Política
financeira de Trump afetará todo o mundo devido às flutuações do dólar, diz
mídia
A
política econômica de Donald Trump, que venceu a eleição presidencial dos EUA,
pode fortalecer o dólar, o que vai levar a consequências no resto do mundo,
escreve a revista britânica The Economist.
O
índice de ações de grandes empresas dos EUA tem batido recordes de forma
consistente, de acordo com a publicação.
Contudo,
ainda não é claro quais pontos de seu programa econômico Trump poderá realizar.
Os
traders acreditam que os lucros das empresas dos EUA vão aumentar sob a nova
administração devido aos cortes de impostos.
Entretanto,
a combinação de déficits mais altos e inflação pode forçar o Sistema de Reserva
Federal (banco central dos EUA) a manter a taxa de juro alta.
"O
crescimento do dólar geralmente vem acompanhado de um enfraquecimento das
perspectivas econômicas globais. Um dos motivos é que, em épocas de turbulência
econômica, os investidores tendem a vender seus ativos de risco e investir
naqueles que consideram seguros, principalmente o dólar e os títulos do Tesouro
dos EUA", explica o material.
O
autor do artigo cita uma pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI)
publicada em 2023, dizendo que uma valorização do dólar de 10% diminui a
produção das economias emergentes em 1,9%.
Segundo
a mesma pesquisa, as consequências dessa valorização afetam as economias dos
países em desenvolvimento por um período de dois anos.
É
de destacar que mais de 40% do comércio global é realizado em dólares
norte-americanos, enquanto na maioria dos casos os próprios EUA não participam.
"Portanto,
em grande parte da Ásia e da América Latina, os movimentos no valor do dólar
são mais importantes do que o comportamento das moedas locais."
De
acordo com a revista, o dólar forte está prejudicando os fabricantes nacionais
por causa das altas taxas de juros, mas não é fácil influenciá-los por causa da
forte demanda dos investidores, embora Trump tenha tentado fazer isso.
"E,
enquanto as taxas permanecerem altas, a moeda americana continuará sendo o
refúgio preferido dos investidores e um problema espinhoso para o mundo",
conclui.
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Analista alerta que
dólar está em risco enquanto bitcoin atinge alta histórica com o apoio de Trump
O
bitcoin atingiu uma alta histórica de quase US$ 85.000 (R$ 491.419) na
segunda-feira (11), tendo como pano de fundo a adoção de ativos digitais pelo
presidente eleito Donald Trump e a possibilidade de o Congresso apresentar
legisladores pró-criptomoedas.
O
presidente eleito Donald Trump, sendo pró-criptomoedas, pode trazer diversas
consequências ao mercado, alertou Paul Goncharoff, analista financeiro veterano
e diretor-geral da empresa de consultoria Goncharoff LCC, em entrevista à
Sputnik.
O
analista argumenta que "chegará um ponto em que ele [Donald Trump] estará
realmente no cargo e em que a ideia de uma criptomoeda concorrente
descontrolada em relação ao dólar americano pode não ser politicamente
vantajosa e até mesmo ser vista como um perigo para o dólar".
"A
beleza e a graça do bitcoin [BTC], ethereum [ETH] e da maioria das outras
criptomoedas é que elas não estão sob o controle direto de nenhum governo em
particular, e isso tende a ser visto como ameaçador. Afinal, se você não
controla, como tributa?", destacou o analista.
Ele
sugeriu que o novo governo Trump permitirá "maior margem de manobra"
para criptomoedas como ETH, BTC, cardano (ADA) e SUI, algo que Goncharoff disse
que "pode ser visto nas ondas crescentes de aumentos de preços em todos os
níveis".
Quando
perguntado se o bitcoin poderia se tornar um instrumento político sob o governo
de Trump, o analista afirmou que "seria necessário um esforço hercúleo
para fazer isso com BTC, ETH e similares, e eu diria que é improvável". Ao
mesmo tempo, ele concluiu observando que "qualquer coisa sob o sol pode
ser potencialmente politizada ou transformada em arma, como tem sido popular
ultimamente".
