quarta-feira, 8 de novembro de 2023

Rússia formaliza saída do tratado sobre Forças Armadas pós-Guerra Fria

A Rússia formalizou, nesta terça-feira (7), a sua saída do Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (CFE). O acordo limitava importantes categorias das forças armadas convencionais, culpando os Estados Unidos na queda da segurança pós-Guerra Fria com a ampliação da aliança militar da Organização do Tratado Atlântico (Otan).

À época, o tratado foi criado para evitar que qualquer um dos lados da Guerra Gria acumulasse forças para uma "ofensiva rápida" contra o outro na Europa. Contudo, agradava poucos em Moscou. Afinal, reduzia a vantagem da União Soviética em armas convencionais.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a Rússia havia se retirado formalmente do pacto à meia-noite - e que o tratado agora era "história".

"O Tratado CFE foi concluído no final da Guerra Fria, quando a formação de uma nova arquitetura de segurança global e europeia baseada na cooperação parecia possível, e tentativas apropriadas foram feitas", pontuou o ministério.

Os aliados da Otan condenaram nesta terça-feira (7) a decisão da Rússia, acrescentando que, como consequência, pretendiam suspender a operação do tratado enquanto necessário.

·         Reino Unido e aliados da OTAN suspendem operação do FACE após Rússia concluir saída do tratado

O Reino Unido e seus aliados da Aliança Atlânrica decidiram suspender a participação no Tratado sobre Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE) após a retirada da Rússia, disse o Ministério das Relações Exteriores britânico nesta terça-feira (7).

A Rússia concluiu hoje (7) o processo de saída do Tratado das Forças Armadas Convencionais na Europa (FACE), anunciou a chancelaria do país.

O Ministério das Relações Exteriores russo pontuou que a "responsabilidade direta dos países da OTAN", a qual "incitou o conflito na Ucrânia, bem como a admissão da Finlândia na aliança e a consideração de um pedido semelhante da Suécia", levou Moscou a tomar a decisão.

"Até mesmo a preservação formal do FACE tornou-se inaceitável do ponto de vista dos interesses fundamentais de segurança da Rússia", disse o ministério.

O Reino Unido e seus aliados da OTAN condenaram a decisão acrescentando que, como consequência, estavam suspendendo a operação do tratado enquanto for necessário.

"Em resposta à medida da Rússia, o Reino Unido, juntamente com os seus aliados, decidiu suspender a sua participação no Tratado FACE e trabalhar com nações com ideias semelhantes para desenvolver e implementar medidas de estabilização voluntárias", afirmou a chancelaria britânica.

A OTAN apoiou a medida britânica afirmando que "embora reconheça o papel do FACE como pedra angular da arquitetura de segurança euro-atlântica" uma situação em que os "Estados cumpram o tratado enquanto a Rússia não o faz seria insustentável".

"Portanto, como consequência, os Estados aliados pretendem suspender a aplicação do Tratado FACE durante o tempo que for necessário, de acordo com os seus direitos ao abrigo do direito internacional. Esta é uma decisão totalmente apoiada por todos os aliados da OTAN", disse o comunicado citado pela Reuters.

 

·         'Onde está a AIEA?': declaração de Israel sobre arma nuclear levanta muitas questões, diz Moscou

 

A declaração do ministro suspenso para os Assuntos de Jerusalém israelense, Amichai Eliyahu, sobre o possível lançamento de uma bomba nuclear sobre a Faixa de Gaza levantou muitas questões na comunidade internacional, disse nesta terça-feira (7) Maria Zakharova.

"Isso levantou um grande número de questões. Pergunta número um — acontece que ouvimos declarações oficiais sobre a existência de armas nucleares?", questionou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, ao programa Solovyov Live.

As organizações internacionais, principalmente a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), deveriam ter prestado atenção às palavras do funcionário israelense, mas não houve reação, de acordo com a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo.

"As perguntas seguintes que surgiram para todos foram: onde estão as organizações internacionais, onde está a AIEA, onde estão os inspetores?", destacou Zakharova.

Anteriormente, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, suspendeu Amichai Eliyahu, que disse que lançar uma bomba nuclear na Faixa de Gaza era "uma das opções possíveis" no conflito.

·         Irã insta ao desarmamento nuclear imediato dos 'bárbaros' israelenses

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, instou ao desarmamento nuclear de Israel, após o ministro dos Assuntos e Patrimônio de Jerusalém, Amichai Eliyahu, sugerir um ataque nuclear contra Gaza.

Em uma entrevista, realizada no domingo (5), Eliyahu sugeriu um ataque nuclear contra o enclave palestino, que tem aproximadamente 2,3 milhões de pessoas.

Por sua vez, para a autoridade iraniana esse tipo de sugestão indica a falha de Israel em combater o Hamas.

"A declaração do ministro do regime de Israel para se usar a bomba atômica mostra a verdadeira derrota do regime contra a resistência", afirmou Abdollahian.

Ao mesmo tempo, o ministro iraniano adicionou que o Conselho de Segurança da ONU e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) devem tomar medidas imediatas para desarmar o "bárbaro" regime israelense, que está cometendo um genocídio com o apoio dos EUA.

 

·         EUA admitem que sua dependência do urânio enriquecido barato da Rússia ameaça segurança nacional

 

A dependência dos Estados Unidos em relação ao combustível nuclear russo é uma preocupação séria e uma ameaça em estado crítico à segurança nacional do país, disse Kathryn Huff, secretária assistente de Energia Nuclear dos EUA, em uma entrevista ao jornal Financial Times.

"É muito importante nos livrarmos de nossa dependência [da energia nuclear], especialmente da Rússia […]. Sem ações, a Rússia continuará a deter esse mercado […] é realmente importante para a segurança nacional, o clima e nossa independência energética", ressaltou Kathryn Huff.

