quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

Parto normal: o que é, fases e benefícios

O parto normal, também conhecido como parto vaginal, é processo pelo qual a gestante dá à luz por meio do canal vaginal. Por ter baixo risco de complicações, esse tipo de parto é mais recomendado para gestações sem risco. O parto vaginal ocorre naturalmente depois das 37 a 42 semanas da gestação.

·        Como é o procedimento do parto normal?

O parto normal é dividido em três estágios diferentes: trabalho de parto, nascimento e retirada da placenta.

·        Trabalho de parto

O primeiro estágio começa com as contrações uterinas e termina quando o cérvix se dilata em dez centímetros, para a passagem do bebê. Dentro da categoria do trabalho de parto existem mais três fases:

# Trabalho de parto precoce: quando as contrações começam e o cérvix passa a dilatar e ficar fino;

# Trabalho ativo: as contrações ficam mais fortes e duram cerca de um minuto cada, com um espaço de três minutos. Esse é um dos momentos mais dolorosos do parto normal, e por isso algumas pessoas solicitam anestesia;

# Parto de transição: acontece minutos antes do cérvix alcançar os dez centímetros de dilatação. Nesse momento, as contrações vêm mais fortes e duram mais que um minuto, podendo fazer a gestante suar, vomitar ou tremer;

·        Nascimento 

Depois do trabalho de parto, se inicia o nascimento, mais ou menos quando o cérvix chega a sua dilatação final. Nessa fase do parto normal, a gestante sente contrações fortes e precisa empurrar o bebê para fora do útero. É normal que você sinta uma pressão semelhante a de ir ao banheiro. 

Para pessoas que escolhem utilizar a anestesia, o profissional responsável pelo parto normal pode indicar a melhor forma de forçar o bebê para fora. O estágio do nascimento dura alguns minutos, ou algumas horas, e é mais rápido para pessoas que já tiveram um parto vaginal anteriormente.

·        Retirada da placenta

Também chamada de pós-parto, a retirada da placenta ocorre um pouco depois que o bebê é removido através da vagina. Após a criança sair é normal que o médico peça para que a gestante continue empurrando, com intuito de expelir a placenta — o processo dura cerca de 30 minutos.

·        Quais são os tipos de parto normal?

O parto vaginal tem diferentes formas de ser realizado, algumas exigem intervenções médicas e outras são consideradas mais “naturais”:

# Parto natural: quando o procedimento é feito sem nenhuma intervenção médica ou uso de medicamentos;

# Parto induzido: são utilizados medicamentos para induzir o trabalho de parto e preparar o cérvix;

# Parto normal assistido: quando o parto vaginal acontece com ajuda de um fórceps ou de um dispositivo de vácuo para retirar o bebé;

·        Como saber se uma pessoa está em trabalho de parto?

As principais formas de identificar se você entrou em trabalho de parto é observando as contrações uterinas, que começam indolores e vão ficando cada vez mais frequentes e dolorosas. Além disso, você pode sentir pressão na virilha, aumento da secreção vaginal, ter saída de um rolhão mucoso e a diminuição dos movimentos do feto. 

Ao chegar no hospital os médicos irão avaliar o trabalho de parto por meio da técnica de toque vaginal, que identifica a dilatação do colo do útero. Também é realizada a cardiotocografia, exame que avalia se a gestante tem contrações e se o feto está em boas condições.  Por fim, a avaliação do bem estar fetal é finalizada pela ecografia obstétrica.

·        Quais são as vantagens do parto normal?

O parto vaginal é preferido por alguns profissionais e gestantes devido aos seus benefícios:

  • Curto período de recuperação
  • Reduz futuras complicações em outras gestações
  • Menores chances de condições respiratórias no bebê
  • Sistema imunológico melhorado
  • Início mais rápido da lactação
  • Menor risco de infecção
  • Redução das complicações atreladas a anestesia

<<<< Quais são  as complicações relacionadas ao parto normal?