Promessas
de campanha de Trump para o bitcoin
Prometendo
fazer dos EUA a "capital criptográfica do planeta" se eleito, Trump
também prometeu:
criar
uma reserva estratégica de bitcoin nos EUA. Goncharoff disse à Sputnik que
"pode haver alguma sabedoria no Tesouro dos EUA estocando BTC, mesmo que
isso apenas pague os juros cada vez maiores da dívida em dólar";
garantir
que o governo federal nunca venderia suas participações em bitcoin;
estabelecer
um "conselho consultivo presidencial de bitcoin e criptomoedas";
dar
suporte à indústria de mineração de bitcoin dos EUA para que a criptomoeda
pudesse "ser minerada, cunhada e feita nos EUA";
demitir
o comissário de Valores Mobiliários, Gary Gensler, que liderou mais de 100
ações regulatórias contra criptomoedas durante seu mandato;
reduzir
as taxas de juros, o que significaria um aumento nos preços das criptomoedas;
remover
o imposto sobre ganhos de capital em transações de bitcoin;
e
por último, mas não menos importante, proteger o direito dos cidadãos
norte-americanos de manter criptomoedas por conta própria.
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Analistas veem nova
era para as criptomoedas com retorno de Trump à Casa Branca
Com
o sucesso do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA,
começará uma nova era para as criptomoedas, escreveu o Financial Times (FT)
citando representantes do setor. Espera-se que as moedas digitais ganhem novas
dimensões no país, enquanto os mercados já começam a reagir com altas recordes
do bitcoin.
O
sucesso do republicano e seu retorno à Casa Branca são uma "era de
ouro" e uma "grande vitória para as criptomoedas", disse o
diretor executivo da Binance, Richard Teng, à FT. Segundo a mídia, os
executivos das empresas de criptomoedas estão satisfeitos com a derrota dos
democratas, que "eram hostis" aos meios digitais de pagamento.
A
apuração lembra que durante sua campanha eleitoral, Trump defendeu ativamente
os benefícios do bitcoin para a economia dos EUA, apoiando a criação de uma
reserva estratégica da moeda, enquanto "muitos dos membros de seu círculo
mais próximo" também eram a favor das criptomoedas.
De
acordo com o fundador e diretor executivo do grupo criptográfico Galaxy
Digital, Michael Novogratz, a vitória do republicano marcou "um dia
incrivelmente importante para a indústria de criptomoedas".
"As
criptomoedas emergiram como uma força política poderosa [...]. É um momento
extremamente importante, viramos uma página", disse por sua vez a diretora
executiva do grupo setorial Blockchain Association, Kristin Smith.
Em
relação ao equilíbrio no Congresso dos EUA, o grupo de lobby Stand With Crypto
estima que existam atualmente 284 representantes que são a favor das
criptomoedas, enquanto 132 se manifestam contra elas.
Porém,
segundo a mídia, as maiores aspirações dos representantes do setor de
criptomoedas são mudar a política da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na
sigla em inglês) após a hipotética renúncia de seu presidente, Gary Gensler,
promessa que Trump fez em uma conferência sobre a bitcoin em julho.
"Os
candidatos geralmente prometem muitas coisas quando concorrem a cargos públicos
[...] mas espero que Trump pretenda cumpri-las", comentou o fundador da
consultoria de investimentos em criptomoedas Two Prime, Alexander Blume.
Embora
as eleições nos EUA tenham sido realizadas há relativamente pouco tempo e
Donald Trump só tome posse em janeiro de 2025, esta reeleição já teve
repercussões no setor das criptomoedas.
Por
exemplo, o bitcoin experimentou um crescimento sem precedentes nos dias
seguintes às eleições, quebrando seu recorde histórico e ultrapassando US$
80.000 (R$ 459.000) pela primeira vez na história neste domingo (10).
No
entanto, vários analistas alertam que este não é o limite do crescimento, e que
o preço do bitcoin continuará a subir até atingir a marca dos seis dígitos.
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Caso Boeing nos EUA é
'um aviso' para o renascimento industrial norte-americano
A
decisão da empresa aeronáutica norte-americana Boeing lembra que a renovação
industrial dos Estados Unidos depende mais da sua capacidade de realizar
reformas internas do que de restringir a concorrência externa, como Washington
tem feito com a China, segundo editorial do Global Times.
