Pastor Zé Barbosa Jr.: A Igreja Invisível de Jesus!
Numa das últimas sessões da CPI dos atos
terroristas do 8 de Janeiro, o deputado-moleque Nikolas Ferreira quis ofender o
Pastor Henrique Vieira, deputado federal pelo PSOL do RJ, chamando-o de “pastor
de uma igreja invisível”. Como o infante congressista arroga-se evangélico,
achou que com esse termo estava diminuindo o trabalho do seu “oponente” na
Câmara. Ledo engano.
Em primeiro lugar, partindo da cabeça doentia do
púbere deputado, igreja “visível” deve fazer referência aos megatemplos e às
igrejas midiáticas, principalmente neopentecostais e empresas/igrejas fascistas
como a Universal do Reino de Deus, Igreja Batista da Lagoinha (empresa da
família Valadão), Assembleia de Deus Vitória em Cristo (a empresa do Malafaia)
e outras aliadas às causas da extrema direita no Brasil. Esses conglomerados
religiosos estão sempre na mídia, logo, são “visíveis”.
Se é esse o conceito de “igreja visível”, talvez
seja bem melhor realmente fazer parte de uma “igreja invisível” que, diga-se de
passagem, é na verdade invisibilizada. Sim! Há um projeto de invisibilização e
negação das Comunidades Cristãs que resistem ao fundamentalismo que parece
dominar a maior parte da cristandade brasileira. Igrejas, padres, pastores e
lideranças religiosas progressistas são, o tempo todo, atacados pelos que se
consideram “donos do império religioso”. Nada diferente do que aconteceu ao
pobre carpinteiro de Nazaré, Jesus Cristo. Os donos da religião odeiam e tentam
apagar (às vezes literalmente) os que se levantam com uma proposta humana,
afetuosa e baseada no amor ao invés do ódio e do medo.
A “Igreja invisível” talvez seja aquela anunciada
por Cristo, que compara o seu “reinado” com figuras ínfimas, diminutas,
“invisíveis”. O reino é como o fermento na massa, o sal na comida, uma semente
de mostarda. Na subversão do “reinado de Deus”, as figuras de “poder” são as
figuras de serviço, fazer crescer a massa, dar sabor ao alimento, dar sombra
aos homens e pássaros. É sempre uma proposta de apoio e sensibilidade, de
sustento e apoio. É a massa do pão o mais importante, é o alimento saboroso o
resultado esperado, é a sombra e refrigério a “missão” da árvore. Sempre por e
para o outro. A igreja é coadjuvante. Nunca é a protagonista da história. Pelo
menos não deveria ser.
A “igreja invisível” também é aquela que acolhe,
abraça e caminha com os outros “invisibilizados”. É a igreja que é espaço de
afeto aos sem teto, como a “igreja invisível” do Padre Júlio Lancellotti. É a
igreja que compra a briga dos bairros fantasmas e invisibilizados de Maceió,
como a “invisível” Igreja Batista do Pinheiro. São as muitas “igrejas
invisíveis” que lutam contra o pecado do racismo, da LGBTFobia, do machismo, da
misoginia, da aporofobia. As “igrejas invisíveis” são as que caminham ao lado
de outras confissões de fé numa ciranda libertadora e digna de
inter-religiosidade.
A “igreja invisível”, portanto, é exatamente aquela
que anda no caminho de Jesus Cristo, que seria invisibilizado pelas igrejas que
exalam ódio, preconceito, que fazem arminhas com a mão, que lutam para tirar
direitos de grupos marginalizados pela sociedade, que celebram a morte dos
inimigos e espalham violência “em nome de deus”. A “igreja invisível” resiste,
exatamente por ser “invisível” e, por isso mesmo, se mostra em toda a terra,
num beijo de um casal gay que se ama, numa Mãe de Santo que dá a vida por sua
terra quilombola e não se dobra à sanha capitalista imobiliária, num pastor que
enfrenta a “bancada evangélica” perversa e pervertida, num padre que encarna o
amor mesmo em meio às ameaças dos “cristãos terrivelmente visíveis”.
Graças a Deus faço parte dessa “igreja invisível”!
Justiça
de MG aceita denúncia contra Nikolas Ferreira por transfobia
O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais
(TJMG) aceitou denúncia contra o deputado federal Nikolas Oliveira (PL-MG) por
incentivar o preconceito e a discriminação contra uma adolescente transexual. O
caso ocorreu em junho de 2022, quando o político era vereador na capital do
estado.
