quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

'Bidenomics' ainda dá prejuízos: falências corporativas dos EUA atingem recorde em 2024

Pelo menos 686 empresas dos EUA entraram com pedido de falência em 2024, o nível mais alto desde a crise financeira global de 2008, segundo dados da Inteligência de Mercado S&P Global.

De acordo com dados analisados pela S&P Global, as falências das empresas norte-americanas ocorreram em meio à elevação das taxas de juros e à demanda enfraquecida do consumidor.

As maiores falências dos EUA diziam respeito à Party City, que já foi a maior fornecedora de balões e outros suprimentos de entretenimento nos EUA, bem como à fabricante de armazenamento de alimentos Tupperware, à rede de restaurantes Red Lobster, à transportadora de baixo custo Spirit Airlines e à varejista de cosméticos Avon Products.

<><> Repercussões da Bidenomics

Os acontecimentos ocorrem após uma análise da Sputnik com base em dados do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicar que a participação dos EUA na economia global despencou abaixo de 15% durante a presidência de Joe Biden.

Uma pesquisa da Gallup em setembro mostrou que 48% dos adultos nos EUA classificaram as condições econômicas de seu país como "ruins", a classificação mais alta alcançada em um ano.

Na mesma linha, uma pesquisa mensal da Universidade de Michigan sobre atitudes em relação à economia descobriu que 20% dos consumidores expressaram que suas finanças pessoais se deterioraram entre a posse de Biden em janeiro de 2021 e setembro de 2024.

Isso foi precedido pela campanha de Trump criticando a política econômica de Biden, apelidada de Bidenomics, como um "desastre absoluto" que resultou em alta inflação, com famílias norte-americanas ganhando menos e pagando mais por itens básicos domésticos, incluindo gás, comida e aluguel.

O presidente da Câmara, Mike Johnson, por sua vez, insistiu que a Bidenomics havia arruinado a economia nacional e que as famílias norte-americanas "não podem se dar ao luxo de viver na América do presidente Biden".

¨      Trump não se importa com 'ameaça' da Rússia à Europa, diz mídia britânica

Os Estados Unidos, sob a liderança do futuro presidente Donald Trump, e a Rússia supostamente representam uma séria ameaça à segurança da Europa, afirmou o jornal britânico Financial Times.

O artigo elaborou que uma "crise de segurança" na Europa em 2025 poderia ser desencadeada por duas coisas: uma suposta "ameaça" da Rússia aos países europeus e "a crescente indiferença norte-americana de Donald Trump".

"Os países europeus devem responder urgentemente a essa alarmante combinação geopolítica, construindo suas próprias defesas", ressaltou o artigo.

Segundo o jornal, para compensar o déficit no orçamento de defesa da OTAN, se Trump decidir cortar o financiamento da aliança, os países da Europa teriam que aumentar os gastos para 4,5% do PIB, em vez dos 3% previstos, com base na suposição de que o presidente eleito dos EUA ainda manteria seu compromisso com a OTAN.

Também foi destacado que a Alemanha – a principal economia da Europa – deveria aumentar seus gastos com defesa, apesar das preocupações dos países vizinhos com relação a isso.

"Mesmo 80 anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, alguns dos vizinhos da Alemanha, especialmente a Polônia e a França, ficarão preocupados com o rearmamento da Alemanha. Porém, no interesse de sua própria segurança, eles devem aceitá-lo", declarou o artigo.

Anteriormente, Trump expressou repetidamente sua insatisfação com o trabalho da OTAN e ameaçou com a retirada dos EUA da organização se os parceiros europeus não assumirem maior responsabilidade financeira por sua própria segurança.

Conforme os relatos da mídia ocidental, o presidente eleito pretende exigir que os Estados-membros da organização aumentem os gastos com defesa para três por cento do PIB.

¨      Será que Donald Trump quer realmente anexar a Groenlândia aos Estados Unidos?

Donald Trump Junior desembarcou nesta terça-feira (07/01) na Groenlândia. O filho mais velho do presidente eleito visita a ilha ártica perto do Polo Norte a turismo, mas o passeio não oficial está fazendo a Dinamarca tremer, já que o seu pai, Donald Trump, declarou recentemente que a Groenlândia deveria ser anexada aos Estados Unidos.

Trump não é o primeiro presidente norte-americano a se interessar por esta ilha gelada: em 1946, Harry Truman fez uma oferta de US$ 100 milhões para comprar a Groenlândia. Uma proposta rejeitada pela Dinamarca, que durante 600 anos controlou este território congelado de apenas 56 mil habitantes numa área de 2 milhões de quilômetros quadrados.

