quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Política financeira de Trump afetará todo o mundo devido às flutuações do dólar, diz mídia

A política econômica de Donald Trump, que venceu a eleição presidencial dos EUA, pode fortalecer o dólar, o que vai levar a consequências no resto do mundo, escreve a revista britânica The Economist.

O índice de ações de grandes empresas dos EUA tem batido recordes de forma consistente, de acordo com a publicação.

Contudo, ainda não é claro quais pontos de seu programa econômico Trump poderá realizar.

Os traders acreditam que os lucros das empresas dos EUA vão aumentar sob a nova administração devido aos cortes de impostos.

Entretanto, a combinação de déficits mais altos e inflação pode forçar o Sistema de Reserva Federal (banco central dos EUA) a manter a taxa de juro alta.

"O crescimento do dólar geralmente vem acompanhado de um enfraquecimento das perspectivas econômicas globais. Um dos motivos é que, em épocas de turbulência econômica, os investidores tendem a vender seus ativos de risco e investir naqueles que consideram seguros, principalmente o dólar e os títulos do Tesouro dos EUA", explica o material.

O autor do artigo cita uma pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicada em 2023, dizendo que uma valorização do dólar de 10% diminui a produção das economias emergentes em 1,9%.

Segundo a mesma pesquisa, as consequências dessa valorização afetam as economias dos países em desenvolvimento por um período de dois anos.

É de destacar que mais de 40% do comércio global é realizado em dólares norte-americanos, enquanto na maioria dos casos os próprios EUA não participam.

"Portanto, em grande parte da Ásia e da América Latina, os movimentos no valor do dólar são mais importantes do que o comportamento das moedas locais."

De acordo com a revista, o dólar forte está prejudicando os fabricantes nacionais por causa das altas taxas de juros, mas não é fácil influenciá-los por causa da forte demanda dos investidores, embora Trump tenha tentado fazer isso.

"E, enquanto as taxas permanecerem altas, a moeda americana continuará sendo o refúgio preferido dos investidores e um problema espinhoso para o mundo", conclui.

¨      Analista alerta que dólar está em risco enquanto bitcoin atinge alta histórica com o apoio de Trump

O bitcoin atingiu uma alta histórica de quase US$ 85.000 (R$ 491.419) na segunda-feira (11), tendo como pano de fundo a adoção de ativos digitais pelo presidente eleito Donald Trump e a possibilidade de o Congresso apresentar legisladores pró-criptomoedas.

O presidente eleito Donald Trump, sendo pró-criptomoedas, pode trazer diversas consequências ao mercado, alertou Paul Goncharoff, analista financeiro veterano e diretor-geral da empresa de consultoria Goncharoff LCC, em entrevista à Sputnik.

O analista argumenta que "chegará um ponto em que ele [Donald Trump] estará realmente no cargo e em que a ideia de uma criptomoeda concorrente descontrolada em relação ao dólar americano pode não ser politicamente vantajosa e até mesmo ser vista como um perigo para o dólar".

"A beleza e a graça do bitcoin [BTC], ethereum [ETH] e da maioria das outras criptomoedas é que elas não estão sob o controle direto de nenhum governo em particular, e isso tende a ser visto como ameaçador. Afinal, se você não controla, como tributa?", destacou o analista.

Ele sugeriu que o novo governo Trump permitirá "maior margem de manobra" para criptomoedas como ETH, BTC, cardano (ADA) e SUI, algo que Goncharoff disse que "pode ser visto nas ondas crescentes de aumentos de preços em todos os níveis".

Quando perguntado se o bitcoin poderia se tornar um instrumento político sob o governo de Trump, o analista afirmou que "seria necessário um esforço hercúleo para fazer isso com BTC, ETH e similares, e eu diria que é improvável". Ao mesmo tempo, ele concluiu observando que "qualquer coisa sob o sol pode ser potencialmente politizada ou transformada em arma, como tem sido popular ultimamente".

