sexta-feira, 28 de julho de 2023

Exercício físico pode prevenir câncer de cabeça e pescoço. Entenda

27 de julho é o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. Data que conscientiza a população sobre os cuidados, que evitam a evolução desse tumor. É um momento que também motiva alguém a manter uma vida física ativa, ou seja, o exercício físico destaca-se como aliado nessa luta.

·         A importância do exercício físico no Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço

“O exercício físico aliado à alimentação saudável é um dos pilares de prevenção ao câncer de cabeça e pescoço. Bem como demais neoplasias e outras doenças cardiovasculares. Isto porque uma vez inserido em uma rotina saudável é mais fácil as pessoas largarem os vícios e outros fatores de risco”, respondeu com exclusividade para o Sport Life a oncologista clínica do Hospital São Marcelino Champagnat e Hospital Universitário Cajuru Dra. Aline Vieira.

Logo na sequência, a médica cirurgiã de cabeça e pescoço e do corpo clínico do Hospital Sírio-Libanês Dra. Beatriz Cavalheiro pontuou que a negação ao tabaco e bebida alcoólica, higiene oral com visitas anuais ao dentista, cuidados para exposição solar, uso de preservativos no sexo, vacinação contra o HPV (Papilomavírus humano) e atenção aos sinais do corpo figuram como prevenções.

A Dr. Beatriz ainda argumentou que embora não exista uma relação direta do exercício físico com câncer de cabeça e pescoço, uma modalidade esportiva é o bastante para impulsionar a qualidade de vida de um sujeito. Desde que seja feita com os cuidados com a saúde.

 “O exercício auxilia no controle de peso e sabe-se que alguns tumores têm relação com obesidade. Está relacionado à qualidade do sono, controle do stress e socialização com melhora da nossa imunidade. Preconiza-se, porém, cuidado com os exercícios ao ar livre acerca da exposição solar. Esses devem ser praticados em horários de sol menos intenso, com emprego de filtros solares, bonés, óculos escuros e roupas com proteção. Não se deve esquecer do couro cabeludo e, especialmente, em calvos, das orelhas e dos lábios”, detalhou Cavalheiro em diálogo com a reportagem.

·         Qual exercício físico e ritmo de treinamento são indicados para esse combate?

Não existe qual esporte com esse “poder”, isto é, o que importa é a orientação de um educador físico juntamente com objetivo de uma pessoa e histórico de condicionamento físico.

“Qualquer exercício é válido, cada modalidade com suas vantagens, especialmente se mesclar força, cardio e equilíbrio. O mais importante, porém, é que esse seja praticado com prazer. Digo aos meus pacientes que o exercício físico é como a medicação de uso diário, comer e dormir”, disse a profissional do Sírio-Libanês.

Ainda assim, a doutora Aline se baseou na recomendação da OMS (Organização Mundial de Saúde) para “guiar” alguém antes do início dessa rotina. “Uma rotina adequada de atividade física consiste em pelo menos 150 minutos por semana de atividades aeróbicas associadas a atividades de musculação duas a três vezes na semana”, garantiu.

·         O que causa câncer de cabeça e pescoço?

Primeiramente, cada caso é único e pela maioria das vezes as causas não são únicas, o que participa de um conjunto de fatores etiológicos e predisposições individuais.

“O câncer de tireoide, por exemplo, conta com uma predisposição familiar conhecida, mas não obrigatória, bem como uma relação etiológica bem estabelecida com a exposição à radiação, que são antecedentes de radioterapia na região do pescoço e próximo a ele e acidentes nucleares, por exemplo. O câncer de pele está associado à exposição solar crônica ou aguda sem proteção. Pele clara, que não bronzeia, pode ser um fator de risco para os cânceres de pele mais frequentes. Quanto aos tumores malignos de boca e garganta, o tabagismo é a principal causa potencializado pelo consumo excessivo de bebidas alcóolicas. Participam também má higiene oral, ferimentos repetidos em boca, como dentes com espículas, dentaduras inadequadamente ajustadas, alimentação pobre em frutas, legumes e verduras e a infecção mucosa pelo HPV”, concluiu a Dra. Beatriz Cavalheiro.

