domingo, 24 de setembro de 2023

Ocidente é 'um império da mentira' devido à sua 'total incapacidade negocial', diz Lavrov na ONU

Os EUA e os países europeus assumem demasiadas vezes compromissos que não honram, o Ocidente é um "império da mentira", afirmou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova York neste sábado (23).

"Acostumados a menosprezar o resto do mundo, os norte-americanos e europeus costumam fazer promessas, assumir obrigações, inclusive escritas e juridicamente vinculantes, e depois simplesmente não as cumprir", afirmou o chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, em seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU.

Citando o presidente da Rússia Vladimir Putin, Lavrov ressaltou que o Ocidente se converteu em um verdadeiro "império de mentiras".

Lavrov também chamou a atenção para a ideia expressa por muitos oradores na 78ª Assembleia Geral da ONU de que "o planeta está passando por mudanças irreversíveis".

"Uma nova ordem mundial está nascendo bem diante de nossos olhos", disse ele.

Lavrov destacou que a marca registrada do Ocidente coletivo há muito tempo se tornou a rejeição do princípio da igualdade e a total incapacidade negocial.

Assim, o chanceler russo chamou as tentativas dos países ocidentais de "ucranizar" a agenda das reuniões internacionais de egoísmo, colocando outros conflitos mundiais em segundo plano.

Durante seu discurso Sergei Lavrov também apontou que o Ocidente vê o avanço da OTAN na região da Ásia-Pacífico como uma bênção, e vê a expansão do BRICS como um perigo para seu domínio.

"Falando recentemente a seus embaixadores no exterior, o presidente [da França] Emmanuel Macron expressou sincera preocupação com a expansão do BRICS", disse o ministro russo.

Ele ressaltou que para os países ocidentais, a promoção da OTAN na região da Ásia-Pacífico é uma coisa boa, e a expansão do BRICS é perigosa, porque se alguém se reúne ou faz amizade sem eles, é visto como uma ameaça à dominação ocidental.

Lavrov sublinhou que "a minoria mundial está fazendo o possível para retardar o curso natural das coisas", mas "a lógica do processo histórico é inexorável", disse o ministro russo.

Ao mesmo tempo, o chanceler russo admitiu o fato de que associações como BRICS e Organização para Cooperação de Xangai (OCX) estão em ascensão.

Ele destacou que elas "oferecem oportunidades para os países do Sul Global se desenvolverem juntos e reivindicarem seu lugar de direito na arquitetura multipolar objetivamente emergente".

Falando sobre o conflito em Nagorno-Karabakh, Sergei Lavrov apontou que a União Europeia e os EUA estão desestabilizando a região, tentando impor seus "serviços de mediação" à Armênia e ao Azerbaijão.

Ao mesmo tempo, ministro russo ressaltou que as forças de manutenção da paz da Rússia vão contribuir de todas as maneiras possíveis para o estabelecimento de uma vida pacífica em Nagorno-Karabakh.

Falando na tribuna da Assembleia Geral das Nações Unidas, o chefe da diplomacia russa Sergei Lavrov destacou que evitar uma "grande guerra" corresponde aos interesses de todos os países.

Anteriormente, no âmbito da 78ª Assembleia Geral da ONU, o chanceler russo se reuniu com o secretário-geral da organização, António Guterres, e com ministros das Relações Exteriores de vários países, incluindo com Mauro Vieira.

 

Ø  Líder francês pede saída de Von der Leyen após mentira sobre participação russa em Hiroshima

 

O líder do partido francês Patriotas, Florian Philippot, falou contra a presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, acusando-a de tentar manipular a opinião pública ao falar do bombardeio de Hiroshima.

"Como tentar manipular as multidões fazendo-as acreditarem que a bomba sobre Hiroshima (e Nagasaki) era russa, e não americana!", disse Philippot em sua conta no X (antigo Twitter), nesta sexta-feira (22).

Para Phillippot, as declarações da parlamentar são inaceitáveis.

"Esse bando [de Von der Leyen] é terrível, e precisamos nos livrar dele", disse o político.

