quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Perda de memória em idosos: a importância de evitar a solidão

A perda de memória é um desafio comum durante o envelhecimento, sendo frequentemente atribuída à morte natural de neurônios. No entanto, um estudo recente revelou que a solidão, mais do que o isolamento social, tem um impacto significativo no declínio da memória em idosos.

Impacto da solidão na memória: o estudo revelador

Pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, realizaram uma pesquisa que acompanhou quatro grupos de idosos por seis anos, com o objetivo de entender como a solidão e o isolamento social influenciam a perda de memória. As categorias analisadas foram:

·        Idosos que eram tanto socialmente isolados quanto solitários.

·        Idosos que eram apenas socialmente isolados.

·        Idosos que eram apenas solitários.

·        Idosos que não eram nem socialmente isolados nem solitários.

O estudo indicou que os participantes que apresentavam solidão e isolamento social juntos mostraram o maior declínio na memória ao longo do tempo. No entanto, surpreendentemente, a solidão isolada teve um impacto significativo na memória, ocupando a segunda posição em termos de prejuízo para a saúde cognitiva. Esses dados questionam a ideia de que apenas a falta de interação social afeta o cérebro.

A relação entre solidão e memória: compreensão dos mecanismos

A solidão é uma emoção subjetiva que pode ser sentida mesmo na presença de outras pessoas. Muitas vezes associada à depressão, ela também está ligada ao aumento dos níveis de hormônios do estresse, que podem prejudicar a memória. De acordo com Ji Won Kang, principal autor do estudo, a descoberta de que a solidão sozinha tem um grande impacto na memória foi surpreendente, pois muitos estudos focam apenas no isolamento social sem considerar esse fator emocional.

Os resultados sugerem que os idosos que se sentem solitários, mesmo estando envolvidos em atividades sociais, podem experimentar declínios na memória. Por outro lado, aqueles que se mantêm mentalmente ativos, como ler, jogar ou praticar hobbies, podem preservar sua saúde cognitiva, mesmo que não participem ativamente de interações sociais.

<><> Dicas para manter a saúde cognitiva em idosos

Apesar dos impactos negativos da solidão, manter o cérebro saudável e ativo é possível. A plasticidade cerebral, a capacidade do cérebro de mudar e aprender ao longo da vida, é um fator crucial nesse processo. Algumas maneiras de estimular o cérebro incluem:

Engajar-se em novas experiências, como viajar ou aprender um novo idioma.
Realizar atividades físicas, que auxiliam no crescimento de novas células cerebrais.
Participar de atividades que desafiem o pensamento estratégico, como jogos de tabuleiro ou quebra-cabeças.

Além disso, a interação social estimulante pode ajudar a melhorar a plasticidade cerebral e reduzir o risco de declínio cognitivo.

<><> Ponto de virada no envelhecimento

Pesquisas recentes indicam que o envelhecimento não é um processo linear, mas sim marcado por pontos de virada. Esses momentos críticos podem acelerar ou desacelerar as mudanças físicas e cognitivas, oferecendo novas perspectivas sobre como podemos influenciar a saúde e qualidade de vida na terceira idade. 

 

¨      Sarcopenia em idosos: exercícios que promovem saúde e autonomia

Idosos com sarcopenia, uma condição caracterizada pela perda de massa muscular, devem adotar uma rotina de exercícios físicos adaptados às suas necessidades. Durante o 11º Bradoo, Congresso Brasileiro de Densitometria, Osteoporose e Osteometabolismo, a importância da atividade física para a saúde mental e física dos idosos será discutida, com ênfase nos exercícios adequados para quem sofre com a sarcopenia.

A sarcopenia pode comprometer a qualidade de vida dos idosos, mas a adoção de atividades físicas e exercícios adequados pode minimizar os impactos dessa condição. Entre as alternativas mais eficazes estão os exercícios resistidos, que ajudam no fortalecimento muscular, e os exercícios aeróbicos, que melhoram a capacidade cardiovascular e a circulação sanguínea, fatores fundamentais para a execução de atividades mais intensas.