É uma "séria preocupação" o fato de que cerca de 20% do combustível para reatores nucleares dos EUA está sob contratos com fornecedores russos, destacou a secretária assistente de Energia Nuclear.

A Rússia controla quase 50% da capacidade de enriquecimento de urânio para a produção de energia nuclear do mundo, tendo trabalhado com sucesso há anos para minar a cadeia de suprimentos da indústria nuclear dos EUA ao "despejar produtos baratos de urânio enriquecido nos mercados mundiais", afirmou Kathryn Huff.

O governo Biden solicitou US$ 2,16 bilhões (R$ 10,84 bilhões) ao Congresso para apoiar uma estratégia de incentivo às empresas americanas de aumento da capacidade de enriquecimento e conversão do urânio, de acordo com Huff.

O sucesso desses investimentos estatais dependerá da imposição de restrições de longo prazo aos produtos e serviços nucleares russos, acrescentou a secretária assistente de Energia Nuclear.

"Vimos no passado que o despejo de produtos baratos de urânio enriquecido da Rússia historicamente prejudicou muito nosso ciclo de combustível e nos trouxe até onde estamos hoje", explicou Huff.

Os Estados Unidos precisam assinar de cinco a dez contratos para novos reatores nos próximos dois ou três anos para cumprir suas metas climáticas até 2050, resumiu ela.

 

·         'Caminho para golpe': atitude de Zelensky com militares pode acabar mal, diz ex-analista da CIA

 

As ações do presidente Vladimir Zelensky podem desencadear um golpe militar, disse o ex-analista da Agência Central de Inteligência (CIA), Larry Johnson, em uma entrevista ao canal Judging Freedom no YouTube.

"Zelensky começou a descomissionar generais e militares de alto escalão. Acredito que esse seja o caminho para um golpe", afirmou o ex-analista da CIA.

"Em algum momento, as Forças Armadas ucranianas podem dizer: 'Espere um pouco, não permitiremos que esse palhaço nos leve à morte'", ressaltou Larry Johnson.

Na Ucrânia percebem que não são mais o objeto de afeição de Washington. O líder ucraniano está muito distante da realidade, negando a difícil situação no front, de acordo com Johnson.

"A Ucrânia não está avançando, e sim recuando. Ela não tem pessoal, e isso é o mais importante", resumiu ele.

Anteriormente, o comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas Valery Zaluzhny disse à The Economist que as Forças Armadas ucranianas estão em um beco sem saída — "muito provavelmente, não haverá um avanço profundo e bonito", afirmou.

 

·         Sinal para o Ocidente: Kiev não consegue reconquistar 'territórios perdidos', diz ex-general polonês

 

A Ucrânia não conseguirá retomar a Crimeia, como evidenciou uma entrevista recente com o comandante em chefe das Forças Armadas da Ucrânia, destacou o general aposentado polonês Tomasz Drewniak ao portal Wirtualna Polska.

"As autoridades ucranianas terão dificuldade em comunicar isso aos seus cidadãos. A mensagem do presidente e de sua equipe é que eles estão vencendo, que recuperarão a Crimeia e restaurarão as fronteiras que existiam antes de 2014. Aparentemente, é sobre isso que o general Zaluzhny falou, que esse cenário pode ser irrealista", disse Tomasz Drewniak.

O governo de Kiev tinha muita ambição, inclusive por causa do fornecimento de equipamentos ocidentais. Na verdade, o próprio comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas admitiu que tudo está perdido, de acordo com Tomasz Drewniak.

As declarações de Zaluzhny podem ter sido um sinal para o Ocidente pedindo ajuda, mas a capacidade dos aliados não é mais tão grande, afirmou Drewniak.

"Acho que o mundo ocidental se moverá na direção de fechar a torneira do apoio à Ucrânia e tentar trazer ambos os lados para a mesa de negociações", resumiu o ex-general.

Anteriormente, Valery Zaluzhny disse à The Economist que as Forças Armadas ucranianas estão em um beco sem saída — "muito provavelmente, não haverá um avanço profundo e bonito", afirmou.

 

·         'Biden teme': mísseis ATACMS de longo alcance não ajudarão Ucrânia a combater a Rússia, diz mídia

 

O presidente dos EUA, Joe Biden, está preocupado com os problemas das Forças Armadas ucranianas no front, bem como com o fato de que os mísseis ATACMS não são capazes de mudar o equilíbrio de poder, informa o The New York Times.

"Os Estados Unidos forneceram a Zelensky todas as armas que ele pediu, inclusive mísseis de longo alcance. [...] Agora ele [Biden] teme que os ATACMS não sejam de grande ajuda para os ucranianos, porque os russos posicionam sua aviação fora do alcance dessas armas", ressalta a publicação.

O chefe da Casa Branca também está alarmado com o fato de alguns países que apoiam o governo de Kiev terem se tornado céticos, escreve o artigo.

"Biden está agora tentando conter o cansaço e o descontentamento com o curso das hostilidades na Ucrânia que surgiram da percepção de que bilhões de dólares em ajuda dos EUA foram desperdiçados", de acordo com o artigo.

"Mesmo com as armas e inteligência fornecidas, não foi possível vencer a forte resistência do Exército russo, que estava bem entrincheirado", resumiu a publicação.

Em outubro, o presidente russo Vladimir Putin classificou como outro erro a decisão dos EUA de fornecer mísseis ATACMS à Ucrânia. Segundo ele, essas armas criam uma ameaça adicional, mas não podem mudar fundamentalmente a situação no front, e a Rússia será capaz de repelir esses ataques.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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