Quinta (21) Von der Leyen foi criticada por insinuar participação russa no bombardeio atômico realizado pelos Estados Unidos contra cidades japonesas na Segunda Guerra Mundial.

A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que Von der Leyen mentiu quando culpou a Rússia pelo ataque nuclear.

Em seu canal no Telegram, Zakharova disse que Von der Leyen adulterou fatos históricos comprovados durante a entrega de prêmios do Atlantic Council, um think tank dos Estados Unidos dedicado a análises geopolíticas enviesadas em prol deste país.

Zakharova destacou que essa organização "é especializada em gerar conteúdo russofóbico e anti-Rússia".

"Um dos laureados deste ano é o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. Von der Leyen fez um discurso muito interessante. Ela elogiou o chefe do governo japonês por apoiar o governo de Kiev e por lutar contra a Rússia. Ele, por sua vez, lembrou que sua família veio de Hiroshima, e, durante o bombardeio nuclear de 1945, seus parentes morreram lá. Sobre os EUA e os algozes de Washington, que lançaram bombas sobre as florestas japonesas e a população civil, sequer uma palavra", observou Zakharova.

A representante oficial do MRE russo acrescentou que a principal figura "dos maiores escândalos de corrupção da história da União Europeia foi mais longe e atribuiu a tragédia de Hiroshima à Rússia".

Em seguida, ela destacou uma parte do discurso de Von der Leyen.

"Aqui estão suas palavras, literalmente: 'Muitos de seus parentes morreram quando a bomba atômica arrasou Hiroshima. Eles queriam ouvir essas histórias, olhar para o passado e aprender algo sobre o futuro. A Rússia está ameaçando usar armas nucleares novamente. É nojento, é perigoso e, na sombra [do contexto] de Hiroshima, é imperdoável'."

Zakharova, por sua vez, retrucou, usando palavras da mesma frase final da autoridade europeia para colocar sob questionamento o que Von der Leyen insinuou.

"É nojento e perigoso como Ursula von der Leyen mente", disse.

Em agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram bombas atômicas nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Cerca de 220 mil pessoas morreram diretamente nas explosões das duas bombas, e mais de 200 mil morreram devido à exposição a doses letais de radiação. A grande maioria das vítimas eram civis.

Segundo vários especialistas, do ponto de vista militar, o bombardeio de duas pacíficas cidades japonesas não era explicável, porque a vitória sobre o Japão foi assegurada principalmente pela derrota do Exército de Guangdong, com 1 milhão de homens, pelas tropas soviéticas.

Acredita-se que, ao bombardear cidades pacíficas, os Estados Unidos perseguiram, em primeiro lugar, objetivos políticos: demonstrar o seu poder, considerando as armas atômicas o principal meio de intimidar as pessoas e garantir a superioridade estratégica.

 

Ø  UE critica comércio 'muito desequilibrado' com a China, mas diz que não quer 'desacoplamento'

 

O vice-presidente-executivo da UE argumentou a favor de um comércio menos "desequilibrado" com a China, com a qual tem um déficit comercial de € 400 bilhões.

A União Europeia (UE) não tem intenção de se desacoplar da China, mas precisa se proteger quando sua abertura for abusada, afirmou Valdis Dombrovskis, comissário europeu para o Comércio, durante uma visita ao país asiático, citado no sábado (23) pela agência britânica Reuters.

A viagem foi projetada para renovar o diálogo com a China após a pandemia de COVID-19, com ambos os lados buscando esfriar as tensões sobre questões que incluem investimento estrangeiro, comércio e geopolítica.

A UE registrou um comércio bilateral recorde com a China em 2022, mas é "muito desequilibrado", disse Dombrovskis em um discurso na conferência anual Cúpula Bund em Xangai, China.

"A criação de um mercado aberto entre seus membros foi um dos princípios fundadores da UE. Também estamos comprometidos com o comércio global livre e justo. E 'justo' é a palavra-chave aqui", destacou ele, citando um déficit comercial de quase € 400 bilhões (R$ 2,11 trilhões).

Para o alto responsável europeu, tal significa que "a UE também precisa se proteger em situações em que sua abertura é abusada".

"Isso significa minimizar nossas dependências estratégicas para um número seleto de produtos estratégicos."

