EUA pretendem
militarizar floresta para se tornarem 'guardiões' das riquezas naturais da
Amazônia
A
Floresta Amazônica, que atravessa o território de oito países da região
sul-americana, está na mira do governo norte-americano há anos.
Abrigando
uma grande variedade de riquezas naturais, a Floresta Amazônica se tornou um
grande atrativo estratégico para os Estados Unidos.
A
Amazônia gera entre 16% e 20% de água doce do planeta, além de possuir 25% da
biodiversidade terrestre, 6.000 espécies de animais e pelo menos 40.000
espécies de plantas.
O
desmatamento da região implica um risco existencial para Washington, como cita
os diversos documentos sobre segurança nacional publicados pelo governo
norte-americano.
Sendo
assim, a região passou a ser um dos objetivos da política externa dos EUA, que,
por sua vez, pretendem realizar ações orientadas para sua conservação, inclusive
com a intensificação da cooperação internacional.
Por
exemplo, Brasil e Colômbia são dois dos países onde os EUA tentam aplicar sua
filosofia de que para proteger um "dos pulmões da Terra", é
necessário militarizar a região.
Por
sua vez, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, deixou claro que a
solução para os problemas da região deve ser pacífica, e que o país não vai
manter uma postura submissa ou aceitar ordens de qualquer outra nação.
Como
parte de um acordo realizado durante o governo de Jair Bolsonaro, os EUA
seguirão capacitando seu Exército, trocando informação e tecnologias, bem como
realizando exercícios militares conjuntos na região até 2028.
Sendo
assim, entre outubro e novembro de 2023, um exercício militar conjunto deverá ser
realizado pela primeira vez na Amazônia brasileira.
Os
EUA acreditam que a militarização e a realização dos exercícios militares sejam
indispensáveis "para compartilhar experiências".
O
mesmo ocorre na Colômbia, com a única diferença, que o vizinho sul-americano já
deixou claro que o apoio militar dos EUA e da OTAN é indispensável para
proteger o meio ambiente, autorizando prontamente a implantação das forças
americanas na região.
Contudo,
o pacto colombiano com a administração Biden e seus aliados da OTAN não agradou
às comunidades locais que vivem na região, bem como alguns representantes
populares, que alertam sobre um atentado contra a soberania e riscos de
violações dos direitos humanos.
Manuel
Sarmiento, conselheiro de Bogotá, afirmou à Sputnik que estas ações confirmam a
ingerência de Washington, que pretende utilizar a geopolítica ambiental em
países que possuem vastos recursos naturais de caráter estratégico, para desta
forma intervir de maneira direta na tomada de decisões, assumindo o controle dos
governos locais em prol de seus interesses.
Sarmiento
alerta que a militarização na Amazônia se trata não apenas de uma séria
violação da soberania da nação sul-americana, como também abre a porta para a
violação dos direitos humanos nas comunidades que vivem na região.
Ele
também destaca que, em diversas ocasiões, os militares americanos foram
acusados de contribuir com o tráfico de drogas no território colombiano, além
de cometerem outros delitos devido à impunidade.
Sarmiento
conclui que é preciso uma intervenção governamental para a conservação da
Amazônia, e não entregar a soberania da região para potências externas, como os
EUA.
Suíça vira contribuinte do Fundo Amazônia
Representantes
do governo da Suíça informaram nesta quarta-feira, 5, que o país contribuirá
com doações para o Fundo Amazônia, voltado para o monitoramento e o combate ao
desmatamento na floresta tropical.
Em
visita a Brasília para o Fórum Brasil-Suíça de investimentos, o conselheiro
suíço das áreas de Economia, Educação e Pesquisa, Guy Parmelin, afirmou que as
primeiras doações devem começar já nas próximas semanas, embora não tenha
divulgado valores.
“A
partir de hoje, aprimoraremos nosso engajamento. Tenho o prazer de anunciar que
a Suíça vai contribuir para o Fundo Amazônia. A primeira contribuição será nas
próximas semanas. Queremos lançar essa parceria com o Brasil e outros países”,
disse Parmelin.
