César Fonseca: ‘Lula tenta sair do círculo
de ferro imperialista para entrar na Rota da Seda desenvolvimentista’
A esquerda liberal
tupiniquim está mais perdida que cego em tiroteio diante da eleição nos Estados
Unidos.
Ela não está pensando
racionalmente em termos nacionalistas, mas, antinacionalista.
Não pensa com cabeça
própria, mas com cabeça alienígena.
Mais: está sendo
emocional e infantil, pelo que se denota dos seus porta-vozes nas redes
sociais, desde que Biden abandonou o barco para apoiar Kamala Harris.
Então, do ponto de
vista nacional: Donald Trump, republicano, ou Kamala Harris, democrata?
De quem mais Lula está
reclamando nesse instante, hoje, mesmo, ele falou nisso?
Dos juros altos que
não deixam o Brasil crescer.
A culpa dos juros
altos é de quem?
Não é da política
imperialista americana que precisa sustentar política monetária favorável ao
armamentismo do império, com reflexos diretos na política monetária tupiniquim
dependente financeiramente do império?
Como se faz isso, que
é prejudicial à paz mundial?
Não é mediante juro
elevado que atrai especuladores para comprar títulos do tesouro dos Estados
Unidos de modo a bancar corrida armamentista, como o âmago da economia política
do império?
O Banco Central
americano, dominado por Wall Street, está ou não, no cenário da financeirização
econômica, a serviço do Pentágono?
Os abutres do mercado
financeiro priorizam mais a especulação do que a produção, ou não?
Não é dessa forma que
o estado industrial militar americano consegue continuar reproduzindo a
acumulação capitalista de forma mais acelerada, por intermédio dos juros mais
altos?
A financeirização
econômica global, comandada pelos fundos de investimentos sintonizados com Wall
Street dá as cartas.
TRUMP X
KAMALA
Que diz Trump um dia
depois de Biden indicar Kamala Harris para substituí-lo?
O mesmo que disse Lula
hoje: que os trabalhadores e a classe média não estão suportando os juros altos
mantidos pelo Partido Democrata, com Biden.
Kamala Harris vai
mudar o curso dessa lógica financeira que domina o capitalismo na sua
estratégia impulsionada pela financeirização para sustentar a economia de
guerra?
Biden e, agora, Kama
Harris estão prisioneiros da dupla Wall Street-Pentágono, que não deixa os
juros caírem, para aumentar a demanda de bens duráveis nos Estados Unidos,
especialmente, de casa própria, objetivo que Trump visa alcançar.
Ficou impossível, no
ambiente da economia financeirizada, suportar a aceleração dos custos
financeiros das hipotecas.
O que os analistas
dizem um dia depois que Biden foi expulso da corrida eleitoral pelos seus
financiadores de campanha que deixaram de acreditar nas suas possibilidades
concretas, afetadas pela decrepitude?
Simples: que Trump
estaria propenso a desvalorizar o dólar, que Biden mantém valorizado, para
aquecer a economia a custo mais barato, ou seja, a juro mais baixo, elevando
concomitantemente, as exportações.
Biden/Harris joga com
juro alto para poder financiar o império armamentista.
Já Trump quer juro
baixo para vencer a concorrência com a China, ao mesmo tempo que promete
praticar o protecionismo.
Ele quer impedir que a
fábrica de carros elétricos que os chineses instalam no México ganhe a
concorrência com as fábricas congêneres americanas e, consequentemente, eleve
desemprego nos Estados Unidos.
Certamente, a
desvalorização do dólar prometida por Trump, junto com medidas protecionistas,
não serão positivas para os exportadores brasileiros.
Mas, as exportações
brasileiras para os Estados Unidos, atualmente, não passam de 15%, enquanto o
grosso delas, perto de 40%, vão para a China.
INTERESSE
NACIONAL
O que interessa,
mesmo, para o Brasil, como disse Lula, é que caiam os juros, mantidos elevados
pelo Banco Central Independente(BCI), comandado pelo bolsonarista Campos Neto,
ligado, por sua vez, não aos interesses nacionais, mas obediente à política macroeconômica
dos Estados Unidos.
O fato é que o Brasil
economicamente dependente da poupança externa exporta basicamente commodities
que têm como mercado essencial não mais os Estados Unidos, mas a China.