Apesar disso, segundo ele, a estratégia econômica da UE está focada na redução de riscos, não no desacoplamento.

Bruxelas culpa seu déficit comercial com a China em parte pelas restrições chinesas às empresas europeias.

A visita do alto responsável europeu vem pouco mais de uma semana depois que a Comissão Europeia anunciou que investigaria a possibilidade de impor tarifas punitivas para proteger os produtores europeus das importações de veículos elétricos chineses mais baratos que, segundo ela, estão se beneficiando de subsídios estatais.

 

Ø  Governo dos EUA começa a se preparar para possível suspensão custosa em 8 dias, relata mídia

 

O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, começou a se preparar para uma possível suspensão do governo federal, que pode ocorrer se os legisladores não chegarem a um acordo sobre a extensão de seu financiamento até o final do mês, relatou o jornal The Washington Post citando suas fontes nesta sexta-feira (22).

Segundo dados do jornal, o Gabinete de Administração e Orçamento (OMB, na sigla em inglês) da Casa Branca recomendou que os executivos federais atualizassem seus planos de ação em caso de rescisão do financiamento, e também preparassem um rascunho de carta que poderiam usar para alertar a equipe para a situação.

De acordo com a publicação, após a suspensão do financiamento do governo, milhões de funcionários públicos e militares não receberão salários, e os programas federais – de inspeções da qualidade de alimentos a fundos de assistência infantil – serão interrompidos.

Ao mesmo tempo, alguns deles terão que ir trabalhar, mas receberão um salário somente depois que os legisladores aprovarem a extensão do financiamento.

Além disso, observa a publicação, alguns parques nacionais e museus podem fechar e aeroportos em todo o país sofrerão interrupções e atrasos.

No final de agosto, a Casa Branca pediu aos membros do Congresso que tomassem a iniciativa de uma extensão de curto prazo do financiamento do governo para evitar uma possível suspensão de algumas agências federais. Como o diretor da OMB, Shalanda Young, afirmou, a iniciativa dará aos legisladores tempo para chegar a um compromisso sobre questões orçamentárias.

Apesar de todos os problemas financeiros internos, os EUA continuam a alocar enormes fundos para a Ucrânia. Desde fevereiro de 2022, Kiev já recebeu de Washington mais de US$ 110 bilhões (cerca de R$ 533 bilhões).

·         EUA determinam regras de proibição de investimento em chips em 'países preocupantes'

O Departamento de Comércio norte-americano emitiu novas regras relativamente ao setor de chips, apertando novamente as restrições, que se acredita visarem a China.

O Departamento de Comércio dos EUA anunciou na sexta-feira (22) um conjunto de regras que proíbe o investimento no setor de chips em países "preocupantes".

As regras, inicialmente propostas em março, classificam os semicondutores como essenciais para a segurança nacional dos Estados Unidos, e restringem os beneficiários do auxílio estatal norte-americano sob o Ato CHIPS e Ciência de 2022 de acessar determinados estudos conjuntos e de licenciar tecnologias em certos países estrangeiros. Em caso de violação dessas regras, as autoridades podem recuperar todo o auxílio concedido à empresa que não estiver em conformidade.

A medida estará em vigor por dez anos, tendo como objetivo reduzir a dependência de Washington das cadeias de fornecimento de semicondutores chineses e aumentar sua competitividade em relação a Pequim.

"Uma das principais prioridades da administração Biden-Harris – viabilizada pelo Ato CHIPS e Ciência – é expandir a liderança tecnológica dos EUA e de nossos aliados e parceiros. Essas barreiras protegerão nossa segurança nacional e ajudarão os EUA a se manterem na vanguarda nas próximas décadas", disse Gina Raimondo, secretária de Comércio dos EUA.

Em um discurso na terça-feira (19) perante o Congresso dos EUA, Raimondo sublinhou que Washington precisa "estar absolutamente vigilante para que nenhum centavo disso [subsídios estatais] ajude a China a ficar à nossa frente".

No final de julho, a secretária do Comércio comentou que os controles de exportação para a China não deveriam ser tão rigorosos a ponto de "privar as empresas americanas de lucros, enquanto a China pode obter o produto em outro lugar". As regras "privarão as empresas americanas de alguns lucros, mas achamos que vale a pena", disse ela.

