quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Zuckerberg declarou guerra ao mundo, diz Manuela d’Ávila

O anúncio de mudanças na política de moderação de conteúdos da Meta, empresa que controla o Facebook e o Instagram, gerou uma onda de críticas globais. Entre as reações mais contundentes, a ex-deputada federal Manuela d’Ávila classificou a decisão de Mark Zuckerberg como uma “declaração de guerra ao mundo”. A declaração foi feita em uma postagem extensa nas redes sociais, na qual ela analisou o impacto político e geopolítico das novas diretrizes da gigante tecnológica.  

“O que Zuckerberg diz, com todas as letras, é que a liberdade defendida pela extrema-direita, as ideias de Trump e Musk, serão as suas. Ideias que ameaçam instituições e democracias. Ideias de violência e tortura”, afirmou Manuela. Ela ressaltou que o anúncio não pode ser tratado como uma mera mudança de política de moderação, mas sim como uma questão central na geopolítica contemporânea.  

<><> A mudança na política da Meta

A Meta anunciou o fim das parcerias com verificadores de fatos terceirizados, substituindo esse sistema por um modelo de “notas da comunidade”, similar ao adotado pelo X (antigo Twitter), sob a liderança de Elon Musk. De acordo com Joel Kaplan, chefe de Assuntos Globais da Meta, a decisão busca descentralizar o controle de conteúdos, colocando o poder nas mãos dos usuários.  

Kaplan defendeu que o modelo antigo sofria com “preconceitos políticos” e que a nova abordagem seria mais transparente e democrática. No entanto, críticos argumentam que a medida abre espaço para a disseminação de desinformação, polarização e discursos de ódio, ao remover o filtro de verificadores especializados.  

O contexto político também exacerba as preocupações. A mudança ocorre sob um alinhamento declarado entre a Meta e a administração de Donald Trump, com Kaplan afirmando que a empresa sente “maior liberdade” para agir sob um governo favorável à suposta liberdade de expressão.  

<><> Impactos globais e as críticas de Manuela

Para Manuela, que atualmente se dedica ao estudo das políticas de regulação da internet em seu doutorado, o anúncio da Meta representa mais do que uma escolha técnica ou comercial: é uma declaração de intenções políticas e ideológicas com impactos globais.  

Ela destacou a menção específica de Zuckerberg à China, América Latina e Alemanha, sugerindo que as novas diretrizes da Meta representam um ataque direto às tentativas de regulação desses países e regiões. “Esse é o velho excepcionalismo americano: a ideia de um povo predestinado a salvar todos os povos. As ideias que fazem desse Império o que mais guerreou na história”, afirmou.  

A ex-parlamentar também criticou a referência de Zuckerberg ao modelo do X, que, segundo ela, opera como uma plataforma que ameaça a democracia em várias regiões do mundo. “Não subestimem acreditando que pode ser resolvido pelas secretarias de comunicação dos governos. Essa é a agenda central da geopolítica do nosso tempo”, alertou.  

Manuela d’Ávila encerrou sua análise pedindo uma resposta institucional e organizada à mudança. “Só uma resposta institucional organizada poderá nos permitir enfrentar essa ameaça”, concluiu. 

¨      Zuckerberg e Elon Musk declaram guerra à democracia ao redor do mundo, diz Gleisi Hofmmann

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), fez um alerta após o bilionário Mark Zuckerberg, proprietário da Meta, anunciar a remoção dos checadores de fatos de suas plataformas de redes sociais.

Segundo Gleisi, a decisão de Zuckerberg segue os passos de outro bilionário, Elon Musk, conhecido por suas posições de extrema-direita. Após adquirir o X (antigo Twitter), Musk implementou a política de "notas da comunidade", transferindo aos usuários a responsabilidade de corrigir fake news. Contudo, desde então, a plataforma tem se tornado um ambiente propício à disseminação de informações falsas, ampliando preocupações com a confiabilidade do conteúdo nas redes sociais.

Gleisi afirmou que a decisão da Meta é extremamente grave e representa um claro alinhamento de Zuckerberg ao presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A deputada também destacou as acusações infundadas feitas por Zuckerberg, que afirmou que "tribunais secretos" na América Latina promovem "censura".

De acordo com a presidente do PT, Zuckerberg, assim como Elon Musk, declarou uma verdadeira guerra às democracias ao redor do mundo. Para ela, somente a regulação das plataformas digitais urgentemente poderá proteger o Brasil da desinformação e das ameaças à democracia.