Desde 2019, Donald Trump apresentou diversas vezes a hipótese da Groenlândia aderir aos Estados Unidos. Mas nas últimas semanas, o tema está beirando a obsessão. Na segunda-feira (06/01), ele escreveu na sua rede social Truth: “a Groenlândia é um lugar incrível e o seu povo, se e quando se tornar parte da nossa nação, se beneficiará enormemente. FAÇA A GROENLANDIA GRANDE DE NOVO!”, parafraseando o seu próprio slogan de campanha “Make América great again”, “Torne a América grande novamente”, em tradução livre.

Pouco antes do Natal, Donald Trump já tinha decidido que, “para a segurança nacional e a liberdade em todo o mundo, os Estados Unidos da América acreditam que a propriedade e o controle da Groenlândia são uma necessidade absoluta”.

A cada comentário do tipo, as autoridades dinamarquesas cerram os dentes e lembram que “a Groenlândia não está à venda”. Depois que o avião que transportava Donald Trump Junior – que alegou “não estar lá para comprar a Groenlândia” – aterrissou em Nuuk, a primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, declarou na televisão que “a Groenlândia pertence aos groenlandeses” e lembrou: “os Estados Unidos são o nosso aliado mais próximo”.

Na verdade, é difícil imaginar os norte-americanos invadindo um dos seus aliados mais próximos no Norte da Europa. Então, por que é que Donald Trump está alimentando esta fantasia de a Groenlândia se juntar aos Estados Unidos?

Em parte, essas declarações são vistas como uma forma de pressionar a Dinamarca. Durante anos, Washington criticou Copenhague por não ter investido o suficiente na segurança desta ilha estratégica, localizada entre a Europa e os Estados Unidos, onde está localizada a base militar mais setentrional dos Estados Unidos.

Esta base aérea e espacial de Thule é um elo essencial na cadeia de radares que supostamente detectariam possíveis mísseis balísticos disparados da Eurásia em direção aos Estados Unidos.

As águas territoriais da Groenlândia também são atravessadas pela Passagem Noroeste Ártica, que se torna cada vez mais transitável com o aquecimento global e que um dia permitirá evitar o Canal do Panamá que liga o Atlântico ao Pacífico.

Coincidência ou resposta às provocações de Donald Trump?

A Dinamarca anunciou no Natal que tinha disponibilizado mais de US$ 1,5 bilhão para a defesa da Groenlândia e das rotas marítimas do Ártico, cada vez mais cobiçadas pela Rússia e China.

Uma tentativa, também, de conter as crescentes exigências separatistas neste território autônomo. Nesta antiga colônia da coroa dinamarquesa, o recente escândalo sobre a política de contracepção forçada das mulheres groenlandesas praticada pela Dinamarca nas décadas de 1960 e 1970 despertou novamente o desejo de independência.

O primeiro-ministro da Groenlândia, Mute Egede, acusa Copenhague de “genocídio” e, com as eleições da Groenlândia a se aproximarem em abril, insiste que a ilha deixe o reino da Dinamarca.

¨      Trump não descarta uso de força militar pelos EUA para ocupar Groenlândia e canal do Panamá

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, não descartou, nesta terça-feira (7), o possível uso de força militar para tomar o controle do canal do Panamá e da Groenlândia. Para o republicano, os territórios são vitais para a segurança nacional do país. Antes de assumir a Casa Branca, Trump já deu diversas declarações expansionistas.

"Não vou me comprometer com isso", respondeu Trump em uma sessão informativa, ao ser questionado sobre se descartaria o uso do Exército para retomar o controle do canal do Panamá e ocupar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca e aliado de Washington.

Mais cedo, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, defendeu que o futuro da Groenlândia deve ser decidido pelo seu próprio povo e não descartou a independência do território.

"Sinto um forte desejo entre muitos groenlandeses de caminhar em direção à independência. É legítimo, e é por isso que acredito que o futuro da Groenlândia deve ser decidido em Nuuk, a capital da Groenlândia […]. Nosso futuro e nossa luta pela independência são nossos assuntos. Dinamarqueses, americanos e outros podem ter suas opiniões, mas não devemos nos deixar levar pela histeria ou culpar os outros", declarou nas redes sociais também nesta terça.

