, mais barato, por dispor de tecnologia mais avançada e custo de capital subsidiado.

Portanto, no frigir dos ovos, entre o ruim, Trump, que adotará política protecionista, prejudicial à manufatura brasileira, dificultando a industrialização nacional, e o péssimo, Biden ou Kamala, porta-vozes do mercado financeiro, cuja palavra de ordem é juro alto, para sustentar a sobreacumulação de capital, que não mais se realiza no capitalismo produtivo, qual será mais vantajoso para Lula, comprometido com política desenvolvimentista?

LULA E O BLÁ, BLÁ, BLÁ LIBERAL

A esquerda liberal, que se mostra, radicalmente, contra Trump, por entendê-lo fascista, aposta em Kamala, cuja política financista especulativa, porém, continuará impondo ao capitalismo periférico, como brasileiro, os arcabouços fiscais tirânicos que não os deixa evoluir, como está acontecendo com a administração lulista bloqueada pelo neoliberalismo.

Nesse contexto, certamente, Lula está correto quando programa viajar à China para estreitar relações, preparando a entrada do Brasil na Rota da Seda, nova fronteira do desenvolvimento econômico no século 21, ancorada nos BRICS que já ultrapassam o PIB do G20.

Seguramente, a saída econômica para o Brasil não está no Atlântico Norte, unilateralista, mergulhado no financismo esterilizador do capitalismo produtivo, bancado pelo Partido Democrata, por Biden-Harris, contra o qual se bate Trump, mas no multilateralismo que promete a Rota da Seda e seu corolário desenvolvimentista, a ser construído por novas relações de trocas ancoradas em moedas nacionais, ao largo do dólar, baleado pelo fim do petrodólar.

 

¨      G-20 debate a erradicação da pobreza extrema, a crise ambiental e a transição energética

Depois da volta triunfal do presidente Lula à presidência da República, conferida pelas urnas, a soberania nacional foi resgatada. O Brasil foi reposicionado na geopolítica internacional com uma política externa altiva e ativa. O presidente Lula articula a Aliança Global Contra a Fome, leva a pauta da erradicação da fome, da pobreza extrema, do meio ambiente e a paz aos mais importantes fóruns mundiais.  Preside o G-20, grupo de países das maiores economias do planeta - mais a União Africana e a União Europeia - criado após as crises financeiras que abalaram o mundo nos anos 1990.

Em tempos de financeirização da economia, o G-20 priorizou ao longo dos anos as discussões sobre os problemas do mercado financeiro mundial. Porém, sob a presidência do Brasil, liderada pelo presidente Lula, a pauta mudou. Nas reuniões preparatórias para a cúpula dos chefes de Estado, que será realizada nos dias 18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, a questão colocada é: como reduzir a desigualdade, como recuperar os estragos provocados pelas crises econômicas sistêmicas e cíclicas, que tem gerado a hiperconcentração de capitais nas contas bancárias de poucos e o alastramento da pobreza no mundo.

O presidente Lula fez questão de inovar, fazer com que os chefes de Estado das 20 maiores potências econômicas do mundo tirem os olhos dos painéis do mercado financeiro e olhem para as dramáticas condições de vida das pessoas no planeta.

A agenda da Aliança Global Contra a Fome, das emergências climáticas, da paz entre as nações, das reformas da governança global, tornou-se o eixo central dos debates do G-20. Essa é a pauta que está sendo construída com a colaboração de representantes de cada país membro e de agências internacionais que trabalham na construção de um mundo solidário, na promoção da justiça social e no resgate da dignidade da pessoa humana.

Nos dias 10, 11 e 12 de junho, Fortaleza sediou a terceira reunião do Grupo de Trabalho da Arquitetura Financeira Internacional. A pauta de debates focou o fortalecimento dos bancos multilaterais de desenvolvimento e as soluções consensuais, para que os países em desenvolvimento possam lidar com suas dívidas externas sem penalizar suas políticas econômicas, sociais e ambientais.

Nos dias 25 e 26 de julho, Fortaleza sedia a realização de um dos eventos da última etapa do fórum do G-20: o Grupo de Trabalho sobre Emprego. O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, participa da reunião finalizadora.  Será mostrado o crescimento do emprego e da renda no Brasil, resultado dos investimentos nos programas sociais, na recuperação do salário-mínimo, na inclusão do pobre no orçamento, como costuma dizer o presidente Lula, na infraestrutura, na nova indústria, enfim, tendo o Estado como indutor do desenvolvimento sustentável com justiça social e ambiental.

Um dos temas que ganhou relevo nessa etapa foi a pauta do Trabalho Digno, levada à abertura da Assembleia-Geral da ONU, em 2023, pelos presidentes Lula e Joe Biden, a fim de fortalecer os direitos dos trabalhadores e combater o trabalho precário. Seguindo essa orientação, o governo Lula conseguiu aprovar a Lei da Igualdade Salarial entre mulheres e homens, e a Lei que regulamenta a atividade de transporte de passageiros e a de mototaxistas. Por outro lado, aprovou a lei que taxa os super-ricos, iniciativa no sentido da distribuição da renda, que deve ser levada à Cúpula dos Chefes de Estado como medida estratégica para a redução da desigualdade.

O presidente Lula propõe expandir o acordo de vinculação do G-20 com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a fim de criar uma taxa de 2% a ser cobrada de empresas transnacionais e dos super-ricos. O Ministério da Fazenda encomendou um estudo ao renomado economista francês Gabriel Zucman, para que a proposta seja detalha, com mais elementos esclarecedores sobre a viabilidade da medida.

O Brasil participa de agendas estratégicas globais e sedia grandes eventos, que o colocam em evidência no cenário internacional. Recentemente, o presidente Lula esteve, como convidado, na Cúpula do G-7, grupo dos 7 países mais industrializados do mundo. Presidiu o Mercosul, preside o G-20 e, no próximo ano, sediará a Cúpula do Brics e a COP-30, em Belém, no Pará.

Para a reunião final com os chefes de Estado do G-20, no Rio, o presidente Lula trabalha na sua prioridade máxima: a articulação da Aliança Global Contra a Fome. A expectativa é de que a iniciativa terá adesão unânime nas negociações que antecedem a cúpula e na assinatura dos compromissos dos respectivos líderes globais do G-20.

Quanto às reformas, o Brasil se dedica, com firmeza, à discussão sobre as funções do Banco Mundial, do FMI, e dos seus mecanismos de empréstimo, tendo em vistas a economia verde, a transição energética e, também, a diminuição e renegociação da dívida externa dos países mais pobres. 

Sob o comando do presidente Lula, a agenda do desenvolvimento sustentável com justiça social e ambiental encontrou, no fórum do G-20, o lugar ideal para que prospere. O slogan Construindo um mundo justo e um planeta sustentável resume o compromisso do presidente Lula com a erradicação da fome e da pobreza extrema, com a redução da desigualdade em escala mundial, com a promoção dos direitos, da justiça social e da dignidade humana, para que o desenvolvimento socioambiental com transição ecológica seja justo e inclusivo.

O desejo do presidente Lula é mobilizar os líderes mundiais para a grandiosa tarefa de criar meios, despertar decisões, resolver os desafios globais, mostrar que a construção de outro mundo, sem pobreza e com o meio ambiente equilibrado, é possível. 

 

Fonte: Brasil 247

 

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