Viagem aos EUA virou decepção para Zelensky e muitos objetivos não
foram alcançados
A viagem aos EUA virou uma decepção para o
presidente ucraniano Vladimir Zelensky, e seus discursos foram como se tivessem
sido baseados em uma realidade alternativa, declarou à Sputnik Earl Rasmussen,
tenente-coronel aposentado do Exército dos EUA e consultor internacional.
"À viagem de Zelensky faltou a pompa e
hospitalidade que eram claramente esperadas. Muitos objetivos não foram
alcançados: a tentativa de isolar a Rússia no Conselho de Segurança da ONU,
[obter] maior apoio internacional, o recebimento no Congresso e a transferência
de sistemas de longo alcance", disse Rasmussen em entrevista.
De acordo com ele, a visita de Zelensky não se
tornou um acontecimento nos EUA. O especialista apontou para o artigo crítico
do The New York Times, que foi publicado exatamente durante a viagem de
Zelensky, o que não parece ser uma coincidência.
"O salão da ONU estava meio cheio na melhor
das hipóteses durante o seu discurso, que parecia ser baseado em uma realidade
alternativa", notou o tenente-coronel.
"Sim, ele recebeu um financiamento
relativamente baixo e palavras de apoio do presidente Joe Biden e secretário de
Estado Antony Blinken, mas, em geral, suas aventuras nos EUA podem ser
avaliadas como contendo não entusiasmo, mas uma certa decepção", explicou
Rasmussen.
Ele ressaltou que os EUA devem determinar se eles
procuram acabar com o conflito ou sua escalada, aumentando também a
probabilidade do seu envolvimento.
"É difícil entender como eles não notaram a
mudança do vento. O apoio internacional, especialmente do Sul Global, não está
do lado da Ucrânia, o apoio na Europa parece estar enfraquecendo, e o Congresso
se cansou rapidamente de fornecer cheques ilimitados", concluiu Rasmussen.
<><> Zelensky fracassa em atingir metas
durante sua visita aos EUA
O presidente ucraniano viajou para os EUA em meio à
contraofensiva fracassada de Kiev, que já ceifou mais de 71 mil militares
ucranianos.
A visita do líder ucraniano Vladimir Zelensky aos
EUA, que ocorreu nesta semana, provou ser um fracasso e não um sucesso. Sputnik
analisa o assunto.
Investigação do ataque de mísseis em Konstantinovka
A visita teve um início conturbado depois que The
New York Times publicou os resultados de sua própria investigação sobre o
ataque de mísseis de 6 de setembro em Konstantinovka, na República Popular de
Donetsk, onde morreram 15 civis. Kiev culpou Moscou pelo ataque, no entanto, o
jornal aponta que o lado ucraniano era o culpado.
"Evidências, […] incluindo fragmentos de
mísseis, imagens de satélite, relatos de testemunhas e postagens na mídia
social, sugerem fortemente que o ataque catastrófico foi o resultado de um
míssil de defesa antiaérea ucraniana errante disparado por um sistema de
lançamento Buk", escreveu o jornal.
·
Sem ATACMS de longo alcance
Outro meio de comunicação dos EUA Axios relatou
sobre a "recepção gelada de Zelensky em Washington D.C.", se
referindo a seis senadores republicanos e 22 membros da Câmara dos Representantes,
que se opuseram ao pedido do presidente Joe Biden para fornecer US$ 24 bilhões
em financiamento adicional para a Ucrânia.
Como resultado, Biden anunciou a entrega de um
pacote de assistência militar de US$ 325 milhões para Kiev. Notavelmente, a
administração Biden optou por não fornecer à Ucrânia os mísseis ATACMS de longo
alcance que permitiriam a Kiev lançar ataques bem na retaguarda das linhas
russas.
·
Pedido de Zelensky para discursar no Congresso é
negado
O presidente da Câmara dos Representantes dos EUA,
Kevin McCarthy, por sua vez, negou o pedido de Zelensky para discursar em uma
reunião conjunta do Congresso, dizendo aos repórteres que os congressistas
"simplesmente não tinham tempo".
