“Humilde e disposto
ao diálogo”, diz Imbassahy sobre Jerônimo Rodrigues
O
ex-governador Antonio Imbassahy (PSDB) fez elogios, na manhã desta sexta-feira,
7, ao atual mandatário do estado, Jerônimo Rodrigues (PT). Para o tucano,
apesar de ainda estar cedo para omitir opiniões sobre a gestão estadual, o
petista estaria mostrando qualidades pessoais que são importantes para qualquer
bom governante.
“É
difícil fazer uma avaliação do governo do estado. Seis meses é pouco tempo. Mas
eu percebo, do ponto de vista pessoal, que é um governador humilde e disposto
ao diálogo. Isso é um dado interessante para quem quer ser um bom governante.
Saber ouvir, compreender as coisas, entender equívocos, isso é uma coisa muito
importante”, disse o ex-governador, em entrevista exclusiva ao portal A TARDE.
O
tucano também comentou o acordo do governo do estado com a montadora chinesa
BYD. Segundo Imbassahy, a vinda da empresa para o Polo Industrial de Camaçari
seria excelente para o desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador, mas
ele espera que a implantação das fábricas seja concluída, não seguindo o mesmo
caminho da ponte Salvador-Itaparica.
“Espero
realmente que esse grupo chinês [BYD] se instale na Bahia, não fique só nessas
conversações, como essa história da ponte que, não sei há quantos anos, é só
conversa para boi dormir”, criticou Imbassahy.
Sobre
o prefeito Bruno Reis (União Brasil), de Salvador, Imbassahy fez elogios ainda
mais firmes. O PSDB é aliado da gestão municipal, apesar de também manter
conversas próximas do grupo político adversário, liderado por Jerônimo.
“O
prefeito Bruno já tem mais tempo. Ele se revela um prefeito trabalhador, muito
dedicado e presente. Eu vejo muito esforço dele em fazer uma boa gestão”,
elogiou o ex-governador do estado.
De
volta a Salvador depois de anos morando em São Paulo — onde trabalhou no
governo estadual liderado por João Doria (PSDB) —, Imbassahy agora já pensa em
retornar à atuação política constante no estado.
“Embora
mantenha contatos em São Paulo — fiz relações muito boas nesse período em que
passei lá, pretendo cultivar e manter —, a minha vida é na Bahia, em Salvador.
Já estou morando em Salvador e pretendo dar minha contribuição para a minha
cidade querida e para o nosso estado. Tem muita coisa que pode ser feita aqui.
Bons exemplos que podem ser seguidos. Eu acumulei conhecimento e acho que posso
dar essa contribuição. Esse é o meu propósito: ajudar a quem deseja realmente
ver a cidade e o estado prosperarem”, concluiu.
Imbassahy,
além de ex-governador da Bahia em 1994, também já foi prefeito de Salvador
entre 1997 e 2004, e ministro da Secretaria de Governo em 2017, durante a
gestão federal de Michel Temer (MDB). Ele ainda foi deputado estadual,
presidindo a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), e deputado federal.
• Imbassahy: PSDB pode ter candidatura
própria em Salvador
O
ex-ministro e ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy (PSDB), levantou a
possibilidade de o seu partido ter uma candidatura própria em Salvador e em
outras cidades da Bahia, como Feira de Santana. No entanto, o cacique tucano
garantiu que a sigla está em fase de conversação com demais partidos, governo e
prefeituras para entender o cenário e tomar uma decisão definitiva para 2024.
Em
entrevista ao programa Isso é Bahia desta sexta-feira, 7, Imbassahy indicou
quais são os caminhos para fortalecer o PSDB na Bahia com o processo de
reestruturação da sigla nos últimos anos.
“O
partido está sendo muito bem conduzido pelo deputado Adolfo Viana. Ele tem uma
habilidade política, está numa posição de relevo na Câmara dos Deputados, é
líder nacional da bancada do PSDB. A nossa posição com relação à política da
Bahia é de conversação, de diálogo…nós conversamos com o prefeito Bruno Reis,
com o governador Jerônimo Rodrigues. Acho que não há o porquê…[não conversar] a
eleição, no momento em que ela for acontecer, no ano que vem, aí sim a gente
vai tomar uma posição”, disse.
“Esse
período é colaborar, ajudando com boas sugestões, práticas e boas críticas
também. Uma boa oposição ajuda a qualificar o governo. E você oferecer quadros
ao governo ajuda também a ter um bom desempenho. Então, no ano que vem a gente
vai tratar desse assunto [eleições]”, pontuou Imbassahy.