<><> A importância do movimento para a autonomia e prevenção da demência

Além da sarcopenia, os idosos também enfrentam desafios relacionados à perda de funcionalidade, como a queda do arco plantar, que pode causar dores nos pés e prejudicar a mobilidade. Tais problemas, apesar de comuns em qualquer faixa etária, podem ser ainda mais debilitantes para quem já lida com a perda muscular. Assim, integrar exercícios resistidos e aeróbicos ao dia a dia não só melhora a força, mas também ajuda a prevenir a perda de autonomia e o agravamento de condições como a demência.

O incentivo à prática regular de atividades físicas, que pode incluir desde caminhadas leves até tarefas cotidianas como cuidar da casa, é fundamental para a manutenção da saúde e bem-estar. Essas atividades ajudam os idosos a se sentirem mais independentes e menos propensos a complicações associadas à idade, promovendo uma melhor qualidade de vida.

 

¨      Pessoas que se afastam dos pais quando ficam mais velhas costumam ter esses 4 comportamentos sem perceber

Além das razões óbvias que levariam uma criança a se distanciar dos pais à medida que envelhecem – por exemplo, se foram vítimas de abusos quando ou se viveram com pais narcisistas –, esse movimento nem sempre é uma consequência dramática ou um acontecimento único. Há momentos em que uma lacuna é criada ao longo do tempo por decisões ou comportamentos acumulados.

Todos os relacionamentos precisam de esforço de ambos os lados, comunicação, amor, confiança e compreensão, mesmo se estivermos falando de pais e filhos. Mas, à medida que crescemos, a vida pode nos levar para uma direção diferente da de nossos pais, e podemos adotar hábitos que acabam enfraquecendo os laços. Por isso, vamos falar sobre comportamentos comuns às pessoas que se afastam de seus pais à medida que crescem. E muitos deles ocorrem sem que nos demos conta disso.

1. Considerar o relacionamento garantido

Um estudo sugere que os adultos que moram longe (a várias horas de distância) têm menos contato e se sentem menos próximos emocionalmente de seus pais. É possível que o que aconteça nesse caso seja que o relacionamento é considerado garantido, sem perceber que a suposição de que nossos pais sempre estarão ao nosso lado pode se transformar em comodismo.

Como explica o psicólogo Rincón, “ter alguém em um relacionamento garantido significa presumir que essa pessoa sempre permanecerá, independentemente do esforço feito para nutrir o vínculo”. Em outras palavras, podemos parar de nos esforçar e esperar que o relacionamento se sustente sem cuidados, o que significa que, com o tempo, o vínculo se enfraquece e nos distanciamos da pessoa sem nem mesmo perceber.

2. Não conseguir se comunicar de forma significativa

O dramaturgo George Bernard Shaw disse que “o maior problema na comunicação é a ilusão de que ela já ocorreu”. Nesse caso, achamos que já conversamos com eles, mas, na realidade, apenas trocamos palavras sem nos aprofundarmos ou estabelecermos uma conexão real. A comunicação não é fluida com eles porque talvez tenhamos valores diferentes de nossos pais, pensamos de maneiras diferentes ou não damos prioridade a eles em uma vida em que estamos sempre correndo.

E, embora enviar um WhatsApp ou fazer uma rápida ligação não exija muito esforço, aqueles que inconscientemente se distanciam de seus pais geralmente percebem que a comunicação se torna menos frequente e de pior qualidade. Por exemplo, evitando tópicos que possam provocar uma discussão, se concentrando em coisas cotidianas ou lidando com questões superficiais.

Como a psicoterapeuta Jennifer Gerlach ressalta, “evitar conversas difíceis pode levar à falta de comunicação, ao rompimento do relacionamento e à perda de valores”. Com o tempo, essa evitação pode criar um senso de distância emocional que dificulta a conexão e, na rotina, a comunicação desaparece.

3. Ter problemas não resolvidos na infância

Crescer achando que seus pais não o entendem, que você não está correspondendo às expectativas deles, que há desigualdades entre você e seus irmãos, ou ter crescido em dois lares porque seus pais se divorciaram, pode voltar a assombrá-lo à medida que você envelhece.