A depender dos
americanos, o Brasil não teria saldos comerciais positivos com os Estados
Unidos, pois as commodities brasileiras concorrem com as dos americanos,
especialmente, no campo do agronegócio.
Aos americanos
interessam, mesmo, as matérias primas do Brasil: minérios, para bancar a
manufatura na América do Norte, a custo baixo, algo que interessa, igualmente,
à China.
As manufaturas
nacionais, no cenário da financeirização econômica, que impõe juros altos ao
setor produtivo, estão, no cenário global, em colapso.
Não competem com os
concorrentes americanos, que produzem, relativamente, mais barato, por dispor
de tecnologia mais avançada e custo de capital subsidiado.
Portanto, no frigir
dos ovos, entre o ruim, Trump, que adotará política protecionista, prejudicial
à manufatura brasileira, dificultando a industrialização nacional, e o péssimo,
Biden ou Kamala, porta-vozes do mercado financeiro, cuja palavra de ordem é
juro alto, para sustentar a sobreacumulação de capital, que não mais se realiza
no capitalismo produtivo, qual será mais vantajoso para Lula, comprometido com
política desenvolvimentista?
LULA E O
BLÁ, BLÁ, BLÁ LIBERAL
A esquerda liberal,
que se mostra, radicalmente, contra Trump, por entendê-lo fascista, aposta em
Kamala, cuja política financista especulativa, porém, continuará impondo ao
capitalismo periférico, como brasileiro, os arcabouços fiscais tirânicos que
não os deixa evoluir, como está acontecendo com a administração lulista
bloqueada pelo neoliberalismo.
Nesse contexto,
certamente, Lula está correto quando programa viajar à China para estreitar
relações, preparando a entrada do Brasil na Rota da Seda, nova fronteira do
desenvolvimento econômico no século 21, ancorada nos BRICS que já ultrapassam o
PIB do G20.
Seguramente, a saída
econômica para o Brasil não está no Atlântico Norte, unilateralista, mergulhado
no financismo esterilizador do capitalismo produtivo, bancado pelo Partido
Democrata, por Biden-Harris, contra o qual se bate Trump, mas no multilateralismo
que promete a Rota da Seda e seu corolário desenvolvimentista, a ser construído
por novas relações de trocas ancoradas em moedas nacionais, ao largo do dólar,
baleado pelo fim do petrodólar.
¨ G-20 debate a erradicação da pobreza extrema, a crise ambiental
e a transição energética
Depois da volta
triunfal do presidente Lula à presidência da República, conferida pelas urnas,
a soberania nacional foi resgatada. O Brasil foi reposicionado na geopolítica
internacional com uma política externa altiva e ativa. O presidente Lula
articula a Aliança Global Contra a Fome, leva a pauta da erradicação da fome,
da pobreza extrema, do meio ambiente e a paz aos mais importantes fóruns
mundiais. Preside o G-20, grupo de países das maiores economias do
planeta - mais a União Africana e a União Europeia - criado após as crises
financeiras que abalaram o mundo nos anos 1990.
Em tempos de
financeirização da economia, o G-20 priorizou ao longo dos anos as discussões
sobre os problemas do mercado financeiro mundial. Porém, sob a presidência do
Brasil, liderada pelo presidente Lula, a pauta mudou. Nas reuniões
preparatórias para a cúpula dos chefes de Estado, que será realizada nos dias
18 e 19 de novembro de 2024, no Rio de Janeiro, a questão colocada é: como
reduzir a desigualdade, como recuperar os estragos provocados pelas crises
econômicas sistêmicas e cíclicas, que tem gerado a hiperconcentração de
capitais nas contas bancárias de poucos e o alastramento da pobreza no mundo.
O presidente Lula fez
questão de inovar, fazer com que os chefes de Estado das 20 maiores potências
econômicas do mundo tirem os olhos dos painéis do mercado financeiro e olhem
para as dramáticas condições de vida das pessoas no planeta.
A agenda da Aliança
Global Contra a Fome, das emergências climáticas, da paz entre as nações, das
reformas da governança global, tornou-se o eixo central dos debates do G-20.
