quinta-feira, 6 de julho de 2023

Veja cuidados essenciais para evitar o ressecamento da pele no inverno

O ressecamento da pele é um dos principais efeitos causados pela queda da umidade do ar e das temperaturas com a chegada do inverno.

O hábito de tomar banhos mais quentes favorece a remoção da oleosidade natural da pele, o que também contribui para a sensação de pele seca e com aspecto esbranquiçado. Cuidados como o reforço na hidratação corporal, atenção à temperatura do chuveiro e com a alimentação podem contribuir para reduzir os impactos da estação mais fria do ano.

“Erros comuns são os banhos quentes que ressecam mais a pele e o uso de loções ou óleos em uma época que a pele possa precisar de mais hidratação. Prefira o uso de cremes neste período”, afirma a médica dermatologista Beatrice Abdalla, do Hospital Sírio-Libanês.

“O maior mito de cuidados no inverno é que não precisamos usar filtro solar. Continuamos com exposição solar no inverno e mesmo em dias nublados temos a passagem de radiação ultravioleta pelas nuvens, portanto imprescindível o uso de filtro solar, mesmo no inverno”, diz Beatrice.

Algumas ações realizadas durante o dia a dia podem ser fundamentais para manter a pele saudável durante o período de frio, como explica Juliana Rampani, especialista em estética avançada e saúde integrativa.

“Aqueles pacientes que já têm uma pré-disposição para crises na pele devem ter os cuidados intensificados no inverno. Entre as práticas indicadas para eles, embora seja simples, está a diminuição do tempo no banho quente, pois a alta temperatura diminui a hidratação do maior órgão do corpo”, diz.

·         Reforço na hidratação

No inverno, há uma diminuição da umidade do ar associado a temperaturas mais baixas, o que favorece o ressecamento da pele.

Nesse contexto, banhos muito quentes podem ser prejudiciais. “Água quente e sabões retiram a gordura natural da superfície da pele, que é importante para reter a água. Então, se perdemos essa camada, existe uma perda de água através da pele, que fica ressecada, opaca, com coceira”, explica a médica dermatologista Renata Janones, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

O principal cuidado para evitar o ressecamento é a hidratação.

“Então, hidratar muito bem essa pele com cremes, evitar o uso de espumas ou loções nesse período, o que às vezes não vai fazer a hidratação adequada da pele. Principalmente, o uso de cremes seria o ideal”, diz Beatrice. “Deve-se secar com a toalha com um toque macio, evitar esfregar muito a pele, evitar o uso de buchas”, acrescenta.

Algumas doenças dermatológicas, principalmente as que acometem a barreira cutânea, podem se exacerbar no inverno, segundo a médica dermatologista Adriana Vilarinho, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.

“Entre elas: dermatite seborreica, dermatite atópica, psoríase e ictiose vulgar. Nesse sentido, alguns cuidados são essenciais para mantermos uma barreira cutânea íntegra e a hidratação da pele preservada”, diz.

Adriana recomenda usar um hidratante corporal 2 a 3 vezes ao dia, especialmente ao sair do banho, após se secar, com a pele ainda levemente úmida, o que ajuda na penetração do produto. “Importante caprichar nas áreas mais ressecadas como mãos, pés, pernas, joelhos e cotovelos”, recomenda.

Também é indicado usar um hidratante facial específico para seu tipo de pele, conforme a orientação de um dermatologista.

“Os lábios também costumam sofrer muito com o ressecamento no inverno, e devem ser hidratados várias vezes ao dia, com batons e cremes hidratantes específicos. Evite o hábito de umedecer os lábios com a saliva e de puxar a pele ressecada — isso pode agravar o ressecamento e machucar a região”, orienta.

·         Alimentação

Para evitar os sintomas de ressecamento, é importante fazer hidratações corporais mais profundas. Além disso, deve-se investir em uma alimentação saudável, rica em vitaminas e antioxidantes, o que pode trazer benefícios em longo prazo.

A ingestão de água também pode contribuir para que o paciente passe pelo período sem sofrer grandes impactos dermatológicos.

“Devido as baixas temperaturas algumas pessoas acabam deixando de se preocupar em beber água, o que acaba contribuindo para que a pele do paciente sofra ainda mais com o inverno; o ideal é manter o consumo sempre, que pode também vir com alimentos que sejam ricos com estas propriedades como, por exemplo, a laranja e a melancia; aliado a isso, o uso correto dos hidratantes também é indispensável”, diz Juliana.