Depois
de quase dois meses de greve, e no meio de uma grave crise causada em parte por
uma série de acidentes que centraram as atenções na fabricação e manutenção dos
seus aviões, a empresa Boeing finalmente chegou a um acordo com os seus
funcionários, acordando, entre outros benefícios, aumento salarial de 38% em
quatro anos.
De
acordo com um editorial do Global Times, é preciso refletir sobre as
implicações que este pacto terá em relação ao futuro da indústria
transformadora dos EUA e à hostilidade de Washington para com a China, que
tanto caracterizou o primeiro governo de Donald Trump, bem como a administração
de Joe Biden.
"O
acordo da Boeing [com os seus funcionários] não é apenas sobre a paz laboral em
uma empresa; é um aviso para escolher o caminho certo em direção ao
renascimento industrial [dos Estados Unidos] da América", expressa o
editorial.
Neste
sentido, o jornal recorda que, nos últimos anos, ambos os governos têm
procurado promover a reindustrialização dos Estados Unidos, depois de as
políticas neoliberais promovidas tanto por Ronald Reagan como por Bill Clinton,
e continuadas pelos seus sucessores, terem devastado a classe trabalhadora do
país, como resultado da relocação de um elevado percentual de suas indústrias.
Ao
mesmo tempo, as políticas extremas de Washington em relação à China também têm
sido inegáveis, baseadas em uma combinação de uma guerra comercial incessante,
altas barreiras tarifárias e limitações às exportações de chips.
No
entanto, a mídia afirma que as mudanças no comércio global não podem ser
resolvidas através de muros tarifários ou políticas de contenção dirigidas aos
concorrentes estrangeiros para aumentar a produção local, como ficou claro na
resolução do conflito entre o fabricante de aeronaves e o seu sindicato.
"As
lutas e os sucessos da Boeing têm sido há muito tempo um barômetro das proezas
industriais norte-americanas. Como o maior fabricante de aeronaves comerciais
do país e um empreiteiro de defesa crucial, a Boeing personifica o poder
industrial [dos Estados Unidos] da América e os desafios atuais. A recente
disputa trabalhista contribuiu para as perdas da empresa de mais de US$ 6
bilhões [cerca de R$ 34,5 bilhões] e revelou falhas mais profundas na indústria
manufatureira norte-americana: a tensão entre manter salários competitivos,
garantir a qualidade do produto e competir globalmente", afirma o artigo.
A
resolução, argumentam, é um "raio de esperança" para a economia do
país e demonstra que a indústria transformadora norte-americana ainda pode
proporcionar empregos à classe média, mas também destaca a complexa
transformação do comércio global e do novo cenário nacional.
"Continuar
aumentando os salários em vez de aumentar a produtividade apenas atrasará a
transformação que a empresa deve empreender. Na verdade, o incidente da Boeing
mostra que o antigo caminho [para uma empresa ser bem-sucedida e lucrativa] já
não existe", aponta.
Assim,
a mídia destaca que é hora de a indústria manufatureira dos EUA enfrentar seus
principais desafios: modernizar as relações trabalhistas, investir no
desenvolvimento da força de trabalho e adotar a inovação, mantendo, ao mesmo
tempo, a excelência na manufatura.
A
mídia indica ainda que Washington deve se concentrar em políticas que facilitem
esta transformação, investindo recursos na educação técnica, no apoio à
pesquisa e desenvolvimento e na modernização das infraestruturas. Isto em vez
daquela que tem sido a sua estratégia preferida há quase dez anos, que tem sido
antagonizar a China e as suas empresas para tentar travar, sem sorte, o
crescimento do gigante asiático, e apenas prejudicando os consumidores do seu
próprio país.
"Estas
reformas internas, e não barreiras externas, determinarão se a indústria
transformadora norte-americana pode prosperar no século XXI. Este é um apelo à
ação, um lembrete de que o poder de moldar o futuro da indústria transformadora
norte-americana está nas mãos dos norte-americanos. A evidência é clara: a
cooperação internacional, e não o confronto, serve melhor aos interesses
industriais norte-americanos", observa o artigo.
À
medida que o próximo governo dos EUA toma forma, liderado novamente por Donald
Trump após a sua vitória esmagadora na semana passada sobre a candidata
democrata, a vice-presidente Kamala Harris, a mídia conclui que será importante
ter em conta que a renovação industrial dos Estados Unidos depende mais da sua
capacidade de levar a cabo reformas internas do que uma estratégia de procurar
restringir a concorrência externa.