Apesar de ser um procedimento consideravelmente seguro, existe a possibilidade de complicações resultantes do parto vaginal. Isso porque todos os partos carregam algum tipo de risco. 

# Parto interrompido: quando o trabalho de parto desacelera e para, fazendo com que o cérvix não dilate. Para que as contrações voltem o médico pode prescrever ocitocina a paciente;

# Ritmo cardíaco fetal irregular: quando os batimentos cardíacos do feto desaceleram porque a corda umbilical ou a sua cabeça estão comprimidas;

# Hemorragia: sangramento excessivo que é um risco para a vida da gestante e do bebê;

# Lacerações perineais: pequenos rompimentos na região da vagina e do reto que surgem em decorrência do nascimento;

# Trombose venosa profunda: coágulos sanguíneos que surgem nas pernas e na pélvis um pouco depois do parto; 

# Pré-eclâmpsia pós-parto: pressão sanguínea mais alta do que o normal após o procedimento do parto;

Além das possíveis complicações, o parto normal pode ser seguido de efeitos colaterais como a constipação, dor na região vaginal, alterações de humor, sangramento, hemorróidas, cólica e dor de cabeça. Algumas pessoas também experienciam depressão pós-parto, uma condição que causa tristeza e desânimo pouco depois do nascimento do bebê. 

O parto normal é um procedimento doloroso, entretanto, existem medidas que ajudam a reduzir a dor. Por exemplo: a anestesia epidural, que entorpece o corpo da cintura para baixo e alivia a dor de gestantes.

·        Quem não pode fazer o parto normal?

O parto vaginal é um dos procedimentos mais seguros, porém, nem todas as pessoas podem fazê-lo. Isso porque algumas complicações durante a gestação impedem a sua realização, fazendo com que a gestante tenha que optar pela cesárea. Os motivos pelos quais alguém não pode ter um parto normal são:

  • O bebé está em posição pélvica;
  • Problema com a placenta;
  • Uma infecção não tratada ou lesões genitais abertas do vírus da herpes;
  • Problema de saúde crônico.

 

Ø  Cesárea: o que é, cuidados e tipos

 

A cesárea é uma cirurgia feita no abdômen e no útero da gestante para a retirada do bebê. A cesariana só é recomendada quando o parto normal não é possível ou seguro. Isso porque ela está relacionada a uma série de riscos à saúde da grávida e do feto. No entanto, é possível solicitar que o parto de cesárea seja perfomado em casos em que não é necessário.

·        Quando a cesárea é necessária?

O parto por cesárea é recomendado em casos como:

# O trabalho de parto não progride: quando a dilatação do cérvix não acontece e as contrações vão diminuindo, em vez de aumentar, o profissional de saúde pode recomendar a realização da cesariana em prol da saúde do bebê e da gestante;

# Perigo para a criança: quando existe algo ameaçando o bem-estar do bebê, a falta de oxigênio ou redução dos batimentos cardíacos, a cesárea pode ser a melhor alternativa;

# Posição do bebê: quando o feto está em uma posição inadequada para o parto normal, com os pés ou as costas viradas em direção a saída do útero, e não for possível mudar isso, a cesárea é realizada;

# Gravidez de múltiplos: na maioria dos casos em que a mãe carrega dois ou mais bebês em uma única gestação, o parto por cesariana é recomendado;

# Problemas com a placenta: acontece quando a placenta ocupa a saída do útero, o cérvix;

# Cordão umbilical prolapsado: quando o cordão umbilical sai pelo cérvix antes do feto;

# Condições pré-existentes: para quem sofre com algum tipo de doença crônica ou condição pré-existente que possa dificultar o parto normal;

# Bloqueio: uma fibroide bloqueia o canal vaginal por onde é realizado o parto. Também pode ocorrer quando há fratura pélvica ou a cabeça do bebé é maior do que o canal aguenta;

# Cirurgia ou cesariana anterior: pessoas que já passaram por cesarianas e cirurgias na região do abdome/útero podem precisar do procedimento;

·        Como é feita a cirurgia de cesárea?

