Quem é o deputado
investigado por chefiar grupo miliciano na Bahia
O deputado estadual Kleber Cristian Escolano
de Almeida, conhecido como Binho Galinha, é apontado pela Polícia Federal como
suspeito de chefiar uma milícia em Feira de Santana, cidade a 100 km de
Salvador.
A operação da PF foi deflagrada nesta
quinta-feira (7) e, além do parlamentar, outras 14 pessoas são investigadas -
entre elas, três policiais militares que seriam o responsáveis por formar o
"braço armado" da milícia. O trio está na Coordenadoria de Custódia
Provisória, à disposição da Justiça, conforme a corporação.
• Conheça
o deputado investigado:
👉 46 anos;
👉 Nascido na cidade de
Milagres, a 245 km de Salvador;
👉 Morador de Feira de
Santana há pelo menos 31 anos;
👉 Se intitula como
empresário;
👉 Ganhou o apelido
"Binho Galinha", porque já trabalhou em um abatedouro entregando
aves;
👉Também já trabalhou como
carroceiro e pintor;
👉 Tem imóveis na cidade de
Feira de Santana e outros municípios vizinhos;
👉 Em 2022 foi eleito pela
primeira vez como deputado estadual, pelo partido Patriota;
👉 Recebeu 49.834 votos e foi
o segundo mais votado na cidade;
👉 No site da Assembleia
Legislativa da Bahia (Alba), o estado civil dele aparece como solteiro.
👉 Após ser eleito, em 2023 o
deputado se tornou vice-líder do bloco parlamentar dos partidos
MDB/PSB/Patriota/PSC/Avante.
• Entenda
o caso
Além do deputado, outras 14 pessoas,
incluindo PMs, são suspeitas de integrar o grupo criminoso — Foto: Ministério
Público da Bahia
Binho e outras 14 investigados tiveram mais
de R$ 200 milhões das contas bancárias bloqueadas nesta quinta-feira (7),
quando foi deflagrada a operação da Polícia Federal em parceria com outros
órgãos e instituições, incluindo o Ministério Público da Bahia (MP-BA).
Segundo a PF, o grupo é investigado por
lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, desmanche
de veículos e outros crimes.
• Ao
longo das investigações, ainda foram apontados que os suspeitos tinham:
👉 inconsistências fiscais;
👉 movimentação financeira
incompatível;
👉 propriedade de bens móveis
e imóveis não declarados;
👉 indícios de lavagem de
dinheiro.
Além dos R$ 200 milhões, outros bens foram
bloqueados e mandados de busca e apreensão foram expedidos - inclusive em
fazendas e outros imóveis do deputado.
>> Confira:
👉 bloqueio de 26
propriedades urbanas e rurais;
👉 10 mandados de prisão
expedidos;
👉 35 mandados de busca e
apreensão expedidos;
👉 suspensão das atividades
econômicas de seis empresas.
Em nota, o parlamentar informou que está à
disposição da Justiça e que os fatos serão esclarecidos. Além disso, afirmou
que as atividades legislativas seguirão sem alterações nos próximos dias.
Confira íntegra abaixo:
"Tendo em vista as denúncias feitas
pelo Ministério Público Estadual (MPE) e que a pedido da Justiça estão sendo
apuradas, com ações no dia de hoje (07) pela Policia Federal, Receita Federal,
e o próprio MPE em Feira de Santana e região, o deputado estadual Binho Galinha
vem a público esclarecer que está a inteira disposição da Justiça da Bahia, e
que tudo será esclarecido no momento próprio. Mantemos nossas atividades
pessoais e legislativas sem alteração. Confio na Justiça e estou à disposição
para dirimir dúvidas e contribuir quanto a transparência dos fatos. No mais
dizer que nosso jurídico está tomando as devidas providências para junto a
Justiça prestar os esclarecimentos."
Filho
e esposa de deputado investigado por chefiar grupo miliciano são presos na BA
A esposa e filho do deputado estadual Binho
Galinha, investigado por suspeita de chefiar uma milícia ligada à agiotagem e
outros crimes em Feira de Santana, foram presos na quinta-feira (7). As prisões
ocorreram durante o cumprimento de mandados de prisão preventiva pela Polícia
Federal e pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).
A esposa do parlamentar foi identificada
como Mayana Cerqueira da Silva, de 43 anos, e o filho como João Guilherme
Cerqueira da Silva Escolano, de 18.
O parlamentar não foi preso, por causa do
direito ao foro privilegiado. Ele informou que está à disposição da Justiça e
que os fatos serão esclarecidos. Além disso, afirmou que as atividades
legislativas seguirão sem alterações nos próximos dias
A esposa e o filho de Binho passaram por
audiência de custódia em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Mayana
teve prisão convertida para domiciliar, porque tem uma filha ainda criança.