Em 19 de setembro, o presidente ucraniano discursou
em uma sessão da Assembleia Geral da ONU em Nova York. Os canais de televisão
dos EUA mostraram muitos assentos vazios nas instalações onde Zelensky fez o
discurso. Entretanto, as emissoras ucranianas tiveram que editar as imagens de
modo a criar uma ilusão da presença de muita gente, onde se podia ver o próprio
Zelensky entre os presentes.
A Ucrânia lançou a sua chamada contraofensiva no
início de junho. Três meses depois, o presidente russo, Vladimir Putin,
informou que a contraofensiva ucraniana falhou, com a Ucrânia sofrendo 71 mil
baixas. Vários analistas ocidentais também admitiram que a contraofensiva
ucraniana não obteve sucesso em nenhuma das frentes.
<><> Chefe de inteligência ucraniano
admite que tanques americanos Abrams 'não viverão muito' na frente
Os tanques Abrams, que são esperados em Kiev, não
durarão muito tempo na frente, e os mísseis de longo alcance ATACMS, em caso de
sua entrega pelos EUA, "não mudarão a situação" na frente, admitiu o
chefe da inteligência militar ucraniana, Kirill Budanov, em entrevista ao
portal War Zone.
Kiev lançou uma contraofensiva em 4 de junho nas
regiões a sul de Donetsk, Artyomovsk e Zaporozhie, lançando na batalha brigadas
treinadas pela Aliança Atlântica e armadas com equipamentos estrangeiros.
"Eles [tanques Abrams] devem ser usados para
operações muito específicas e bem preparadas, porque se forem usados na linha
de frente e simplesmente em combates de armas combinadas, eles não viverão
muito tempo no campo de batalha", disse Budanov.
Ao mesmo tempo, o chefe da inteligência ucraniana
indicou que os mísseis de longo alcance ATACMS esperados pelo comando ucraniano
também não vão "mudar a situação" na frente.
Em sua opinião, Washington deve fornecer "pelo
menos centenas" dessas armas para alcançar um efeito positivo para Kiev.
Budanov admitiu também as vantagens óbvias do
Exército russo, observando que a luta contra a aviação russa com ajuda de
sistemas de defesa antiaérea "é muito dispendiosa e ineficaz".
А contraofensiva das Forças Armadas da Ucrânia não
está apenas estagnada, mas falhou, notou o presidente russo Vladimir Putin. A
Ucrânia perdeu 71.500 militares em suas tentativas de "alcançar resultados
a qualquer custo" — como se "esse não fosse o seu povo", de
acordo com Putin.
Entre as 18.000 peças de equipamento destruídas há
tanques Leopard de produção alemã, tanques AMX franceses, pelo menos dois
Challenger 2 de produção britânica e veículos de combate de infantaria Bradley
americanos. Apenas tanques foram eliminados 543 — eles deveriam ser a principal
força de ataque das Forças Armadas ucranianas, mas, como observou o presidente
russo, agora estão "queimando lindamente".
<><> Ex-agente da CIA: próximo inverno
deve forçar ucranianos a abandonar cidades por falta de água e luz
Em entrevista, Larry Johnson diz que o inverno será
uma fase decisiva e afirma que o conflito terminará por exaustão da Ucrânia.
A Ucrânia enfrentará um inverno frio, sem
aquecimento ou eletricidade, o que forçará os ucranianos a deixarem suas
cidades. A declaração foi dada pelo ex-analista da CIA Larry Johnson, em
entrevista ao canal do YouTube Through the Eyes of.
"Sem calor e eletricidade, [os ucranianos]
serão forçados a abandonar grandes cidades como Kiev e Lvov", destacou o
especialista.
O ex-agente da CIA observou que o próximo inverno
será difícil para a Ucrânia: não haverá mais reservas para substituir os
soldados mortos das Forças Armadas e as grandes cidades perderão calor e
eletricidade.
Ele argumenta que o conflito terminará por exaustão
da Ucrânia, uma vez que o país simplesmente não será capaz de continuar a
lutar. "O inverno será uma fase decisiva", disse Johnson.
Anteriormente, o Wall Street Journal informou que
as chuvas seguidas de nevascas impediriam o Exército ucraniano de romper as
linhas de defesa dos militares russos.
As tropas ucranianas conduzem uma contraofensiva na
região de Artyomovsk (Bakhmut, em ucraniano) e Zaporozhie há quatro meses,
lançando para a frente de batalha tropas treinadas pela Organização do Tratado
do Atlântico Norte (OTAN), munidas com armas ocidentais.