As medidas impostas na área dos semicondutores desde 2022 preocupam Pequim, que neste ano restringiu a exportação de gálio e germânio, terras raras amplamente usadas na criação de semicondutores.

 

Ø  'Tempo de repensar', admite capa da revista The Economist sobre tática falha do Ocidente na Ucrânia

 

Artigo publicado na revista britânica reconhece que a estratégia ocidental de armar a Ucrânia falhou, e que a contraofensiva de Kiev não alterou em quase nada a linha de combate.

A contraofensiva ucraniana iniciada em junho falhou e expôs que a estratégia do Ocidente para tentar levar o regime de Kiev a uma vitória sobre a Rússia não está funcionando. É o que disse um texto de capa publicado nesta sexta-feira (22) pela revista britânica The Economist.

A análise destaca que, mesmo recebendo numerosas remessas de armas e cifras bilionárias do Ocidente, a contraofensiva ucraniana conseguiu avançar em menos de 0,25% do território pretendido e que a linha de combate quase não foi alterada. Segundo o texto, com base nas evidências, seria um erro apostar em algum avanço nas próximas semanas.

O artigo aponta que tanto a Ucrânia quanto seus aliados ocidentais começaram a perceber que o conflito será longo e desgastante.

"O presidente Vladimir Zelensky visitou Washington esta semana para negociações. 'Tenho que estar pronto para uma longa guerra', disse ele. Mas, infelizmente, a Ucrânia ainda não está preparada; nem os seus aliados ocidentais", diz a publicação.

O texto chama a atenção para as baixas sofridas pelas Forças Armadas da Ucrânia, afirmando que "os soldados ucranianos estão exaustos; e muitos dos seus melhores foram mortos". "Apesar do recrutamento, falta mão de obra para sustentar uma contraofensiva permanente em grande escala", diz o artigo.

A publicação destaca as recentes tentativas de ataque ucranianas com uso de drones contra o território da Crimeia, e diz que embora Kiev tenha experiência em tecnologia, não se deve esperar um nocaute. Em seguida, o artigo destaca os problemas econômicos enfrentados pela Ucrânia.

"A economia encolheu um terço, e quase metade do orçamento da Ucrânia é pago com dinheiro ocidental. [...] Com cerca de 1 milhão de pessoas portando armas e milhões de pessoas fugindo do país, os trabalhadores são escassos."

O artigo finaliza destacando que a situação pode piorar caso Donald Trump vença as eleições presidenciais de 2024 nos Estados Unidos.

Isso porque ele pode reduzir a assistência militar envida por Washington a Kiev. Diante disso, o texto afirma que a União Europeia (UE) poderia contornar essa situação acolhendo a Ucrânia entre seus membros, mas isso será difícil, já que a Europa está carregando o fardo maior do conflito ucraniano.

 

Ø  EUA negociam com Vietnã a transferência do maior pacote de armas que poderia irritar China

 

Administração do presidente dos EUA, Joe Biden, está negociando um acordo com o Vietnã para entregar o maior pacote de armas da história da cooperação entre os dois países, informou a agência Reuters citando duas fontes anônimas familiarizadas com os detalhes do acordo.

Segundo a agência, a transação está nos estágios iniciais das negociações e os termos exatos ainda não foram determinados. De acordo com a agência, um acordo sobre o fornecimento de armas ao Vietnã poderia ser feito em 2024.

"O pacote de armamento poderia consumar a renovada parceria entre Washington e Hanói com a venda de uma frota de caças F-16 americanos, enquanto o Vietnã enfrenta tensões nas relações com Pequim no [...] mar do Sul da China", disse à agência uma das fontes não nomeadas.

De acordo com outra fonte não identificada, Washington planeja definir condições especiais para o financiamento dos equipamentos caros.

O presidente Joe Biden visitou o Vietnã em 10 e 11 de setembro. A delegação do presidente americano incluiu representantes da comunidade empresarial dos EUA, incluindo dirigentes das empresas de microchips Intel e GlobalFoundries.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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