"É gravíssima a noticia de que a Meta (Instagram, Facebook, WhatsApp e Threads) está se alinhando à extrema-direita. Ao se curvar aos anseios de Donald Trump, as redes sociais que praticamente dominam o mercado global se transformam em plataformas políticas tendenciosas, semelhante ao que já acontece no X (antigo Twitter). Utilizando falsos pretextos como 'liberdade de expressão', 'tribunais secretos' e 'censura', e com imenso poder econômico, esses bilionários (Elon Musk anteriormente e, agora, Mark Zuckerberg) atropelam direitos dos usuários e a soberania dos países no ambiente virtual.  

Uma declaração de guerra à democracia ao redor do mundo. Por isso precisamos combater a desinformação, fiscalizar as plataformas digitais e exigir mais transparência junto aos usuários, como pede o Projeto de Lei 4.144/2024, apresentando pelo companheiro Pedro Uczai. Estabelecer leis para as redes sociais é urgente, antes que seja tarde demais", escreveu a presidente do PT na plataforma X. 

¨      Orlando Silva: a Meta, de Zuckerberg, pretende se aliar aos ‘objetivos de Trump, da extrema-direita e de grupos criminosos’

O deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) criticou, nesta terça-feira (7), o anúncio feito pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, sobre o fim do sistema de checagem de fatos feito por terceiros, que será substituído por um sistema de notas da comunidade, como já acontece no X.

“Gravíssimo! Zuckerberg se alia a Trump, reforça a extrema-direita e declara guerra à democracia!”, escreveu. “O reposicionamento significa a liberalização total das plataformas para os objetivos da extrema-direita e de grupos criminosos, como a disseminação de informações falsas, propagação de violência e extremismo político, além de conteúdos de ódio e preconceituosos, sob a falsa retórica de defender a liberdade de expressão.”

De acordo com o parlamentar, a política a ser adotada pela Meta representa “um mergulho de cabeça na batalha geopolítica global, alinhando-se totalmente aos objetivos de Donald Trump e da extrema-direita para combater países que buscam preservar suas soberanias, como Alemanha e Inglaterra, na União Europeia, e principalmente a China, única nação que questiona a hegemonia norte-americana, inclusive afirmando sua soberania tecnológica”.

“A nova política da Meta deve ter fortes repercussões políticas e é demonstrativa dos riscos que o novo governo Trump traz aos regimes democráticos”, continuou o deputado.

A medida será implementada nos Estados Unidos, e posteriormente pode ser adotada em outros países. Zuckerberg tem feito acenos a Trump. O executivo se encontrou com o presidente eleito dos EUA em novembro de 2024. De acordo com a Fox News, o criador do Facebook afirmou que "deseja apoiar a renovação nacional da América sob a liderança do presidente Trump".

A apuração de fatos ocorre em propriedades da Meta desde 2016. O novo presidente norte-americano é contrário a mecanismos de checagem nas redes sociais. Acusado de fake news, Trump chegou a ser expulso do X quando a plataforma se chamava Twitter.

<><> Trump elogia decisão da Meta de abandonar checagem de fatos e diz que suas ameaças surtiram efeito

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (7) que suas ameaças "provavelmente" fizeram a Meta mudar suas políticas sobre moderação de conteúdo.

Em um contexto de crescente apoio de magnatas a Trump, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, revelou que suas plataformas adotarão sistema semelhante às "notas da comunidade". Nesse modelo, os próprios usuários são responsáveis por verificar a veracidade das informações, uma prática já implementada pelo X, do bilionário de extrema-direita Elon Musk.

Questionado durante uma coletiva se a decisão seria uma resposta direta de Zuckerberg às ameaças feitas por ele, o republicano respondeu “provavelmente”.

Trump também afirmou nesta terça-feira que a gigante das redes sociais avançou como empresa após o anúncio de que eliminaria seu programa de verificação de fatos.

“Honestamente, acho que eles evoluíram muito — Meta, Facebook, acho que avançaram bastante,” disse ele. 

¨      Zuckerberg alinha plataforma à agenda de Trump

O anúncio feito nesta terça-feira (7) por Mark Zuckerberg sobre o fim do sistema de checagem de fatos pela Meta antecipa o início da nova era Trump e explicita aliança da empresa com o governo dos EUA.

Essa é a avaliação do secretário de Políticas Digitais da Secom da Presidência da República, João Brant. Pelas redes sociais, ele avalia que a medida anunciada pelo dono da Meta, empresa que controla o Facebook, o Instagram e o WhatsApp, sinaliza um enfrentamento à União Europeia, ao Brasil e a outros países que buscam proteger direitos no ambiente online, que na visão de Zuckerberg, são os que ‘promovem censura’.

"É uma declaração fortíssima, que se refere ao STF como ‘corte secreta’, ataca os checadores de fatos (dizendo que eles ‘mais destruíram do que construíram confiança’) e questiona o viés da própria equipe de ‘trust and safety’ da Meta – para fugir da lei da Califórnia", escreve.

