Veja cuidados
essenciais para evitar o ressecamento da pele no inverno
O
ressecamento da pele é um dos principais efeitos causados pela queda da umidade
do ar e das temperaturas com a chegada do inverno.
O
hábito de tomar banhos mais quentes favorece a remoção da oleosidade natural da
pele, o que também contribui para a sensação de pele seca e com aspecto
esbranquiçado. Cuidados como o reforço na hidratação corporal, atenção à
temperatura do chuveiro e com a alimentação podem contribuir para reduzir os
impactos da estação mais fria do ano.
“Erros
comuns são os banhos quentes que ressecam mais a pele e o uso de loções ou
óleos em uma época que a pele possa precisar de mais hidratação. Prefira o uso
de cremes neste período”, afirma a médica dermatologista Beatrice Abdalla, do
Hospital Sírio-Libanês.
“O
maior mito de cuidados no inverno é que não precisamos usar filtro solar.
Continuamos com exposição solar no inverno e mesmo em dias nublados temos a
passagem de radiação ultravioleta pelas nuvens, portanto imprescindível o uso
de filtro solar, mesmo no inverno”, diz Beatrice.
Algumas
ações realizadas durante o dia a dia podem ser fundamentais para manter a pele
saudável durante o período de frio, como explica Juliana Rampani, especialista
em estética avançada e saúde integrativa.
“Aqueles
pacientes que já têm uma pré-disposição para crises na pele devem ter os
cuidados intensificados no inverno. Entre as práticas indicadas para eles,
embora seja simples, está a diminuição do tempo no banho quente, pois a alta
temperatura diminui a hidratação do maior órgão do corpo”, diz.
·
Reforço na hidratação
No
inverno, há uma diminuição da umidade do ar associado a temperaturas mais baixas, o que favorece o
ressecamento da pele.
Nesse
contexto, banhos muito quentes podem ser prejudiciais. “Água quente e sabões
retiram a gordura natural da superfície da pele, que é importante para reter a
água. Então, se perdemos essa camada, existe uma perda de água através da pele,
que fica ressecada, opaca, com coceira”, explica a médica dermatologista Renata
Janones, do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
O
principal cuidado para evitar o ressecamento é a hidratação.
“Então,
hidratar muito bem essa pele com cremes, evitar o uso de espumas ou loções
nesse período, o que às vezes não vai fazer a hidratação adequada da pele.
Principalmente, o uso de cremes seria o ideal”, diz Beatrice. “Deve-se secar
com a toalha com um toque macio, evitar esfregar muito a pele, evitar o uso de
buchas”, acrescenta.
Algumas doenças dermatológicas, principalmente as
que acometem a barreira cutânea, podem se exacerbar no inverno, segundo a
médica dermatologista Adriana Vilarinho, membro da Sociedade Brasileira de
Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia.
“Entre
elas: dermatite seborreica, dermatite atópica, psoríase e ictiose vulgar. Nesse
sentido, alguns cuidados são essenciais para mantermos uma barreira cutânea
íntegra e a hidratação da pele preservada”, diz.
Adriana
recomenda usar um hidratante corporal 2 a 3 vezes ao dia, especialmente ao sair
do banho, após se secar, com a pele ainda levemente úmida, o que ajuda na
penetração do produto. “Importante caprichar nas áreas mais ressecadas como
mãos, pés, pernas, joelhos e cotovelos”, recomenda.
Também
é indicado usar um hidratante facial específico para seu tipo de pele, conforme
a orientação de um dermatologista.
“Os
lábios também costumam sofrer muito com o ressecamento no inverno, e devem ser
hidratados várias vezes ao dia, com batons e cremes hidratantes específicos.
Evite o hábito de umedecer os lábios com a saliva e de puxar a pele ressecada —
isso pode agravar o ressecamento e machucar a região”, orienta.
·
Alimentação
Para
evitar os sintomas de ressecamento, é importante fazer hidratações corporais
mais profundas. Além disso, deve-se investir em uma alimentação saudável, rica
em vitaminas e antioxidantes, o que pode trazer benefícios em longo prazo.
A
ingestão de água também pode contribuir para que o paciente passe pelo período
sem sofrer grandes impactos dermatológicos.
“Devido
as baixas temperaturas algumas pessoas acabam deixando de se preocupar em beber
água, o que acaba contribuindo para que a pele do paciente sofra ainda mais com
o inverno; o ideal é manter o consumo sempre, que pode também vir com alimentos
que sejam ricos com estas propriedades como, por exemplo, a laranja e a
melancia; aliado a isso, o uso correto dos hidratantes também é indispensável”,
diz Juliana.