Porém, os resultados têm sido inexpressivos,
conforme reconheceu um artigo publicado na revista The Economist, que afirmou
que a estratégia ocidental para a Ucrânia falhou.
Anteriormente, o presidente russo, Vladimir Putin,
alertou que a contraofensiva ucraniana foi um fracasso, e chamou atenção para
as perdas registradas pela Ucrânia, que já chega a 71 mil desde o início do
conflito.
Ø Congressista: Joe Biden falhou em sua estratégia ucraniana colocando
Washington em beco sem saída
A era dos cheques em branco dos EUA para a Ucrânia
acabou, disse à Fox News Mike Waltz, membro da Câmara dos Representantes pelo
estado da Flórida.
De acordo com o congressista republicano que
anteriormente apoiou os fundos militares para Kiev, o chefe da Casa Branca
"falhou" em sua estratégia ucraniana, "levando" Washington
para um beco sem saída e recusando-se a fornecer ao Congresso e ao "povo
americano" um plano concreto sobre "quanto tempo estaremos envolvidos
em tudo isso" e "quais são os nossos interesses".
Waltz reclamou que o presidente Joe Biden está
exigindo que os americanos "esvaziem os bolsos" para a Ucrânia,
enquanto não está exigindo isso dos europeus. Ele também expressou indignação
por a Alemanha ter rejeitado a demanda da OTAN para aumentar os gastos militares
para 2% do PIB.
Os EUA não controlam a situação em sua própria
fronteira, os americanos veem nos postos de gasolina a influência da inflação
"descontrolada", mas "Biden quer que seja o povo americano a
carregar o fardo, e não os europeus nem a comunidade internacional", disse
ele.
Anteriormente, o líder ucraniano Vladimir Zelensky,
que esperava durante a visita aos EUA receber promessas de assistência no valor
de US$ 24 bilhões (R$ 118,3 bilhões), acabou recebendo 70 vezes menos: pacotes
de ajuda militar no total de US$ 325 milhões (R$ 1,6 bilhão).
Ø EUA exigem à Polônia para explicar a retirada do apoio à Ucrânia, diz
mídia
Os Estados Unidos solicitaram esclarecimentos à
Polônia sobre a retirada do apoio à Ucrânia, relatou a agência Bloomberg com referência
a um representante de alto nível do Pentágono, que desejou permanecer anônimo.
Como observou o interlocutor da agência, as
divergências entre Kiev e Varsóvia ainda não levaram a "rachaduras na
união que apoia a Ucrânia". No entanto, segundo ele, a posição específica
da Polônia em apoio à Ucrânia permanece incerta.
A Bloomberg também cita um diplomata europeu não
nomeado que contou como funcionários poloneses garantiram a seus colegas
estrangeiros que seu país continuará o apoio militar à Ucrânia, mas em
"volumes menores".
Além disso, ele observou que a cessação completa do
apoio militar de Varsóvia poderia "minar a unidade da OTAN".
As relações entre Polônia e Ucrânia vêm se
deteriorando nas últimas semanas. A rusga teve início quando a Polônia decidiu
descumprir a decisão da Comissão Europeia de suspender o embargo aos grãos
ucranianos.
Os governos de Polônia, Hungria e Eslováquia
afirmaram que não vão cumprir a decisão, como forma de proteger a agricultura
de seus países, afetados pela crise gerada pela entrada em massa de grãos
ucranianos.
Dias depois, Mateusz Morawiecki anunciou que a
Polônia suspenderia o envio de armas à Ucrânia, para priorizar o aparato bélico
de seu país.
A situação piorou após Zelensky criticar a decisão
da Polônia em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, quando afirmou que o
apoio de seus aliados do leste não passava de um "teatro político".
Em resposta, o presidente da Polônia, Andrzej Duda,
em entrevista a jornalistas em frente à sede da ONU, em Nova York, comparou a
Ucrânia a um homem que se afoga, tenta se agarrar a tudo e ameaça afogar
aqueles que tentam ajudá-lo.
Para alguns analistas, as rusgas com a Polônia,
antes uma ferrenha aliada da Ucrânia, são um sinal de que o regime de Kiev
começa a perder apoio no Ocidente.