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Brant comenta ainda que o dono das plataformas também anuncia que vai desligar parte dos filtros que identificam violações às políticas da plataforma – especialmente sobre imigração e sobre gênero. Vai ainda reforçar o ‘conteúdo cívico’ nas plataformas, o que sinaliza que topa servir de plataforma à agenda de Trump.

"Facebook e Instagram vão se tornar plataformas que vão dar total peso à liberdade de expressão individual e deixar de proteger outros direitos individuais e coletivos. A repriorização do ‘discurso cívico’ significa um convite para o ativismo da extrema direita", alerta.

O secretário adverte ainda que a Meta vai atuar politicamente no âmbito internacional de forma articulada com o Governo Trump para combater políticas da Europa, do Brasil e de outros países que buscam equilibrar direitos no ambiente online.

A declaração é explícita, afirma Brant, e sinaliza que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital e soa como antecipação de ações que serão tomadas pelo governo Trump.

"Meta vai asfixiar financeiramente as empresas de checagem de fatos, o que vai afetar as operações delas dentro e fora das plataformas. O anúncio só reforça a relevância das ações em curso na Europa, no Brasil e na Austrália, envolvendo os três poderes", constata.

Brant afirma também que a decisão da Meta amplia a centralidade dos esforços internacionais feitos no âmbito da ONU, UNESCO, G20 e da OCDE para reforçar a agenda de promoção da integridade da informação.

¨      Internautas repudiam iniciativa do 'fascista Zuckerberg': Facebook, Instagram e WhatsApp bombam nas redes sociais

Internautas ficaram preocupados com o anúncio feito pelo CEO da Meta, Mark Zuckerberg, após o executivo defender o afrouxamento das regras de publicação de postagens. Perfis nas redes sociais cobraram ações do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e afirmaram que o empresário está alinhado com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), da extrema-direita norte-americana. A meta controla Facebook, Instagram e WhatsApp.

De acordo com o jornalista Leonel Camasão, as mudanças anunciadas pelo dirigente são “preocupantes”. “É uma demonstração clara de apoio ao presidente Donald Trump e a um ambiente tóxico nas redes sociais”, continuou.

“É grave que poucos bilionários controlem os principais espaços de debate público e permitam que mentiras e discursos de ódio sejam disseminados descontroladamente. Por isso mesmo, precisamos aprovar a regulamentação das redes no Brasil urgentemente!”, concluiu.

O posicionamento emitido pelo dirigente é semelhante ao adotado pelo bilionário de extrema-direita Elon Musk. Nos últimos meses, o dono da rede social X atacou verbalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, devido à atuação do magistrado em propostas para combater fake news e discursos de ódio na internet.

O deputado federal Nilton Tatto (PT-SP) também se pronunciou: “A primeira medida anunciada foi o fim da checagem de fatos, que será substituída por notas nas comunidades. Sem a checagem de fatos, já dá para perceber aonde isso vai parar”.

Outro perfil escreveu: “Após o fascista Mark Zuckerberg, principal responsável pela ascensão da extrema-direita no mundo, anunciar que não vai mais seguir as leis e vai promover fake news no Facebook, Instagram e WhatsApp, precisamos mais do que nunca nos unir!!”. “Alexandre, eu autorizo”.

<><> Eduardo Bolsonaro é massacrado por internautas após atacar a esquerda, Alexandre de Moraes e defender Zuckerberg

Internautas responderam a uma publicação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e criticaram o deputado federal por defender Mark Zuckerberg após o dono da Meta anunciar que as plataformas da empresa não terão mais o sistema de checagem e adotarão uma medida parecida com a da rede social X, do bilionário de extrema-direita Elon Musk.

O filho de Jair Bolsonaro (PL) e os dois empresários são aliados do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), que representa a extrema-direita norte-americana. 'A esquerda vai sucumbir!', afirmou o parlamentar, que também atacou o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Usuários do X reagiram: 'Vai poder mentir à vontade, né, Bananinha?”, escreveu um perfil. “Bora trabalhar, deputado fake”, publicou outra pessoa. “Detonar sem citar deputado? O senhor não fica constrangido? Pare de enganar as pessoas”, postou outro perfil.

Confira a postagem de Eduardo Bolsonaro no X: “Mark Zuckerberg detona Alexandre de Moraes sem citá-lo. O dono da Meta (Facebook, Insta e Whats) cita a América Latina, dizendo que comumente tribunais censuram silenciosamente, sem que os usuários saibam. O efeito real Donald Trump só está começando, e muitos fatos serão revistos! Aguardem! A esquerda vai sucumbir!”.

 

Fonte: Brasil 247/Fórum

 

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