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Senador dos EUA diz
que Ucrânia não conseguirá vencer conflito com a Rússia e defende fim de ajuda
O
senador republicano do Alabama, Tommy Tuberville, afirmou nesta terça-feira
(12) que a Ucrânia não conseguirá vencer o conflito com a Rússia. Apoiadores do
presidente eleito Donald Trump também defenderam auditoria da ajuda
norte-americana enviada ao regime de Kiev.
"Eles
não podem vencer. Eles não têm pessoas suficientes. Não sei em que Trump
pretende cortar o apoio para tirá-los dessa situação, mas não podemos continuar
enviando dinheiro para eles", declarou o político em entrevista à Fox
News.
Recentemente,
o empresário Elon Musk concordou que, após o fim do conflito na Ucrânia, será
necessário auditar a ajuda norte-americana a Kiev.
Na
última segunda (11), o deputado da Duma Estatal da Crimeia e membro do comitê
de segurança, Mikhail Sheremet, incentivou Trump a revisar toda a ajuda
concedida nos últimos anos à Ucrânia. Para o parlamentar, existe um esquema de
desvio e lavagem de dinheiro do recurso.
Trump
prometeu que conseguiria resolver o conflito ucraniano por meio de negociações
"em apenas um dia". Na Rússia, a questão é considerada muito complexa
para uma solução tão simples.
Além
disso, o republicano criticou diversas vezes a postura dos EUA no conflito,
além do ucraniano Vladimir Zelensky, a quem chamou de "comerciante"
em comícios, mencionando que cada visita ao país termina em ajuda bilionária do
governo norte-americano.
<><>
Exército dos EUA não tem condições de 'vencer nenhum inimigo'
O
senador republicano declarou ainda que os Estados Unidos atualmente não tem
capacidade para vencer nenhum adversário no campo de batalha. "Precisamos
armar nosso Exército, que é um desastre absoluto. Não seríamos capazes de
derrotar ninguém neste momento", afirmou.
Em
julho, foi publicado um relatório da Comissão de Estratégia de Defesa Nacional,
autorizada por congressistas norte-americanos para realizar uma análise e
fornecer recomendações na área de defesa do país. De acordo com o documento, as
Forças Armadas não possuem capacidade para manter a superioridade sobre um
inimigo em caso de confronto direto
<><> Ex-soldado do Exército ucraniano relata quanto
custa não ir para linha de frente
O
documento que dá o direito a um cidadão ucraniano não ser imediatamente
mobilizado custa na Ucrânia US$ 700 (pouco mais de R$ 4 mil) por mês, informou
um prisioneiro de guerra, ex-soldado ucraniano, Sergei Revenko, à Sputnik.
Em
24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia declarou uma mobilização geral, proibindo
que homens em idade de recrutamento militar deixassem o país para que pudessem
ser convocados para lutar a qualquer momento.
O
atual líder ucraniano Vladimir Zelensky também declarou a lei marcial.
De
acordo com ela, todos os homens entre 18 e 60 anos são considerados sujeitos ao
dever militar e podem ser mobilizados, a menos que tenham o chamado adiamento.
No
entanto, as instituições ou empresas podem solicitar um adiamento da
mobilização para seus funcionários "mais valiosos". Só que para isso
têm que pagar.
"Seu
chefe deve pagar para que você tenha um adiamento por um mês [para que você] vá
trabalhar, não seja levado, possa se mover livremente pela cidade, 30 ou 32 mil
[grívnias ucranianas, cerca de US$ 700] por mês", disse o ex-soldado
ucraniano mobilizado.
Revenko
contou que havia um homem com ele no centro de recrutamento que trabalhava em
uma agência do governo e que veio para estender seu adiamento, válido por mais
uma semana.
Porém,
esse homem também foi mobilizado e enviado para o centro de treinamento no
mesmo grupo onde estava Revenko.
A
lei sobre a intensificação da mobilização na Ucrânia entrou em vigor em 18 de
maio.
Ela
facilita o processo de recrutamento de civis para o Exército e estabelece penas
mais rigorosas contra quem evita ser mobilizado.
Fonte:
Sputnik Brasil
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