Criado
em 2008, o fundo angaria doações da Noruega e da Alemanha e, neste ano, recebeu
promessas de repasses dos Estados Unidos e do Reino Unido.
Durante
o primeiro ano do ex-presidente Jair Bolsonaro, os países suspenderam os
investimentos após dois comitês que geriam os montantes serem extintos
unilateralmente pelo governo.
Apenas
os valores já doados foram recebidos, sem que novos projetos fossem
desenvolvidos.
A
União Europeia (UE) também planeja entrar no rol de doadores do fundo. A VEJA,
o comissário de Ambiente, Oceanos e Pesca do bloco europeu, Virginijus
Sinkevicius, adiantou que “processos internos” estão em andamento e que a
contribuição é um “chamado para toda a comunidade global vir e ajudar a
solucionar essa questão [ambiental]”.
A
repórteres após o anúncio do governo da Suíça, o vice-presidente brasileiro,
Geraldo Alckmin, reforçou o compromisso da atual gestão com o combate ao
desmatamento ilegal na Amazônia, representado na presença das Forças Armadas na
região, e com o desenvolvimento sustentável.
Ele
aproveitou, ainda, para agradecer o conselheiro do país europeu pelos futuros
aportes. “Muito importante para a recuperação da nossa Floresta Amazônica,
[gostaria de] destacar a boa parceria econômica e as oportunidades de
investimentos”, disse.
Parmelin
também se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Viera. Em
nota, o Itamaraty afirmou que ambos trataram “do fortalecimento das relações
bilaterais, da troca de visitas de alto nível, de comércio, cooperação
educacional e do acordo Mercosul-EFTA”.
Assinado
em 2019, o tratado do maior bloco econômico da América Latina com a Associação
Europeia de Livre Comércio gera uma receita anual de US$ 7 bilhões (cerca de 33
bilhões de reais). “O acordo Mercosul-EFTA é um instrumento-chave para reforçar
ainda mais o potencial de cooperação entre nossos países”, explicou Parmelin.
Líderes da América Latina retiram
referências à Ucrânia em documento com a UE, diz mídia
Relatos
apontam para a recusa por parte de líderes latino-americanos de uma
participação de Vladimir Zelensky, apesar da suposta vontade da Espanha.
Os
Estados-membros da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC)
"removeram tudo sobre a Ucrânia" da minuta do documento final enviado
pela União Europeia (UE). Agora, de acordo com a declaração, os lados
defenderão juntos "soluções diplomáticas sérias e construtivas para o
atual conflito na Europa", comunicou nesta quinta-feira (6) o portal
Euractiv.
A
cúpula será realizada em 17 e 18 de junho em Bruxelas, Bélgica. Um dos
prováveis tópicos da cúpula será a situação na Ucrânia. Recentemente, Josep
Borrell, chefe das Relações Exteriores da UE, e Ursula von der Leyen,
presidente da Comissão Europeia, visitaram a América Latina. No entanto,
Zelensky não foi convidado por líderes da América Latina.
Os
países latino-americanos "disseram repetidamente que não queriam ser
arrastados para se posicionar na guerra que continuam vendo como primariamente
um 'problema europeu'".
A
contraproposta que os países da CELAC enviaram a Bruxelas mostra que "não
vemos as coisas da mesma forma, ou que a UE precisa se esforçar mais para
transmitir suas mensagens e não apenas quando lhe convém", de acordo com
um diplomata da UE.
"Parece
que eles querem ser vistos como parceiros iguais", afirmou uma das fontes.
Segundo
o Euractiv, o líder ucraniano inicialmente recebeu um convite da Espanha,
"mas [ele] foi recusado após a resistência dos líderes
latino-americanos", disse a publicação.
De
acordo com vários diplomatas da UE, existe a possibilidade de que o documento
conjunto não seja adotado após a cúpula.
Fonte:
Sputnik Brasil/Veja
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