Essa é a pauta que está sendo construída com a colaboração de representantes de
cada país membro e de agências internacionais que trabalham na construção de um
mundo solidário, na promoção da justiça social e no resgate da dignidade da
pessoa humana.
Nos dias 10, 11 e 12
de junho, Fortaleza sediou a terceira reunião do Grupo de Trabalho da
Arquitetura Financeira Internacional. A pauta de debates focou o fortalecimento
dos bancos multilaterais de desenvolvimento e as soluções consensuais, para que
os países em desenvolvimento possam lidar com suas dívidas externas sem
penalizar suas políticas econômicas, sociais e ambientais.
Nos dias 25 e 26 de
julho, Fortaleza sedia a realização de um dos eventos da última etapa do fórum
do G-20: o Grupo de Trabalho sobre Emprego. O ministro do Trabalho e Emprego,
Luiz Marinho, participa da reunião finalizadora. Será mostrado o crescimento
do emprego e da renda no Brasil, resultado dos investimentos nos programas
sociais, na recuperação do salário-mínimo, na inclusão do pobre no orçamento,
como costuma dizer o presidente Lula, na infraestrutura, na nova indústria,
enfim, tendo o Estado como indutor do desenvolvimento sustentável com justiça
social e ambiental.
Um dos temas que
ganhou relevo nessa etapa foi a pauta do Trabalho Digno, levada à abertura da
Assembleia-Geral da ONU, em 2023, pelos presidentes Lula e Joe Biden, a fim de
fortalecer os direitos dos trabalhadores e combater o trabalho precário.
Seguindo essa orientação, o governo Lula conseguiu aprovar a Lei da Igualdade
Salarial entre mulheres e homens, e a Lei que regulamenta a atividade de
transporte de passageiros e a de mototaxistas. Por outro lado, aprovou a lei
que taxa os super-ricos, iniciativa no sentido da distribuição da renda, que
deve ser levada à Cúpula dos Chefes de Estado como medida estratégica para a
redução da desigualdade.
O presidente Lula
propõe expandir o acordo de vinculação do G-20 com a Organização para
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a fim de criar uma taxa de 2% a
ser cobrada de empresas transnacionais e dos super-ricos. O Ministério da
Fazenda encomendou um estudo ao renomado economista francês Gabriel Zucman,
para que a proposta seja detalha, com mais elementos esclarecedores sobre a
viabilidade da medida.
O Brasil participa de
agendas estratégicas globais e sedia grandes eventos, que o colocam em
evidência no cenário internacional. Recentemente, o presidente Lula esteve,
como convidado, na Cúpula do G-7, grupo dos 7 países mais industrializados do
mundo. Presidiu o Mercosul, preside o G-20 e, no próximo ano, sediará a Cúpula
do Brics e a COP-30, em Belém, no Pará.
Para a reunião final
com os chefes de Estado do G-20, no Rio, o presidente Lula trabalha na sua
prioridade máxima: a articulação da Aliança Global Contra a Fome. A expectativa
é de que a iniciativa terá adesão unânime nas negociações que antecedem a cúpula
e na assinatura dos compromissos dos respectivos líderes globais do G-20.
Quanto às reformas, o
Brasil se dedica, com firmeza, à discussão sobre as funções do Banco Mundial,
do FMI, e dos seus mecanismos de empréstimo, tendo em vistas a economia verde,
a transição energética e, também, a diminuição e renegociação da dívida externa
dos países mais pobres.
Sob o comando do
presidente Lula, a agenda do desenvolvimento sustentável com justiça social e
ambiental encontrou, no fórum do G-20, o lugar ideal para que prospere. O
slogan “Construindo um mundo justo e um planeta
sustentável” resume o compromisso do presidente Lula com a
erradicação da fome e da pobreza extrema, com a redução da desigualdade em
escala mundial, com a promoção dos direitos, da justiça social e da dignidade
humana, para que o desenvolvimento socioambiental com transição ecológica seja
justo e inclusivo.
O desejo do presidente
Lula é mobilizar os líderes mundiais para a grandiosa tarefa de criar meios,
despertar decisões, resolver os desafios globais, mostrar que a construção de
outro mundo, sem pobreza e com o meio ambiente equilibrado, é possível.
Fonte: Brasil 247
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