O
ex-ministro também comentou sobre o cenário atual da política no Brasil e na
Bahia e o desafio para chegar a um consenso, em meio à polarização no âmbito
nacional. Imbassahy exaltou ainda a
adesão do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz, ao PSDB, o
que, segundo ele, agregou à sigla mais autonomia para dialogar com diferentes
partidos.
“O
primeiro passo é a conversação. Está todo mundo conversando. Tivemos
recentemente aquisições de grande significado para os quadros do PSDB, como o
presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz, que ingressa no partido e dá uma
coloração diferente, pois ele abre portas à conversação com outros partidos,
inclusive que estão na base de apoio do governador. Nós estamos vivenciando
esse momento e o desafio vai acontecer no ano que vem”, afirmou.
Em
relação à uma candidatura própria da sigla, em Salvador e em mais cidades
baianas, Imbassahy pontuou que o partido trabalha com esse propósito, mas que
dialoga também para compor com outras legendas.
“O
partido terá autonomia, e eu tenho conversado com o presidente Adolfo, para
tomar uma decisão de ter uma candidatura própria, e temos quadros para isso.
Temos o Pablo Roberto, em Feira de Santana, e em Salvador, temos autonomia para
ter várias alternativas, mas não tem nenhuma definição ainda. Se vamos apoiar A
ou B…no momento próprio a gente vai tomar decisão”, disse.
Voltando
aos holofotes depois de um longo período nos bastidores da política, Imbassahy
afirmou o que espera para os próximos anos.
“Eu
passei um período em São Paulo, estava como secretário de governo, colaborei
muito no progresso da vacina, uma tarefa dificílima. Depois que nós perdemos as
eleições em São Paulo, com o nosso candidato Rodrigo Garcia, perdendo para o
governador. Eu estava em São Paulo, agora estou na Bahia, mas com atividades de
conversação política, retomando vários contatos. Em São Paulo estou dando
consultoria a algumas empresas, trabalhando. Quem está na política não sai,
está no sangue da gente. Gostaria de passar a minha experiência vivenciada em
São Paulo aqui na Bahia, e que Salvador também melhorasse”, disse.
• Imbassahy elogia Reforma Tributária e
reprova quem votou contra
O
ex-governador Antonio Imbassahy (PSDB), em entrevista exclusiva ao portal A
TARDE na manhã desta sexta-feira, 7, elogiou o projeto de Reforma Tributária
que foi aprovado durante a madrugada na Câmara dos Deputados. De acordo com o
tucano, o sistema nacional de tributação precisa passar por uma reformulação.
“Quero
cumprimentar os deputados que votaram a favor. Foi um grande progresso, um
grande avanço. A Reforma Tributária sempre vai ter um ponto ou outro que as
pessoas vão questionar, mas era necessário sair desse manicômio, dessa coisa
caótica que é o sistema tributário nacional. Foi dado um passo de grande
valor”, elogiou o ex-governador.
Imbassahy
aproveitou para elogiar também o atual governador de São Paulo, Tarcísio de
Freitas (Republicanos), que enfrentou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e
decidiu apoiar o projeto de Reforma Tributária indicado pelo governo de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT). Ele lembrou que, até pouco tempo, trabalhou na
administração estadual paulista, com o ex-mandatário João Doria (PSDB).
“Cumprimento
também o governador Tarcísio. Eu estava até pouco tempo em São Paulo, tinha um
gabinete lá no Palácio dos Bandeirantes com o governador João Dória e sei que a
Reforma Tributária, no primeiro momento, traz uma perda de receita para os
estados mais fortes economicamente. Mas ela é boa para o Brasil. O Brasil é uma
federação e você tem que ter um equilíbrio. Então, na medida em que você faz
uma coisa boa para o Brasil, acaba sendo boa também para os estados mais
ricos”, analisou o baiano.
Por
fim, Imbassahy fez duras críticas aos parlamentares que votaram contra a
proposta de reforma. Na avaliação do ex-governador da Bahia, os deputados não
levaram em consideração a importância do projeto para o país e acabaram
priorizando interesses político-partidários.
“Não
entendo, sinceramente. Ser oposição é uma coisa, mas ser contra um projeto de
interesse nacional, sinceramente, merece uma reprovação. Então, deputados que
votaram contra não deveriam ter feito isso. É democracia, tudo bem, mas é um
projeto de grande valor para o país”, lamentou.
Além
de ex-governador da Bahia por alguns meses em 1994, Imbassahy também foi
prefeito de Salvador por dois mandatos, entre 1997 e 2004. Em 2017, durante o
governo de Michel Temer (MDB), o tucano se tornou ministro, ficando responsável
pela Secretaria de Governo, substituindo outro baiano: Geddel Vieira Lima.
Fonte:
A Tarde
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