A denúncia foi apresentada pelo Ministério Público
de Minas Gerais (MPMG) depois que o parlamentar compartilhou um vídeo no
YouTube com o título: “Travesti no banheiro da escola da minha irmã”.
Na última terça-feira (19/9), a juíza Kenea Marcia
Damato de Moura Gomes, da 5ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte,
aceitou a denúncia apresentada pelo MP. Assim, o deputado responderá sobre o
caso na Justiça, como réu.
No vídeo, a irmã do parlamentar aborda uma menina
transexual dentro do banheiro feminino de uma escola de Belo Horizonte e
“externa aversão odiosa à identidade de gênero da adolescente”, segundo o MP. A
denúncia contra o deputado se dá tanto pela exposição da menor de 18 anos
quanto pelos comentário feitos por Nikolas no vídeo.
O Ministério Público observa que Nikolas teria se
referido à adolescente como um menino e sugerido que ela seria um “estuprador
em potencial”, chamando de “ousadia” o fato de ela frequentar o banheiro do
gênero com o qual se identifica”.
Além de pedir a condenação do deputado federal e
demandar indenização à vítima, o órgão ministerial requereu à Justiça a perda
do mandato de deputado e dos direitos políticos.
O MPMG alega que a publicação do parlamentar
“causou irreparável dano à sua autoestima e identidade (da vítima), querendo
fazê-la crer que a sociedade não a reconhece em seu gênero autodeclarado, que
ignora sua narrativa de gênero e que a denomina de forma que não condiz com
suas vivência. ”
• Jornalista
detona Nikolas Ferreira ao vivo: "Nojento"
A jornalista Daniela Lima, da GloboNews, subiu o
tom contra o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em comentário ao vivo
feito na edição do programa "Conexão GloboNews" desta sexta-feira (22).
A crítica a Nikolas veio no momento em que
jornalistas da emissora repercutiam a notícia de que o Tribunal de Justiça de
Minas Gerais (TJ-MG) tornou o parlamentar bolsonarista réu por divulgar um
vídeo expondo uma adolescente trans que utilizou o banheiro feminino de uma
escola particular de Belo Horizonte.
Na denúncia feita pelo Ministério Público de Minas
Gerais (MP-MG), aceita pela Justiça, Nikolas Ferreira é acusado de incitar ódio
às pessoas transexuais "na medida em que se caracteriza como verdadeiro
ataque à dignidade dessas pessoas".
Ao comentar o assunto, Daniela Lima disse que o
deputado "sobe em cima de cadáver para fazer palanque político",
classificando o ato de expor a adolescente trans como "nojento".
"O Brasil é o país que mais mata travestis e
transexuais no mundo. Fazer o que ele fez com uma menor de idade é subir em
cima de cadáver para fazer palanque político. É nojento, isso é covarde",
disparou a jornalista.
O vídeo com o comentário de Daniela Lima viralizou
nas redes sociais.
Nikolas
Ferreira ataca Rosa Weber e acusa a ministra de "defesa do genocídio"
O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) usou as redes
sociais para atacar a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber.
Como sempre, o parlamentar, conhecido por suas posições fundamentalistas, usou
a agressividade para criticar a postura da magistrada.
Na manhã desta sexta-feira (22), a ministra Rosa
Weber liberou o seu voto no plenário da Corte sobre a descriminalização do
aborto até a 12ª semana de gestação, o qual foi a favor da matéria.
Fundamentalista, Nikolas Ferreira foi às redes para
criticar o voto da ministra e a classificou como "defensora do
genocídio" por ser a favor do aborto.
"Rosa Weber não teve coragem nem de sustentar
oralmente a defesa da morte de crianças inocentes no ventre. Registrou voto
escrito. Imagino que não deve ser fácil verbalizar a defesa do genocídio.
Covarde!", declarou Nikolas Ferreira.
• Rosa
Weber vota a favor da descriminalização do aborto
Na iminência de sua aposentadoria, a ministra Rosa
Weber, que preside o Supremo Tribunal Federal (STF), expressou seu voto a favor
da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação na madrugada desta
sexta-feira (22). Seu voto foi o primeiro e até agora o único a ser
contabilizado no julgamento, que teve início no ambiente virtual do plenário.
Um pedido de destaque apresentado pelo ministro
Luís Roberto Barroso interrompeu a discussão e transferiu o julgamento virtual
para as sessões presenciais do tribunal. A data para a retomada da discussão
ainda não foi definida. Durante seu voto, Rosa Weber destacou a importância
histórica do julgamento sobre a legalização do aborto.