 

Ø  Cientistas enfim descobrem por que as pessoas ficam mais gripadas no inverno

 

Entrou uma corrente de ar frio, e todos sabem o que isso significa: é aquela época da gripe, quando parece que todo mundo de repente está espirrando, fungando, ou pior. É quase como se esses germes desagradáveis surgissem com a primeira rajada do clima de inverno.

No entanto, eles estão presentes durante o ano todo — basta pensar no último resfriado que pegou no verão. Então por que as pessoas ficam mais resfriadas, gripadas, ou agora com Covid-19, quando está frio?

Em um novo estudo que os pesquisadores têm chamado de descoberta científica, cientistas podem ter encontrado a razão biológica pela qual temos mais doenças respiratórias no inverno. Acontece que o próprio ar frio danifica a  resposta imune que ocorre no nariz.

“Esta é a primeira vez que temos uma explicação biológica e molecular sobre um fator de nossa resposta imunológica inata, que parece ser limitada por temperaturas mais frias”, disse a doutora Zara Patel, professora de otorrinolaringologia e cirurgia de cabeça e pescoço na Escola de Medicina de Stanford, na Califórnia. Ela não participou do novo estudo.

De fato, reduzir a temperatura dentro do nariz em apenas 5ºC mata quase 50% dos bilhões de células que  combatem os vírus e bactérias nas narinas, de acordo com o estudo publicado na terça-feira (6) na revista The Journal of Allergy and Clinical Immunology.

“O ar frio está associado ao aumento da infecção viral porque você essencialmente perde metade de sua imunidade só por causa dessa pequena queda na temperatura”, explicou o doutor Benjamin Bleier, diretor de otorrinolaringologia da Massachusetts Eye and Ear e professor associado da Escola de Medicina de Harvard, em Boston.

·         Um grande aumento no poder imunológico

Quando sob ataque, o nariz aumenta a produção de vesículas extracelulares em 160%, constatou o estudo. Havia ainda outras diferenças: as EVs tinham muito mais receptores em sua superfície do que as células originais, aumentando assim a capacidade das bilhões de vesículas extracelulares presentes no nariz de parar os vírus.

“Imagine os receptores como pequenos braços, tentando agarrar as partículas virais enquanto são inspiradas”, disse Bleier.

“Descobrimos que cada vesícula tem até 20 vezes mais receptores na superfície, tornando-as super pegajosas.”

As células do corpo também contêm um assassino viral chamado micro RNA, que ataca os germes invasores. No entanto, as EVs no nariz continham 13 vezes mais sequências de micro RNA do que as células normais, de acordo com o estudo.

Assim, o nariz entra na batalha armado com superpoderes adicionais. Mas o que acontece com essas vantagens durante o tempo frio?

Para descobrir isso, Bleier e sua equipe expuseram quatro participantes do estudo a 15 minutos de temperaturas de 4,4ºC e, em seguida, mediram as condições dentro de suas cavidades nasais.

“O que descobrimos é que, quando você é exposto ao ar frio, a temperatura no nariz pode cair em até 5 graus Celsius. Isso é o suficiente para basicamente acabar com as três vantagens imunológicas que o nariz tem”, explicitou Bleier.

Na verdade, aquele friozinho na ponta do nariz foi suficiente para eliminar quase 42% das vesículas extracelulares da batalha, acrescentou.

“Da mesma forma, quase metade dos micro RNAs assassinos ficam dentro de cada vesícula, e você pode ter uma queda de até 70% no número de receptores em cada vesícula, tornando-os muito menos pegajosos”, explicou.

O que isso faz com a sua capacidade de combater resfriados, gripe e Covid-19? Isso corta a capacidade do seu sistema imunológico de combater infecções respiratórias pela metade, disse Bleier.

·         Não é preciso usar meias no nariz

Acontece que a pandemia nos deu exatamente o que precisamos para ajudar a combater o ar frio e manter nossa imunidade alta, contou Bleier.

“As máscaras não só protegem da inalação direta de vírus, mas também é como usar um suéter no nariz”, comentou.

Patel concorda: “Quanto mais quente você mantiver o ambiente intranasal, melhor esse mecanismo de defesa imunológica inata será capaz de funcionar. É mais uma razão para usar máscaras!”

No futuro, Bleier espera ver o desenvolvimento de medicamentos nasais tópicos que se baseiem nessa descoberta científica. Esses novos produtos farmacêuticos vão “essencialmente enganar o nariz para achar que acabou de ver um vírus”, alegou.

“Com essa exposição, é como se você tivesse todas as vespas voando em torno de sua mucosa para sua proteção”, concluiu.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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