Ø Ajuda militar do Ocidente à Ucrânia deve diminuir no ano que vem,
aponta imprensa inglesa
Artigo da revista The Economist destaca que a
Rússia vem suplantando o Ocidente na capacidade de produção de armas, e aliados
de Kiev começam a repensar a ajuda ao regime.
O envio de armas do Ocidente à Ucrânia deve
diminuir no ano que vem, por falta de capacidade de produção e, também, por
falta de boa vontade por parte de alguns aliados de Kiev em seguir apoiando um
conflito sem perspectiva de vitória.
É o que afirma um artigo publicado nesta
sexta-feira (22), na revista britânica The Economist.
O texto destaca que o Ocidente não vem conseguindo
acompanhar a capacidade da indústria de produção de armas da Rússia.
Citando especialistas em economia russa, a publicação
afirma que "a indústria de defesa da Rússia entrou em modo de guerra no
último trimestre de 2022".
"As autoridades britânicas dizem que a Rússia
pode, agora, produzir cerca de 200 tanques por ano, o dobro do que supunham
anteriormente", diz o texto, acrescentando que "as sanções ocidentais
não prejudicaram essa produção".
O artigo aponta ainda que a Rússia está disposta a
investir mais em despesas militares do que os aliados de Kiev na Organização do
Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Em seguida, destaca que o apoio à Ucrânia nos
Estados Unidos enfrenta problemas, uma vez que uma parte dos congressistas
começou a se opor a aprovar mais ajuda financeira a Kiev.
"Em longo prazo, a ajuda à Ucrânia está se
tornando rapidamente uma questão partidária, o que torna as suas perspectivas
cada vez menos certas. Os eleitores republicanos, instigados pelo ceticismo de
Donald Trump, o mais provável candidato do seu partido à presidência no próximo
ano, começaram a questionar o envio de mais ajuda à Ucrânia."
As conclusões da reportagem da revista The
Economist não são isoladas. Nesta semana, um artigo publicado na CNN alertou
para a fadiga do Ocidente em relação ao conflito ucraniano.
O texto apontou que, há meses, governos ocidentais
vêm se queixando dos altos custos para manter o apoio à Ucrânia, que não se
traduzem em resultados concretos na frente de batalha, onde o avanço de Kiev é
quase nulo.
Ø Reino Unido admite que veículos blindados enviados à Ucrânia são
'venenosos'
Mais de 2.000 peças de equipamento militar de
produção britânica podem estar repletas de materiais contendo amianto
potencialmente mortais, afirmou o Ministério da Defesa do Reino Unido.
Os tanques Challenger 2, cujas versões foram
enviadas à Ucrânia, os veículos de combate de infantaria Warrior e os veículos
blindados de transporte de pessoal Bulldog estão entre os afetados, disse o
ministério, citado pelo portal Daily Express.
A exposição ao amianto pode ser fatal e está
associada ao mesotelioma, uma forma de câncer, e a cicatrizes graves nos pulmões.
Aqueles que estão em contato com ele também podem sofrer anos após serem
expostos.
O secretário de Defesa do gabinete paralelo, John
Healey, descreveu a revelação como uma "preocupação séria".
Acrescentou que o Partido Conservador estava falhando no seu "dever
especial" para com as Forças Armadas.
Estão em andamento planos para eliminar quaisquer
materiais contendo amianto potencialmente mortais, disse o Ministério da Defesa
britânico.
Ao todo, 2.699 equipamentos pertencentes ao
Exército contêm materiais contendo amianto, embora os números em serviço real
na linha de frente sejam muito mais baixos, de acordo com o comunicado do
ministério.
Eles foram confirmados em uma carta ao Partido
Trabalhista de James Cartlidge, o ministro de Compras de Defesa. Os materiais
contendo amianto, que ocorrem naturalmente, foram utilizados no século XX para
a construção de tanques, navios e aviões.
Mas eles "quebram-se em pequenas fibras quando
perturbados e a exposição prolongada pode levar a danos incuráveis nos
pulmões", segundo o The Times.
Anteriormente, o Reino Unido entregou 14 tanques
Challenger 2 a Kiev.
Fonte: Sputnik Brasil
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