quarta-feira, 4 de outubro de 2023

Tanto falta quanto excesso de carboidratos na dieta elevam mortalidade

Tanto o excesso quanto a falta de carboidratos afetam a expectativa de vida. Sabe-se que os dois extremos estão relacionados a maior taxa de mortalidade e prejuízos a longo prazo, mas ainda há poucos estudos sobre o tema. Agora, o dado acaba de ser reforçado por um novo estudo, publicado no The Journal of Nutrition, feito por cientistas japoneses da Universidade de Nagoya.

Após avaliarem mais de 80 mil voluntários ao longo de quase nove anos, os autores observaram que, de modo geral, o risco de morte por doenças cardiovasculares foi maior entre aqueles que consumiam uma quantidade moderadamente baixa de carboidratos, correspondente a 40% a 50% do total energético diário.

Além disso, constatou-se que homens com ingestão inferior a 40% e mulheres que consumiam em excesso, acima de 65% do total energético ingerido, também apresentaram uma taxa de mortalidade mais elevada, abrangendo principalmente doenças cardiovasculares e câncer. Não houve diferença significativa quanto ao tipo de carboidrato preferido.

Os pacientes acompanhados tinham idades compreendidas entre 35 e 69 anos, com uma média de idade de 55 anos. Durante esse período, eles preencheram questionários detalhados sobre a sua alimentação, fornecendo dados tanto sobre o consumo de carboidratos refinados quanto integrais, gorduras saturadas e insaturadas, além de informações sobre estilo de vida, ingestão de álcool, consumo de tabaco e frequência que praticam atividade física.

“Dietas ricas em carboidratos muitas vezes incluem carboidratos refinados, como arroz branco e pão branco, e esses alimentos costumam refletir hábitos alimentares de baixa qualidade, o que pode levar a uma carga glicêmica cronicamente alta, resultando em consequências metabólicas negativas associadas ao risco de mortalidade”, explica a nutricionista Serena del Favero, do Hospital Israelita Albert Einstein. A alta glicose em circulação aumenta a possibilidade de problemas como a resistência à insulina e predisposição ao diabetes.

•        Dietas restritivas têm riscos

Por outro lado, a restrição excessiva desse nutriente pode envolver uma redução significativa no consumo de alimentos de origem vegetal, como frutas, e, ao mesmo tempo, um aumento de proteínas e gorduras de origem animal. “Isso pode estimular vias inflamatórias, acelerar o processo de envelhecimento biológico e aumentar o estresse oxidativo”, continua a especialista.

Portanto, os autores advertem que dietas altamente restritivas, voltadas para a perda de peso, podem não ser a estratégia mais saudável. De acordo com eles, o ideal seria adotar uma alimentação balanceada que assegure uma ingestão energética adequada proveniente de diversas fontes. No que diz respeito aos carboidratos, a proporção recomendada seria de 40% a 70% da ingestão calórica total.

Segundo a nova diretriz da Organização Mundial da Saúde (OMS) publicada em julho, a ingestão desse nutriente deve priorizar grãos integrais, vegetais, frutas e leguminosas como feijão e lentilha.

Para orientar a quantidade adequada, o Guia Alimentar para a População Brasileira, documento do Ministério da Saúde, recomenda consumir diariamente seis porções do grupo que inclui cereais, tubérculos e raízes (como batata, mandioca e cenoura), três porções de frutas, três porções de legumes e verduras e uma porção de feijão ou outros grãos como grão de bico e lentilha.

<><> Coma sem culpa carboidrato aliado à saúde e que ajuda na perda de peso

Dentro do rol de carboidratos que podem e devem estar na dieta, um que se destaca é o inhame. Fonte de fibras solúveis, vitaminas e minerais, ele pode ser uma excelente opção para substituir pães, massas e até a farinha branca, que se trata de um alimento refinado.

O inhame oferece vitaminas do complexo B e também antioxidantes e vitamina C. Esse perfil de nutrientes pode ser traduzido em vantagens como melhora da imunidade, retardo no envelhecimento precoce, saciedade, melhora no funcionamento intestinal, ajuda na cicatrização e reparo de tecidos e outros. Na parte de minerais, o alimento também não deixa a desejar, oferecendo magnésio, cálcio e fósforo.