Desde o fim do ano passado, a insistência de Trump na retomada do controle norte-americano sobre o canal do Panamá gerou reações do país latino. Responsável por cerca de 6% de todo o comércio marítimo global e reduzindo 8 mil milhas náuticas ou mais (até 22 dias) nas viagens entre os oceanos Pacífico e Atlântico (em comparação com a via que contorna o sul das Américas), o canal tem servido de importante ponto econômico-estratégico por mais de um século, tendo passado a maior parte desse tempo sob o controle dos EUA

Já o presidente panamenho, José Raúl Mulino, chegou a afirmar que "a pátria e a via interoceânica não são negociáveis". Mulino declarou em seu perfil na rede social X (antigo Twitter) que o canal "é panamenho e continuará sendo", em resposta à ameaça de Trump de exigir sua devolução caso as tarifas cobradas para o trânsito não sejam reduzidas.

O presidente panamenho também lembrou que a via interoceânica, inaugurada em 1914, foi administrada por Washington até a transferência para o poder local, em 31 de dezembro de 1999.

<><> Desejos expansionistas de Trump

Para além da Groelândia e do Panamá, Trump já demonstrou outras vontades expansionistas antes mesmo de assumir a Casa Branca. Na última segunda (6), após o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciar a renúncia do cargo, Trump chegou a sugerir que o país deveria se fundir com os Estados Unidos.

"Se o Canadá se fundisse com os EUA, não haveria tarifas, os impostos seriam grandemente reduzidos e eles estariam totalmente seguros da ameaça dos navios russos e chineses que os cercam constantemente", disse Trump no Truth Social.

¨      Trump sugere fusão do Canadá com os EUA após anúncio de renúncia de Trudeau

O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sugeriu nesta segunda-feira (6) que o Canadá deveria se fundir com seu país, depois que o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, anunciou a intenção de renunciar ao cargo de primeiro-ministro e líder do Partido Liberal, no poder, no país vizinho.

"Se o Canadá se fundisse com os EUA, não haveria tarifas, os impostos seriam grandemente reduzidos e eles estariam totalmente seguros da ameaça dos navios russos e chineses que os cercam constantemente", disse Trump no Truth Social.

Trudeau afirmou nesta manhã que renunciará ao cargo assim que o novo líder do Partido Liberal, que comanda o governo, for eleito. Ele acrescentou que deseja manter a configuração atual do parlamento até 24 de março.

O premiê vinha enfrentando pressão para sair após a renúncia de sua ministra das Finanças, Chrystia Freeland, em 16 de dezembro, por "desacordo" quanto ao melhor caminho que o Canadá deveria seguir.

Além disso, o Comitê de Contas Públicas do parlamento canadense deve realizar uma reunião amanhã (7) para considerar uma moção de desconfiança ao governo de Trudeau.

Mais cedo, o Congresso dos EUA, em sessão conjunta nesta segunda-feira (6), certificou os resultados da eleição presidencial de 2024, declarando oficialmente Donald Trump o 47º presidente dos Estados Unidos.

O rito foi presidido pela vice-presidente Kamala Harris. Nos EUA, a vice-presidente também é presidente do Senado.

Kamala encerrou o evento oficializando o resultado que concedeu a vitória a Trump em novembro passado: 312 contra 226. A posse de Trump ocorrerá em 20 de janeiro.

¨      Ameaçando Panamá e Dinamarca, Trump procura 'manter o poder tecnológico e geopolítico', diz analista

Para o especialista em assuntos internacionais da UNAM Carlos Manuel López Alvarado, o discurso do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tomar a Groenlândia e o Canal do Panamá reflete sua vontade de combater a multipolaridade.

Na terça-feira (7), em um extenso discurso em Mar-a-Lago, Donald Trump não descartou o uso da força militar para tomar a Groenlândia e o Canal do Panamá, justificando que são importantes para a segurança econômica do país e, para além de dizer que mudaria o nome do golfo do México e o renomearia como golfo da América, confirmou sua intenção de impor tarifas ao Canadá e ao México.

Vistas como bravatas por alguns analistas e ameaças por outros, as declarações do futuro, mas já conhecido, ocupante da Casa Branca atraíram a atenção da mídia internacional, e podem ter oferecido um vislumbre daquele que será seu modus operandi assim que ele retornar ao Salão Oval.

Nesse sentido, Carlos Manuel López Alvarado, especialista em assuntos internacionais da UNAM, disse à Sputnik que a insistência de Trump na apropriação da Groenlândia e do Canal do Panamá "reflete que a ideia não é um capricho", mas "parte de um plano prioritário de combate a uma ordem cada vez mais multipolar, o que explica a sua acusação de que a China controla o canal, o que obviamente não é verdade".