Promessas de campanha de Trump para o bitcoin

Prometendo fazer dos EUA a "capital criptográfica do planeta" se eleito, Trump também prometeu:

criar uma reserva estratégica de bitcoin nos EUA. Goncharoff disse à Sputnik que "pode haver alguma sabedoria no Tesouro dos EUA estocando BTC, mesmo que isso apenas pague os juros cada vez maiores da dívida em dólar";

garantir que o governo federal nunca venderia suas participações em bitcoin;

estabelecer um "conselho consultivo presidencial de bitcoin e criptomoedas";

dar suporte à indústria de mineração de bitcoin dos EUA para que a criptomoeda pudesse "ser minerada, cunhada e feita nos EUA";

demitir o comissário de Valores Mobiliários, Gary Gensler, que liderou mais de 100 ações regulatórias contra criptomoedas durante seu mandato;

reduzir as taxas de juros, o que significaria um aumento nos preços das criptomoedas;

remover o imposto sobre ganhos de capital em transações de bitcoin;

e por último, mas não menos importante, proteger o direito dos cidadãos norte-americanos de manter criptomoedas por conta própria.

¨      Analistas veem nova era para as criptomoedas com retorno de Trump à Casa Branca

Com o sucesso do republicano Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA, começará uma nova era para as criptomoedas, escreveu o Financial Times (FT) citando representantes do setor. Espera-se que as moedas digitais ganhem novas dimensões no país, enquanto os mercados já começam a reagir com altas recordes do bitcoin.

O sucesso do republicano e seu retorno à Casa Branca são uma "era de ouro" e uma "grande vitória para as criptomoedas", disse o diretor executivo da Binance, Richard Teng, à FT. Segundo a mídia, os executivos das empresas de criptomoedas estão satisfeitos com a derrota dos democratas, que "eram hostis" aos meios digitais de pagamento.

A apuração lembra que durante sua campanha eleitoral, Trump defendeu ativamente os benefícios do bitcoin para a economia dos EUA, apoiando a criação de uma reserva estratégica da moeda, enquanto "muitos dos membros de seu círculo mais próximo" também eram a favor das criptomoedas.

De acordo com o fundador e diretor executivo do grupo criptográfico Galaxy Digital, Michael Novogratz, a vitória do republicano marcou "um dia incrivelmente importante para a indústria de criptomoedas".

"As criptomoedas emergiram como uma força política poderosa [...]. É um momento extremamente importante, viramos uma página", disse por sua vez a diretora executiva do grupo setorial Blockchain Association, Kristin Smith.

Em relação ao equilíbrio no Congresso dos EUA, o grupo de lobby Stand With Crypto estima que existam atualmente 284 representantes que são a favor das criptomoedas, enquanto 132 se manifestam contra elas.

Porém, segundo a mídia, as maiores aspirações dos representantes do setor de criptomoedas são mudar a política da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) após a hipotética renúncia de seu presidente, Gary Gensler, promessa que Trump fez em uma conferência sobre a bitcoin em julho.

"Os candidatos geralmente prometem muitas coisas quando concorrem a cargos públicos [...] mas espero que Trump pretenda cumpri-las", comentou o fundador da consultoria de investimentos em criptomoedas Two Prime, Alexander Blume.

Embora as eleições nos EUA tenham sido realizadas há relativamente pouco tempo e Donald Trump só tome posse em janeiro de 2025, esta reeleição já teve repercussões no setor das criptomoedas.

Por exemplo, o bitcoin experimentou um crescimento sem precedentes nos dias seguintes às eleições, quebrando seu recorde histórico e ultrapassando US$ 80.000 (R$ 459.000) pela primeira vez na história neste domingo (10).

No entanto, vários analistas alertam que este não é o limite do crescimento, e que o preço do bitcoin continuará a subir até atingir a marca dos seis dígitos.

¨      Caso Boeing nos EUA é 'um aviso' para o renascimento industrial norte-americano

A decisão da empresa aeronáutica norte-americana Boeing lembra que a renovação industrial dos Estados Unidos depende mais da sua capacidade de realizar reformas internas do que de restringir a concorrência externa, como Washington tem feito com a China, segundo editorial do Global Times.

