sábado, 8 de julho de 2023

“Humilde e disposto ao diálogo”, diz Imbassahy sobre Jerônimo Rodrigues

O ex-governador Antonio Imbassahy (PSDB) fez elogios, na manhã desta sexta-feira, 7, ao atual mandatário do estado, Jerônimo Rodrigues (PT). Para o tucano, apesar de ainda estar cedo para omitir opiniões sobre a gestão estadual, o petista estaria mostrando qualidades pessoais que são importantes para qualquer bom governante.

“É difícil fazer uma avaliação do governo do estado. Seis meses é pouco tempo. Mas eu percebo, do ponto de vista pessoal, que é um governador humilde e disposto ao diálogo. Isso é um dado interessante para quem quer ser um bom governante. Saber ouvir, compreender as coisas, entender equívocos, isso é uma coisa muito importante”, disse o ex-governador, em entrevista exclusiva ao portal A TARDE.

O tucano também comentou o acordo do governo do estado com a montadora chinesa BYD. Segundo Imbassahy, a vinda da empresa para o Polo Industrial de Camaçari seria excelente para o desenvolvimento da Região Metropolitana de Salvador, mas ele espera que a implantação das fábricas seja concluída, não seguindo o mesmo caminho da ponte Salvador-Itaparica.

“Espero realmente que esse grupo chinês [BYD] se instale na Bahia, não fique só nessas conversações, como essa história da ponte que, não sei há quantos anos, é só conversa para boi dormir”, criticou Imbassahy.

Sobre o prefeito Bruno Reis (União Brasil), de Salvador, Imbassahy fez elogios ainda mais firmes. O PSDB é aliado da gestão municipal, apesar de também manter conversas próximas do grupo político adversário, liderado por Jerônimo.

“O prefeito Bruno já tem mais tempo. Ele se revela um prefeito trabalhador, muito dedicado e presente. Eu vejo muito esforço dele em fazer uma boa gestão”, elogiou o ex-governador do estado.

De volta a Salvador depois de anos morando em São Paulo — onde trabalhou no governo estadual liderado por João Doria (PSDB) —, Imbassahy agora já pensa em retornar à atuação política constante no estado.

“Embora mantenha contatos em São Paulo — fiz relações muito boas nesse período em que passei lá, pretendo cultivar e manter —, a minha vida é na Bahia, em Salvador. Já estou morando em Salvador e pretendo dar minha contribuição para a minha cidade querida e para o nosso estado. Tem muita coisa que pode ser feita aqui. Bons exemplos que podem ser seguidos. Eu acumulei conhecimento e acho que posso dar essa contribuição. Esse é o meu propósito: ajudar a quem deseja realmente ver a cidade e o estado prosperarem”, concluiu.

Imbassahy, além de ex-governador da Bahia em 1994, também já foi prefeito de Salvador entre 1997 e 2004, e ministro da Secretaria de Governo em 2017, durante a gestão federal de Michel Temer (MDB). Ele ainda foi deputado estadual, presidindo a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), e deputado federal.

•        Imbassahy: PSDB pode ter candidatura própria em Salvador

O ex-ministro e ex-prefeito de Salvador, Antônio Imbassahy (PSDB), levantou a possibilidade de o seu partido ter uma candidatura própria em Salvador e em outras cidades da Bahia, como Feira de Santana. No entanto, o cacique tucano garantiu que a sigla está em fase de conversação com demais partidos, governo e prefeituras para entender o cenário e tomar uma decisão definitiva para 2024.

Em entrevista ao programa Isso é Bahia desta sexta-feira, 7, Imbassahy indicou quais são os caminhos para fortalecer o PSDB na Bahia com o processo de reestruturação da sigla nos últimos anos.

“O partido está sendo muito bem conduzido pelo deputado Adolfo Viana. Ele tem uma habilidade política, está numa posição de relevo na Câmara dos Deputados, é líder nacional da bancada do PSDB. A nossa posição com relação à política da Bahia é de conversação, de diálogo…nós conversamos com o prefeito Bruno Reis, com o governador Jerônimo Rodrigues. Acho que não há o porquê…[não conversar] a eleição, no momento em que ela for acontecer, no ano que vem, aí sim a gente vai tomar uma posição”, disse.

“Esse período é colaborar, ajudando com boas sugestões, práticas e boas críticas também. Uma boa oposição ajuda a qualificar o governo. E você oferecer quadros ao governo ajuda também a ter um bom desempenho. Então, no ano que vem a gente vai tratar desse assunto [eleições]”, pontuou Imbassahy.

