sexta-feira, 7 de julho de 2023

Mais renovável: emissões de energia no Brasil caíram 5% em 2022

As emissões de gases de efeito estufa (GEE) associadas à produção e consumo de energia no Brasil caíram 5% no ano passado, em comparação com 2021, mostra o Boletim Energético Nacional (BEN) elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

Em 2022, a matriz energética brasileira atingiu 423 milhões de toneladas de CO2 equivalente, a maior parte vinda do setor de transportes, que emitiu 210 MtCO2eq.

Segundo a EPE, a queda nas emissões no ano passado está associada à maior renovabilidade da geração elétrica. Houve aumento da oferta de energia hidrelétrica (17,7%) e menor acionamento das termelétricas a combustíveis fósseis.

A geração termelétrica recuou 32,3% em 2022, reduzindo sua participação no fornecimento de eletricidade para 20,4%, ante 31,1% em 2021.

Em 2021, o país atravessou uma crise hídrica que reduziu a capacidade das hidrelétricas e aumentou o despacho de térmicas a gás, carvão e óleo – elevando as emissões a 446 MtCO2eq contra 387 MtCO2eq em 2020.

Foi a maior alta em 50 anos, um reflexo também da desaceleração da economia em 2020 por conta das medidas de proteção sanitária adotadas durante a pandemia de covid-19.

“O Brasil tem avançado para reduzir ainda mais as emissões de carbono na geração elétrica brasileira, calculadas em 61,7 Kg CO2eq/MWh em 2022. O valor é cerca de seis vezes menor que o dos Estados Unidos e onze vezes menor que o da China, ambos em comparação ao ano de 2020”, comenta a EPE.

Mas o cenário de queda nas emissões pode ser atípico.

Mesmo com a expansão acelerada das renováveis, o BEN traz a projeção de que, até 2030, as emissões do setor continuarão crescendo, a uma taxa média de 2,5% ao ano, e alcançarão o recorde de 518 MtCO2eq.

Entre o ano 2000 e 2022, a taxa média de crescimento anual foi de 1,8%.

•        Mais renovável

Na matriz energética, o percentual de renováveis aumentou de 45% em 2021 para 47,4% em 2022.

Já no setor elétrico, a variação foi de 78,1% para 87,9%, considerando tanto o que foi distribuído pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), quanto os sistemas isolados e a autoprodução fora do grid.

Quando considerado apenas o SIN, a renovabilidade em 2022 foi calculada em 92%.

Solar e eólica tiveram crescimento de 80% e 13%, respectivamente. A eólica (81.634 GWh) ultrapassou o gás natural (42.110 GWh) na oferta de energia, subindo para a segunda posição.

“Mais de 9 TWh em relação a 2021 se devem à evolução da geração eólica, que teve sucessivos incrementos ao longo dos anos”, destaca a EPE.

•        No mundo, emissões próximas do pico

Depois de atingir o recorde histórico de 13,2 bilhões de toneladas de CO2 em 2022, as emissões da geração global de eletricidade devem permanecer no mesmo nível até 2025, e então começar a cair, projeta a Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês).

As renováveis deverão aumentar sua participação no mix global de geração de 29% em 2022 para 35% em 2025, com a queda da participação da geração a carvão e gás.

Como resultado, a intensidade de CO2 da geração global de energia continuará diminuindo nos próximos anos.

Em 2022, o aumento de 1,3% nas emissões globais ficou próximo às taxas observadas na média entre  2016-2019. Foi uma notícia um pouco melhor, após o salto de 6% em 2021.

No ano passado, a demanda por eletricidade desacelerou 2%, em meio ao crescimento econômico global mais lento e preços de energia mais altos como consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia e novas restrições de saúde pública, principalmente na China.

Para os próximos três anos, a expectativa é de um crescimento médio de 3%, impulsionado pelos mercados emergentes na Ásia.

 

       Veja como o Brasil se tornou um dos dez maiores geradores solares do mundo

 

A geração solar tem desempenhado um papel significativo no mercado brasileiro. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), o Brasil foi um dos países que mais aumentou a capacidade de energia fotovoltaica ao longo dos anos no mundo.

Em 2022, o país ficou na oitava posição do ranking global de produção de energia solar e entrou, pela primeira vez, na lista das dez nações com maior potência instalada da fonte renovável, saindo da 13ª também para a 8ª posição.

Desde julho do ano passado, a fonte tem crescido, em média, 1 GW por mês. Em maio deste ano, o país superou 29 GW de potência instalada em energia solar, o equivalente a 13,1% da matriz elétrica do país. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

O número considera tanto as usinas de grande porte quanto os sistemas de geração própria de energia em telhados, fachadas de edifícios e pequenos terrenos.

A solar fotovoltaica já atraiu aproximadamente R$ 144 bilhões em investimentos adicionais para o país. contribuiu para evitar a emissão de cerca de 36,8 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) nesse período.

De acordo com a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), a China lidera com uma capacidade geral de 393 GW, o país representa cerca de 36% das adições globais de potência solar.

É seguida pelos Estados Unidos em segundo lugar com 113 GW; Japão, em terceiro com 78,8 GW; enquanto a Alemanha ocupa o quarto lugar com 66,5 GW e a Índia fica em quinto com 63,1 GW.

Além disso, a Austrália ocupa a sexta posição com uma capacidade de 26,7 GW, e a Itália em sétimo lugar com 25 GW, em sequência.

Ranking dos países com as maiores potências instaladas de energia fotovoltaica:

1.       China (393 GW)

2.       Estados Unidos (113 GW)

3.       Japão (78,8 GW)

4.       Alemanha (66,5 GW)

5.       Índia (63,1 GW)

6.       Austrália (26,7 GW)

7.       Itália (25 GW)

8.       Brasil (24 GW)*

9.       Holanda (22,5 GW)

10.     Coreia do Sul (20,9 GW)

* No começo do ano, o Brasil ficou abaixo desses países, na oitava colocação, com uma capacidade de energia de 24 GW. Agora, já alcança 29 GW de potência instalada.

 

Fonte: Agência epbr

 

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