João Guilherme teve a preventiva mantida e foi encaminhado para o presídio em
Salvador.
O advogado Rafael Esperidião, que atua na
defesa de Mayana e João Guilherme, informou que vai ambos estão á disposição da
Justiça para colaborar com o que for necessário. [Veja nota na íntegra ao final
da matéria]
Ao todo, 15 pessoas foram denunciadas pelo
MP-BA e são investigadas. Dez mandados de prisão preventiva foram expedidos e
seis prisões concluídas - entre elas, a da esposa e do filho de Binho Galinha.
Quatro pessoas estão foragidas.
Além dos familiares do suspeito, três
policiais militares que formavam o "braço armado" da milícia estão
entre os presos, mas não tiveram os nomes divulgados. Eles estão na
Coordenadoria de Custódia Provisória
A produção da TV Bahia apurou a função que
eles desempenhavam no grupo. Entenda:
👉 João Guilherme Cerqueira
da Silva Escolano: filho do deputado estadual. Ele era responsável por receber
o dinheiro do crime desde quando ainda tinha menos de 18 anos. Ele repassou
para o pai cerca de R$ 474 mil.
👉 Mayana Cerqueira da Silva:
esposa do deputado estadual. As investigações apontaram movimentação financeira
incompatível com os rendimentos declarados à Receita Federal e a maioria das
transações feitas por ela envolvem os outros suspeitos.
👉 Jorge Vinícius de Souza
Santana Piano: principal operador financeiro da organização criminosa e amigo
de Binho Galinha. Conforme investigações, ele movimentou mais de R$ 39 milhões,
o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal.
👉 Jackson Macedo Araújo
Júnior: conforme investigações, ele movimentou quase R$ 4 milhões, o que não
condiz com a condição econômica declarada à Receita Federal.
👉 Josenilson Souza da
Conceição: bacharel em direito, o suspeito movimentou em suas contas pouco mais
de R$ 1,7 milhão, o que não condiz com o que foi declarado à Receita Federal.
👉 Roque de Jesus Carvalho:
movimentou mais de R$ 9 milhões entre janeiro de 2013 e março de 2023, o que
não condiz com o que foi declarado à Receita Federal nestes 10 anos.
• Investigações
As investigações apontaram que o grupo é
suspeito por lavar dinheiro de jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada
e desmanche de veículos. Em um dos imóveis inspecionados pela Polícia Federal,
foram encontradas milhares de peças de carros.
Durante o cumprimento dos mandados de busca
e apreensão e prisão, feitos na quinta-feira, diversos bens dos investigados
foram bloqueados. Confira:
👉 bloqueio de R$ 200
milhões;
👉 bloqueio de 26
propriedades urbanas e rurais;
👉 10 mandados de prisão
expedidos;
👉 35 mandados de busca e
apreensão expedidos;
👉 suspensão das atividades
econômicas de seis empresas.
>>>> Posicionamentos
• Filho
e esposa do deputado estadual
O advogado Rafael Esperidião emitiu a
seguinte nota:
"A defesa que patrocina Mayana
Cerqueira e João Guilherme Cerqueira , esclarece que a analisará tudo e o todo
que foi anexado aos autos, assim que lhe for franqueada vista da íntegra da
documentação. Ademais, é importante frisar que qualquer conclusão nesse momento
será meramente especulativa e temerária. Ademais, os acusados se resguardam ao
direito de se manifestar no momento processual adequado sobre o que for
necessário à elucidação dos fatos e demonstração da verdade. Além disso, se
colocam desde já a disposição da justiça, colaborando no que for necessário No
mais, reservar-se ao direito de se manifestar apenas em momento oportuno nos
autos do processo".
• Polícia
Militar
O g1 pediu um posicionamento da Polícia
Militar, já que três investigados são PMs que trabalhavam com a cobrança das
dívidas por agiotagem e jogo do bicho, mas não teve retorno até a publicação
desta reportagem.
• Assembleia
Legislativa da Bahia
A Assembleia Legislativa da Bahia (Alba)
informou que não sabia da operação da Polícia Federal e que não haverá nenhum
tipo de sanção ao parlamentar enquanto durarem as investigações. Confira
íntegra abaixo:
"A Assembleia Legislativa da Bahia não
foi informada, muito menos citada, a respeito da Operação realizada pela
Polícia Federal na manhã desta quinta-feira (07/12). As investigações
estritamente ocorrem no âmbito policial. Caso a ALBA seja notificada ou instada
a se pronunciar, o fará de pronto. O Regimento Interno da Casa não prevê nenhum
tipo de sanção a parlamentares durante o transcorrer de investigações".
Fonte: g1
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