"Muitos analistas, devido à natureza de showman de Trump e ao fato de, no passado, em seu primeiro governo, ele já ter falado em assumir o controle da Groenlândia e do Canal do Panamá e nada disso ter acontecido, tomaram as suas declarações como mais como uma ideia fantasiosa do republicano para se mostrar um homem forte", afirma o especialista.

López Alvarado alerta que, pelos seus antecedentes, estas ameaças devem ser levadas "completamente a sério", isto depois do mandato claro obtido nas urnas nas últimas eleições e do poder quase absoluto que terá nos EUA quando regressar à presidência, controlando ambas as casas do Congresso e com maioria conservadora na Suprema Corte.

"A ideia de recuperar o Canal do Panamá e tomar a Groenlândia, seja comprando-a ou pela força, embora possam parecer ideias malucas, respondem ao objetivo muito preciso de Trump de tentar manter o poder tecnológico e geopolítico que o próprio republicano disse durante a campanha que os EUA perderam", diz o especialista.

<><> 'Eles não são parceiros, mas súditos'

No entanto, López Alvarado salienta que muitos aliados dos EUA devem estar vendo com preocupação que o presidente eleito, para atingir os seus objetivos, não tem problemas em ir contra nações que são supostamente parceiras de Washington, como a Dinamarca e o Panamá.

"Nesse sentido, o anúncio de Trump será um bom lembrete para estes países de que na realidade não são parceiros, mas sim súditos de Washington e que o único interesse dos Estados Unidos é o seu próprio, o que deverá servir de alerta para muitos políticos que continuam acreditando que fazer tudo o que Washington dita será benéfico para eles", diz ele.

De qualquer forma, o analista diz não acreditar que Trump ousaria usar a força contra o Canadá ou a Dinamarca. A este respeito, destaca que a ameaça faz parte de um padrão clássico de Trump — mesmo nos seus anos anteriores como empresário imobiliário — de procurar se colocar na posição mais forte possível para negociar.

"Sem dúvida veremos um Trump mais agressivo neste segundo mandato, dado que, além disso, as figuras do establishment republicano que estiveram no seu primeiro governo já não estão mais lá, ou têm uma quota de poder muito limitada. Dito isto, acredito que os Estados Unidos não têm capacidade militar para abrir várias frentes de batalha, razão pela qual as ameaças de Trump, embora não as interprete como pura conversa, na minha opinião são a sua forma de dizer a outros países que é hora de sentar para negociar, queiram ou não", finaliza.

¨      Chanceler francês sobre Trump e Groenlândia: época da lei do mais forte retorna

O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, comentando as reivindicações do presidente eleito dos EUA Donald Trump sobre a Groenlândia, disse na quarta-feira (8) que a União Europeia (UE) não permitirá que nenhum Estado ataque suas fronteiras.

Em 23 de dezembro de 2024, Trump chamou de "uma necessidade absoluta" que os Estados Unidos possuam a Groenlândia, ao nomear um novo embaixador dos EUA na Dinamarca.

As autoridades da Groenlândia e de sua metrópole, a Dinamarca, responderam várias vezes que a ilha não está à venda.

"Obviamente, está fora de questão que a União Europeia permita que outros países do mundo, seja qual for o país de que estamos falando, [...] ataque suas fronteiras soberanas", disse Barrot na rádio France Inter.

De acordo com ele, a Europa é um continente forte, mas mais medidas devem ser tomadas para fortalecer a UE.

Trump disse mais uma vez que a Groenlândia deve virar parte dos Estados Unidos, enfatizando sua importância estratégica para a segurança nacional e a defesa do "mundo livre", inclusive da China e da Rússia.

No entanto, ele se recusou a se comprometer a não usar a força militar para obter o controle da Groenlândia e do canal do Panamá.

"Se me pergunta se os EUA conquistarão a Groenlândia, minha resposta é não. Se entramos em uma era em que a lei do mais forte retorna, minha resposta é sim", afirmou o chefe da pasta diplomática da França.

Ao mesmo tempo, ele argumentou que a natureza dos Estados Unidos não está se tornando mais imperialista, apesar dos comentários de Trump sobre o canal do Panamá, o Canadá e a Groenlândia.

Ontem (8), Trump publicou um mapa com o Canadá fazendo parte dos Estados Unidos na rede social Truth Social, em meio a suas propostas escandalosas de transformar o país vizinho no 51º estado.

 

Fonte: Sputnik Brasil/Opera Mundi

 

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