O ex-ministro também comentou sobre o cenário atual da política no Brasil e na Bahia e o desafio para chegar a um consenso, em meio à polarização no âmbito nacional.  Imbassahy exaltou ainda a adesão do presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz, ao PSDB, o que, segundo ele, agregou à sigla mais autonomia para dialogar com diferentes partidos.

“O primeiro passo é a conversação. Está todo mundo conversando. Tivemos recentemente aquisições de grande significado para os quadros do PSDB, como o presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz, que ingressa no partido e dá uma coloração diferente, pois ele abre portas à conversação com outros partidos, inclusive que estão na base de apoio do governador. Nós estamos vivenciando esse momento e o desafio vai acontecer no ano que vem”, afirmou.

Em relação à uma candidatura própria da sigla, em Salvador e em mais cidades baianas, Imbassahy pontuou que o partido trabalha com esse propósito, mas que dialoga também para compor com outras legendas. 

“O partido terá autonomia, e eu tenho conversado com o presidente Adolfo, para tomar uma decisão de ter uma candidatura própria, e temos quadros para isso. Temos o Pablo Roberto, em Feira de Santana, e em Salvador, temos autonomia para ter várias alternativas, mas não tem nenhuma definição ainda. Se vamos apoiar A ou B…no momento próprio a gente vai tomar decisão”, disse.

Voltando aos holofotes depois de um longo período nos bastidores da política, Imbassahy afirmou o que espera para os próximos anos.

“Eu passei um período em São Paulo, estava como secretário de governo, colaborei muito no progresso da vacina, uma tarefa dificílima. Depois que nós perdemos as eleições em São Paulo, com o nosso candidato Rodrigo Garcia, perdendo para o governador. Eu estava em São Paulo, agora estou na Bahia, mas com atividades de conversação política, retomando vários contatos. Em São Paulo estou dando consultoria a algumas empresas, trabalhando. Quem está na política não sai, está no sangue da gente. Gostaria de passar a minha experiência vivenciada em São Paulo aqui na Bahia, e que Salvador também melhorasse”, disse.

•        Imbassahy elogia Reforma Tributária e reprova quem votou contra

O ex-governador Antonio Imbassahy (PSDB), em entrevista exclusiva ao portal A TARDE na manhã desta sexta-feira, 7, elogiou o projeto de Reforma Tributária que foi aprovado durante a madrugada na Câmara dos Deputados. De acordo com o tucano, o sistema nacional de tributação precisa passar por uma reformulação.

“Quero cumprimentar os deputados que votaram a favor. Foi um grande progresso, um grande avanço. A Reforma Tributária sempre vai ter um ponto ou outro que as pessoas vão questionar, mas era necessário sair desse manicômio, dessa coisa caótica que é o sistema tributário nacional. Foi dado um passo de grande valor”, elogiou o ex-governador.

Imbassahy aproveitou para elogiar também o atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que enfrentou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e decidiu apoiar o projeto de Reforma Tributária indicado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele lembrou que, até pouco tempo, trabalhou na administração estadual paulista, com o ex-mandatário João Doria (PSDB).

“Cumprimento também o governador Tarcísio. Eu estava até pouco tempo em São Paulo, tinha um gabinete lá no Palácio dos Bandeirantes com o governador João Dória e sei que a Reforma Tributária, no primeiro momento, traz uma perda de receita para os estados mais fortes economicamente. Mas ela é boa para o Brasil. O Brasil é uma federação e você tem que ter um equilíbrio. Então, na medida em que você faz uma coisa boa para o Brasil, acaba sendo boa também para os estados mais ricos”, analisou o baiano.

Por fim, Imbassahy fez duras críticas aos parlamentares que votaram contra a proposta de reforma. Na avaliação do ex-governador da Bahia, os deputados não levaram em consideração a importância do projeto para o país e acabaram priorizando interesses político-partidários.

“Não entendo, sinceramente. Ser oposição é uma coisa, mas ser contra um projeto de interesse nacional, sinceramente, merece uma reprovação. Então, deputados que votaram contra não deveriam ter feito isso. É democracia, tudo bem, mas é um projeto de grande valor para o país”, lamentou.

Além de ex-governador da Bahia por alguns meses em 1994, Imbassahy também foi prefeito de Salvador por dois mandatos, entre 1997 e 2004. Em 2017, durante o governo de Michel Temer (MDB), o tucano se tornou ministro, ficando responsável pela Secretaria de Governo, substituindo outro baiano: Geddel Vieira Lima.

 

Fonte: A Tarde

 

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