Depois de quase dois meses de greve, e no meio de uma grave crise causada em parte por uma série de acidentes que centraram as atenções na fabricação e manutenção dos seus aviões, a empresa Boeing finalmente chegou a um acordo com os seus funcionários, acordando, entre outros benefícios, aumento salarial de 38% em quatro anos.

De acordo com um editorial do Global Times, é preciso refletir sobre as implicações que este pacto terá em relação ao futuro da indústria transformadora dos EUA e à hostilidade de Washington para com a China, que tanto caracterizou o primeiro governo de Donald Trump, bem como a administração de Joe Biden.

"O acordo da Boeing [com os seus funcionários] não é apenas sobre a paz laboral em uma empresa; é um aviso para escolher o caminho certo em direção ao renascimento industrial [dos Estados Unidos] da América", expressa o editorial.

Neste sentido, o jornal recorda que, nos últimos anos, ambos os governos têm procurado promover a reindustrialização dos Estados Unidos, depois de as políticas neoliberais promovidas tanto por Ronald Reagan como por Bill Clinton, e continuadas pelos seus sucessores, terem devastado a classe trabalhadora do país, como resultado da relocação de um elevado percentual de suas indústrias.

Ao mesmo tempo, as políticas extremas de Washington em relação à China também têm sido inegáveis, baseadas em uma combinação de uma guerra comercial incessante, altas barreiras tarifárias e limitações às exportações de chips.

No entanto, a mídia afirma que as mudanças no comércio global não podem ser resolvidas através de muros tarifários ou políticas de contenção dirigidas aos concorrentes estrangeiros para aumentar a produção local, como ficou claro na resolução do conflito entre o fabricante de aeronaves e o seu sindicato.

"As lutas e os sucessos da Boeing têm sido há muito tempo um barômetro das proezas industriais norte-americanas. Como o maior fabricante de aeronaves comerciais do país e um empreiteiro de defesa crucial, a Boeing personifica o poder industrial [dos Estados Unidos] da América e os desafios atuais. A recente disputa trabalhista contribuiu para as perdas da empresa de mais de US$ 6 bilhões [cerca de R$ 34,5 bilhões] e revelou falhas mais profundas na indústria manufatureira norte-americana: a tensão entre manter salários competitivos, garantir a qualidade do produto e competir globalmente", afirma o artigo.

A resolução, argumentam, é um "raio de esperança" para a economia do país e demonstra que a indústria transformadora norte-americana ainda pode proporcionar empregos à classe média, mas também destaca a complexa transformação do comércio global e do novo cenário nacional.

"Continuar aumentando os salários em vez de aumentar a produtividade apenas atrasará a transformação que a empresa deve empreender. Na verdade, o incidente da Boeing mostra que o antigo caminho [para uma empresa ser bem-sucedida e lucrativa] já não existe", aponta.

Assim, a mídia destaca que é hora de a indústria manufatureira dos EUA enfrentar seus principais desafios: modernizar as relações trabalhistas, investir no desenvolvimento da força de trabalho e adotar a inovação, mantendo, ao mesmo tempo, a excelência na manufatura.

A mídia indica ainda que Washington deve se concentrar em políticas que facilitem esta transformação, investindo recursos na educação técnica, no apoio à pesquisa e desenvolvimento e na modernização das infraestruturas. Isto em vez daquela que tem sido a sua estratégia preferida há quase dez anos, que tem sido antagonizar a China e as suas empresas para tentar travar, sem sorte, o crescimento do gigante asiático, e apenas prejudicando os consumidores do seu próprio país.

"Estas reformas internas, e não barreiras externas, determinarão se a indústria transformadora norte-americana pode prosperar no século XXI. Este é um apelo à ação, um lembrete de que o poder de moldar o futuro da indústria transformadora norte-americana está nas mãos dos norte-americanos. A evidência é clara: a cooperação internacional, e não o confronto, serve melhor aos interesses industriais norte-americanos", observa o artigo.

À medida que o próximo governo dos EUA toma forma, liderado novamente por Donald Trump após a sua vitória esmagadora na semana passada sobre a candidata democrata, a vice-presidente Kamala Harris, a mídia conclui que será importante ter em conta que a renovação industrial dos Estados Unidos depende mais da sua capacidade de levar a cabo reformas internas do que uma estratégia de procurar restringir a concorrência externa.