“Os principais sintomas de câncer de cabeça e pescoço são aftas ou feridas na boca, língua ou gengiva que não cicatrizam, dor de garganta e rouquidão da voz, que não melhoram, além de nódulo em região cervical. Qualquer um desses sintomas por mais de duas a três semanas deve ser investigado”, reforçou a oncologista.

·         Quais são as chances de cura do câncer de cabeça e pescoço?

“As chances de cura do câncer de cabeça e pescoço dependem muito do estado clínico em que é realizado o diagnóstico. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de cura. Isso porque permite identificar a doença em estágios iniciais ainda quando não se espalhou. Permitindo tratamentos menos agressivos e aumentando muito a chance de cura”, terminou a Dra. Aline Oliveira.

·         Dado

De acordo com a OMS, em cada ano são aguardados cerca de 1,5 milhão de novos casos de câncer de cabeça e pescoço em torno de 460 mil mortes. Já a estimativa do INCA (Instituto Nacional de Câncer) é de 685 mil novos casos desse câncer entre 2020 e 2022.

 

Ø  Câncer de cabeça e pescoço: saiba quais são os primeiros sinais

 

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), os cânceres de cabeça e pescoço acometem 40 mil pessoas no Brasil por ano. O diagnóstico em estágio inicial aumenta as chances de sucesso do tratamento.

Câncer de cabeça e pescoço é uma nomenclatura genérica para tumores que se originam na boca, língua, gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe e seios paranasais.

A prevenção, por meio de alguns hábitos, é incentivada pelos médicos para evitar esse tipo câncer.

“Sem dúvida, o tabagismo e o consumo de álcool ainda são considerados fatores de risco clássicos para o câncer de cabeça e pescoço”, afirma Humberto Carneiro, médico patologista especialista em câncer de cabeça e pescoço e integrante da Sociedade Brasileira de Patologia.

·         Sinais e diagnóstico

O indivíduo pode notar alguns sinais que levam ao diagnóstico de cânceres de cabeça e pescoço. Entre eles estão:

  • Lesões ou úlceras na boca que não cicatrizam;
  • Dor de garganta progressiva;
  • Diminuição da mobilidade da língua;
  • Rouquidão progressiva;
  • Dificuldade para engolir;
  • Dor de cabeça progressiva;
  • Sangramento nasal progressivo e recorrente;
  • Nódulos no pescoço endurecidos e palpáveis.

Os exames de diagnóstico variam de acordo com a localização do tumor. Mas, em todos os casos, uma biópsia é importante para confirmar se ele é benigno ou maligno. A partir do resultado, é iniciado o tratamento.

O médico cirurgião Rafael Nunes Goulart, integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, destaca a importância do diagnóstico precoce. “Quanto mais cedo é o diagnóstico, menor é a lesão e a agressividade do tratamento. O ideal também é combater os fatores de risco”, acrescenta.

·         Fatores de risco

Por serem vários tipos de tumor, a prevenção passa por diversos comportamentos, mas os fatores de risco podem ser resumidos nos seguintes hábitos:

  • Consumo de tabaco (cigarro, charuto etc.) e álcool;
  • Má higiene bucal;
  • Infecção viral pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente através de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral);
  • Consumo de bebidas quentes, principalmente as tradicionalmente servidas em temperaturas muito altas, como café e chimarrão, por exemplo;
  • Exposição excessiva ao sol sem proteção;
  • Exposição durante o trabalho à poeira de madeira, poeira de têxteis, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno e produtos radioativos;
  • Infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa, uma manifestação do vírus transmitida por contato com outras salivas.

>>> Tratamento

O tratamento dos cânceres de cabeça e pescoço é feito por meio de cirurgia, radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. Além disso, uma combinação dessas técnicas também pode ser utilizada. Isso varia de acordo com o caso de cada paciente.

 

Fonte: Sport Life/Metrópoles

 

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