“Fomos silenciadas! Não tivemos como participar
ativamente da deliberação sobre questão que nos é particular, que diz respeito
ao fato comum da vida reprodutiva da mulher, mais que isso, que fala sobre o
aspecto nuclear da conformação da sua autodeterminação, que é o projeto da
maternidade e sua conciliação com todos as outras dimensões do projeto de vida
digna”, Rosa Weber, presidente do STF.
Ela enfatizou que, por décadas, as mulheres foram
“subjugadas” e “excluídas do espaço público”. Em sua fala, reforçou que essas
mulheres eram tratadas como se estivessem à margem da sociedade. Rosa ressaltou
ainda em um voto de 103 páginas, que a criminalização da decisão de uma mulher
de interromper a gravidez tem persistido por mais de 70 anos no país.
• Ilegalidade
do aborto gera mais problemas
A criminalização "perpetua o quadro de
discriminação com base no gênero", visto que nenhum homem é reprovado pela
sua conduta sexual. Weber também enfatizou a importância de implementar
políticas públicas que possam prevenir a ocorrência de gravidez
indesejada. De acordo com a ministra,
não se é debatido sobre a responsabilidade dos homens nessa questão.
"Tanto que pouco - ou nada - se fala na
responsabilidade masculina na abordagem do tema. E mesmo nas situações de
aborto legal as mulheres sofrem discriminações e juízos de reprovação moral
tanto do corpo social quanto sanitário de sua comunidade”, Rosa Weber,
presidente do STF.
“A criminalização do ato não se mostra como
política estatal adequada para dirimir os problemas que envolvem o aborto, como
apontam as estatísticas e corroboraram os aportes informacionais produzidos na
audiência pública”, disse ela.
Iniciada pelo PSOL, a ação está em andamento no
Supremo desde 2017 e tem progredido de forma gradual desde então. O partido
argumenta que a criminalização do aborto até a 12ª semana de gestação infringe
os direitos fundamentais à vida, à liberdade e à integridade física das
mulheres.
O caso seria julgado pelo STF em plenário virtual,
com os ministros votando da meia-noite de hoje. No entanto, devido ao pedido de
destaque feito por Barroso, a ação será transferida para as sessões presenciais
da Corte.
'Covarde',
diz Michelle após ministra votar a favor do aborto
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL)
compartilhou uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) nas
redes sociais, em que critica o voto da presidente do Supremo Tribunal Federal
(STF), Rosa Weber, que se posicionou a favor da descriminalização do aborto até
a 12ª semana de gravidez.
Na publicação, o parlamentar bolsonarista afirmou
que a titular da Suprema Corte "não teve coragem de sustentar a defesa de
morte de crianças inocentes", em referência a sustentação da tese da
magistrada sobre a matéria.
“Rosa Weber não teve coragem nem de sustentar
oralmente a defesa de morte de crianças inocentes no ventre. Registrou voto
escrito. Imagino que não deve ser fácil verbalizar defesa de genocídio”, diz o
texto do político.
Corroborando com a mensagem, a mulher do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) diz que a presidente do STF é
"covarde".
O caso é julgado em plenário virtual do STF e tem
relatoria da ministra Rosa Weber.
• Ministro
aciona AGU contra Nikolas por fake sobre banheiro unissex
Após a repercussão das fake news sobre implantação
de banheiros unissex no país, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida,
acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para adotar medidas cabíveis em âmbito
administrativo, cível e criminal contra os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG) e
Felipe Barros (PL-PA). As informações são da coluna Lauro Jardim, do jornal O
Globo.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Nikolas
Ferreira afirma que o ministro instituiu o banheiro unissex no Brasil, usando
como fundo a Resolução de n°2, do dia 19 deste mês. Para Almeida, as
declarações do deputado bolsonarista distorcem a Resolução do Conselho Nacional
dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, órgão autônomo em suas decisões.
Enquanto o deputado Felipe Barros afirma que o
Ministério dos Direitos Humanos “instituiu” o banheiro unissex nas escolas
brasileiras.
O ofício encaminhado pela AGU, através do ministro
Silvio Almeida, esclarece que, diferentemente do que afirmam os deputados, nem
o ministro nem o presidente tiveram qualquer participação ou influência na
produção da resolução e consideram ainda os comentários ofensivos e crimes
contra a honra e de dano moral cometido em face do ministro e do presidente.
Fonte: Fórum/A Tarde
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