Segundo o psicólogo Carl Jung, a maior tragédia da família não é o conflito, mas as feridas não expressas e não resolvidas. Essas emoções, muitas vezes complexas, podem persistir e influenciar nossos relacionamentos, nos levando a se distanciar de nossos pais sem perceber, como um mecanismo de defesa. Nesse caso, talvez a melhor coisa a fazer seja procurar um psicólogo para investigar essas feridas abertas de sua infância e ajudá-lo a curá-las.

4. Medo de perder sua independência

Ser e se sentir independente não é algo ruim. Há muitas pessoas que valorizam a solidão, a independência e o crescimento pessoal, mas se sempre nos esforçarmos mais para construir nossas vidas e estabelecer nossas rotinas, podemos criar um senso de autossuficiência que afasta nossa família.

Isso não é necessariamente uma decisão consciente, mas uma reação inconsciente para proteger nosso senso de independência estabelecido, ou simplesmente porque foi criada uma lacuna pelo fato de termos nos tornados adultos que tomam nossas próprias decisões. Mas é possível ser independente e, ao mesmo tempo, manter relacionamentos saudáveis com nossos familiares. Encontrar o equilíbrio é fundamental se quisermos manter um vínculo com nossos pais.

 

¨         A idade em que atingimos o pico da tristeza, segundo a ciência

Se você já se sentiu tão mal que se perguntou se algum dia haveria um momento tão difícil quanto aquele, há um pesquisador da Universidade de Dartmouth que questionou a mesma coisa. Por meio de um artigo publicado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos EUA, David G. Blanchflower fez uma extensa análise sobre os níveis de satisfação com a vida.

Em suma, ele constatou que há um ponto mais baixo de felicidade, ou seja, a idade em que atingimos o auge da tristeza. O economista avaliou a vida de adultos em mais de cem nações, incluindo Brasil, Chile, Argentina, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Honduras, México, Espanha e Uruguai.

Seu objetivo era medir a relação entre faixa etária e bem-estar das pessoas. Tanto nos países em desenvolvimento quanto nos desenvolvidos, o pico de infelicidade ocorre praticamente no mesmo período. Confira qual é a seguir.

<><> Com qual idade somos mais tristes, segundo a ciência?

O estudo de Blanchflower mostra que a felicidade na vida é vista como um “U”, onde a infância é um pico de satisfação que desce até atingir seu ponto mais baixo quando se chega à casa dos 40 anos. Assim, foi observado que a idade média de maior infelicidade entre os habitantes de países desenvolvidos é de 47,2 anos, enquanto nos países em desenvolvimento é de 48,2 anos.

No entanto, o especialista destaca o lado positivo dessa hipótese, já que após essa fase de descontentamento, há uma extensa subida, mostrando que os níveis de satisfação não ficam estagnados. Além disso, o motivo pelo qual as pessoas lidam com a famosa “crise da meia-idade”, que as deixam infelizes pode variar, porém, acredita-se que é neste momento que elas sentem saudade da juventude e sabem que a velhice está chegando.

<><> Relação entre dinheiro e felicidade

Outro ponto da pesquisa centrou-se na relação entre dinheiro e felicidade. As conclusões confirmaram que a renda é um dos fatores que mais entristece as pessoas na faixa dos 40 anos, principalmente se estiverem desempregadas ou sem perspectivas: “Estar no meio da vida é estar em um momento de vulnerabilidade, o que torna mais difícil lidar com os desafios em geral”, explica Blanchflower.

Em outras palavras, quando uma pessoa vive a quarta década, ela é mais sensível aos acontecimentos diante de um contexto econômico adverso, o que pode ocasionar uma maior instabilidade, tanto material quanto emocional.

Por fim, o autor esclarece que o estudo está sujeito a diferentes estilos de vida consoante a idade, desde os ‘baby boomers’ até a ‘Geração Z’, pelo que não pode garantir que essa tendência se mantenha nas próximas investigações.

 

Fonte: Catraca Livre/Minha Vida/Concursos no Brasil

 

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