•        Ajudinha na perda de peso

E para quem não dispensa uma ajudinha na perda de gordura, pode acrescentá-lo ao cardápio sem medo. O inhame contém boa quantidade de fibras, que irá te manter saciado por mais tempo. Ainda contém baixo índice glicêmico, ou seja, ajuda a controlar o açúcar sanguíneo, não provocando o pico de glicose. Ele ainda vai dar uma forcinha para que seu intestino trabalhe com eficiência.

Por fim, se você é daqueles que controla as calorias, também pode ingerir o alimento tranquilamente. Isso porque 100g do tubérculo oferece apenas 100 calorias, o que representa um baixo índice calórico em relação aos demais carboidratos.

 

       Proteína demais pode ser prejudicial e atrapalhar hipertrofia. Entenda

 

Para aumentar a massa muscular, uma das principais alterações que devem ser feitas é no cardápio: as proteínas, que participam da construção dos músculos, devem se tornar as estrelas da dieta. Produtos como whey protein, barrinhas e shakes proteicos, bem como carnes magras e ovos, são os pilares dessa abordagem alimentar.

No entanto, é preciso equilíbrio: especialistas alertam que dietas hiperproteicas podem apresentar riscos para a saúde e não necessariamente resultam no crescimento muscular desejado, uma vez que o corpo tende a eliminar o excesso do nutriente.

Segundo a médica Maria Edna de Melo, assistente do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), o organismo é inteligente e sabe a quantidade de proteína que realmente necessita.

 “Ela é digerida no estômago e é usada para várias funções, incluindo a construção muscular. O excesso é convertido em glicose no fígado e eliminado na urina”, afirma, em entrevista à Folha de S. Paulo.

O excesso de proteína pode sobrecarregar o fígado e os rins, além de levar ao acúmulo de gordura no corpo, especialmente quando o nutriente ingerido tem origem animal.

•        Quantidade ideal de proteína

Segundo a nutricionista esportiva Rayanne Marques, da Clínica Aesthesis, de Brasília, a hipertrofia não depende apenas da alimentação: é necessário descanso adequado, hidratação e os exercícios físicos corretos.

Além disso, a proteína não serve apenas para os músculos. O macronutriente contribui para a defesa do organismo, transporte de nutrientes e comunicação celular.

 “A média ideal por dia é de 1,5 g proteína por quilo de peso. Então, uma pessoa de 80 kg deve consumir 120 g da substância por dia. No entanto, o valor pode variar conforme a quantidade de exercícios que o indivíduo pratica”, afirma Rayanne, em entrevista ao Metrópoles.

O American College of Sports Medicine sugere que pessoas que praticam exercícios, seja em nível profissional ou não, não ultrapassem os dois gramas de proteína por quilo de peso por dia. O consumo acima desse valor não proporciona ganho adicional de massa muscular.

O consumo proteico excessivo não se limita apenas aos atletas — certos grupos, como idosos, podem se beneficiar da dieta para combater a perda de massa muscular relacionada à idade. No entanto, qualquer mudança na dieta deve ser supervisionada por profissionais de saúde, especialmente em casos de pacientes com doenças renais.

•        Whey protein

O whey protein, um suplemento derivado do soro do leite, é recomendado para aqueles que não conseguem atender as necessidades proteicas diárias apenas com a alimentação.

A decisão de usar o whey protein deve ser baseada em avaliação individual, e não é uma necessidade para a maioria das pessoas. É importante lembrar que dietas hiperproteicas, como as low carb, que limitam os carboidratos em favor das proteínas, podem ser prejudiciais à saúde.

A ausência de carboidratos força o corpo a usar as proteínas como fonte de energia, resultando na perda de músculo em vez de gordura. Um emagrecimento saudável requer um equilíbrio adequado dos nutrientes na dieta.

 

Fonte: Agência Einstein/Metrópoles

 

 

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