¨      Senador dos EUA diz que Ucrânia não conseguirá vencer conflito com a Rússia e defende fim de ajuda

O senador republicano do Alabama, Tommy Tuberville, afirmou nesta terça-feira (12) que a Ucrânia não conseguirá vencer o conflito com a Rússia. Apoiadores do presidente eleito Donald Trump também defenderam auditoria da ajuda norte-americana enviada ao regime de Kiev.

"Eles não podem vencer. Eles não têm pessoas suficientes. Não sei em que Trump pretende cortar o apoio para tirá-los dessa situação, mas não podemos continuar enviando dinheiro para eles", declarou o político em entrevista à Fox News.

Recentemente, o empresário Elon Musk concordou que, após o fim do conflito na Ucrânia, será necessário auditar a ajuda norte-americana a Kiev.

Na última segunda (11), o deputado da Duma Estatal da Crimeia e membro do comitê de segurança, Mikhail Sheremet, incentivou Trump a revisar toda a ajuda concedida nos últimos anos à Ucrânia. Para o parlamentar, existe um esquema de desvio e lavagem de dinheiro do recurso.

Trump prometeu que conseguiria resolver o conflito ucraniano por meio de negociações "em apenas um dia". Na Rússia, a questão é considerada muito complexa para uma solução tão simples.

Além disso, o republicano criticou diversas vezes a postura dos EUA no conflito, além do ucraniano Vladimir Zelensky, a quem chamou de "comerciante" em comícios, mencionando que cada visita ao país termina em ajuda bilionária do governo norte-americano.

<><> Exército dos EUA não tem condições de 'vencer nenhum inimigo'

O senador republicano declarou ainda que os Estados Unidos atualmente não tem capacidade para vencer nenhum adversário no campo de batalha. "Precisamos armar nosso Exército, que é um desastre absoluto. Não seríamos capazes de derrotar ninguém neste momento", afirmou.

Em julho, foi publicado um relatório da Comissão de Estratégia de Defesa Nacional, autorizada por congressistas norte-americanos para realizar uma análise e fornecer recomendações na área de defesa do país. De acordo com o documento, as Forças Armadas não possuem capacidade para manter a superioridade sobre um inimigo em caso de confronto direto

<><> Ex-soldado do Exército ucraniano relata quanto custa não ir para linha de frente

O documento que dá o direito a um cidadão ucraniano não ser imediatamente mobilizado custa na Ucrânia US$ 700 (pouco mais de R$ 4 mil) por mês, informou um prisioneiro de guerra, ex-soldado ucraniano, Sergei Revenko, à Sputnik.

Em 24 de fevereiro de 2022, a Ucrânia declarou uma mobilização geral, proibindo que homens em idade de recrutamento militar deixassem o país para que pudessem ser convocados para lutar a qualquer momento.

O atual líder ucraniano Vladimir Zelensky também declarou a lei marcial.

De acordo com ela, todos os homens entre 18 e 60 anos são considerados sujeitos ao dever militar e podem ser mobilizados, a menos que tenham o chamado adiamento.

No entanto, as instituições ou empresas podem solicitar um adiamento da mobilização para seus funcionários "mais valiosos". Só que para isso têm que pagar.

"Seu chefe deve pagar para que você tenha um adiamento por um mês [para que você] vá trabalhar, não seja levado, possa se mover livremente pela cidade, 30 ou 32 mil [grívnias ucranianas, cerca de US$ 700] por mês", disse o ex-soldado ucraniano mobilizado.

Revenko contou que havia um homem com ele no centro de recrutamento que trabalhava em uma agência do governo e que veio para estender seu adiamento, válido por mais uma semana.

Porém, esse homem também foi mobilizado e enviado para o centro de treinamento no mesmo grupo onde estava Revenko.

A lei sobre a intensificação da mobilização na Ucrânia entrou em vigor em 18 de maio.

Ela facilita o processo de recrutamento de civis para o Exército e estabelece penas mais rigorosas contra quem evita ser mobilizado.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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