Mais renovável:
emissões de energia no Brasil caíram 5% em 2022
As
emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à produção e consumo de
energia no Brasil caíram 5% no ano passado, em comparação com 2021, mostra o
Boletim Energético Nacional (BEN) elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética
(EPE).
Em
2022, a matriz energética brasileira atingiu 423 milhões de toneladas de CO2
equivalente, a maior parte vinda do setor de transportes, que emitiu 210
MtCO2eq.
Segundo
a EPE, a queda nas emissões no ano passado está associada à maior
renovabilidade da geração elétrica. Houve aumento da oferta de energia
hidrelétrica (17,7%) e menor acionamento das termelétricas a combustíveis
fósseis.
A
geração termelétrica recuou 32,3% em 2022, reduzindo sua participação no
fornecimento de eletricidade para 20,4%, ante 31,1% em 2021.
Em
2021, o país atravessou uma crise hídrica que reduziu a capacidade das
hidrelétricas e aumentou o despacho de térmicas a gás, carvão e óleo – elevando
as emissões a 446 MtCO2eq contra 387 MtCO2eq em 2020.
Foi
a maior alta em 50 anos, um reflexo também da desaceleração da economia em 2020
por conta das medidas de proteção sanitária adotadas durante a pandemia de
covid-19.
“O
Brasil tem avançado para reduzir ainda mais as emissões de carbono na geração
elétrica brasileira, calculadas em 61,7 Kg CO2eq/MWh em 2022. O valor é cerca
de seis vezes menor que o dos Estados Unidos e onze vezes menor que o da China,
ambos em comparação ao ano de 2020”, comenta a EPE.
Mas
o cenário de queda nas emissões pode ser atípico.
Mesmo
com a expansão acelerada das renováveis, o BEN traz a projeção de que, até
2030, as emissões do setor continuarão crescendo, a uma taxa média de 2,5% ao
ano, e alcançarão o recorde de 518 MtCO2eq.
Entre
o ano 2000 e 2022, a taxa média de crescimento anual foi de 1,8%.
• Mais renovável
Na
matriz energética, o percentual de renováveis aumentou de 45% em 2021 para
47,4% em 2022.
Já
no setor elétrico, a variação foi de 78,1% para 87,9%, considerando tanto o que
foi distribuído pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), quanto os sistemas
isolados e a autoprodução fora do grid.
Quando
considerado apenas o SIN, a renovabilidade em 2022 foi calculada em 92%.
Solar
e eólica tiveram crescimento de 80% e 13%, respectivamente. A eólica (81.634
GWh) ultrapassou o gás natural (42.110 GWh) na oferta de energia, subindo para a
segunda posição.
“Mais
de 9 TWh em relação a 2021 se devem à evolução da geração eólica, que teve
sucessivos incrementos ao longo dos anos”, destaca a EPE.
• No mundo, emissões próximas do pico
Depois
de atingir o recorde histórico de 13,2 bilhões de toneladas de CO2 em 2022, as
emissões da geração global de eletricidade devem permanecer no mesmo nível até
2025, e então começar a cair, projeta a Agência Internacional de Energia (IEA,
em inglês).
As
renováveis deverão aumentar sua participação no mix global de geração de 29% em
2022 para 35% em 2025, com a queda da participação da geração a carvão e gás.
Como
resultado, a intensidade de CO2 da geração global de energia continuará
diminuindo nos próximos anos.
Em
2022, o aumento de 1,3% nas emissões globais ficou próximo às taxas observadas
na média entre 2016-2019. Foi uma
notícia um pouco melhor, após o salto de 6% em 2021.
No
ano passado, a demanda por eletricidade desacelerou 2%, em meio ao crescimento
econômico global mais lento e preços de energia mais altos como consequência da
invasão da Ucrânia pela Rússia e novas restrições de saúde pública,
principalmente na China.
Para
os próximos três anos, a expectativa é de um crescimento médio de 3%,
impulsionado pelos mercados emergentes na Ásia.
Veja como o Brasil se tornou um dos dez
maiores geradores solares do mundo
A
geração solar tem desempenhado um papel significativo no mercado brasileiro.
Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o Brasil foi um dos países
que mais aumentou a capacidade de energia fotovoltaica ao longo dos anos no
mundo.
Em
2022, o país ficou na oitava posição do ranking global de produção de energia
solar e entrou, pela primeira vez, na lista das dez nações com maior potência
instalada da fonte renovável, saindo da 13ª também para a 8ª posição.
Desde
julho do ano passado, a fonte tem crescido, em média, 1 GW por mês. Em maio
deste ano, o país superou 29 GW de potência instalada em energia solar, o
equivalente a 13,1% da matriz elétrica do país. Os dados são da Associação Brasileira
de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
O
número considera tanto as usinas de grande porte quanto os sistemas de geração
própria de energia em telhados, fachadas de edifícios e pequenos terrenos.
A
solar fotovoltaica já atraiu aproximadamente R$ 144 bilhões em investimentos
adicionais para o país. contribuiu para evitar a emissão de cerca de 36,8
milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) nesse período.
De
acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em
inglês), a China lidera com uma capacidade geral de 393 GW, o país representa
cerca de 36% das adições globais de potência solar.
É
seguida pelos Estados Unidos em segundo lugar com 113 GW; Japão, em terceiro
com 78,8 GW; enquanto a Alemanha ocupa o quarto lugar com 66,5 GW e a Índia
fica em quinto com 63,1 GW.
Além
disso, a Austrália ocupa a sexta posição com uma capacidade de 26,7 GW, e a
Itália em sétimo lugar com 25 GW, em sequência.
Ranking
dos países com as maiores potências instaladas de energia fotovoltaica:
1. China (393 GW)
2. Estados Unidos (113 GW)
3. Japão (78,8 GW)
4. Alemanha (66,5 GW)
5. Índia (63,1 GW)
6. Austrália (26,7 GW)
7. Itália (25 GW)
8. Brasil (24 GW)*
9. Holanda (22,5 GW)
10. Coreia do Sul (20,9 GW)
*
No começo do ano, o Brasil ficou abaixo desses países, na oitava colocação, com
uma capacidade de energia de 24 GW. Agora, já alcança 29 GW de potência
instalada.
Fonte:
Agência epbr
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