A cesárea é feita por meio de um corte no abdômen e no útero da gestante, por onde a criança é retirada. É possível ter um parto por cesárea planejado (eletivo) ou emergencial quando há risco para a vida da criança e da mãe. Antes de mais nada, converse com o médico responsável pela gravidez para entender qual a melhor alternativa para o caso: uma cesariana, um parto normal ou natural?

Ao todo existem dois tipos diferentes de cesáreas, o primeiro é feito com uma incisão horizontal no abdômen, próximo ao estômago, também chamado de “linha do biquini”. Essa alternativa cicatriza com maior facilidade e deixa uma marca menos visível, além de gerar menos riscos para a próxima gestação.

O segundo tipo de cesárea é a incisão clássica, em que um corte vertical é feito no útero. Nesse caso o corte do abdômen pode ser vertical ou horizontal. Esse tipo de cesariana só é usada em casos de emergência extrema, pois pode aumentar a chance de problemas em gestações futuras.

·        Como funciona a anestesia da cesárea?

A anestesia é um bom dispositivo para lidar com as dores do parto. Ela pode ser aplicada tanto no parto normal como na cesária. No caso da última, para que o procedimento seja realizado é essencial a aplicação de algum tipo de anestesia na gestante. Para isso existem três opções:

# Anestesia espinhal: o tipo mais comum na cesariana planejada. Uma agulha é inserida entre os ossos da espinha e a anestesia é injetada. Isso faz com que não se sinta dor de ombro para baixo e a paciente continue acordada durante todo o procedimento;

# Anestesia epidural: usada em todos os tipos de parto para aliviar a dor das contrações. Na epidural um tubo é acoplado na espinha da paciente, onde é injetada a anestesia, que deixa a parte da cintura para baixo dormente;

# Anestesia geral: acontece em casos emergenciais em que o bebê precisa ser retirado do útero rapidamente. Nesse caso a gestante respira por meio de um tubo de oxigênio a anestesia e apaga completamente. Ou seja, ela dorme durante o parto;

Importante frisar que cesáreas de emergência precisam ser autorizadas pela gestante ou por um responsável legal que a acompanha. Sempre converse com o médico sobre suas vontades a respeito do parto e qual a melhor anestesia para o caso.

·        Quais os riscos da cesárea?

Assim como qualquer outro tipo de cirurgia, a cesárea possui riscos. Quando se trata do bebê os maiores riscos são a falta de oxigênio que resulta em problemas respiratórios e lesões cirúrgicas acidentais. 

 No caso das mães, a cesariana pode causar:

  • Infecções no endométrio do útero e no trato urinário;
  • Perda de sangue;
  • Reações alérgicas a anestesia;
  • Coágulos sanguíneos;
  • Lesão cirúrgica;
  • Gestações de risco no futuro;

>>> O que acontece depois da cesárea?

Pacientes que fazem parto por cesariana passam mais tempo no hospital do que aquelas que escolhem o parto normal. Isso porque a pessoa precisa se recuperar da cirurgia, evitando certos alimentos nas primeiras horas e não fazendo esforço físico. Além disso, é preciso garantir que não haja nenhuma complicação.

Assim que o efeito da anestesia passa, o bebê é levado para a mãe, onde deve ter o contato pele com pele e fazer a amamentação. Conforme o tempo for passando, a paciente vai poder andar, comer e ir ao banheiro sozinha. Quando isso acontecer ela poderá sair da observação e logo receberá a alta.

Ao voltar para casa, é importante se manter em repouso, deixando tudo aquilo que diz respeito ao cuidado do bebê por perto para evitar esforços exagerados. Alguns médicos também podem prescrever medicamentos para aliviar a dor da cirurgia, por isso evite dirigir nas duas primeiras semanas após a cirurgia.

Por fim, é importante que a paciente espere pelo menos seis semanas antes de voltar a ter relações sexuais. Afinal, ela pode acabar contraindo algum tipo de infecção que cause problemas para a região recém operada. 

 

Fonte: eCycle

 

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