Ø
Cientistas
enfim descobrem por que as pessoas ficam mais gripadas no inverno
Entrou
uma corrente de ar frio, e todos sabem o que isso significa: é aquela época
da gripe, quando parece que
todo mundo de repente está espirrando, fungando, ou pior. É quase como se esses
germes desagradáveis surgissem com a primeira rajada do clima de inverno.
No
entanto, eles estão presentes durante o ano todo — basta pensar no último
resfriado que pegou no verão. Então por que as pessoas ficam mais resfriadas,
gripadas, ou agora com Covid-19, quando está frio?
Em
um novo estudo que os pesquisadores têm chamado de descoberta científica,
cientistas podem ter encontrado a razão biológica pela qual temos mais doenças
respiratórias no inverno. Acontece que o próprio ar frio danifica a
resposta imune que ocorre no nariz.
“Esta
é a primeira vez que temos uma explicação biológica e molecular sobre um fator
de nossa resposta imunológica inata, que parece ser limitada por temperaturas
mais frias”, disse a doutora Zara Patel, professora de otorrinolaringologia e cirurgia
de cabeça e pescoço na Escola de Medicina de Stanford, na Califórnia. Ela não
participou do novo estudo.
De
fato, reduzir a temperatura dentro do nariz em apenas 5ºC mata quase 50% dos
bilhões de células que combatem os vírus e bactérias nas narinas, de
acordo com o estudo publicado na terça-feira (6) na revista The Journal of
Allergy and Clinical Immunology.
“O
ar frio está associado ao aumento da infecção viral porque você essencialmente
perde metade de sua imunidade só por causa dessa pequena queda na temperatura”,
explicou o doutor Benjamin Bleier, diretor de otorrinolaringologia da
Massachusetts Eye and Ear e professor associado da Escola de Medicina de
Harvard, em Boston.
·
Um grande aumento no poder imunológico
Quando
sob ataque, o nariz aumenta a produção de vesículas extracelulares em 160%,
constatou o estudo. Havia ainda outras diferenças: as EVs tinham muito mais
receptores em sua superfície do que as células originais, aumentando assim a
capacidade das bilhões de vesículas extracelulares presentes no nariz de parar
os vírus.
“Imagine
os receptores como pequenos braços, tentando agarrar as partículas virais
enquanto são inspiradas”, disse Bleier.
“Descobrimos
que cada vesícula tem até 20 vezes mais receptores na superfície, tornando-as
super pegajosas.”
As
células do corpo também contêm um assassino viral chamado micro RNA, que ataca
os germes invasores. No entanto, as EVs no nariz continham 13 vezes mais
sequências de micro RNA do que as células normais, de acordo com o estudo.
Assim,
o nariz entra na batalha armado com superpoderes adicionais. Mas o que acontece
com essas vantagens durante o tempo frio?
Para
descobrir isso, Bleier e sua equipe expuseram quatro participantes do estudo a
15 minutos de temperaturas de 4,4ºC e, em seguida, mediram as condições dentro
de suas cavidades nasais.
“O
que descobrimos é que, quando você é exposto ao ar frio, a temperatura no nariz
pode cair em até 5 graus Celsius. Isso é o suficiente para basicamente acabar
com as três vantagens imunológicas que o nariz tem”, explicitou Bleier.
Na
verdade, aquele friozinho na ponta do nariz foi suficiente para eliminar quase
42% das vesículas extracelulares da batalha, acrescentou.
“Da
mesma forma, quase metade dos micro RNAs assassinos ficam dentro de cada
vesícula, e você pode ter uma queda de até 70% no número de receptores em cada
vesícula, tornando-os muito menos pegajosos”, explicou.
O
que isso faz com a sua capacidade de combater resfriados, gripe e Covid-19?
Isso corta a capacidade do seu sistema imunológico de combater infecções
respiratórias pela metade, disse Bleier.
·
Não é preciso usar meias no nariz
Acontece
que a pandemia nos deu exatamente o que precisamos para ajudar a combater o ar
frio e manter nossa imunidade alta, contou Bleier.
“As
máscaras não só protegem da inalação direta de vírus, mas também é como usar um
suéter no nariz”, comentou.
Patel
concorda: “Quanto mais quente você mantiver o ambiente intranasal, melhor esse
mecanismo de defesa imunológica inata será capaz de funcionar. É mais uma razão
para usar máscaras!”
No
futuro, Bleier espera ver o desenvolvimento de medicamentos nasais tópicos que
se baseiem nessa descoberta científica. Esses novos produtos farmacêuticos vão
“essencialmente enganar o nariz para achar que acabou de ver um vírus”, alegou.
“Com
essa exposição, é como se você tivesse todas as vespas voando em torno de sua
mucosa para sua proteção”, concluiu.
Fonte:
CNN Brasil
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